Talking To The Moon escrita por Pincharm


Capítulo 30
Capítulo vinte e nove




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Meu telefone celular toca, e eu vejo no visor o nome dela piscando. Ainda não tive coragem de tirar a foto de nosso beijo da agenda, então ela aparece também, fazendo meu coração acelerar ainda mais. Toda vez que Isabella liga para mim, tenho a ligeira impressão que o celular toca mais alto. Bom, eu sei que é só coisa da minha cabeça, mas eu nunca fui normal mesmo.

Atendo com a voz fraca. Isso acontece toda vez, devo dizer. Ela ainda me deixa sem fôlego. Eu ainda a amo.

- Oi, Isabella. – Amo o nome dela, acho lindo e especial, mas sinto uma enorme vontade de chama-la de Bella, Bell, Amor... como antes. Mas por enquanto, eu não posso. E nem sei se voltarei a poder algum dia.

- Oi, Edward. Eu já estou em Forks. Sei que o combinado foi que você me pegasse em Tacoma, mas Jamie e John me trouxeram até aqui, para que eu pudesse falar com meus pais. Espero que não se irrite.

- Tudo bem... Eu estou a caminho. Está com as suas coisas prontas?

- Sim. Não se preocupe.

- E está se sentindo bem? – Preocupado sempre.

- Sim. Mas eu comprei uns saquinhos para vômitos... só por precaução.

Olho para o banco do passageiro rindo. Eu tinha feito o mesmo, e a sacola estava bem ali. Nossos pensamentos continuam sincronizados, acredito.

- Não precisava... mas tudo bem. Já chego aí.

- Ok.

Ela desliga. Sinto falta do “eu te amo” no final de todas as ligações, mas é o que posso ter no momento. Confesso que meu humor está ótimo, apesar de tudo. Vou ser pai, e isso me fez perceber que a vida vai além dos meus problemas amorosos. Tem uma vida ali, precisando de mim, que eu irei amar o resto da minha vida, e já comecei a amar desde o momento em que soube da existência. E pra completar a minha felicidade, esse bebê tem a mãe mais linda de todos os tempos, a mulher que eu amo, apesar de tudo. Sei que meu amor por ela também é infinito, embora de um jeito diferente.

Enquanto dirijo, penso que estou sendo infantil em me recusar a ouvir a explicação de Isabella. Mas como acalmar esse sentimento de tristeza que se apossa de mim toda vez que ela ameaça me contar o que houve? Tenho medo da verdade, embora tenha pedido por ela inúmeras vezes. Não quero ouvir que ela deixou de me amar por um tempo, que se apaixonou por outro alguém, mesmo que tenha sido passageiro, e que depois percebeu que estava se enganando. Talvez não seja esse o motivo, talvez não me envolva, apenas a ela, mas...

Eu sei que eu sou um covarde, e isso fica ainda mais em evidência quando chego em Forks e passo pela porta da minha casa. Não paro o carro, apenas sigo a caminho da casa dos pais de Isabella, mas sou forçado a parar quando vejo Jasper com suas roupas de ginástica correndo com vontade, mesmo que ali esteja muito frio.

- Hey campeão! – Eu o chamo e ele para sorrindo. – Quer uma carona?

- Oh... mas assim eu não fico em forma.

Damos risada e encosto o carro, para poder falar melhor com ele.

- O que faz aqui? – Ele pergunta. – Não sabia que você viria para cá... Pra falar a verdade não te esperava aqui tão cedo.

- Yeah, eu não vim para ver vocês, me desculpe.

Ele dá risada e entra no carro.

- Tudo bem. Mas estou curioso...

- Vim buscar Isabella.

Se fosse Emmet ali, teria me socado, mas Jasper me abraçou, realmente feliz.

- Ainda bem que vocês voltaram! Está tudo bem mesmo?

- Não é assim, Jasper. Infelizmente.

- E como é, então?

- Ela está grávida de mim. Por favor, me dê os parabéns.

- Oh irmão... Não sabe como fiquei feliz quando soube disso. Você sempre quis ser pai. Eu lembro de você pedindo a Isabella...

Com esse comentário, minha mente viajou até o dia em que Jasper bateu aquela foto do beijo. Nós estávamos reunidos, e o assunto do momento era que um amigo da família iria ser pai. Logo os olhares foram parar em mim e Isabella, que estávamos morando juntos a pouco tempo.

