Shadows's Jewel escrita por Alexiel Suhn


Capítulo 8
Capítulo VIII - Viver é verbo. Viver é ação. Viver é reação


Notas iniciais do capítulo

Oláááá pessoal! Eu disse que dessa vez voltei para ficar, não? Então está aí mais um capítulo para vocês. Deem uma chance a esta escritora que os venera de todos os jeitos!

Este capítulo é especialmente postado a minha querida e amada amiga (que considero irmã) Mille Lima. Inclusive, o título do capítulo é de autoria dela (ela me deu autorização para usá-lo, já que ele se enquadrou perfeitamente no capítulo).

Senhoras e senhores embarquem nessa aventura de hoje! E o próximo tem mais proximidade entre o Laxus e Vênus ein! Uhuuuulss!



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Capítulo VIII

 

Orgulho quando em excesso torna o indivíduo inapto à verdadeira vivência. No entanto, quando nada mais resta em sua vida, além de si mesmo, o orgulho é um dos pilares que o mantém em pé. Ela não tinha muitas coisas. Vivia como uma verdadeira nômade, indo de um canto a outro; poucos amigos, contados nos dedos de uma mão; e bens materiais não lhe importavam. Mas o orgulho… ah o orgulho. Ele lhe era ensinado a ser resguardado desde sua vinda ao mundo.

Era um dos poucos atributos que ainda mantinha desde sua saída de seu clã de nascença. Talvez fosse pelo orgulho que pouco conseguia dormir ou a impedia de socializar normalmente com outras pessoas. Contudo, naquele momento era o orgulho que a impulsionava a um desejo violento de vencer. De manter-se viva. De lembrar-se que a vida, muitas vezes, poderia realmente ser uma pedra incômoda no sapato, porém viver era uma dádiva disponível a poucos.

Viver é verbo. Viver é ação. E viver é reação.

O tempo lhe era escasso. Por isso os olhos violetas sondaram o gigantesco corpo draconiano em busca de alguma fraqueza. Porém, como a acharia se suas escamas eram mais resistente que qualquer material metálico? Aquele questionamento interno não era um argumento de desistência e sim de determinação. Ela não desistiria.

A lâmina da espada torneada com sua magia cravou-se na pata dianteira de Acnologia, depois de uma ágil fuga entre suas patas que tentavam pisoteá-la. E daquela vez dera certo. O sangue jorrou, inundado o solo e Laxus naquele momento compreendeu. A magia de Eliza era a mais impiedosa. O loiro observou há algum tempo que a magia dela era capaz de desfazer às demais. Então, no primeiro golpe contra Acnologia, era bem possível que, embora não tivesse efeito visível, suas escamas tenham sido atingidas no que diz respeito à magia incrustada nelas.

E para o grande dragão negro, uma combatente como Eliza era o que de pior poderia surgir. Afinal, quanto mais forte a magia, mais forte seria a maga.

Acnologia enfureceu-se. Lançou mais um de seus raios destrutivos, perseguindo a morena que dava saltos para trás, buscando esquivar-se do poder mortal do dragão. Laxus sentiu-se inútil. Em TenrouJima os membros da Fairy Tail nada puderam fazer a não ser vislumbrarem a inutilidade de seus golpes.

— Entre as escamas. - Laxus saiu de seus devaneios ao ouvir Eliza chamar-lhe a atenção, por tal descuido ela pagou ao ser acertada pela magia do dragão.

Um dos joelhos tocou no chão ao mesmo tempo em que uma grande quantidade de sangue espalhara-se pelo solo. Um golpe pego de raspão lhe causou mais estrago do que imaginaria. A armadura na região do ombro esquerdo estava destruída, a pele e a carne esfumaçaram pela forte queimadura, uma fratura exposta no local estava evidente, além do sangue perdido.

