Talking To The Moon escrita por Pincharm


Capítulo 22
Capítulo vinte e um




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Uma semana se passou desde o ocorrido, e eu vou com Emmet até Seattle, contra a minha vontade, devo lhes dizer, mas de acordo com a minha mãe, era melhor não arriscar ir sozinho novamente. Eu preciso assinar alguns papéis e oficializar meu pedido de férias na empresa, além de pegar mais roupas, já que passarei cerca de 1 mês em Forks.

A questão é que eu não quero ficar em Forks de jeito nenhum. Eu não quero ver Isabella desfilando com outro cara, e como a cidade é pequena, eu sei que eu a verei mais cedo ou mais tarde, embora Emmet tenha me dito que ela não esta mais na casa dos pais. Meus planos era ir até o Canadá, ficar por lá o mês inteiro, sozinho com meus pensamentos, mas eu entendi, finalmente, que não adiantava de nada me afundar de novo na depressão amorosa na qual me encontrava.

Quando chego em meu apartamento, recebo uma carta de Isabella e percebo meu coração batendo acelerado em meu peito, me deixando praticamente sem ar. Me lembro que Abbudah me falou daquela cara no dia em que viajei para Forks, mas eu simplesmente a ignorei. Teria ignorado se soubesse que era de Bella? Eu não sei. Mas agora, eu decido por escondê-la entre minhas cuecas, na enorme mala que levarei para Forks, porque sei que se Emmet encontra-la, irá rasgar. Naquela carta deve ter suas desculpas por ter me deixado e por não ter tido coragem de me contar que havia encontrado outro homem, melhor que eu, que ela amava mais do que amava a mim. Triste eu sei, mas eu a guardei, para um dia, quando eu precisar, ler e finalmente queimá-la.

Vou até a empresa e encontro John e Tania do mesmo jeito que os vi da última vez em que estive ali. Sentados juntos, cochichando sobre algo, e assim que me vêm se calam.

- Boa tarde. – Lhes digo educadamente e me dirijo até o meu escritório. Resolvo tudo o que tenho pendente, e antes de sair de minha sala, guardo o porta-retratos com fotos minha e de Bella na gaveta e a tranco.  Saio em seguida, avisando-lhes que ficarei um mês longe, e que Marcus irá me substituir neste tempo. Eles assentem sérios e eu saio, sem lhes dizer tchau. Eu não sei como me relacionar com eles depois de tudo o que aconteceu. E acredito que eles nunca mais irão me respeitar como antes.

Quando volto para casa, encontro vidros e papeis atirados no chão, como se um terremoto estivesse passado por ali.

- Emmet! – Chamo, e ele surge com uma garrafa de cerveja na mão.

- E ai? Já podemos ir embora?

- O que aconteceu aqui? – Pergunto enquanto me abaixo para ver o que era aquilo. E então vejo o porta-retratos que guardava uma foto minha com Bella todo quebrado, e a foto que eu mesmo bati, minutos depois de acordarmos numa manhã qualquer do ano passado, estava rasgada em pedaços pequenos.

- Dei um jeito, mas já ia limpar. Já está na hora de tirar os resquícios de Isabella deste apartamento, não acha?

Meu coração aperta e sinto as lágrimas próximas. Como posso ainda chorar – mesmo que escondido – por causa dela? Nunca irei esquecê-la? Embora esteja com muita raiva dela, não queria que a nossa vida acabasse daquele jeito, em cacos, rasgada, no chão.

Dou risada, sem vontade, fingindo estar satisfeito com algo que me incomodava mais que tudo. Emmet varre a sujeira e coloca tudo no lixo. Eu tento não olhar aquela cena mais que o necessário.

- Vamos logo para Forks. – Ele diz animado, e eu faço que sim com a cabeça. Mal sabia ele, que as lágrimas escorreram pelo meu rosto assim que ele deu as costas.

A volta para Forks foi rápida e silenciosa. Eu queria perguntar a Emmet sobre a possível ida de Isabella até o hospital, mas tenho certeza que se ele sabe de alguma coisa, jamais irá me contar. A sensação que eu tenho é que ela esteve lá sim, e que o sonho não chegou a existir, aquilo teria sido realidade. Eu estava dopado, o remédio que colocaram em minha veia era forte, meu pai já havia me dito isso, afinal, eu precisava ter um bom momento de descanso e sono, além de precisar de algo que melhorasse a forte dor de cabeça que eu sentia. Mas de todos os efeitos colaterais que aquele medicamento poderia causar em mim, nenhum deles incluía alucinações.

