SAMANTH’S P.O.V.

Antes que eu pudesse perceber o que eu estava fazendo, já estávamos em casa. Eu estava encostada na porta, enquanto Liam se dividia entre me beijar e tentar encaixar a chave na fechadura.

- o que estamos fazendo? – disse quebrando o beijo com um sorriso.

- eu não sei – disse e eu afaguei seu rosto com as duas mãos. Suas mãos de fecharam mais em volta da minha cintura – mas parece certo, certo?

- parece – disse com um sorriso e puxei seu rosto para mais perto mais uma vez. Tomei a chave de suas mãos, impaciente com sua demora – me da isso logo, seu idiota – virei de costas para ele e tentei achar a fechadura no escuro.

Senti ele beijar o caminho entre meu pescoço e minha orelha e tive um pequeno deslize de concentração por alguns segundos.

Consegui, finalmente, abrir a merda da porta e entramos, trancando-a rapidamente.

Liam me prensou na porta mais uma vez e afundou a mão em meus cabelos, enquanto eu tentava desabotoar sua camisa xadrez.

Suas mãos começaram a percorrer todo meu corpo e então puxou uma de minhas pernas para cima, beijando meu pescoço e alisando minha coxa ao mesmo tempo. Começou a subir meu vestido lentamente e eu fechei os olhos, jogando a cabeça para trás, sentindo minha respiração falhar cada vez mais.

Puxou minha outra perna para cima, de modo que eu me agarrei nele com as duas, e ele me carregou até a cômoda que ficava encostada na parede da sala. Me assentou lá e abaixou uma manga de meu vestido. Consegui finalmente acabar de desabotoar sua camisa e desci da mesa, puxando-o para o andar de cima, até seu quarto.

Assim que fechamos a porta, sua camisa caiu no chão e eu o puxei pela calça até à cama. Ele me deitou lentamente, deitando-se sobre mim logo depois e começou a descer meu vestido, até que eu estivesse somente com o sutiã e com a calcinha que Eleanor tinha me obrigado a usar: vermelhos e cheios de rendinhas.

Liam mordeu o lábio inferior dando um sorriso torto, ao me olhar da cabeça aos pés e senti minhas bochechas queimarem um pouco.

Rolei, fazendo com que ele ficasse por baixo, e me sentei em seu colo, distribuindo beijos por todo seu tórax e peitos antes de chegar até sua boca mais uma vez.

Cada vez que nos beijávamos, o beijo ficava mais urgente, e Liam rolou para cima de mais uma vez ao mesmo tempo que sua calça ia parar no chão.

Beijou meu pescoço de um modo que eu sabia que ia deixar uma marca (bem) roxa, e eu não consegui segurar um gemido baixinho que escapou por meus lábios.

Nunca me imaginei fazendo aquilo, mas senti minhas mãos irem quase inconscientemente até suas costas e subirem até o ombro, deixando, provavelmente, arranhões pelo jeito que senti sua respiração falhar à minha orelha.  

Beijei todo seu pescoço e mordisquei sua orelha, o que o fez dar uma risadinha sexy. Sua pele era macia e me fazia ter vontade de beijá-lo para sempre.  

Desceu a alça de meu sutiã e senti um calafrio percorrer meu corpo. Me beijou ao mesmo tempo que senti sua mão deslizando pela minha cintura, passando por minha coxa direta e chegando ao meu joelho, me fazendo dobrar a perna e arquear o corpo.

Senti apertar minha coxa enquanto voltava a beijar meu pescoço e tudo o que eu conseguia fazer era puxá-lo para mais perto e tentar controlar minha respiração mais ofegante do que nunca.

Parecia uma coisa boba, mas era a primeira vez que eu tinha tanta certeza de que queria alguma coisa de verdade na minha vida. E assim que senti Liam brincar com o elástico de minha calcinha rendada, deixei minha consciência de lado, dando espaço para meu corpo controlar cada movimento do jeito que ele quisesse.

****

A luz do sol conseguiu passar pela fresta da cortina e atacou minha cara, fazendo com que eu acordasse praticamente cega.

Assim que consegui enxergar melhor – depois de piscar 76928 vezes – olhei em volta e me lembrei de onde estava: no quarto de Liam. Mais exatamente, praticamente em cima de Liam.

Minha cabeça estava repousada em seu peito e seu braço passava por minhas costas, parando com a mão espalmada em minha coxa esquerda. Nossas pernas estavam tão emboladas que demorei alguns segundos para distingui-las. Estávamos usando apenas as roupas de baixo e ele dormia como um anjinho, sem parecer perceber o sol que parecia capás de cegar até mesmo de olhos fechados.

