Sweet Caroline escrita por Michelli T


Capítulo 14
Sem despedidas




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O sinal já havia tocado. E fazia muito tempo! Mas eu me recusava em sair do lugar que estava.

- Rachel? – uma voz curiosa me chamou.

- O quê? – perguntei, sem nem ao menos me virar para conferir quem era. Minha cabeça estava longe, muito longe.

            Sam parou na minha frente, tapando minha visão. Eu tentei empurrá-lo, mas ele estava tão decidido a ficar ali quanto eu estava de tirá-lo. Acontece que o Sam é mais forte que eu. Vendo que eu não desistia de desviar dele e continuar olhando para o caminho que se abria na minha frente, ele me segurou pelos ombros, me obrigando a ficar parada.

- O quê? – esbravejei.

- Você tem aula nesse exato momento. Acha que pode ficar aqui fora só por que ganhou as Regionais? Isso não te da muito crédito. – ele disse, como se aquilo fosse uma piada. Fechei a cara para ele.

- Cala a boca – xinguei.

- Legal, Rach – Sam pegou no meu braço e começou a me puxar para dentro da escola – vamos lá.

- Não! Não – eu me debatia, tentando soltar o braço – eu vou ficar aqui. Eu preciso ficar aqui!

            Com aquelas palavras, Sam me soltou. Ficamos nos olhando um pouco, os dois de cara feia. Massageei um pouco o lugar em que ele tinha segurado com força, Sam suspirou.

- O que quer aqui fora? – ele usou uma voz suave, como se eu fosse algum tipo de criança que precisava ser corrigida.

- Eu tenho que esperar... – falei. Esperei as palavras virem, mas não existia mais nada que eu pudesse falar para me explicar. Segundos depois, Sam percebeu que eu não falaria mais. 

            Encarei o chão por uns segundos e então, quando já ia dar o braço a torcer, um barulho de botas nos degraus me chamou a atenção.

- Noah! – gritei e me virei, sorrindo. Não podia conter a alegria que estava sentindo e tudo bem que todo mundo, principalmente ele, soubesse daquilo. Mas meu sorriso murchou assim que vi uma menina do segundo ano parada e atônica me encarando.

- Desculpe – Sam pediu por mim. Eu bufei e continuei a olhar a calçada.

Antes de seguir seu caminho, ela me lançou um olhar estranho, só faltou me chamar de louca. Eu não me importei, continuei olhando para os portões da escola e, por cima deles, até onde a minha vista alcançava. Estava esperando impacientemente até que ele virasse aquela esquina e sorrisse para mim.

- Rachel – Sam me chamou, eu preferi não responder. Achei que se eu encarasse com profundidade e vontade suficiente, faria com que ele aparecesse lá. – Rachel!

Quem sabe se eu fechar os olhos e pedir mentalmente para que ele chegue logo...

- Ele foi embora, Rachel.

             Eu ignorei Sam o máximo que pude, mas quando aquelas palavras saíram de sua boca, eu não pude simplesmente fingir que não escutei. Me virei para ele novamente.

- Você sabia que esse dia ia chegar – ele disse. Agora sua voz parecia triste. – Mas vai ficar tudo bem.

- Ele não foi embora – falei com convicção.

- Ele... Ele foi sim – Sam me olhou com compaixão.

            Balancei a cabeça, dizendo que não. Dizendo para Sam e dizendo para mim mesma. Quer dizer, como assim ele tinha ido embora? Ele era meu namorado, não era? Não iria embora sem ser despedir. Não o meu Noah.

- Você devia ter um dia normal hoje. Era isso que Puck queria.

- Eu não acredito em você. – arrisquei uma olhada para trás, mas Noah não estava virando a esquina. Tive medo de que ele nunca virasse.

- Suspeitei. Puck me disse que se isso...

- Quer que eu acredite que o Noah foi embora e falou com você, mas não falou comigo?

- Eu sei que é difícil...

- Não, Sam! Não é difícil, é horrível! Terrível! Diz que isso não passa de uma brincadeira de mau gosto, anda! Diz! – me desesperei com a ideia de que eu não o veria mais.

