Talking To The Moon escrita por Pincharm


Capítulo 20
Capítulo dezenove


Notas iniciais do capítulo

Olá leitoras.
Desculpas pela demora. Aqui em Salvador foi feriadão, por causa do carnaval, e aí aproveitei para sair - férias acabando - arrumar umas coisas, fazer outras... Acabou que na segunda-feira eu achava que estava no domingo, e na terça eu não sabia de mais nada. hahaha Brincadeira. Eu estava muito cansada na terça, dormindo em pé - e não to mentindo! - e então não deu para atualizar a fic.
Mas como demorei anos, amanhã posto mais, eu prometo.
Beijos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/189088/chapter/20

Confesso que nunca agradeci tanto pelo avanço da tecnologia. Depois de muito pensar sobre o assunto, Thomas decidiu pesquisar um plano perfeito no Google. Ridículo, eu sei, mas ao digitar a palavra “hospital”, o primeiro link que apareceu foi o do site do hospital em que Edward havia sido internado. Sorri e dei pulinhos de alegria. Jamais entendi porque um hospital precisava de um site, mas naquela hora, ele seria muito mais que útil.
    Com o Ipad de Tommy nas mãos, percorri todo o site, procurando informações que me levariam até Edward.
    - Aqui! Os quartos ficam no 5º andar.
    - Como sabe que ele está num quarto?
    - Ele vai passar a noite aqui, é óbvio que está num quarto.
    Thomas pensou um pouco e depois assentiu.
    Sem pensar em mais nada o arrastei para dentro do hospital novamente, e sem olhar para a recepcionista que estava a digitar algo um computador, corri para o elevador, rumo ao 5º andar. Quando chegamos, avistamos um aviso que informava que sim, ali eram os quartos. Mas havia uma outra recepção ali, e ao contrário da primeira, a moça loira, com um rosto cansado, me encarou e sorriu.
    Thomas berra um sonoro “engano” e me puxa de volta para o elevador e o deixa parado por alguns minutos.
    - O que você está fazendo?
    - Você tem um plano? Porque sinceramente, Isabella, você sabe que ela não vai lhe deixar passar. Nem estamos em horário de visitas.
    - Eu não sei, eu só consigo pensar em... você distraí-la e eu correr?
    Ele sorri e acabo fazendo o mesmo.
    - Você, Isabella Swan, é uma garotinha muito ruim em planos.
    - Eu nunca precisei invadir um quarto de hospital, ok? E, infelizmente, na vida real não é tão fácil entrar num vestuário de enfermeiras e se vestir como tal, como é nos filmes. Elas nem sequer guardam as roupas nos banheiros, elas as trancam em armários!
    - Eu sei. Mas teríamos que ter algo além do “distrai e corre”. E se a família dele aparecer e me ver aqui? O urso raivoso me encarou bem, aposto que sabe de todos os sinais do meu corpo. Não que eu não goste... mas ele me dá medo.
    - Se um deles aparecer, você vai sorrir e ser amigável. – Eu digo e ele aperta minhas bochechas, me irritando.
    - Nós podemos ser melhores que isso. Se a mamãe e o papai Cullen, e o irmão com bons genes aparecerem, eu continuo a conversar com a recepcionista, como se fossemos amigos de infância. Ela não irá me expulsar por isso, ou vai?
    - Eu acho que não. Mas e se Emmet aparecer?
    - Eu corro?
    Gargalhamos juntos, e dei tapinhas em seu braço esquerdo.
    - Tive uma ideia melhor. Eu vou estar com o celular na mão, se um deles aparecer, te envio uma sms e você se manda do quarto do bonitão, ok?
    - Ok... Mas... você tem certeza que a recepcionista vai entrar na sua conversa?
    - Você ainda não percebeu o meu poder? Isabella... me conhece a 1 ano e ainda não sabe como conquisto as pessoas?
    - Eu conheço a maneira como você as irrita. – Eu digo rindo e aperto o botão 5 no elevador novamente. – É agora ou nunca, Tommy.
    - Lembre-se: correr salva vidas. – Ele diz e pisca pra mim.
    - Em que posso ajuda-los? – A recepcionista pergunta sorrindo, ao nos ver novamente.
    Olho para Thomas desconfiada, sem saber o que fazer. Mas ele parece confiante e caminha em direção à recepcionista sorrindo, depois de me mandar ficar parada onde estava.
    - Olá querida, uma boa noite para você.
    - Boa noite. – Ela responde.
    - Pode me informar qual o número do quarto do senhor Edward Cullen? Ele foi internado a pouco tempo.
    - Me desculpe, senhor, mas certas informações nós só podemos dar para a família do paciente. O senhor faz parte?
