Meu Bê escrita por ARTEMIZ


Capítulo 7
O telefonema


Notas iniciais do capítulo

I really hope you like it, thx



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Minha mãe me deitou no sofá na frente da TV, me cobriu com 2 cobertas e colocou um termômetro debaixo do meu braço. Ela correu para dentro do quarto e voltou com um travesseiro e eu fiquei ali quietinha. Minha cabeça doía muito e eu estava um pouco fraca. Mamãe me olhava preocupada e segurava minha mão esperando o termômetro apitar. Quando apitou ela tirou rápido e olhou. Depois fez uma cara de mais preocupada ainda.

- Você não vai para aula hoje. – ela disse.

- Por que não? – perguntei e tentei levantar do sofá, mas ela não deixou.

- Está com muita febre, é melhor ficar em casa e descansar. Vou chamar a sua tia para cuidar de você, tenho que ir trabalhar. Não demoro para voltar, tá bom?

Concordei com a cabeça, mamãe me deu um beijo na testa e saiu para ligar para a titia. E depois saiu para trabalhar. Cinco minutos depois titia chegou à minha casa com uma bandeja na mão, e o que estava dentro parecia um bolo, ou uma torta, não vi bem. Levantei-me de vagar pois estava muito fraca e dei um abraço nela. O nome dela era Rosana, parecido com o nome da minha mãe. Elas eram gêmeas idênticas. As duas eram super lindas! Ela sorriu ao receber o abraço.

- Tudo bem com você menininha? – ela perguntou me abraçando forte.

- Eu to com febre. – eu disse.

- É eu to sentindo. Você está pegando fogo como se fosse feita de lava! – ela brincou.

Eu ri e a abracei de novo. E então ela me pegou no colo e me colocou no sofá de novo.

- É bom você descansar pequena, se não, não vai melhorar rápido. – ela disse.

- Eu queria ver o Bê hoje. – escapou da minha boca.

- Quem é Bê?

- Um amigo meu. Meu melhor amigo fora a Amanda. – eu disse.

Ela sorriu e disse “Ah, sim. Amigo... Imagino.” E riu de mim. Sorri escondendo o rosto e ela me fez cócegas.

- Não, ela não vai para aula... Ela está doente. Queimando de febre... Tudo bem vou levar um atestado... Aham, tudo bem. Tchau obrigada. – ouvi o barulho do telefone batendo no gancho.

Rosana voltou para a sala com dois pratos com pedaços bem grandes de bolo e deu um para mim que ataquei o mais rápido que pude. Estava muito bom, era bolo de chocolate.

- A escola ligou, vamos ter que ir ali ao médico pegar um atestado para você, tudo bem? – ela disse.

- Uhum. – eu disse enrolada cheia de bolo na boca.

Ela riu e limpou os cantos da minha boca com o guardanapo que estava na mesa de centro da sala.

- Me fale mais sobre esse tal de Bê. – ela perguntou de repente.

Senti meu rosto esquentar mais do que já estava quente.

- Ele estuda comigo, o Bernardo. Mas faz pouco tempo que a gente é amigo. – eu disse.

- Hm. E ele é bonitinho? – ela perguntou com a voz um pouco mais baixa.

- Tia!

- O que foi? – ela riu. – Dá para ver estampado nesse teu rostinho lindo que seu coração bate mais forte por ele, Mari.

- Dá?

- Aham. Então, ele é bonito? Como ele é?

- Ele é lindo! É um pouco mais alto que eu e tem olhos pretos. E cabelo também. – eu disse sorrindo.

- Oooh! Minha pequena Mari está apaixonada! – ela disse zombando de mim.

- Não to não! – eu disse rindo.

- Sua mãe sabe disso?

- Não contei ainda. Tenho vergonha. – eu disse me encolhendo.

Ficamos ali conversando e comendo bolo por um tempo e depois titia me deu banho e colocou uma roupa quente em mim e então fomos ao médico. Eu gostava do cheiro dos hospitais, era bom e confortável, mas às vezes era triste.