- Vai ficar tudo bem – ele repetiu. Quando dei por mim, estava nos braços de Sam. Ele me abraçava apertado e ali eu soube que aquilo era sério. Deixei que as lágrimas caíssem enquanto eu chorava em silêncio.

- Ele é um idiota... – murmurei.

- Não é – Sam me soltou, para me olhar nos olhos - Ele deixou uma carta, mas só vai poder ler se for forte hoje. Ordens do próprio Puck.

            Fiquei a maior parte do tempo olhando para o teto. Esperando que aquele dia acabasse. Queria que fosse só um pesadelo e eu acordasse ao lado de Noah. Seria perfeito. Também queria ver a tal carta. Esperava que ela existisse pelo menos. Olhei para Sam, que estava em pé no meio da Sala do Coral, falando algo que eu não prestava atenção. Ele sorriu. Eu cerrei os olhos.

- O que você tem? – Sr.Schuester me perguntou. Só percebi que ele falava comigo por que parou bem na frente de Sam. – Não falou muito hoje. Na verdade, não falou nada. Algum problema?

- Não... Estou bem – murmurei.

- Eu disse para vocês que não duraria muito. O Puck arranjou um jeito de largar ela. – Santana falou, orgulhosa.

- Ah, é? – Me levantei para encará-la, já que eu sentava em sua frente. - E quando você soube disso? Quando ele te deu um pé na bunda?

            Vi o rosto de Santana ficar sério diante do que eu falei - e das risadas abafadas que os outros deram em seguida. Aquele tipo de coisa não combinava comigo, mas o problema era que nem eu sabia o que tinha acontecido. Escutar Santana dizendo que ele não me queria doía muito, acima de tudo, porque aquilo poderia ser verdade. Ela levantou e então tudo pareceu passar em câmera lenta para mim. Vi Kurt gritar não e, de repente, Sam pulava as cadeiras para vir até mim. Sr. Schuester se colocou entre nós duas e Finn foi segurar ela. Sam pegou na minha cintura e, me levantando, ele me tirou dali. E eu finalmente percebi. Santana queria me bater. Ia ser uma ótima semana.

            Passei a aula toda me cuidando. Eu podia levar um soco em qualquer lugar, não fazia diferença para ela. Podia ser: no banheiro, no corredor, na sala ou no mais perigoso deles, o pátio. Lá os professores demoravam a chegar. Quando o sinal tocou, fiquei em dúvida entre correr para casa ou ficar dentro da escola e pedir carona ao Sr. Schuester. Fiquei parada no corredor da escola, vendo todos ir embora. Todos rindo e conversando. Aquela foi a vez em que mais me senti solitária, estava sem Noah. Não tive vontade de conversar com nenhum de meus amigos, mantive distância naquele dia. Estava sozinha... Quando mais precisava de companhia.

- Você vem comigo. – avisou Sam. Ele apareceu do meu lado e colocou a mão na minha cabeça. – Vai dar tudo certo.

- Eu já ouvi isso, Sam. – tirei a mão dele de mim - Mas, me explica uma coisa: como você pôde o deixar ir embora e não me avisar?

- O que eu devia fazer? Impedi-lo? Não seria muito fácil! – ele falou um pouco firme, mas quando viu minha expressão de tristeza, suspirou. – Olhe, é um dia lindo, cheio de possibilidades. Tem tantas coisas que pode fazer, mas não fará se ficar aqui remoendo isso.

            Uma grande pausa na conversa.

- Era para ser uma indireta ou algo do tipo? – ergui os ombros – Porque eu não entendi nada!

- Vamos embora. Santana pode aparecer.

- Hey! Não vai me explicar?

            Sam simplesmente sorriu e me levou até o estacionamento. Quando já estava na segurança de seu carro, me permiti relaxar um pouco. Abri toda a janela e, com os braços cruzados sobre a porta, deitei a cabeça e fiquei olhando para a rua. O vento batia fortemente nos meus cabelos. O céu estava um azul claro, que só pode ser descrito como perfeito. Me lembrava do dia em que tinha caminhado com Noah até a escola. Sam estava certo, era um dia lindo. Apesar de que eu não aproveitaria ele. Não aproveitaria muitos dias.

