Sweet Caroline escrita por Michelli T


Capítulo 15
Uma nova amiga?




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Eu brincava com a minha comida no refeitório. Estava cercada dos meus amigos, mas não conversava com nenhum deles. Mesmo sem vontade de conversar, achei melhor não afastá-los. Pensava em Noah e em como era ruim ter ele tão longe. Como tinha vivido todo aquele tempo sem ele? A minha distração era tanta, que não percebi que alguém se aproximava, alguém que se eu pudesse, teria evitado.

- Rachel! – Finn me chamou.

- Hãn... Oi, Finn...

         A conversa de Tina, Kurt e Mercedes, parou automaticamente e eles ficaram me olhando, enquanto Finn se sentava ao meu lado. Eu queria dizer para eles que eu não podia fazer nada.

- Como está? – ele perguntou.

- Sobrevivendo – respondi, fui sincera.

- Acontece que o Puck não é o cara para você! – ele soltou.

         Os três bufaram impacientemente. Ambos adoravam quando eu estava com Puck, pelo menos era o que eu pensava.

- Finn, chega. Se for sobre isso que quer falar eu prefiro que vá embora.

- Não, não – ele falou rapidamente – foi sem querer. Não gosto de ficar distante de você. Passamos tanta coisa juntos e agora fingimos que não nos conhecemos mais.

- Foi porque você me traiu.

- Eu já pedi desculpas por isso! – ele se exaltou.

- O que você quer afinal? – larguei os talheres e o encarei.

- Não vou mentir dizendo que não gosto mais de você, mas... Acho que devíamos ser amigos pelo menos. O que você me diz?

         Olhei para meus amigos e, a opinião deles estava clara. A minha resposta deveria ser não, mas ao invés disso, eu assenti. Primeiro porque eu queria que Finn parasse de falar e, segundo, porque eu ia precisar de muito para preencher o buraco que Noah tinha deixado.

         Horas depois eu já tinha me arrependido da decisão. Finn me seguia com um grande sorriso no rosto o tempo todo, até que eu resolvi parar de fugir e o escutar. Mas quando o fiz, ele simplesmente parou e ficou me olhando, com o mesmo sorriso bobo no rosto.

- O que você quer, Finn?

- Eu... Não quero nada.

- Você está sendo um chato! Toda a vez que eu olho para o lado, te vejo ali, sorrindo feito um idiota. Não tem motivos para sorrir tanto, Finn! E ficar me seguindo assim, não é exatamente o que chamamos de amizade.

         Vi o sorriso dele desaparecer lentamente.

- Só quero ficar perto de você. – falou, enquanto abaixava a cabeça tristemente.

- Tudo bem sermos amigos, mas nunca mais vamos ficar juntos. Você entende? – ele não respondeu. – Sam é meu amigo, você vê ele me seguindo o tempo todo?

         Finn balançou a cabeça para os lados.

- Então o que está fazendo?

- Eu não sei! – ele fechou os olhos com força. – Fui idiota mesmo, me desculpa?

- Sabe, Finn... Quando a gente pede desculpas muitas vezes, perde o efeito.

- Pode me dar um abraço? – ele pediu. Vi seus olhos brilharem.

         Finn parecia derrotado. Como se tivesse visto o seu erro. E dali poderíamos realmente ser amigos, se ele pudesse aceitar que seríamos apenas isso. Assenti e ele veio na minha direção. Finn me apertou contra seu corpo num abraço que era tão familiar. Eu deixei que um sorriso escapasse. Não podia negar para mim mesma que, apesar de tudo, ainda sentia um carinho por Finn. Mas não era nada comparado com o amor que sentia por Noah.

- Então é assim que são as coisas com você?

         Ouvi a voz de Quinn por trás de mim. Me soltei de Finn e virei para ela. Fiquei confusa, mas ela não se explicou. Finn olhava tão confuso quanto eu, então perguntei:

- Do que está falando?

- Não se faça de louca, Berry. – ela revirou os olhos – Ontem você me disse que Finn gostava de mim e que eu deveria ficar com ele. Agora aí está você! Faz um dia que o Puck foi embora e já está atacando de novo.

         Finn me olhou boquiaberto. Eu fiz um sinal com a mão para que esperasse.

- Não. O cara que gosta de você é o Sam.

         Ao ouvir aquilo, Quinn franziu o cenho.

- É – continuei – ele é o cara que merece a chance! E eu não estou atacando o Finn.