Há quase três anos atrás...

- Quando o bebê vai chegar? – Minha mãe perguntou e foi então que me dei conta do meu desejo de ser pai.

- Quando, amor? – Perguntei a Bella, que sorria envergonhada.

- Hm... Eu não sei. Mas não agora, eu acho. – Ela disse e eu beijei seu ombro.

- Porque não? Eu adoraria saber que você está grávida agora mesmo.

Ela ficou ainda mais envergonhada, pois estávamos na frente da minha família. Quando chegamos em casa, voltei ao assunto.

- Amor... o que acha de termos um filho?

- Agora? – Ela falou, alisando meu peito, desabotoando minha camisa. – Ter, ou fazer? Você sabe...

- Eu vou adorar fazê-lo agora mesmo.

A beijei, mas ela me parou um pouco depois.

- Nós vamos ter um filho sim, é claro, mas não agora.

- Por quê?

- Eu não sei se estou preparada pra isso... Nós somos muito novos ainda, amor.

Sorrio, acariciando seu rosto.

- Eu sei... Eu entendo também. Mas um dia estaremos e...

- Yeah... E quando esse dia chegar, nós deitaremos nesta cama e faremos nosso bebê.

- Ele será lindo como você. – Lhe digo entre beijos.

*

- Hey Edward... – chama Jasper, me trazendo de volta para o presente.

- Você me fez lembrar... da época feliz da minha vida.

- Me conte o que aconteceu. Bella vai voltar a morar com você, mas vocês não se resolveram ainda...?

- Eu pedi pra ela voltar pra casa, por causa do bebê. Quero estar perto dele, toda criança precisa disso.

- Yeah... Mas tem muitos pais que criam seus filhos separadamente, e eles são felizes assim. Edward... Assuma que você não está fazendo isso só por causa da criança.

Fico em silêncio. Ele está certo. Jasper sempre está.

- Posso encarar esse silêncio como resposta?

- É claro que pode... Eu posso ser verdadeiro com você, afinal. Eu... ainda a amo. Tudo o que eu desejo é ter ela de volta pra mim... Estou tão feliz que vamos ter um filho juntos, e que ela está voltando pra casa...

- Então porque não fala isso pra ela?

- Eu vou... quando eu tomar coragem para escutar o que ela tem pra me dizer.

- E onde essa coragem está se escondendo?

- Eu não sei... Só tenho medo... Eu sou uma lesma!

- Não, você não é, embora esteja agindo como uma. Lute pelo que é seu, Edward. Bella ainda é a sua noiva, eu vi o anel no dedo dela. Se ela ainda o usa, é porque te considera noivo dela, e se ela te considera assim... ela o ama, certo?

- Não me faça colocar a carroça na frente dos bois, Jasper. Eu preciso pensar.

- Você teve 1 ano inteiro...

- Não. Eu passei 1 ano inteiro pensando nela, onde ela estava, porque me deixou. Agora eu não posso simplesmente... esquecer.

- Eu entendo você. Mas ainda acho que depois de uma boa conversa, de paciência, talvez uma boa briga, vocês vão se resolver.

- Mais briga? Tudo o que nós temos feito é isso.

- Ela briga, ou você?

- Eu... na maioria das vezes. Mas... ok, não piore as coisas. Saia do carro, eu tenho que ir busca-la.

- Ok, Daddy!

Dou risada e ele me abraça.

- Boa sorte com a sua princesa. Cuide bem dela e do pequeno príncipe que está chegando.

- Acha que vai ser menino?

- Não sei, foi só um palpite. Você prefere que seja menino?

- Prefiro que tenha os olhos dela.

- Oh... que romântico!

Jasper sai do carro gargalhando e pisca pra mim.

- Obrigado por não ser como Emmet. – Eu digo acelerando o carro. Mesmo já um pouco longe, ouço ele gritar um “disponha”.

Cerca de cinco minutos depois estou na casa dos pais dela, saindo do carro, com as mãos suando, apesar do frio. Me amaldiçoei mentalmente por não ter colocado luvas, assim ela não perceberia o quanto eu estava nervoso e ansioso. Mas não adiantaria, de qualquer forma. Eu gaguejava ao falar!

- Olá. – Eu disse. – Eu cheguei! – Sem graça, eu sei.

Ela deu um sorriso simpático, se aproximou de mim e pensei que ela ia me abraçar. Esperei, mas ela não o fez. Se afastou novamente chamando os pais e seus amigos.