Ela cerrou os dentes e levantou-se, a armadura, antes destruída, iniciou um estranho processo de regeneração, não da ferida, mas de si mesma, até ficar intacta. O que lhe chamou a atenção foi a forte onde de energia que dominou o local. Para onde seus orbes olhassem, os fios de raios ramificados se estendiam pelo ar. As sobrancelhas se arquearam ao avistar Laxus envolto na própria energia, uma torrente de eletricidade, onde suas pupilas não mais existiam, ficando apenas o vazio de uma alma dominada de intenso poder. Então, ela sorriu.

Os músculos do loiro se expandiram, a camisa rasgou-se, escamas desenharam-se em seus braços como às de um dragão e num súbito movimento já estava sobre a grande besta. Exatamente. Laxus jamais se mostrou como fraco. E assim como poderoso, era extremamente observador, notando o quanto a primeira magia de Vênus fez efeito sobre Acnologia ao reduzir a magia de suas escamas.

As ramificações de eletricidade circundaram o corpo da fera e o eletrocutaram. O dragão negro urrou, movendo seu corpo, de um lado a outro, em busca de impedir os espasmos involuntários de seus próprios músculos causados pela magia do neto de Makarov. E o loiro não parou, pois muito bem se recordava do ataque que selou os membros da Fairy Tail por sete anos, como aquilo feriu sua guilda.

Rairyu no… — ao pegar distância do dragão ele proclamou. Um grande círculo mágico dourado se formou a frente de seu punho, apontando-o diretamente para Acnologia — …. hokken!— ele alterou a voz e um grande raio em forma de punho elétrico e dourado impulsionou-se, na direção do dragão, atingindo-o a ponto de fazê-lo dar grandes passadas para trás.

O poder do loiro era tamanho que, de seus olhos, evadiam-se ramos de eletricidade, como se pequenos raios dourados fossem expelidos por todo seu corpo. Ali era a vez dele. Jamais desperdiçaria a oportunidade que Eliza o permitiu.

Raryu… — ele começou a pronunciar o nome da magia, quando retirou do círculo mágico uma grande lança elétrica. Jogou o ombro para trás e lançou seu estrondoso golpe — no hotengeki. - le permaneceu com a mão na mesma posição em que largara a lança, dando mais força mágica ao golpe.

A lança tomou propulsão e cresceu, viajou a distância entre eles em milésimos de segundos até Acnologia ser atingido. O alvo era enorme. O loiro permitiu-se esboçar um sorriso, no entanto, seu golpe passou a travar um disputa com as escamas do grande dragão que pareciam retomar sua força mágica. Mas ele não cedeu, permaneceu naquela mesma pose. Era ele e Acnologia disputando forças mágicas. Aquele que recuasse, perderia.

O dragão virou sua grande cabeça a ele e frente a sua boca uma nova esfera de energia começara a brilhar. Laxus soube que provavelmente morreria se fosse atingido, todavia, ainda tinha esperança de poder vencer aquela estranha batalha de golpes mágicos. Pronto para lançar sua magia contra o mago da Fairy Tail, foi interrompido por Eliza que, mais uma vez, habilmente saltou fazendo a lâmina da espada cravar-se no pescoço da fera.

Um corte era extenso, contudo, superficial, suficiente, apenas, para desconcentrar o dragão de seu próximo ataque, perdendo a batalha com Laxus quando a lança mágica atingiu seu dorso de escamas negras e azuis. A morena ainda estava indo em direção ao chão, pousaria perfeitamente no solo arrasado se não fosse por um contra ataque rápido da pata dianteira de Acnologia em seu corpo, jogando-o contra a terra morta com força o suficiente para estremecer a região.

O rugido tomou os céus como um alerta para o fim das eras. Atordoada pelo golpe, Eliza cambaleou, vislumbrando a figura embaçado do dragão movendo-se em sua direção.

— Ressoando no ar o barulho do trovão, mergulhe dos céus e colha destruição! - a magia se formou sobre a cabeça de Acnologia, uma grande luz dourada atingiu a fera, retardando seu ataque contra a companheira de missão — Saía! - deu a ordem a maga que buscou se distanciar.

