SAMANTHA’S P.O.V.

- Ryan, sou eu de novo – respirei fundo – eu sei que vocÊ está em casa, tá bom, o Lucca me falou. Então será que você poderia, por favor, atender o telefone?! A gente precisa conversar...

Desliguei o telefone e joguei-o em cima da cama. Já fazia 4 dias que Ryan não falava comigo por causa de meu pequeno acidente.

Deitei na cama e fiquei olhando para o teto até que escutei uma batida leve na porta.

– não, Louis, eu não quero ver tv com você! – gritei e joguei uma almofada na porta.

Desde da manhã daquele dia Louis estava tentando me tirar do quarto, e se minha paciência tinha acabado com ele às três da tarde, quem diria naquela hora, já às 7 da noite.

A porta se abriu da mesma forma, e eu me virei, já abrindo a boca para brigar com Lou, quando o vi.

– a gente pode conversar? – disse e fechou a porta atrás de si.

– Ryan eu... – comecei a dizer, mas ele me interrompeu.

– eu já sei tudo que você vai falar Samantha. Eu escutei suas mensagens no meu telefone...

– e então? – perguntei esperançosa, levantando e chegando para mais perto dele.

– não dá pra continuar, Sam...

– mas, Ryan, eu já disse que foi sem querer! – joguei os braços para cima – é porque os meninos tinham me enchido o saco o dia todo e por reflexo eu te xinguei com o nome dele e ...

– Sam – ele me interrompeu – não dá pra continuar, ok? Você ainda ama ele – disse com um pouco de desgosto na voz.

– o que? Não, Ryan, você não sabe o que está dizendo... – ele me interrompeu mais uma vez.

– claro que sei Samantha! – disse um pouco mais alto, apesar de parecer estar se segurando para controlar o tom de voz – talvez a culpa seja um pouco minha, por ter ignorado todos os sinais por todo esse tempo...- balançou a cabeça negativamente.

– sinais?

– ah, qual é Sam! Você sabe do que eu estou falando! Das trocas de olhares, dos segredinhos. Quando você ficava triste, corria para ele. Isso sem dizer que parecia que os momentos mais felizes da sua vida tem o Liam envolvido. Eu aguentei tudo isso, Sam. Deixei passar, fingi não estar vendo. Mas eu não posso ignorar você confundir nossos nomes, Samantha. Nenhum homem pode suportar isso.

– Ryan... – falei baixinho mais ele me ignorou.

– ainda mais por não ter sido a primeira vez! – disse mais bravo e demorou alguns segundos para se recompor e continuar falando – eu já tinha te perdoado uma vez, Sam. Você prometeu nunca mais fazer isso... – abri a boca, mas ele voltou a falar no mesmo instante – você sabe como eu me senti ao perceber que, apesar de eu estar me esforçando ao máximo para te amar do jeito certo, você chama o nome de outro cara no momento mais íntimo que um casal pode ter?

– eu... – parei a frase por perceber que não tinha nada que eu pudesse realmente falar. Percebendo pela primeira vez que ele estava certo – eu queria realmente que as coisas dessem certo entre nós...

– nunca ia dar certo, Sam. Não enquanto você não me amasse. Não enquanto sua cabeça estivesse em outro cara.

– eu sinto muito – disse sentindo meus olhos começarem a arder.

– não, Sam. Eu sinto muito. Sinto muito por ter deixado essa palhaçada durar por tanto tempo... – deu de ombros e saiu do quarto assim que as lágrimas começaram a descer pelo meu rosto.

– Ellie? – chamei um pouco mais alto da porta e em poucos segundos ela apareceu à minha frente.

– ei, o que aconteceu? – disse já me abraçando e me empurrando para dentro do quarto, ao mesmo tempo que eu sentia as lágrimas aumentarem cada vez mais.

LIAM’S P.O.V.

Cheguei em casa depois da faculdade e vi que Ryan descia a rua, com uma cara que me fez pensar que o que quer que tinha ido fazer lá, não tinha sido bom.