O médico que nos atendeu era bonito, tinha olhos verdes e um pouco de barba no rosto e o cabelo bem ajeitadinho. Enquanto ele colocava uma coisa gelada no meu peito ele e titia conversavam sobre coisas e riam, mas eu não prestava atenção. Ele mandou eu colocar a língua para fora e dizer “aaah” para poder ver minha garganta e depois mediu minha febre de novo, mas com uma coisa diferente do que a mamãe usou. Era uma coisa vermelhinha por dentro e ele colocou na minha boca. Fiquei esperando enquanto o médico conversava e depois ele tirou da minha boca e fez uma cara de surpresa.

- Nossa, você está fervendo, hein?! – ele disse para mim.

- Como se eu fosse lava. – eu disse.

Ele riu.

- É sim, como se fosse lava. – ele disse.

Eu estava um pouco triste por não ter visto nem Bernardo nem Amanda, mas o médico ia receitar algo para eu ficar boa logo. Era isso que eles faziam, mandavam a gente tomar remédios ruins para ficar boa, e mesmo depois de boa eles mandavam a gente continuar tomando até acabar. Nunca entendi isso.

O médico assinou um papel e eu fiquei olhando ele conversar um tempo com Rosana. Era estranho o jeito que eles se olhavam. Diferente. Então eles deram tchau.

- Vamos? – disse titia para mim.

- Vamos. – eu disse.

Enquanto voltávamos para casa paramos para tomar sorvete porque eu implorei, titia não queria deixar porque eu estava doente, mas eu insisti tanto que ela deixou.

- Você acha que o Bê gosta de você? – ela perguntou.

- Não sei. Como eu faço pra saber disso? – perguntei.

- Bom... – ela pensou. – Pela maneira que ele te olha, e te trata.

- E como ele deve me olhar se ele gosta de mim?

- Ah, de um jeito diferente do que as pessoas se olham normalmente.

- Tipo como o médico olhava para você? – eu disse e ela se espantou.

- Da onde você tirou isso menina? – ela perguntou rindo.

- Eu vi o jeito que ele olhava para você, e parecia diferente.

- Você acha? – ela sorriu.

- Aham.

Ela ficou um tempo em silêncio pensando e eu fiquei olhando para ela sem entender.

- Toma esse sorvete logo, temos que ir para casa. – ela disse com a voz doce.

Apurei e logo fomos para casa. Depois que chegamos lá não demorou muito mamãe também chegou. Ela veio para cima de mim cheia de perguntas se eu estava melhor, se estava me sentindo bem, e tudo mais. Ela parecia muito preocupada. Depois de algum tempinho o telefone tocou e ela correu atender.

- Alô?... É sim, com quem deseja falar?... Ah sim, espera só um pouco. MARI! – ela gritou.

Corri até ela.

- Oi? – eu disse.

- É a Amanda. Ela quer falar com você.

Fiquei feliz e peguei o telefone rápido.

- Oi! – eu disse.

- Oi Mari, você tá bem? – perguntou.

- Aham e você? – perguntei.

- Eu também. Passou a febre?

- Não sei, mas acho que já passa. Fui no médico e ele me deu um remédio.

- É ruim?

- Não tanto quanto os outros, esse tem gostinho de morango.

- Espera Mari, tem alguém aqui querendo falar com você. – disse ela e então passou o telefone para alguém.

- Oi Mari. – disse uma voz suave que me fez borbulhar de felicidade.

- OI BÊ. – eu disse empolgada demais.

- Você tá melhor?

- To sim.

- Ah, que bom. Eu vou embora tá? Amanhã você vai para a escola?

- Vou. Tá bom, tchau Bê.

- Tchau.

Ele desligou.

Fiquei sorrindo boba. Ele ligou para mim! Eu estava quase explodindo de felicidade. A conversa foi curta, mas significou muito para mim. Ele se importava comigo.

Minha tia me olhava do corredor e sorria para mim.

- Eu acho que ele gosta de você. – ela disse.

Corri e abracei ela. Tomara que isso seja verdade.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo pode demorar um pouco, porque vai ser o penúltimo. Isso mesmo... tá acabando a história. Mas vai ter continuação, como eu já disse. Espero que vocês gostem, eu to muito empolgada com essa história. Beijos!



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