E como explicar a umidade em minha roupa? O cheiro dela por praticamente todo o meu corpo e roupa? E a sensação de que havia sido beijado nos lábios? Só havia duas possibilidades: ou ela tinha mesmo ido lá e estavam mentindo para mim, para não reviver em mim um sentimento que, na verdade, nunca chegou a morrer de fato, ou eu estava realmente maluco.

E por falar em maluco, lembro-me do apelido que colocaram em mim. O Maluco da lua. Sinto vontade de rir e de chorar ao mesmo tempo. Que ridículo! Como pude ficar assim por causa de uma mulher? A resposta vem logo em seguida: não foi por causa de qualquer mulher. Ainda odeio quando Emmet a chama de vagabunda, e odeio mais ainda quando todos me olham com pena, por eu ser apaixonado por uma pessoa que não me ama nem um pouco. Mas se eu tentar pensar positivo, acho que Bella me amou algum dia. Talvez no começo, quando ainda estávamos na escola, ou até mesmo quando fomos morar juntos. Mas talvez ela não me amasse mais quando a pedi em casamento.

Enquanto Emmet dirige, olho para o céu e vejo a lua, me olhando também, como se quisesse me dar um recado. Penso na carta de Isabella, escondida entre minhas roupas íntimas no fundo do carro. O que será que ela escreveu ali? E porque só agora ela resolveu se comunicar diretamente comigo? E se ela foi capaz de me enviar aquela carta, talvez tenha sido realmente ela quem me enviou o relógio, no dia do meu aniversário. Minha mãe não parece mais gostar de Isabella como antes, e por isso começo a acreditar que ela não me enviou aquele presente se passando por ela.

A lua brilha muito mais que o normal naquela noite. Ela parece maior, viva, como se a qualquer momento fosse me engolir. E por isso fico olhando para ela a maior parte da viagem. Emmet parece distante, talvez pense em Rosalie, que até então, não ligou para ele. Ele odeia assumir, mas está escrito em sua testa que ele está sofrendo com a ausência dela. E uma prova disso é que ele não ouve rock pesado no rádio do meu carro, dessa vez. Reconheço a voz de Laura Pausini, que invade todo o carro e nos embala por alguns minutos. Emmet canta a música, mesmo em italiano, e não tira os olhos da estrada por um segundo sequer. Me preocupo. Ele olha, mas parece não ver nada.

- Emmet? – Chamo.

- Oi?

- Tudo bem?

- Yeah, porque não estaria?

É. Porque não?

Ignoro a resposta dele e continuo o resto da viagem olhando para fora da janela, tentando não pensar em Isabella, mas ela é tudo o que me vem na cabeça no momento.

Seria idiota da minha parte perguntar o que o cara com quem ela está atualmente tem que eu não tenho? Eu acho que sim, porque eu já consigo imaginar as respostas. Ele deve ser melhor que eu em todos os sentidos. Mais amigo, mais homem, deve beijá-la melhor do que eu beijava, e deve ser muito melhor na cama também.

Me pergunto se eu terei coragem de falar com ela, se a encontrar pelas ruas de Forks. Eu seria capaz de deixa-la falar e apenas ouvir? Ou eu simplesmente a xingaria, como sinto vontade  de fazer agora, e diria que ela foi a maior decepção da minha vida? A chamaria de traíra, ou entenderia o lado dela assim que ela abrisse a boca para tentar me explicar? Será que ela tentaria me explicar algo? Será que fugiria de mim?

Então decido que não vou mais ficar imaginando respostas para todas as minhas perguntas. Se a minha historia com Isabella chegou ao fim, eu merecia ao menos uma boa explicação. No que eu falhei? O que faltou no nosso relacionamento? Na nossa casa? Porque ela me deixou sem ao menos conversar comigo decentemente? Porque só me contou que estava indo embora minutos antes de sair porta afora? Vou enfrenta-la, assim que amanhecer o dia. Vou atrás dela, e ela terá que me escutar.


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Notas finais do capítulo

Olá meninas.
Me desculpem pela demora, eu ia postar 20h, como sempre, mas não pude. Aconteceu algo chato comigo, não to afim de nada, to stressada, e só vim aqui postar porque vocês são uma parte boa da minha vida, e eu, sinceramente, adoro a minha fic, e consequentemente, as minhas leitoras que sempre me apoiam.
Peço desculpas pela demora da Bella voltar completamente para o Edward, mas lhes garanto que essa espera será recompensada.
Beijos e até a próxima semana, quando eu tentarei voltar ao normal com as postagens.



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