Sejamos Realistas! escrita por Alice Moor Schiller


Capítulo 4
Início da Noite do Fim


Notas iniciais do capítulo

O foco dessa história não está no Yaoi, que fique claro. É provável que esse casal nem venha a aparecer novamente, a menos que vocês peçam, claro.
As parte em negrito são trechos da música It Ends Tonight, de The All American Rejects. Que tal ouvir a música enquanto ler ;3



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"Pelo menos eu caio sozinho"


Domingo devia ser dia de tédio e sono. Mas o garoto de um metro e setenta, cabelos negros e músculos não muito definidos não deixara a melhor amiga passar mais um dia trancada em casa. Ela precisava esquecer quem a magoara e viver. Porque a vida não se resume a um coração despedaçado, meus caros. É preciso saber colar os pedaços a sangue e uma força de vontade tirada sei lá de onde. É preciso erguer a cabeça e continuar andando, como se nunca tivesse tombado de cara no chão. E o médico especial da Jenny sabia bem disso. Matheus entendia também da vida e de amores, não só da medicina do consultório. Já tinha passado por muitas aventuras para um rapaz de 27 anos, é bem verdade... Mas isso não vem ao caso!

"Eu não posso explicar o que você não pode explicar"

Jenny já se arrastava pelas ruas da cidade, mas simplesmente paralizou ao ver Erik. Devo dizer que ela paralizaria se só tivesse o visto ocasionalmente na rua. Mas esse era um caso especial. Ali estava ela, se achando a pior garota do universo, quando pode ver a razão de ter sido deixada de repente e sem explicação alguma. Erik não deixava de ser um grande babaca por não ter contado para ela antes de sumir. Mas, entenda bem, talvez tivesse sido difícil para ele também, agora Jenny podia ver... Era sútil, mas a ruiva entendeu exatamente o que queria dizer. 

"Você achou coisas que você não sabia"

Erik, o loiro mais cobiçado de todo o bairro, estava no Café com um outro rapaz. Os dois sorriam e se entreolhavam, as mãos levemente encostadas. Por um momento os olhos verdes da garota se encontraram com o olhar do loiro. Ambos meio assustados, sem reação. A principio Matheus não entendeu porque a melhor amiga estava parada no meio da calçada, ao invés de ir sentar numa das mesas embaixo do toldo - era umSidewalk Café. Então seguiu o olhar congelado dela, notava que a presença do loiro gerava desconforto, mas não compreendeu o que acontecia de fato. 

A ruiva puxou o amigo pelo braço, virando-se para sair. Mas ouviu uma doce voz masculina chamá-la. Abaixou o rosto e suspirou fundo por um momento, ponderando se deveria olhar ou apenas ignorar. Matheus sutilmente passou a segurar a mão dela, ao invés de se deixar segurar pelo braço, apertando de leve a palma macia da garota, como se desse força para que ela não olhasse para trás. Mas foi justamente o que ela fez. Porque pior do que o fim de um relacionamento, é um fim sem adeus.

"Eu olho pra você com tanto desprezo"

Jenny aproximou-se da mesa de onde o loiro a chamara .Sem pudor, direcionou por um instante os expressivos olhos verdes para o rapaz que acompanhava Erik.

"As paredes começam a respirar"

- Por isso que meu telefone não tocou mais? Por isso que você brigou comigo por um motivo tão idiota como o volume do rádio, e tentou fazer isso parecer razão para você ir embora? Por isso você me fez passar esses dias me sentindo um lixo? - Ela fazia uma pergunta em cima da outra, sem dar tempo para resposta, mas mantendo um tom de voz razoável, para não acabar fazendo escândalo no Café perto da casa de Matheus - que, por sua vez, continuava sem entender a situação.

 - Eu achei que seria pior se você soubesse da verade... 

"Minha mente se desembaraça"

- Pois eu prefiro a verdade. Eu me sentiria melhor sabendo que o problema não sou eu, sabia? Você nem se despediu de mim. Sódesapareceu depois de uma discussão boba. Nem disse o clichê patético "o problema não é você, sou eu". Ou será que eu sou tão ruim que... Ah, meu Deus! - As lágrimas enchiam os olhos dela, que olhava meio para cima, tentando segurar o choro. 

"Talvez seja melhor você me deixar sozinho"

- Não é nada disso, Jenny. Você é uma garota incrível. E tem razão, eu fui o problema.Desculpe não ter me despedido de um jeito melhor... Você vai encontrar alguém que vai te amar, linda. - Disse, piscando um dos olhos azuis. O outro rapaz o olhou com o que eu chamaria de ciúmes. - Ah, Jenny, esse é o meu amigo Henrique. Henry, essa é a minha amiga Jenny. - A essa altura, todos já estavam de pé, e cumprimentavam-se. - E esse é Matheus. 

"Um peso é levantado" 


- É um prazer conhecê-los. - Foi tudo o que Henrique disse, um pouco sem graça. 

"Nesta noite eu dou o último golpe"


Henrique era um moreno de um metro e meio, mas com uma beleza indescritível. Parecia fofo e meigo, mas também era possível ter medo do que seria capaz ao ficar furioso. Ele tinha uma autoridade no olhar - bem como o ciumes, do qual eu já falei.

"Quando a escuridão se tornar luz"

- Sim, prazer em conhecê-lo. Mas já estavamos de saída, se nos dá licença... - Matheus, mesmo quando dizia uma frase meio rude, conseguia ser doce.  

"Isso terá fim hoje à noite"

Já do outro lado da rua, caminhando quase sem rumo, ele finalmente perguntava à amiga o que tinha sido tudo aquilo.

- Deixa de ser lezado, Mat! Ora, sejamos realistas, Erik é G-A-Y.

"É muito tarde para lutar"


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Notas finais do capítulo

Mande seu review, pliss =3