Não houve tempo o suficiente. Entre a nuvem de poeira e a fumaça, o dragão irrompeu imperioso na cortina de sujeira levantada e, sem misericórdia, abocanhou, com suas grandes presas, o braço da mulher. Ela abafou o grito de dor, cerrando os dentes, era o braço onde o ombro estava ferido. A única sorte da morena, se assim fosse capaz de considerar, era o fato de sua armadura suportar o impacto das presas de Acnologia.

Começou a temer por sua sorte, ao notar que, aos poucos, o metal rígido de sua armadura começava a trincar. Ela suspirou profundamente, buscando processar tudo o que ocorria naquele cenário. Concentrou sua energia para manter a integridade de sua defesa, senão não demoraria muito para perder seu braço.

Quando viu Laxus, notou uma aproximação sem qualquer receio de não possuir um plano de defesa. Golpes aleatórios não fizeram Acnologia libertar a mulher. Todo seu esforço pareceu em vão quando o dragão o surpreendera ao pisoteá-lo a ponto de enterrar o loiro no chão ao forçar seu tremendo peso sobre o outro.

Entre um balançar e outro a espada escapou-lhe da mão. Diante daquele momento deplorável, ela rosnou em ira. Vulnerabilidade não era um atributo de Eliza.

— Por meio dos céus, ela há de chegar. Através da luz a Divindade renascerá. Disperse Branwen! - a luz mágica envolveu a mulher e o dragão, logo uma explosão os arremessou para lados opostos.

A descarga elétrica tomou o lugar. Amigo ou inimigo ser atingido era inevitável. As veias saltavam pelo corpo do loiro quando uma esfera elétrica formou-se a frente de suas mãos juntas em um punho. Estava em um estado tão deplorável que se questionou como ainda era capaz de ficar em pé. Usar magia naquele estado era um milagre.

Antes mesmo de Acnologia poder vislumbrar o que estava ocorrendo a sua volta, uma forte descarga elétrica atingiu seu peito, empurrando-o para trás por vários metros até explodir em meio a um rugido que fez o ar reverberar. A fera perdeu toda e qualquer paciência por aqueles que considerava meros insetos. O urro foi escutado por quilômetros e quilômetros de distância. Tão forte a ponto de criar ondas supersônicas tamanhas que arremessaram o mago contra o que restou da floresta.

A primeira árvore que colidiu não aguentou o impacto partindo-se em vários pedaços. No entanto, a colisão não reduziu sua velocidade, fazendo-o ir de encontro a outra. A dor então o entorpeceu, sentiu algo fincando em seu ombro direito, perfurando-o a tão ponto que o sangue banhou-o rapidamente. Estava zonzo e levou algum tempo para notar o galho de uma árvore fincado no local ferido, enquanto o pendia no ar, preso.

— Merda! - proferiu o palavrão em um sussurro arrastado, sentindo a gota de suor escorrer por seu rosto. Se o galho tivesse atingido o outro ombro teria morrido certamente. Teria atingido seu coração — Merda! - xingou de novo ao tentar quebrar o galho que o mantinha no ar, porém não possuía mais forças para tal ato.

Atordoado pelos ferimentos, ele observou em volta, buscando o dragão, suas pupilas haviam retornado ao vazio do branco de seus olhos. Volteou seu olhar para o céu e lá o encontrou. Laxus, logo, teve um deja vu da cena, retornando ao dia em que Acnologia os atacou em TenrouJima e, sem outra escapatória, Mavis, a fundadora da Fairy Tail, não teve outra opção senão selá-los por sete anos.

Onde estavam não existiria proteção. Não haveria uma magia de selamento capaz de conter seu golpe. Estavam fadados a um destino com o próximo ataque. O destino de ambos era a morte. Os ventos faziam redemoinhos a cada batida de asas de Acnologia, a concentração de magia frente a bocarra era o suficiente para dizimar até a última vida daquela imensa floresta em apenas um ataque.

O que o tirou de seus pensamentos foi o barulho de algo sendo fincado no chão. Avistou Eliza tomar a frente, afundando seus pés no solo morto. O loiro questionou-se se ela tinha noção do que estava por vir. Morreriam ali mesmo, sem direito a qualquer revide.