– Niall, por favor me fala que você fez um jantar maravilhoso! – disse ao chegar na cozinha.

– foi mal cara, mas hoje vamos de macarrão mesmo – deu de ombros tirando a travessa do forno.

Fui até o banheiro do corredor para lavar as minhas mãos (e também como uma desculpa para que Niall não me pedisse para ajuda-lo a arrumar a mesa) e assim que estava saindo, vi Eleanor sair do quarto de Sammy.

– o que aconteceu? – perguntei vendo a cara que estava.

– Ryan terminou com ela... – Ellie deu de ombros com uma careta.

– ele... ele o que? – perguntei tentando decidir se ficava contente ou não com aquilo – porque?

– isso você vai ter que perguntar pra ela, ok? – disse e eu já ia passar por ela, quando segurou meu braço – não agora, Liam. Ela ainda está meio mal...

– mas...

– nada de mas. Depois você conversa com ela – bufei.

– você pode pelo menos me falar se tem a ver com o motivo de ela ter chegado em casa uns dias atrás me batendo e me xingando? Porque eu deixei ela em paz, igual ela pediu...

– talvez – deu de ombros.

– Eleanor! – disse mas ela já estava me empurrando de volta para a cozinha.

Não prestei muita atenção no que os meninos, Ellie e Ash diziam durante o jantar. Minha cabeça estava mais longe a cada garfada.

Por fim, levantei e coloquei mais macarrão em um novo prato. Enchi um copo de coca-cola e rumei em direção à porta.

– Liam, o que eu disse? – Ellie perguntou, indignada com minha atitude.

– ela não comeu nada, deve estar com fome – dei de ombros e continuei meu caminho até a porta.

Bati duas vezes antes de entrar, e encontrei Sam debaixo das cobertas, olhando pela janela.

– achei que você deveria estar com fome... – disse chegando devagar até a cama e ela me olhou por um tempo, como se tentasse ler minha mente – Eleanor me disse o que aconteceu – disse por fim, encolhendo os ombros e ela arregalou um pouco os olhos, sentando-se na cama.

– o que ela te falou?

– que você e Ryan tinham terminado e que você estava mal... – dei de ombros e estendi o prato para ela, colocando o copo na escrivaninha que ficava ao lado da cama.

– obrigada – disse finalmente, quando eu já estava quase saindo do quarto – você sabe – deu de ombros – por se preocupar comigo... – apontou com a cabeça para o prato de macarrão e deu um sorrisinho.

– não foi nada – sorri também e saí do quarto.

****

Ash iria comemorar seu aniversário no dia seguinte. Iríamos a uma boate perto do centro para soprar as velinhas dela.

Para a minha surpresa, até mesmo Sam estava animada, apesar de, no dia anterior, ainda estar bem chateada pelo término com Ryan.

Briana tinha me avisado que não poderia ir, já que já tinha outra festa de aniversário que não poderia faltar. Despediu-se de mim com um beijo às cinco horas e foi para o salão se arrumar.

Tomei um banho rápido e coloquei uma camisa xadrez vermelha e uma calça jeans. Passei perfume e calcei meu vans, dando uma última olhada no espelho.

– se esforçando para ficar bonito sendo que a namorada nem vai na festa? – olhei para trás e vi Zayn escorado na porta de meu quarto – espero que isso não tenha a ver com um certo plano inconsciente de conquistar a Sam mais uma vez, agora que ela está solteira.

– você não tem nada melhor pra fazer não? – falei olhando-o pelo espelho.

– só tenho se você concordar com o que eu acabei de dizer... – deu de ombros.

– você está errado. Eu não estou assim por causa da Samantha. Será que eu não posso só querer melhorar minha autoestima tentando parecer bonito? – perguntei abrindo os braços me virando para ele.

– tem certeza? – levantou a sobrancelha – não sei se você percebeu mas tinha a palavra ‘inconsciente’ na minha frase. Isso quer dizer que você não percebe que está fazendo isso pra impressionar a Sam...

