Sweet Caroline escrita por Michelli T


Capítulo 20
Jessie's girl




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/189660/chapter/20

Durante o resto da semana eu e Noah não nos falamos. A nossa situação não melhorou depois do último acontecimento.

As meninas estavam marcando de fazer uma festa do pijama na casa de Mercedes. Eu estava tão distraída que só soube na sexta-feira, que era a noite em que aconteceria.

Eram 7 horas quando todo mundo já estava na casa de Mercedes. Piratas do Caribe passava na grande tela da sala. Pela primeira vez, ninguém conversava. Todas muito entretidas com Johnny Depp.

Como um homem tão bonito pode ficar tão, tão... Nojento! – disse Kurt, fazendo uma cara estranha.

O negócio do Johnny Depp é ser lindo de qualquer jeito.

– Continuo achando ele um gato – viajei, olhando para a tela.

A noite foi longa e divertida. Quinn também foi, o que fez com que nos aproximássemos mais ainda.

Era segunda-feria quando Karofsky, o vilão da minha vida, entrou no banheiro. Antes de notá-lo, eu me sentia triste. Pelo Noah e tudo o mais. O fato de gostar dele e não poder fazer nada. Quando notei Karofsky, a tristeza tornou-se medo. Ele fechou a porta bem devagar e sorriu.

– Quer alguma coisa? – Perguntei. Sempre achei Karofsky como um cachorro. Não demonstre medo e não olhe nos olhos.

Ah, e não corra.

– Quero sim.

Um pouco relutante, perguntei:

– O quê? – Minha voz saiu esganiçada. E isso fez com que o sorriso dele ficasse mais largo.

– Puck. Isso tudo é sobre o Puck. Não consigo fazer nada – Karofsky pareceu meio frustrado e baixou a cabeça, mas com um brilho no olhar, ele a ergueu e completou - mas vou me cobrar na coisa mais importante para ele.

Nossa. A coisa mais importante para o Puck? Eu? Até parece. A verdade é que ele vinha me ignorando bonito. E eu queria ser a coisa mais importante do Puck, mas a realidade era complicada. Com isso, Karofsky dava um belo tiro no escuro. Bom, eu entendo que ele ainda se importava comigo, por isso fez aquela cena no vestiário. Mas a coisa mais importante para ele no momento devia ser o futebol ou algo do tipo. Não Rachel. Nada de Rachel. Afinal, ninguém fica ignorando a existência da coisa mais importante da sua vida.

Karofsky andou na minha direção, eu recuei. Alguma coisa no seu sorriso idiota me fazia pensar que aquilo não iria acabar bem. Cheguei à parede do fundo do banheiro. Eu queria poder quebrar aquela parede e fugir. Na minha frente, Karofsky diminuía o espaço entre nós. Eu sabia que era impossível passar correndo por um cara daquele tamanho. Fechei os olhos. Imaginei Noah ali, me salvando. Era tão ruim assim? Quero dizer, ele sempre me salvou. Não podia daquela vez?

Não, não podia.

Quando a porta se abriu, quem passou por ela não foi Noah. Eu pedi silenciosamente para que fosse Sam. Mas uma olhada rápida na roupa entregou quem era o meu salvador. Jesse.

– Você não vai querer fazer isso. – Ele falou ameaçador.

Jesse é complicado. Eu gostava dele. Não como gostava de Noah, mas gostava. Ele tinha aquela aparência impecável SEMPRE. Por onde Jesse passava, deixava sempre umas garotinhas apaixonadas. Ele também cantava muito bem.

E também gostava de mim.

Para começar, eu só entrava em confusões por causa do Noah. Todas vieram depois dele. Menos uma. Não tinha como eu saber que um tarado vivia naquela antiga casa. E Noah me salvou...

A questão era que Jesse estava lá. Sempre estivera. O que eu podia fazer? Ignorar?

– Cara, você não tem nenhuma chance contra mim. Melhor sair daqui. – disse Karofsky que, a essa altura, já estava virado para Jesse.

Jesse ergueu o celular.

– Eu estou com a polícia na linha. Se eu fosse você, não tocava nela.

Karofsky olhou para mim e olhou para Jesse de novo. Sem nenhuma ameaça ele saiu do banheiro, dando um empurrão em Jesse antes de sair. Assim que a porta do banheiro se fechou, Jesse correu na minha direção.

– Você está bem?

Assenti. Eu estava bem mesmo. Tinha ficado com medo, mas Karofsky não tinha me tocado nem nada. E claro que dali em diante andaria com mais cuidado.

– Você me seguiu até aqui? – Perguntei.

Jesse mexeu no cabelo e me olhou bem antes de responder, um leve sorriso foi sumindo aos pouquinhos.

– Só queria confirmar que estava bem. Apesar de tudo, ainda me preocupo com você.

Era uma coisa que eu realmente queria ouvir. Talvez não fosse dele, mas queria. Alguém se preocupando comigo de novo. O problema do Noah não era só o orgulho, tinhas as brigas e essas coisas. Eu não queria alguém daquele jeito. Queria alguém controlado. Alguém que cuidasse de mim e que sonhasse com um futuro para a gente. E lá estava Jesse, com aquele lindo sorriso aparecendo de novo.

– Fico te devendo uma por isso.

– Quer tomar um café? – Ele perguntou.

– Eu... Eu tenho aula.

– Acredite em mim, perder uma aula não vai fazer a menor diferença. Vamos lá, assim você não me deve mais nada.

Não posso dizer que não me diverti e não me senti bem com Jesse. Era sem preocupações. E foi a primeira vez que pensei em Noah como um namorinho de adolescente. Vai embora tão rápido quanto veio. Não é assim que funciona?

Jesse me levou para a escola e se despediu com um beijo na testa. O corredor estava vazio, ainda faltava um pouco para a próxima aula. Fui até o armário e peguei as minhas coisas. Tina apareceu.

– Oi, Racheeel. – Ela disse, animada.

Tina tinha passado mal durante a primeira aula e teve que ir a enfermaria. Agora estava bem. Contei o que tinha acontecido antes e, com a testa franzida, ela disse:

– Você tem que fazer alguma coisa.

– Eu estou tão confusa! – Falei.

– Sabe o que eu penso. – Tina suspirou. – Acho que já passou da hora de você decidir quem você quer.

– Como se eu tivesse escolha. – Murmurei.

Se eu escolhesse o Noah, tinham grandes chances de ELE não me querer. Provavelmente seria o que aconteceria, já que no começo, quando eu quis ele e não Jesse, ele terminou comigo mesmo assim. A única escolha que eu tinha era o Jesse!

E, bem, digamos que não era bem um sacrifício.

(Puckerman)

No fim da aula, avistei Rachel e Jesse conversando na frente do carro dele. Eu disse para mim mesmo que tinha seguido em frente e que Rachel era só mais uma.

Então como eu podia sentir raiva de Rachel por ela estar com Jesse? Não vou mentir e dizer que não tive outra depois dela. Algumas, na verdade. Mas era muito frustrante imaginar que ela estava com outro também.

Jesse abriu a porta do carona para que Rachel entrasse, mas ela falou alguma coisa e ele fechou a porta devagar. Eles trocaram algumas palavras e então, ele deu um beijo na testa dela. Rachel sorriu e abanou. Jesse olhou para ela um pouco, depois entrou no carro.

Claro que não iria atrás de Rachel, mas vê-la recusando a carona de Jesse era uma sensação incrível! Talvez Rachel não gostasse dele, afinal.

Mas claro, aquilo não mudava nada. Nada!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sweet Caroline" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.