Sejamos Realistas! escrita por Alice Moor Schiller


Capítulo 3
Banho de Domingo


Notas iniciais do capítulo

As partes em negrito são trechos traduzidos da música Best Friend, de Kiroro. Que tal ouvir a música enquanto ler? ;P



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Devia ter pego no sono em algum momento daquela tarde de domingo em frente à TV. Acordou com o toque da campanhia. Ainda havia o ruído da TV, passava o jornal das seis. Levantou, esforçando-se para despertar. Devia estar despenteada e com olhos grudados, mas sabia quem era pelo jeito de tocar a campanhia, apertando o botão por três vezes levemente prolongadas. Não devia se preocupar com a aparência para uma visita do Matheus. Sabia que ele era insistente e não ia desistir tão fácil de tirá-la daquele apartamento. Abriu a porta com uma expressão tédio. 

"Já está tudo bem, não há com que se preocupar"

- Não vou sair. - E foi encostando a porta de novo. 

Contudo ele era claramente mais forte que ela. Não tinha músculos exagerados, mas tinha braços fortes, levemente desenhados (o abdomên era também assim). Empurrou a porta de volta, sorrindo, e entrou no apartamento. 

- Vai, sim, mocinha! - A olhava com olhos de pai e um sorriso brincalhão no rosto. Encarou-a assim por um tempo até voltar a falar. - Já foi se arrumar ou vou ter que arrancar suas roupas e te jogar no chuveiro?

"eu quase chorando, ele ao meu lado"

Jenny abriu um sorriso provocativo em seus lábios de maçã e levantou os braços, como se esperasse que ele a despisse. Ele sorriu torto, formando pequenas covinhas em suas bochechas. Então andou calmamente até a ruiva e começou a fazer-lhe cócegas embaixo dos braços. Ela ria como criança, tentando ao mesmo tempo respirar e pedir que ele parasse. Moveu-se de tal forma que acabou deitando no tapete coral da sala. O garoto acompanhou-a, ajoelhando-se ao lado dela, ainda fazendo cócegas - agora no pescoço. 

"me apoiando, com seu sorriso de sempre"

- Para, por favor! Para! Para! - Ela resmungava.

- Bobinha! - Ele exclamou, parando de "torturá-la". Os olhos cor-de-mel dele encontraram admirados os olhos verdes dela. - Seus olhos ficam mais bonitos quando você sorri, sabia? - Quem olhasse de fora, poderia dizer que ele acabava de se apaixonar pela melhor amiga.

- Seu idiota! - Ela puxou uma almofada do sofá e arremessou nele - Isso é um problema. As pessoas só me acham bonita e exótica. E eu me apaixono por elas. - O tom de voz de Jenny era quase melancólico. 

"Você ainda, ainda pode muito, viu, porque em todo momento você está brilhando"

Ele sorriu carinhosamente e a ajudou a sentar no tapete. Então a abraçou, acariciando os cachos avermelhados que iam até os ombros da garota. 

- Não pense assim. O Erik era um idiota. Você vai encontrar alguém. Mas seu príncipe não vai cair do teto direto na sua cama. Então vai tomar um banho para ir tomar um café com o seu melhor amigo, que ele está sentindo sua falta. Sair de casa é o primeiro passo para conhecer alguém, sabia? Receita de médico!

"Eu estarei sempre olhando por você"

Ela desencostou o rosto da camisa azul marinho do garoto de um metro e setenta para olhar para o rosto dele. Tinham os labios tão próximos naquele abraço que podiam ter se beijado sem muito esforço ali. Entendiam-se tanto que não precisou de palavra alguma para que ele soubesse o que aquele olhar queria dizer. Levantou e ajudou-a a levantar. Ela foi até o pequeno banheiro, que ficava dentro do quarto. Matheus foi até o quarto e separou uma blusa vermelha de cetim e um short jeans preto para ela vestir. Separou também uma calcinha branca de bolinhas azuis - que pegara aleatoriamente na gaveta de calcinhas - e um sutiã da mesma cor da blusa.

"disse com um sorriso, me abraçando como sempre"

- Obrigada, Mat. - Ela agradeceu, ao sair do banheiro - enrolada na toalha - e notar que ele tinha separado uma roupa para ela usar.

Vestiu a calcinha sem tirar a toalha. Depois deixou que o pano branco que cobria seu corpo caísse sobre o piso de madeira do quarto, sem pudor. Era algo comum para os dois, desde que dividaram um quarto e sala no tempo da faculdade. Ela desistiu do curso de medicina do quinto semestre, decidindo por cursar letras. Atualmente estava no terceiro semestre de letras. Mas naquele Agosto os professores haviam entrado em greve por aumento de salário, então ela não estava tendo aulas. Só tinha o trabalho de meio turno no escritório de uma advogada, Jaqueline Pereira. 

"No seu sorriso, tantas vezes me consolei"

Logo ela calçou uma rasteirinha e estava pronta para por os pés fora daquele apartamento pequeno e abafado, do qual não saia há seis dias. 

"Obrigado, obrigado, meu melhor amigo"


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Notas finais do capítulo

Mande seu review, pliss =3