– eu sei o que significa, Zayn, muito obrigado, mas não, diferente da sua suposição, eu não vou dar em cima e nem vou pegar a Samantha hoje – dei de ombros – até porque, como você mesmo disse, eu estou namorando!

– e isso te impediu antes, por acaso? – levantou uma das sobrancelhas e passei por ele, esbarrando em seu ombro – ei, ei – disse e me virei para ele – já que você tem tanta certeza, vamos fazer uma aposta, ok?

– ok – disse chegando mais perto.

– se você pegar ela, eu ganho três kitkats, se você não pegar eu te dou um.

– espera, porque você ganha três e eu um só? – ele deu de ombros.

– qual a preocupação? Está com medo de perder? – levantou as sobrancelhas se divertindo com a situação.

Hesitei por um momento.

– temos uma aposta, Malik – disse apertando sua mão e ele sorriu largamente.

– sempre bom fazer negócios com você!

Sorri e soltei minha mão, descendo a escada logo em seguida.

Decidimos de forma madura – você tem que concordar que “pedra, papel e tesoura” é a definição dessa palavra – quem iria e voltaria dirigindo e, Louis e Zayn foram os escolhidos da vez.

Lou subiu junto com Niall, a fim de conseguir fazer com que as meninas descessem e eu fui para a cozinha, sonhando com o restinho de bolo que tinha escondido no armário.

– Sam – disse surpreso ao ver a morena encostava na pia, justamente com meu pedaço de bolo na mão – você...

– vai engordar? – completou minha frase e deu uma risadinha, colocando um pedaço do bolo na boca logo depois.

– você achou meu bolo... – disse baixinho indo até ela, pensando em como tirar o prato de sua mão.

– bom, não era a minha intenção, mas quando achei não resisti, sinto muito – deu de ombros e eu tirei o garfo de suas mãos.

Peguei um pedaço e coloquei na boca. Fui até a geladeira e servi um copo com coca. Virei-me para ela mais uma vez, percebendo, pela primeira vez, o tanto que estava bonita com aquele vestido colado, aquela maquiagem, aquele perfume que eu podia sentir de longe, aquele...

– Sam! Uau, você está uma gata! – Zayn disse entrando na cozinha, segurando sua mão e fazendo com que desse uma voltinha.

– muito obrigada, mas você não é de elogios, então desembucha! – disse colocando as mãos na cintura.

– o que foi? Não posso mais dizer que a minha amiga está linda de morrer e que eu já sei que todos os caras vão dar em cima dela hoje?! – disse me olhando de soslaio algumas vezes; um sorrisinho irritante apontando em seu rosto.

– menos Zayn... – a menina disse rindo.

– eu achei que você não fosse animar de ir hoje, Sam – disse me esforçando de verdade para olhar para seu rosto e não para, hm, outras partes...

– eu também – comeu o ultimo pedacinho de bolo que restava no prato – mas cheguei à conclusão que chega de fossa, se não era pra ser, então não era pra ser... – deu uma pausa – se é que isso fez sentido... – deu de ombros.

– bom, o que importa é que você vai, o que vai fazer minha noite muito mais divertida – o moreno disse.

Deu um beijo em sua bochecha e piscou para mim antes de sair da cozinha.

– o que é que ele tem? – perguntou com uma cara confusa.

– eu... eu não sei – disse por fim e saí de lá também.

Alguns minutos depois, estávamos todos dentro dos carros (tivemos de ir em dois), indo em direção à boate.

Paramos a uns dois quarteirões de distância e não tivemos de enfrentar a fila, uma vez que Ash tinha meio que reservado nossa entrada com um amigo dela que era segurança lá.

O lugar era enorme. E estava lotado. Seguimos até o bar, que tomava toda a parede direita do salão e Harry e Zayn cumprimentaram o barman, que não demorou a conseguir bebidas para nós.