- Você é um péssimo amigo. – declarei. Ele se limitou a rir e então, mudou de assunto.

- Como foi o dia hoje? – ele perguntou.

- Sabia que todas as salas têm teias de aranhas? O Figgins devia contratar um faxineiro melhor. – falei. Estava um pouco desanimada e Sam pareceu notar, pois disse:

- Tem uma coisa, no bolso da minha mochila, que pode te alegrar.

            Sem nem pensar, agarrei a mochila dele. Abri o mais rápido que pude, não me importei se ia arrebentar alguma coisa. Tinha um papel, dobrado quatro vezes. Imaginei o que teria lá dentro, se seriam coisas boas ou ruins. Olhei para Sam.

- É o que estou pensando? – Ele assentiu. - Você leu?

- Tá brincando? – ele franziu a testa – Claro que não.

            Legal, pensei. Vamos descobrir se Santana estava certa.

Espero que esteja tudo bem... Eu não gosto de despedidas, essa é a verdade. Tomara que se lembre de mim algumas vezes. Eu sei que se alguém mais ler isso vai rir de mim para sempre, mas, eu vou lembrar de você todos os dias. Fique bem e desculpe qualquer coisa que eu tenha feito. Ah, cara! Eu já estou com saudades. Tem tanta coisa que eu quero falar... A gente se vê quando eu voltar, Princesa. Ah! E não sei se vou poder escrever de lá, então... É isso. Se cuide.

Você é incrível e você é forte, não deixe ninguém te convencer do contrário. Nem você mesma.

C.A Puckerman. Ou Noah.

como você quiser

- Terminou?

            Fiz que sim com a cabeça. Como eu desejava que ele não tivesse ido embora. Como eu queria que ele pelo menos tivesse se despedido de mim. Me dado um abraço ou algo do tipo.

- E então? – perguntou Sam.

- Ele é um idiota.

            Agradeci Sam pela carona e quando fechei a porta de casa, senti o peso das palavras de Noah. Me sentei ali mesmo, no chão. Refleti um pouco e vi que aquela situação estava totalmente fora do meu controle. Não havia nada que eu pudesse fazer para mudar aquilo. Lembrei dos insultos que a própria mãe fez contra ele. Depois de tudo o que fez por mim, tudo o que já tinha feito pelos outros do clube. Não era certo, ela não o conhecia de verdade. Alguém deveria informar ela disso. Pensei um pouco e vi que, esse alguém, poderia ser eu.

         Bati com determinação na porta da casa dele. Estavam demorando para me atender, mas não importava quanto tempo eu tinha de ficar ali, eu esperaria. Pouco depois, um homem atendeu a porta. Ele era alto, usava óculos. Tinha cabelos pretos e estava um pouco acima do peso. Não parecia nada com Noah.

- O quê? – ele indagou.

- Eu quero falar com a mãe do Noah – falei. Sentia a raiva brotando dentro de mim por saber que, aquele cara, era um dos grandes culpados por eu não ter o meu homem do meu lado.

- Ah, você é amiga dele? – ele estendeu a mão, mas eu continuei parada.

- Não.

- Se ele te fez algo, minhas sinceras desculpas... Eu não sou o pai dele nem nada, mas... Acho que... Acho que ele vai melhorar agora, sabe? – as palavras pareciam fugir dele.

- O que quer dizer? – perguntei friamente.

- A mãe dele o mandou para um Reformatório... Apesar de eu achar que isso é exagero... Mas quem sou eu para falar alguma coisa, não é? Não sou o pai dele afinal. Ele nunca me aceitou – ele deu um suspiro triste.

- Claro que é! Você devia fazer alguma coisa! O que aquela va...

- Quem está na porta, amor? – a mãe de Noah surgiu por trás do padrasto. – Ah, é você. O que quer aqui?

         Pensei em xingar ela, mas aquilo não resolveria nada. O tal padrasto de Noah não era tão mau assim, e para mim isso queria dizer que a mãe dele foi a autora da situação. E só me fazia ter mais raiva dela. Tive vontade de pedir para o padrasto dele ficar, mas ele abanou e saiu, achando que a nossa conversa seria particular. Adoraria ter a ajuda dele.