Fechei os olhos e respirei fundo.

Era errado. O que tínhamos feito, quero dizer. Pelo menos por um ponto de vista: o da namorada de Liam.

Levantei meu braço que repousava sobre a barriga dele lentamente, e fiz o mesmo com a cabeça.

- espero que você não esteja tentando escapar de fininho – disse ainda com os olhos fechados e um sorriso torto apareceu em seus lábios – não faz seu tipo Sammy – o apelido soou mais doce do que nunca em sua voz rouca da manhã.

- eu não estava – disse deitando de bruços sobre seu peito, o que fez com que abrisse um dos olhos e me olhasse.

- se eu fingir que acredito, você me deixa voltar a dormir? – disse e eu ri.

- não – disse e dei um beijinho nele, não resistindo.

- acho que comecei o dia com o pé direito – sorriu e abriu os olhos.

Saí de cima dele e desci a cama.

- aonde vai? – perguntou passando a mão na cara, ainda lutando para acordar, o que  não deixava de ser um gesto adorável.

Gesto adorável? Mas não é que eu tinha acordado esbanjando fofura?

- eu preciso pensar. O que quer dizer que eu preciso de chá... – dei de ombros.

- pensar o que? – juntou as sobrancelhas.

- não foi certo, Liam, você sabe não é? – disse encolhendo os ombros.

- não. Para. Muito cedo pra pensar em erros não tão errados que não deixam de ser erros.... e eu não sei o que eu tô falando! Porra, mas esse sol tá forte em! – disse tampando os olhos e se jogando na cama mais uma vez.

Eu e ri e peguei sua blusa no chão, vestindo-a e abotoando rapidamente.

- tudo bem, agora está ficando clichê de mais, até mesmo para nós dois! – disse apontando para mim com a cabeça e eu ri.

Levantou e colocou uma calça de moletom de achou pendurada na cadeira do computador. Andou até mim coçando a cabeça e me deu um beijo na bochecha.

- bom dia – sorriu afagando minha bochecha e eu tive certeza que meus olhos brilhavam mais do que nunca.

- bom dia – disse mordendo a boca e ele soltou um grunido baixinho.

- não faz isso, ou então serei obrigado a te beijar – encostou a testa na minha e fechou os olhos. Eu soltei um risinho – isso também não está aprovado – disse fingindo de sério.

- desculpa – disse tentando segurar o riso. Mas que merda era aquela? Nem era uma situação engraçada pra eu estar assim.

Abriu os olhos e eu abri um sorrisinho, encolhendo os ombros. Ele me deu um beijinho rápido e se afastou com as mãos levantadas.

- você me forçou, não me responsabilizo por nada – disse eu ri, batendo uma almofada nele.

- você é completamente ridículo!

- você trocou aí... – disse fazendo cara de confuso

- troquei o que? – levantei a sobrancelha.

- perfeito e irresistível por ridículo...

- ah, é verdade... e modesto, e mentiroso... – disse contando nos dedos, mas ele já estava perto de mais e nenhum de nós dois resistimos, dando um beijo calmo e doce.

Soltamo-nos e cada deu dois passos para trás.

- temos que parar com isso – disse apontando para ele.

- concordo – demos mais um passo para trás.

- pelo menos até você arrumar tudo com a Briana – disse seu nome com desgosto e seu rosto iluminou.

Demos mais um passo

- ei, Sam, - fingiu gritar por causa do espaço – você deixou uma coisa cair aí... acho que foi seu ciúmes – fez um joia e eu taquei uma almofada nele.

- tudo bem. Escuta. O que vai acontecer é o seguinte: eu vou sair por essa porta, vou descer, fazer meu chá, sentar na cozinha e fingir que ontem anoite não aconteceu por algumas horas. Enquanto isso você vai até a Briana e conversa com ela...

- entendido, capitã. – bateu os dedos na testa como um soldado e eu revirei os olhos.

- mudança de planos: você vai ficar auqi, meditando e tentando achar uma forma de deixar de ser tão retardado.

- há há – riu ironicamente e saí do quarto.

Desci a escada e fui até a cozinha fazer meu chá. A água na chaleira não tinha nem começado a ferver ainda quando senti os braços de Liam agarrarem minha cintura, enquanto ele me dava um beijo na bochecha.

- será que podemos mudar um pouco os planos? – sussurrou em meu ouvido e eu dei uma risadinha.