    - Oh, sou um amigo apenas.
    - Então lamento, não posso ajuda-lo.
    - Oh meu Deus! – Thomas exclama enquanto puxa uma das mãos da mulher, que o olha um pouco assustada. – Esse é um dos esmaltes da coleção inverno da Dior? Eu procurei por séculos por uma cor tão... tão...
    - Perfeita? – A recepcionista diz, sorrindo.
    - Isso. Perfeita! Meu Deus, onde você encontrou? Vai me dizer, não vai? Eu morro sem esse esmalte!
    - Você precisa ver os que eu tenho aqui.
    - Você esta com os outros aqui?
    - As vezes não temos muita coisa para fazer nesse hospital... – Ela diz pegando uma bolsinha cor de rosa, cheia de esmaltes. Thomas, enquanto isso, inclina o corpo na mesa e olha para o computador dela. Segundos depois, ele me mostra três dedos e faz sinal para que eu corra. Entendi o recado e me abaixo para que a recepcionista não me veja passar. Praticamente de quatro, procuro pelo quarto número três.
Depois de estar fora da visão deles, me levanto e torço para que aquele corredor não tenha nenhuma câmera de segurança. Respiro fundo e caminho rapidamente até a porta do quarto em que Edward está. Seu nome está num prontuário preso na porta, e penso em ler sobre seu estado, mas prefiro ver com meus próprios olhos. E lá está ele!
    Edward dorme como um anjo. Quieto, sereno, como quem realmente descansa depois de um longo dia. Fecho a porta e me aproximo dele. Não consigo evitar as lágrimas que se seguem.
    - Oi meu amor. – Digo e choro ainda mais. Toco sua mão, e percebo que ela está gelada. – Porque não te cobriram direitinho, hm? Não sabem que você não gosta de sentir muito frio? Eu nem sei por que você nasceu em Forks, para falar a verdade. – Sorrio sem graça e continuo.
    - Que susto você nos deu, amor. Fiquei com muito medo, mas agora sei que você não corre nenhum perigo, e tudo não passou de um resfriado mal curado. Porque você não estava se alimentando direito, meu bem? Porque estava fazendo isso com você mesmo?
    Paro um pouco, tentando perceber alguma reação do seu corpo, mas nada houve além de um suspiro. Eu não queria acordá-lo, mas eu queria que ele me escutasse.
- Edward, eu tenho tanta coisa para lhe dizer. A começar com um belo e enorme pedido de desculpas. Desculpas por não ter te contado o que aconteceu comigo, com a minha família, com a minha vida... Desculpa por ter te excluído de tantos detalhes, mas eu tinha a necessidade de resolver tudo isso sozinha. Mas eu nunca quis, em hipótese nenhuma, te perder. Tenho sonhado com você todas as noites, desde quando fui embora. Tenho enfrentado coisas também... Mas isso não importa agora.
- Quero que você fique bem logo. Que volte a ser o Edward sorridente de antes. Quero que volte a ser meu. – As lágrimas saem mais grossas, e embora eu tente, não consigo mais falar. A minha voz simplesmente sumiu, e eu aperto a sua mão, bem forte.
Surpreendentemente ele aperta a minha também. Meu coração perde uma batida e eu fico sem respirar. Ele vai acordar, eu penso, e então ele abre os olhos, me olha por cerca de três segundos e depois os fecha novamente, voltando a adormecer, sereno, como antes. Sua mão se afrouxa na minha e sinto ainda mais vontade de chorar. Quero ela sempre apertando a minha.
- Edward, eu te amo. – Eu digo e me sinto repetitiva, mas é verdade, eu o amo. Me aproximo de seu pescoço e lhe dou um beijo, no mesmo lugar que eu costumava beijar todas as manhãs. Sinto seu cheiro, suave e forte ao mesmo tempo, e é como se eu voltasse a viver depois de um bom tempo morta. Fico ali, próxima ao seu pescoço, suficientemente perto de seu coração, deixando as lágrimas escorrerem e os soluços me encontrarem. Nunca mais queria sair daquela posição.
Depois de um tempo, me pego cantando pra ele, uma música que faz parte da nossa história, que me lembra de uma noite em que apenas curtimos um ao outro. E uma garrafa de vinho quebrada no chão seria a imagem perfeita para decorar este momento. Canto pra ele, como se ele pudesse me ouvir (apesar da minha voz fraca, baixa e trêmula), e talvez realmente possa.
- I'll be there for you
These five words I swear to you
When you breathe I want to be the air for you
I'll be there for you
I'd live and I'd die for you
I'd steal the sun from the sky for you
Words can't say what love can do
I'll be there for you...