— Não está nos meus planos morrer hoje, Laxus. - a voz dela soou estranhamente tranquila para a situação.

As palmas das mãos ficaram a frente do corpo, como se estivesse se preparando para segurar o que estivesse por vir. Laxus abriu seus lábios para falar, mas as palavras não quiseram sair. Ele apenas vislumbrou a forma de um grande escudo mágico surgir no ar, perfeito, com uma gama de detalhes que, naquele momento, o loiro não estava interessado em prestar atenção; e, depois, ele apenas o viu…. sumir.

O céu se iluminou. Acnologia queria dar fim a tudo o que considerasse abaixo de seu nível. Desejou, com aquele golpe, eliminar qualquer vestígio de vida. O brilho cegou o membro da Fairy Tail, contudo, ela permaneceu no mesmo lugar.

O barulho era ensurdecedor, principalmente quando o raio de luz atingiu o escudo invisível de Vênus. Ela foi arrastada para trás, a região dos olhos estreitou-se ligeiramente com a imensidão de poder que buscava reprimir e desfazer. Os segundos transformaram-se em eternidades enquanto ela chamava para si aquela responsabilidade.

O cenário era o de fim do mundo. Não se sabia de onde o barulho vinha, quanto tempo se passou, a terra tremia como se estivesse prestes a se desmanchar e o clarão queimava seus olhos. A sensação era pura e unicamente de que a morte os aguardava calmamente com sua foice no fim daquela imensidão de luz.

Apesar do cenário de guerra. Laxus conseguiu desmantelar o porquê de ainda ser capaz de respirar. A sua frente, ela se mantinha firme. O escudo, invisível, retardava a velocidade do ataque e, nesse interregno, Eliza usava sua magia para desfazer à de Acnologia. Tanto o era que uma estranha fumaça de vapor d’água subia entre as mãos da maga.

A sofreguidão com que a mulher persistia pareceu-lhe uma tortura, como se o ataque de Acnologia não possuísse fim. Ele não tinha mais certeza por quanto mais Eliza suportaria, a armadura que protegia suas mãos começou um processo de desintegração, como se virasse simples pó e os dedos da mulher tomavam um tom avermelhado, causado por algum tipo de combustão. Uma consequência, acreditou o mago, da própria magia.

— Mais um pouco! - ela repetia para si, os dentes trincados, o olhar semicerrado, cada centímetro de seu corpo apenas pedia para que parasse e aceitasse seu fim. Então, ela gritou, mas sua voz foi abafada pelo holocausto.

Uma aura prateada envolveu o corpo feminino e uma nova e distinta luz, vívida, o fez fechar os olhos com força.

Silêncio.

Ao abrir seus olhos ainda estavam vivos. Eliza permaneceu à frente. A exaustão fez seus ombros arriarem entre um cambalear e outro. Laxus surpreendeu-se. Aquela mulher não apenas salvou a ambos, como também a uma floresta inteira.

Um bater de asas escutado o fez se desesperar. O som de suas palavras não era rápido o suficiente para reagir. Tendo tempo apenas de avistar a cauda da grande fera acertar a figura feminina a sua frente. O mundo parou por um milésimo de segundo, quando a viu perder a consciência e, logo depois, ser arremessada a quilômetros de distância os quais ele não soube contabilizar.

Depois disso… Acnologia apenas sumiu.

 

 

 

Continua…


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Notas finais do capítulo

Luta! Luta! Luta! Mutcha lutcha! Então pessoal, o que acharam? Ficarei aguardando um retorno de vocês ein! Por sinal preparei uma surpresa a todos! Ahá! Criei uma capa para o capítulo! Caso queiram dar uma espiadela, basta entrar no facebook e buscar a página "Alexiel Suhn" a imagem estará lá para todos acessarem! Também colocarei o link da imagem no meu perfil, caso prefiram não acessar o facebook.

Um beijo a todos e até o próximo capítulo!



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