- Então... Você irá levar minha Bella de volta. – Disse Charlie, bem sério.

- Yeah... Precisamos dar um lar familiar para o bebê.

- Você precisar dar um lar para a minha filha...

- Pai. – Bella repreende. Que bom, pois eu estava realmente muito nervoso com a fúria de Charlie – Não se preocupe, ok? Você precisa cuidar e respeitar a minha mãe. Faça a sua parte, e eu e Edward faremos a nossa. Tudo bem?

Senti a raiva na voz dela. Talvez Charlie e Bella estejam brigados por algum motivo, e eu espero, sinceramente, não ser a causa disso.

- Eu te amo, Bella. – Charlie diz, um pouco tristonho.

- Eu sei, e eu te amo também.

Ela o abraça, mas o olha de um jeito diferente. Talvez tenha um aviso escrito naquele olhar.

Renee sai de casa com duas sacolas cor de rosa nas mãos, com lágrimas nos olhos e as entrega para mim.

- Olá Edward.

- Como vai, querida? – Pergunto educadamente enquanto seguro as sacolas.

- Estou melhor do que antes é claro. Como vê, isso é comida. Tem massa, arroz, feijão, um pouco de carne, frango, cuidado para não virar, porque eu fiz um pouco de sopa também... É só esquentar e comer. Tem porções para os dois...

- Mãe, eu disse que não precisava. Eu vou cozinhar lá.

- Eu sei, mas você precisa se alimentar direito, você não está mais sozinha neste corpo, ok?

- Ok. – Bella diz se rendendo aos cuidados da mãe.

- Eu vou cuidar para que ela se alimente bem. – Eu digo e Renee sorri.

- Estou contando com isso, querido. Mas... você tem certeza que isso vai dar certo? Vocês não estão mais juntos e... se você não gosta mais de Isabella...

- Mãe, por favor. Não vamos começar com isso de novo, ok? Estamos fazendo isso pelo nosso filho. Nós dois... vem depois.

- Vocês que sabem...

O tal do Thomas tosse de maneira bem falsa, querendo chamar atenção.

- Oh... Edward, esses são Thomas e Jamie. Meus amigos... Quero dizer, você já conhece a Jamie, certo?

- Olá. - Eu digo, e aperto suas mãos. – Conheço sim...

- Você tem que cuidar bem de Isabella, cara. – Thomas diz sério. – E por favor, se você não for capaz de deixar ela sem chorar por 1 dia, devolva-a para nós. Se for pra chorar, ela faz isso em nossa casa.

- Ok Thomas... – Bella corta, mas é interrompida por Jamie.

- Não Bella, Thomas está certo. Se não for pra viver bem e feliz, mesmo que vocês estejam fazendo isso pelo bebê, é melhor voltar. Nossa casa está de porta abertas pra você. Sempre. Mas eu acho que você não precisar dela nunca mais... – Ela diz sorrindo e sorrio também. Também não quero que Isabella saia de nossa casa novamente.

- Vamos indo, não é? – Bella diz tocando meu braço de leve. Mesmo assim, me arrepio por inteiro. – Não quero que eles me obriguem a levar um spray de pimenta ou algo assim.

Dou risada e faço que sim com a cabeça. Coloco as sacolas com comida no banco de tras do carro, torcendo pra que elas não virem no caminho. Depois volto e carrego as malas de Bella. Sinto um aperto no peito quando vejo a mesma mochila preta que ela colocou nas costas e me disse tchau há pouco mais de 1 ano atrás. Enquanto isso, Bella se despede dos amigos e da família. Eu faço o mesmo depois dela e entro no carro. Quando ela entra, o perfume dela toma conta de tudo, e me sinto como nunca mais havia me sentido. A sensação de estar voltando para casa com Isabella é algo indescritível.


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Notas finais do capítulo

Olá meninas, como estão?
Eu ainda estou me recuperando, a faculdade não para, a vida não para, o tempo não para (Cazuza Feelings) hehe.
Como ando muito atarefada, não estou tendo tempo como antes para revisar os caps. Por isso - não me matem - a partir de agora serão 2 posts por semana, ok?
Mas não se preocupem, a fic está entrando em reta final, embora ainda tenha coisas para acontecer.
Espero que entendam. Me desculpem, tá?
Beijos



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