- E então?

- Você errou.

         Ela soltou uma gargalhada e foi fechar a porta, mas eu coloquei meu pé antes que ela conseguisse. Dessa vez, ela me olhou braba.

- Menina, eu vou...

- Você não pode me bater, a não ser que queira ser presa.

- Eu não vou te bater. Vou chamar a Polícia.

- Ele mudou. Sabe, o Noah pode fazer qualquer coisa se ele se esforçar. Ele nunca recebeu o seu apoio, ele precisava disso.  

         Ela forçava a porta, mas parou assim que viu que não adiantaria nada. Meu pé continuaria ali.

- Se ele mudou por que foi suspenso?

- Você soube o motivo?

- Uma briga no vestiário.

         Naquele momento eu achei que ele realmente deveria começar a contar as coisas para sua mãe. Se não, como ela ia entendê-lo?

- Naquele dia nós ainda éramos amigos. Ele tinha discutido com Finn no corredor, então eu fui até o treino para ver se estava tudo bem. Quando o treino acabou, ele foi até mim e conversamos um pouco. O Noah era radiante, ele sorria por tudo, brincava e tudo o mais. Ele... Ele disse que precisava falar comigo em particular... Noah ia dizer que gostava de mim. Então fomos até o vestiário, onde estaríamos sozinhos. Karofsky apareceu lá e... Disse que eu ia... Ia transar com o Noah e que, como ele também era amigo do Finn, poderia fazer o mesmo com ele. Como se não fosse o bastante, ele ameaçou o Noah. Então eles brigaram... - uma pequena pausa, ela me encarava - Na verdade, a culpa foi minha. Ele só quis me defender. Não parece algo errado, parece? Defender a pessoa que a gente gosta?

         A mãe de Noah continuou me olhando, mas não falou nada. Ela abriu a porta.

- Ele é um bom homem. Você, acima de todos, deveria saber. Bom, ele se mete em confusões, eu tenho certeza que isso nunca vai mudar... Mas agora ele age por motivos maiores, sabe?

         Ela não respondeu.

- É tão estranho falar dele... Sabendo que ele está tão longe. – Senti meus olhos se encherem de lágrimas – Faz um dia que ele foi embora e eu já estou morrendo por dentro.

         Eu nunca imaginaria aquilo. Não estava nos meus planos deixar que algumas lágrimas escapassem, muito menos o que a mãe de Noah fez. Ela me puxou e me abraçou. Foi ali que eu percebi, ela não era tão errada assim. Talvez estivesse um pouco equivocada, mas ainda era uma mãe e se preocupava com o filho. No final das contas, não tinha nada a ver com o padrasto de Noah.

- Querida...

- Traz... Traga ele de volta – murmurei.

 - Eu não posso.

- Não pode? – dei um passo para trás, me soltando de seus braços – Você o mandou para lá!

         A pequena cena de afeto durou muito pouco. Quando ela disse que não podia trazer ele de volta, foi como se meu corpo repelisse o dela e eu tivesse que me afastar. As lágrimas cessaram automaticamente e eu estava braba de novo.

- Eu sei...

- Achei que quisesse o melhor para ele!

- E eu quero!

- Então o traga de volta!

- Rachel – ela subitamente ficou séria - a resposta é não.

- Eu sou muito idiota mesmo. Achei que você tivesse um coração... Achei que... Olhe só, a vida do Noah está horrível agora, e a minha também. E eu espero que saiba que a única culpada é você.

         Aquela noite foi uma das piores. Demorei em pegar no sono. Algumas vezes deixava o choro me dominar e outras eu tentava segurá-lo. Até que finalmente adormeci. Acordei atrasada, mas não me importei. Meus pais estranharam aquilo, mas eu não estava com vontade de falar com eles. Nem com ninguém.

