Talking To The Moon escrita por Pincharm


Capítulo 29
Capítulo vinte e oito




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Bato na porta com força, impaciente, torcendo para que ela abra e me deixe ao menos falar. Agi como um estúpido, e sei que mereço um tapa na cara. Vou entender se ela fizer isso.

- O que você quer, Edward? Já não mandei me deixar em paz? Achei que já tinha feito isso... – Ela diz assim que abre a porta, com os braços cruzados, o rosto sério, e a perna aberta, apoiando-a. Talvez ela estivesse sentindo uma fraqueza nas pernas, como eu. Minhas pernas tremiam toda vez que eu batia ali... eu adoraria saber que as delas tremiam toda vez que ela me via.

- Eu sei que o filho é meu. Me desculpe por ter demonstrado o contrário. Bella... Isabella, eu estou confuso, nervoso, triste, magoado, arrebentado, e eu nem sei como meu coração continua a bater, porque as vezes, sinceramente, eu o sinto perder batidas... principalmente quando o assunto é você. E agora... Só por favor, vamos conversar sobre essa criança, ok?

Ela me olha ainda séria, mas o que falei amoleceu seu coração. Ela abre caminho e me deixa passar.

- Conversaremos então. Se você me deixar falar, é claro.

- Eu vou.

Ela se senta ao meu lado, percebo então seu rosto pálido.

- Você está bem?

- Um pouco enjoada... Pra falar a verdade é esse perfume que você está usando.

- Não é meu... Quero dizer, eu não compro perfumes desde quando você foi embora, esse eu peguei emprestado do Jasper. Na verdade, eu não pedi, então foi meio que um roubo... – Digo rindo, mas ela continua séria. Depois se afasta e rapidamente caminha em direção ao banheiro. Vou atrás, afinal, era o nosso filho que estava dando aqueles sintomas.

Ela vomitou um pouco, enquanto eu segurava seu cabelo.

- Saia daqui, me espere na sala. – Ela disse, mas eu não me movi. Quando ela acabou, a ajudei a se levantar e a assisti escovando os dentes. Confesso que via o brilho dos meus olhos no reflexo do espelho, e mesmo querendo demonstrar indiferença, o meu sentimento por ela transbordava só de a ver com uma escova de dentes nas mãos. Me lembrava o tempo em que morávamos juntos...

- Estou melhor. – Ela disse me tirando do transe e eu sorri sem graça. Voltamos para a sala e ela voltou a se sentar ao meu lado. Agradeci mentalmente por isso.

- Eca. Esse perfume... Sabe, não vai rolar. Que cheiro insuportável.

- Quer que eu tire?

- Como?

- Se me dá licença... – Sem pensar duas vezes puxei a camisa para cima e a joguei no outro sofá, bem longe de nós dois. – O cheiro só esta na camisa... Me desculpe por isso. Se estiver te constrangendo...

- Não. Tudo bem. É melhor o seu cheiro natural do que aquele...

Seus olhos passearam pelo meu abdômen e fiquei um pouco envergonhado. Mas de certa forma, eu já estava acostumado com aqueles olhares. E Deus, ela ainda gosta do cheiro do meu corpo!

- Esses enjoos acontecem... muito? – Pergunto, querendo participar totalmente da gravidez.

- Todos os dias... Toda hora... Em todo lugar... – Ela dá uma risada linda. – Mas minha mãe me disse que é só nos primeiros meses... Graças a Deus!

- Que bom. E... você está com dois meses, certo?

- Yeah... Acertou.

Ficamos em silêncio. Tentei buscar mais um assunto relacionado a gravidez, mas ela me tirou de meus pensamentos.

- Quero que saiba que eu não planejei isso. E que eu vou cuidar de tudo sozinha. Não sei como você se deu conta de que esse filho é seu, mas... você não precisa registrá-lo, se não quiser. Você não precisa fazer nada. Tudo o que esse bebê precisar, pode deixar comigo. Eu vou cuido dele sozinha.

- Que absurdo, Isabella!

- Absurdo? Edward, absurdo foi você vir aqui e me acusar de estar lhe dando o golpe da barriga!

- Eu não te acusei de nada... Eu só... Queria ter certeza.

- Porque eu transo com todo mundo, certo?

- Não... Eu só... Fui um idiota eu duvidar, me desculpe. Eu sei que esse filho é meu, e eu quero cria-lo.

- O que? Você vai tentar tirar esse bebê de mim? Como ousa?

- Porque você não me deixa falar?

- Porque você também não me deixa. Até hoje você não sabe o motivo de eu ter ido embora, por quê?

- Nós vamos conversar sobre isso no tempo certo, ok? Eu não sei se estou preparado para ouvir ainda.