- ora, ora, mas o que é que temos aqui? – escutei a voz de Lou e demos um pulo de tanto susto, fazendo a chaleira cair no chão e a água se esparramar.

- Louis, o que é que você está fazendo acordado essa hora? – Liam perguntou.

- shiu! – ele fez bravo para nós e depois sorriu, sentando-se à mesa parecendo se divertir com a situação – e nem tentem negar! O fato de Liam estar só de calça e Sam só de camisa, por acaso a camisa de um certo alguém, já diz tudo por vocês!

- Louis... – dissemos juntos e ele sorriu mais ainda.

- e então, como foi?

- Lou! – quase gritei, sentindo minhas bochechas queimarem.

- o que? O que tem de errado com a minha pergunta?

- bom, muitas coisas! – eu disse abrindo os braços.

- tudo bem, tudo bem, sua fresca – balançou a mão no ar fazendo pouco caso – só espero que tenham feito tudo certinho. Por mais que eu vou adorar ser titio, não estou com paciência para isso agora – deu de ombros e eu só queria abrir um buraco no chão.

Olhei para Liam e vi que suas bochechas também estavam coradas e ele coçava a nuca, ou seja, ele estava tanto ou até mesmo mais desconfortável do que eu.

- não gostaram desse assunto também? Tudo bem, vamos para um mais simples: a Briana já sabe?

- é isso, eu desisto – disse jogando os braços para cima e Liam deu uma risadinha – para de incentivar ele! – dei um tapa nele.

- isso! Violência! É assim que eu gosto. Foi assim que fizeram ontem anoite? – disse subindo e descendo as sobrancelhas.

Deixei o biscoito que comia em cima da pia e Liam parou de tentar secar a água do chão. Saímos da cozinha juntos, sem dizer nada.

- ei, gente! Espera! – pude escutar Lou – eu só estava brincando! Gente?

Fomos até a porta de meu quarto e Liam me deu um ultimo beijo antes de dizer que só ia tomar um banho antes de ir falar com Briana. “Quero acabar com isso o mais rápido o possível” tinha dito sorrindo e depois roubou mais um beijo de mim.

Entrei no quarto e me joguei na cama. Cheirei a camisa de Liam que estava vestindo e sorri. Eu estava realmente feliz, mais feliz do que, provavelmente, nos últimos 5 meses juntos.

Troquei de roupa (coloquei uma calça jeans surrada e uma camiseta qualquer), fiz uma trança embutida – que ficava ridiculamente pequena em meu cabelo “novo”, já que minhas mechas mal chegavam ao ombro – e saí do quarto.

Subi a escada para ir acordar Ellie quando vi Harry entrando no banheiro do corredor.

- mas eu posso saber que assanhadisse é essa que aconteceu bem debaixo do meu nariz? – escutei ele falando com Liam.

- Harry, eu to tomando banho... – escutei a voz de Liam abafada pelo box.

- e, mesmo assim, você não deixa de ter comido minha irmã! – ele disse eu coloquei as mãos na cintura.

- Harry! – disse brava.

- desculpa, eu quis dizer que você não deixa de ter feito coisas ruins para com minha irmãzinha tão pura... – disse mais calmo escutei Liam rir.

Já ia dar um passo quando Harry me impediu.

- o que foi? – disse espantada por ele pular na minha frente antes que eu conseguisse chegar mais perto da porta do banheiro.

- o Liam ta pelado lá dentro, Sam. Isso não é coisas para uma menininha ver.

- não era pra ninguém estar vendo se você não tivesse praticamente arrombado a porta. Além de que, eu já vi tudo mesmo – dei de ombros e ele soltou um gritinho e fez uma cara de horror.

Eu ri, e pude escutar Liam rindo também.

- Harry, larga de ser idiota, ta legal? Eu não quero ver nada, só quero passar pra ir falar com a Eleanor...

- pra quê? Pra contar detalhezinhos da sua noite de amor com um dos meus melhores amigos? Pode contar pra mim. Eu aguento – disse fazendo uma cara de “eu sou forte”.

- até parece, Harold. – disse passando por ele.

- hm, será que alguém podia fechar a porta? – escutei Liam dizer quando eu já estava na porta de Eleanor.

- Harry, fecha a droga da porta – disse e entrei no quarto de Ellie - bom dia flor do dia! – gritei em seu ouvido assim que pulei em cima dela.

- vai embora Samantha! – escutei ela murmurar de algum lugar debaixo das cobertas.

Eu ri e continuei pulando na cama até que ela acordasse.