Uma música eletrônica quase explodia nossos ouvidos e as meninas não conseguiam parar quietas ao nosso lado. Convenceram, finamente, que todos fossem dançar e foi assim que paramos no meio daquele monte de gente, mexendo como nunca ao som das músicas que o dj colocava para tocar (uma melhor que a outra).

Tivemos certa dificuldade, algum tempo depois, para conseguir sair vivos daquela multidão.

Fomos até o bar mais uma vez, rindo de Louis, que imitava uma garota que estava “dançando” perto de nós.

Pedimos mais bebidas e bebemos como se fosse água, tamanho calor que estava lá dentro.

As meninas logo voltaram a dançar (apenas a alguns passos de nós dessa vez) enquanto Sammy continuava no bar, conversando com um cara de três metros de altura e braços largos que estva dando em cima dela. Aliás, nunca tinha feito tão bom uso dessa frase, uma vez que ele estava realmente em cima dela, encurralando-a no bar com seus braços enormes. E isso não era meu ciúme misturando com álcool.

Por fim, Harry chegou lá (finalmente lembrando seus deveres como irmão mais velho) e conseguiu tirar Sammy das garras do Hulk, fingindo ser seu namorado.

Foi com ela até onde as meninas dançavam e ficou lá, com as mãos em sai cintura, até que o cara sumisse de vista. Sam agradeceu com um beijinho em sua bochecha e ele voltou para o bar.

Uma nova música começou a tocar logo depois e as garotas começaram a dançar como nunca, principalmente Samantha, que mexia o corpo como se já soubesse de cor a música.

Já não conseguia prestar atenção no que os garotos falavam em volta de mim, nem o porquê de estarem rindo quando Sammy começou a mexer o quadril de um lado para o outro, descendo o corpo devagar, quase chegando até o chão.

Afundou a mão nos cabelos enquanto voltava o caminho que tinha percorrido, ainda rebolando. Continuou mexendo no cabelo enquanto fazia movimentos sexys que nunca imaginei ver Samantha Styles fazendo e foi quando não aguentei mais.

Passei apertado entre Harry e Zayn que estavam na minha frente e caminhei diretamente até Samantha.

Passei o braço por sua cintura, ao mesmo tempo que a virava para mim puxei seu rosto em minha direção, juntando sua boca na minha o mais rápido que consegui.

Afundei minha mão em seus cabelos e senti as suas subindo por meu peito, até chegar no meu pescoço. Senti que aprofundávamos o beijo e ela me puxava pela gola da camisa, enquanto eu a puxava pela cintura, fazendo com que ficasse na ponta dos pés (mesmo que estivesse de salto).

Senti seu lábio formar um sorriso, quebrando o beijo. Desci minha boca, beijando seu pescoço até chegar na virada que encontrava seu ombro, e fiz o caminho de volta, parando na base de seu ouvido.

– achei que você disse uma vez que não sabia dançar – disse em seu ouvido.

– e eu achei que nunca fosse conseguir sua atenção – disse de volta no meu.

Olhei-a sorrindo mais uma vez antes de beijá-la de novo. Tinha uma pequena impressão (e sabia que ela também tinha) que seis pares de olhos estavam repousados em nós, provavelmente fazendo comentários maldosos.

Continuei puxando-a de encontro ao meu corpo enquanto minhas mãos passeavam por suas costas.

Com uma de suas mãos em minha bochecha e a outra em meu cabelo, Sam também me puxava, devolvendo o beijo na mesma intensidade que recebia. Era como se quiséssemos recuperar todo o tempo que tínhamos perdido em um só beijo.

Mesmo tendo beijado ela antes, era como se eu tivesse esquecido o quanto Samantha me levava a loucura, o quanto ela me fazia ter vontade de nunca parar de beijá-la.

Eu tinha sentido falta dela, muito mais falta do que eu podia imaginar.

– vamos sair daqui – disse ao conseguir chegar em seu ouvido mais uma vez.

Concordou com a cabeça e eu peguei sua mão, puxando-a em direção à porta da boate.