- Desculpe. – Quinn pareceu constrangida e fez um biquinho. – Eu só... Só estou cansada de pessoas falsas.

         Quanto tempo Quinn estava sem um cara que realmente a amava? Eu tinha sentido o amor nos últimos dias e tinha a prova de como era bom, mas e ela? Achei que, o mínimo que eu podia fazer, era tentar ajudar. Fazer com que a felicidade voltasse para a vida de Quinn. Mesmo que muitos duvidassem de que ela estava infeliz, pois sua incrível aparência enganava a todos e, um dia atrás, enganava até a mim.

- Sam está no ginásio jogando basquete com uns caras. Que tal ir fazer uma surpresa? – sugeri.

         Ela me puxou pela mão, dizendo “Você vem comigo”. Dei um tchau rápido para Finn enquanto Quinn me puxava pelo pátio. Chegando à frente do ginásio, ela sorriu para mim. E foi o bastante para que eu tivesse certeza de que tudo o que Quinn precisava era de uma amiga. Alguém que não quisesse nada em troca além de sua amizade. Eu seria essa pessoa, mas Quinn nunca demonstrou prazer com a minha companhia. Não até aquele dia.

         Entrei no ginásio ao lado de Quinn, que por ser líder das Cheerios, chamava muita atenção. E não era só dentro do ginásio ou no campo de futebol, também em qualquer lugar da escola. Umas meninas lançaram um olhar de nojo ao me verem entrar em seu território.

- Acho que eu não sou bem vinda aqui. – cochichei para ela.

- O quê? – Ela me olhou e eu sinalizei com a cabeça, mostrando umas meninas que me encaravam. Quando Quinn as olhou, elas viraram. – São só novatas.

         Quinn deu de ombros.

- Eu... Eu acho que seria melhor eu esperar lá fora. Aqui tem muitos jogadores e essas coisas. É perigoso para mim.

- Está brincando? – ela cerrou os olhos.

         Mesmo estando no Clube do Coral, Quinn tinha recuperado seu reinado de popularidade na escola há muito tempo. Virei em direção das meninas de novo e Quinn fez o mesmo, mas, dessa vez, ela viu o olhar que elas nos lançavam. Ou me lançavam. Rapidamente ela caminhou até elas. Vi cada uma ficar nervosa a cada passo de Quinn em sua direção.

- Algum problema? – perguntou assim que chegou perto delas.

- Nenhum – uma delas finalmente teve coragem de responder.

- Estou vendo que água acabou. Por que vocês não vão encher antes que a Sue volte? – Quinn perguntou, mas foi autoritária. As meninas nem pensaram antes de obedecer às ordens.

         Era um mundo totalmente diferente do que eu estava acostumada. Um mundo em que Quinn comandava. Eu sabia que ela não poderia fazer o mesmo com Santana e Brittany, mas sem dúvidas as meninas novas morriam de medo de Quinn e, eu era a prova viva, de como ela poderia ser intimidadora.

 - Ali está ele. – Quinn informou.

         Olhei para onde ela apontou e vi um grupo de meninos sem camisa. Estavam sentados no meio da quadra. Eles descansavam do que deveria ter sido um demorado jogo de basquete. Sam estava bem no meio deles e todos conversavam muito animados. Pensei que não era o momento certo e que deveríamos tentar outra hora ou outro dia.

Mas para minha surpresa, Quinn fez um sinal para que eu esperasse e desfilou até o grupo de meninos. Eles pararam de conversar assim que perceberam a aproximação dela. A maioria simplesmente olhava para as pernas ou para outra região do corpo de Quinn, mas mesmo a distância, eu podia ver que Sam olhava admirado para o seu rosto.

- Posso falar com você? – Quinn olhou diretamente para Sam. Eu me esforçava para ouvir, pois estava na lateral da quadra e eles bem no meio.

         Sam murmurou alguma coisa em resposta e se levantou, mostrando seu físico impecável. Os outros caras ficaram rindo e dando soquinhos uns nos outros. Eu, por um momento, senti ciúmes da coragem de Quinn. Senti ciúmes também de como ela era linda e de como todos os caras queriam ela. Mas eu sabia que a vida de Quinn era incompleta e, eu podia não ter toda a beleza do mundo, mas tinha amor na minha vida, eu tinha amigos de verdade. E lá eu cheguei à conclusão de que já estava na hora de Quinn Fabray experimentar aquilo. 


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