Capítulo VI

– Isso só pode ser um sonho. – Laxus disse quando ambos os magos bateram os olhos em uma fonte termal no meio do nada, na floresta.

Magnífica era a palavra que descreveria a visão dos dois. E alívio era a sensação que tinham em poder tirar aquela crosta de sujeira do corpo. Sem qualquer tipo de pudor, Laxus quase arrancou a camisa e, de calça, jogou-se na água morna. Não demorou muito na água até que sua calça jeans preta voasse para perto da camisa, enquanto estava imerso a água. Vênus quase engasgou com a libertinagem do mago, mesmo estando na sua frente.

Ele deu um longo suspiro prazeroso, enquanto fechava os olhos e apoiava a nuca nas mãos, que estavam atrás da cabeça. Houve um curto intervalo de tempo em que ela apenas o observou boquiaberta com a estranha e confortável reação dele.

– Deixe de tantos pudores. – ele disse de olhos fechados, balançando uma das mãos de um lado para outro, relaxado – Apenas entre na água e aproveite. – ele finalizou, colocando a mão de volta na nuca.

Também estava querendo um bom banho, principalmente, se tiveram a sorte de encontrar aquela fonte. Ela verificou se o mago ainda mantinha os olhos fechados e numa incrível facilidade mágica sua armadura desvencilhou-se de seu corpo, como se existisse um zíper mágico invisível que ia se abrindo no puxar dela e depois ia se fechando quando já estivesse completamente em suas mãos, enquanto a mulher permanecia apenas com as peças íntimas.

Ela colocou um pé na água e depois o outro, assim, aos poucos, a mulher adentrava até ter a cintura submersa. Deixou-se recostar numa pedra, enquanto puxava a armadura para si colocando-a para dentro da água e puxando-a de volta. Pegou um pano de sua bolsa e começou a limpar a armadura em movimentos leves e suaves, buscando ignorar os olhares furtivos do outro mago.

Até havia notado estar sendo observada por Laxus, contudo, preferiu abster-se da presença do outro mago sentaod do outro lado da fonte. Mas a curiosidade invadiu o consciente e inconsciente do neto do grande Makarov Dreyar, por isso o loiro inicialmente arqueou uma sobrancelha numa expressão curiosa e depois deixou suas costas eretas para observar sua companheira de missão melhor. Dessa vez ela havia o encarado.

– Isso. – ele apontou na direção do busto dela – Faz parte de sua armadura? – ele perguntou referente à peça íntima que a mulher usava, possuía o mesmo tom e relevos que a própria armadura.

De imediato a morena sentiu a bochecha enrubescer ao notar para onde os olhos azuis acinzentados do mago estavam mirando. Seu busto. Por isso a mulher puxou a armadura para mais perto de seu corpo para que impossibilitasse a visão de mais alguma coisa. Depois apenas respirou fundo e afirmou, num gesto com a cabeça, a pergunta dele.

– Conseguiu a armadura em alguma missão? – ele perguntou, puxando qualquer assunto que fosse. A convivência com ela melhorava aos poucos, mesmo que andasse em passos de tartaruga.

– Não. – ela respondeu em seu monólogo cotidiano, mas antes mesmo que Laxus emendasse a próxima pergunta, ela se adiantou – Consegui naquele clã.

– Hmm... – ele passou a mão no queixo e, sabendo que Vênus não iria responder nada que fosse do antigo clã, resolveu perguntar outras coisas – A espada conseguiu lá também?

– Makarov. – olhou instintivamente para a espada embainhada ali próxima de si – Foi ele que me deu.

– Ele não me dá essas coisas legais. – Laxus dessa vez olhou pensativo para o céu.

Ficaram um tempo em silêncio até o rugido esbravejar-se no céu, fazendo toda a floresta estremecer em pavor. Imediatamente os dois magos encararam à direção em que uma grande força mágica se aproximava. Sem qualquer receio de seus corpos, ambos pularam para fora da fonte, buscando suas roupas. Em poucos segundos, com seus batimentos sob controle, prepararam-se para o pior.

– Prepare-se. – Vênus disse quando o dragão negro apareceu vil no topo do céu batendo suas enormes asas em desafio àqueles dois.

Sim. Imperativo e pronto para atacar se preparava Acnologia.