Meu celular vibra em meu bolso, e eu tomo um susto enorme.  Mee apresso para pegá-lo, e vejo a mensagem de texto de Thomas.
“Corre. Urso polar na área.”
- Me pego irritada. Não queria ir embora tão cedo, mas se Emmet me encontrar naquele quarto, tentará me matar com algum bisturi.
    Tento enxugar as lágrimas que ficaram sobre o corpo de Edward, mas a roupa transparente que ele usava continua encharcada. Pego sua mão mais uma vez e a beijo.
    - Espero que você vá logo para casa, ok? E eu tenho certeza que sua mãe vai cuidar direitinho de você, e nada disso vai acontecer mais. E... se você por um acaso me viu com Thomas... – dou risada, mesmo sem vontade – ele é meu amigo. E gay. Não se preocupe, eu sempre fui e sempre serei sua.
    Me aproximo de seu rosto e dou um beijo em sua testa. Mas então a sua boca estava tão perto da minha que eu acabo não resistindo. Selo seus lábios com um beijo carinhoso. Não era o jeito que eu queria lhe beijar, mas já era alguma coisa.
    - Eu te amo, baby. E eu vou voltar. Não se preocupe, meu tempo acabou. Eu não consigo ficar mais um dia sem você.
Me afasto dele e corro pelo corredor até visualizar Thomas, que já me esperava pronto para correr dali.
- E a recepcionista? – Eu pergunto baixinho.
- Está no telefone. Lhe disse que ia beber uma água, e eu realmente ia, mas vi Emmet se aproximando. Olha como estou tremendo.
E estava de verdade.
Saímos do hospital correndo, e fiquei feliz por ninguém ter nos visto.
    - E então? – Thomas pergunta – O gostosão continua apagado?
    - Ele está dormindo... Devem ter dado algum remédio forte a ele... E ele estava com uma agulha na veia, então... Mas ele abriu os olhos pra mim e apertou minha mão. – Lhe digo feliz – De alguma maneira, ele vai saber, quando acordar, que eu estive com ele.
    - Ele vai ficar bem mesmo?
    - Eu acho que sim.
    Começo a chorar novamente e Thomas me abraça forte.
    - Você me ajuda? – Pergunto e ele suspira.
    - Ok. Eu não vou temer aquele grandalhão dos infernos. Vamos voltar, eu vou dar uns bons tapas nele enquanto você sequestra o gostosão.
    Dou risada e um soco de brincadeira em seu braço, que diz um ‘ai’ bem afeminado.
    - Você foi ótimo Tommy, obrigada. Eu realmente amo você.
    - Oh, como estamos emo hoje. – Ele diz e me abraça.
    - Faço tudo por você, minha anjinha. Mas... Vamos logo, vamos sequestrar Edward Cullen! Ele vai ter o melhor tratamento de todos com você... – Ele diz enquanto imita movimentos de entra e sai, como numa relação sexual.
    Dou uma gargalhada, e o bato novamente.
- Não vou sequestra-lo. Ele parece estar sendo bem cuidado, e creio que amanhã já deva estar em casa.
    - Então o que...
    - Sei que deve estar cansado, mas... Precisamos voltar para Tacoma ainda hoje. Eu tenho que arrumar as minhas malas.
    - Você...
    - Aposto que Edward vai ficar pelo menos um dia debaixo das asas de Esme, mas... Eu sei que ele vai querer voltar pra casa. E eu vou voltar também. Não importa se eu consegui ou não o que eu queria. Não importa se eu vou ser eternamente dependente dele. Vou voltar para a nossa casa, para ele. Finalmente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!