         Olhando para o espelho, vi o estrago da noite passada. Bom, eu sabia que seria difícil quando ele fosse embora e mesmo assim quis me arriscar. Teria de ser forte. Mas era exatamente o que eu não estava fazendo. Peguei a carta do Noah e li de novo. Dessa vez prestei mais atenção no que ele queria dizer. O último trecho me chamou a atenção “Você é incrível e você é forte, não deixe ninguém te convencer do contrário. Nem você mesma.” E lá estava eu, sendo fraca outra vez.

         Eu era incrível e eu era forte. Pelo menos de acordo com o Noah. As palavras dele me encheram de coragem e, sem ao menos perceber, eu já estava passando a minha maquiagem e escolhendo uma roupa para ir à escola. Mandei uma mensagem para o Sam, mas ele já estava lá. Achei que teria de ir caminhando, mas em cinco minutos ouvi ele buzinando na frente da minha casa. Me despedi dos meus pais com um sorriso no rosto.

- Oi, Sam! – disse animada.

- Oi... – ele falou, um pouco desconfiado.

- Vamos? – o olhei sorridente.

- O que você está fazendo? – ele perguntou assim que eu coloquei o sinto de segurança.

- Como assim?

- Está sorrindo como se nada tivesse acontecido... – ele me olhava preocupado.

- Tenho de seguir em frente – disse. Dei uma última ajeitada no cabelo.

- É, mas...

- Tenho que ser feliz e ser forte – o interrompi - com ou sem Noah, eu sou incrível.

- Rachel, por que está agindo assim?

- Foi o que Noah escreveu.

- Posso ver? – ele perguntou. Pensei um pouco, mas assenti.

- Pode. – falei e tirei a carta da mochila.  

         Uns segundo em silêncio analisando a carta, e Sam finalmente levantou a cabeça e voltou a falar.

- Rach, eu tenho certeza que ele quis dizer que você é forte e essas coisas, mas não acho que ele queira que você aja como se ele não existisse mais.

         Sam estava perdendo aula, então quando chegamos à escola ele correu para sua sala. Eu caminhei lentamente pelo corredor. Perder mais uma aula não faria diferença. Pelo menos não naquele dia. O corredor estava quase vazio, apenas uma menina loira com o uniforme das Cheerios mexia em seu armário. Quinn.

- Rachel – ela chamou quando passei por ela.

- O quê? – perguntei.

- Eu sinto muito – ela fechou o armário e andou até mim. – Sinto muito pelo Puck ter te deixado. Mas os homens são assim mesmo.

- Ele... Ele não me deixou, Quinn.

- Não? – foi a vez de ela cerrar os olhos – É o que Santana anda dizendo para todo mundo.

- Ele teve que ir, mas me deixou uma carta. 

- Hum – ela deu de ombros - Eu já fui o alvo das brincadeiras de Santana, não se preocupe. Isso quer dizer que você está ganhando.

- Por que está sendo legal comigo agora?

- Que bom que encontrou alguém que gosta mesmo de você – disse ela, ignorando o que eu perguntei. - Isso é difícil, ainda mais aqui.

- Você não tem do que reclamar – deixei escapar.

- Do que está falando? – Quinn pareceu confusa.

- Quinn... Tem um cara que você dispensou que é apaixonado por você. Faria qualquer coisa por você. Ele só precisa de uma chance.

- Não que me importe, mas... Você está falando do...? – ela não terminou, mas eu entendi.

- Dele mesmo.

- Mas... Mas eu achei que ele gostava de você...

- Não! Está brincando? Quando conversamos, ele só fala de você. Ele te acha perfeita.

- Eu não sou perfeita – murmurou.

         Olhei bem para Quinn. Era difícil acreditar naquela afirmação. Ela era de longe a menina mais bonita daquela escola.

- Aos olhos dele você é.

         O sinal tocou, interrompendo a nossa conversa.

- Obrigado pelos conselhos – ela disse antes de sair desfilando pelos corredores e atraindo a atenção dos meninos onde passava.

         Os alunos invadiram o corredor, vindo de todos os lados. Fiquei um pouco perdida, até lembrar qual seria a próxima aula. Quinn sumiu no meio da multidão e eu segui meu caminho. Não tinha motivos para ficar, já que sabia que não tinha nenhuma chance de Noah aparecer por ali. 


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