- Porque tudo tem que ser como você quer? Porque eu tenho que esperar o seu tempo para esclarecer as coisas?

- Porque você me deixou, Isabella, e não o contrário. Você me magoou, me afundou, então, por favor, não se faça de vítima, ok? Se estou chateado com você hoje, a culpa é sua. Mas o foco da conversa hoje não é esse.

 Ela respirou fundo e assentiu.

- Ok. Você está certo. Mas quando quiser conversar sobre isso me avise.

- Você será a primeira a saber, eu prometo.

Silêncio novamente. Fiquei constrangido e com muito frio. Ela se levantou e voltou com um edredom cor de rosa.

- Tome. Acho que você não vai gostar das camisas cor de rosa e lilás do Thomas, então... A menos que queria alguma roupa minha ou da Jamie, essa é a sua única opção.

Aceito o edredom, pois estava prestes a congelar.

- Obrigado.

- Sei que você odeia sentir frio... Me desculpe por... te fazer tirar a roupa.

Nunca pensei que fosse ouvir Isabella dizendo uma coisa dessas. Fico envergonhado e ela percebe.

- Então... Vamos voltar de onde paramos. O bebe. – Ela diz e eu aceito.

- Eu tenho uma proposta para você.

- Você não vai me pedir pra tirar esse bebê, certo? Porque eu mato você antes.

- Não seja absurda, mulher. Só escute, Isabella. Por favor.

- Ok.

Respiro fundo e conto a ideia que tive enquanto dirigia.

- Eu pensei enquanto dirigia pra cá, e acredito que o melhor é que esse bebê cresça num lar de verdade.

- Hm... Esse será o lar dele, pelo menos no começo. E é de verdade!

- Não é, e você sabe disso. Ele precisa de um pai.

Ela ficou parada, quieta, pela primeira vez naquele dia, e esperou que eu continuasse.

- Você devia voltar para o nosso apartamento. Nós compramos juntos, eu o reformei recentemente, está mais espaçoso, novinho em folha. E lá vocês terão toda a assistência que eu puder lhes dar.

- Você quer que eu volte para Seattle... com você?

- Yeah... Quero dizer, eu não pretendo sair de lá, e eu gostaria muito de ser pai integral desta criança. Quero cuidar dela... de você... de sua gravidez, de todos os sintomas, quero segurar seu cabelo quando você vomitar.

- Que romântico! – Ela diz rindo e eu dou risada também.

- Nós não precisamos voltar a ser um casal... você sabe... como antes. Mas eu quero muito que você volte a morar comigo. Pelo menos, vamos nos esforçar a ser amigos?

- Amigos? – Ela diz decepcionada e eu não posso fingir o contrário, pois, também estou.

- Eu não sei... Estou confuso com tudo isso. Há pouco mais de dois meses eu nem sequer sabia se você continuava viva, e agora nós vamos ter um filho! Eu só... Eu não superei o que aconteceu, eu ainda estou chateado, e eu não posso agir como antes, pelo menos não agora. Mas o que importa aqui é o bebê. Só vamos tentar fazer a coisa certa... por ele, ok?

- Eu não sei, Edward. Eu não preciso de esmola.

- Não é esmola, Isabella. Aquele apartamento é seu também. E esse filho é meu...

Paro de falar quando percebo lágrimas em seus olhos. Por um momento ela tenta segurá-las, mas não consegue. Ela começa a chorar, lágrimas grossas escorrendo pelo seu rosto, e então eu a abraço, mesmo tentando manter distância. Torço para que ela não perceba meu coração acelerado.

- O que foi?

- Nada.

- Você está se sentindo mal?

- Sim.

- Quer ir ao hospital? Eu a levo.

- Não. Médico nenhum vai fazer isso passar.

- Fazer o que passar?

Ela olha pra mim e suspira.

- Se você não esta pronto para o assunto, não sou eu quem vai forçá-lo a ouvir essa resposta.

Eu sei que estou chateando ela, e não devia estar fazendo isso, quanto mais com ela grávida.

- Bella... – a seguro pela mão, quando ela se levanta, mas de nada adianta. Ela continua a caminhar, e para na frente do banheiro.

- Ok. Eu volto a morar em Seattle com você. Pelo bebê.


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Notas finais do capítulo

Olá meninas.
Peço desculpas por não ter postado ontem, como é de costume, mas estou naquela gripe que vai e volta toda hora, sabem? Hoje estou bem, amanhã não... e assim vai.
*suspira*
Espero que gostem do capítulo.
Tudo irá se resolver para os nossos amores. off espero que na minha vida também /off
Beijos e obrigada pelo carinho.



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