Shadows's Jewel escrita por Alexiel Suhn


Capítulo 5
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito tempo, cá estou eu, ainda postando. XD espero que gostem



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Capítulo V

Makarov estava sentado sobre a bancada da guilda, um lugar onde normalmente ficava para cuidar de seus “filhos”, enquanto tomava um belo hidromel servido pela graciosa, Mirajane. O líder da Fairy Tail sempre trazia no rosto a expressão serena de um velho sábio.

– Está preocupado com Laxus, mestre? – ele abriu os olhos observando a forma que a maga de cabelos prateados o encarava.

– Hmm... – foi o único resmungo que ele deu.

– Já faz seis meses desde a última notícia que tivemos deles. – agora, Erza, a maga de cabelos avermelhados se intrometeu. Como todos os membros formavam uma grande família e não havia segredos entre eles.

A testa do mago franziu-se ao lembrar-se da notícia, quando o conselho de magia mandou uma advertência para a guilda por um grande estrago causado à cidade e ao trem. Imediatamente ele soube que se tratava de Laxus e Vênus.

– Aqueles bastardos. – Makarov disse de forma irritada, mas os membros já o conheciam o suficiente para terem a certeza de que o mestre estava preocupado – Ficam destruindo tudo por onde passam. Estão parecendo o Natsu.

– Quê?! – o mago mencionado pelo líder da guilda logo se manifestou, berrando do outro lado da sala, enquanto uma labareda de fogo saía de sua boca, este era Natsu, o dragon slayer de fogo.

Gray, o mago do gelo, remexeu-se irrequieto no banco em que estava sentado, próximo ao mestre e dos outros membros que conversavam.

– Mestre. – Gray iniciou sua fala, enquanto deixava o cabelo azul escuro e desarrumado esconder seus olhos – Sei que Laxus é forte, mas será que manda-lo... – ele parou o que iria falar, repensando bem as palavras para poder dar continuidade - ... nem mesmo Gildarts conseguiu.

– O mestre sabe o que faz. – Erza falou séria, olhando diretamente para Gray – E também, Vênus está com ele. Juntos, acredito que a força deles deve superar a de Gildarts. – ele fechou a mão em punho numa esperança evidente.

– Quem é essa mulher? – dessa vez Wendy e Lucy perguntaram ao mesmo tempo, rindo, em seguida, pela sincronia.

– Oh! – Mirajane colocou um dedo sobre o lábio, arranjando a melhor forma de explicar – Vênus deve ser a mulher mais forte da Fairy Tail. – ela sorriu, inclinando a cabeça para o lado, com a simplicidade de suas palavras.

– O que?! – a voz de Lucy subiu algumas oitavas com aquela nova informação – Mas eu pensei que Erza...

– Acredito que é por poucos conhecerem-na. – Mira respondeu, de novo, com um sorriso, agora sem graça.

– Se ela apareceu aqui duas vezes foi muito. – Erza comentou escorando-se na bancada, onde os magos estavam reunidos.

– E quando aparece ninguém a vê. – Mira coçou a cabeça com um sorriso amarelo.

Ficaram num momento de silêncio entre si, apenas ouvindo os outros membros, espalhados pelo prédio da guilda, fazerem algum tipo de arruaça. Sim, todos estavam preocupados. Laxus querendo ou não era querido por todos e mesmo Vênus não sendo muito conhecida, ainda assim, fazia parte da Fairy Tail. E ali todos cuidavam uns dos outros, porque não importava o sangue, apenas o forte laço que os uniam.

– - -

O terreno era instável e pantanoso. Os pés deles afundavam em pura lama a cada passada e o peso da armadura de Vênus não ajudava, já que a cada momento alguns centímetros a mais de terra grudenta cobria seu pé.

Não existia uma vegetação propriamente dita naquele lugar. Apenas ramos e raízes apodrecidas pelo ambiente, o que também não produzia um cheiro agradável. Os gases, que o solo exalava, faziam bolhas na lama e estouravam, tornando mais desgastante a passagem por ali. Observando-se havia alguns restos de animais, ainda em decomposição, que ficaram presos no piche pegajoso e arriscavam que aquele tipo de crânio, jogado em certo ponto daquele pântano, era humano.

Um pouco mais a frente, de onde os dois estavam, havia um pequeno cervo, provavelmente perdido, já que a floresta era próxima, debatendo-se para tentar escapar do piche que, cada vez mais, fazia questão de engoli-lo. Talvez não devessem se importar por uma vida que parecia tão insignificante ou algo parecido. Talvez passassem direto e continuassem seu caminho ignorando o pedido de socorro daquele pequeno animal. Mas não. Não era o que aconteceria.

A maga da Fairy Tail nem ao menos se importou com o conceito de sujeira e esforço excessivo, apenas começou a caminhar, afundando na grande lagoa de piche, até a altura do quadril, para se aproximar do pequeno animal. Quando já estava próxima, o movimento tornava-se cada vez mais forte, já que aquela coisa realmente parecia um grude, mas o ápice de sua indignação foi ver que Laxus estava do outro lado da lagoa em lama seca, principalmente, sem sujeira.

– Não me olhe com essa cara. – Laxus se adiantou, agachando-se, ao colocar um dos joelhos no chão, e tentando puxar o pequeno cervo – Não tenho culpa por você não ter visto que dando a volta ali... – ele direcionou com o rosto o lugar - ... chegaria aqui... limpo. – Ele frisou bem a última palavra, com o típico sorriso debochado.

Desgraçado era uma palavra que definiria o que ela tinha em mente, naquele momento, ao se aproximar da margem da lagoa, ainda encoberta com aquele negócio. Ela ajudou, de onde estava, a desentranhar o cervo daquele lugar. O pequeno estava com medo e por isso esperneava-se muito, dificultando mais o trabalho que os dois tinham.

Alguns minutos depois, não havia demorado muito, o pequeno animal estava livre e voltando para a floresta, desviando de uma nova poça de piche que tinha no caminho em que seguia. Estava já se preparando para sair quando viu a mão do mago estendida na direção dela.

Por um momento ele jurava ter vislumbrado a sombra de um sorriso dela e como todo bom descrente teve a certeza que de era coisa de sua imaginação. Por isso apenas segurou firme a mão da maga e a puxou de uma única vez, retirando-a do piche.

– Ou a armadura é muito pesada ou você é muito gorda. – ele disse, fingindo uma dor no braço em que havia feito força.

– Talvez você seja muito fraco. – ela foi cortante, fazendo-o encarar a maga.

Tentando ignorar o pequeno ‘tapa na cara’ que ela havia lhe dado, Laxus colocou as mãos no bolso e deu uma boa olhada no lugar. Verificou que a lama era mais seca e que começava a dar impressão de que eles sairiam daquele lugar horrível.

– Aqui parece mais firme. – ele bateu a ponta do calçado, que usava, contra a lama seca.

– Cuidad...

Mesmo com a mulher tentando avisar não houve tempo. Uma grande rachadura se ramificou no solo, onde ele havia batido o pé, e este abriu-se por inteiro fazendo-os caírem. Escorregavam pela terra gelatinosa sem terem algo em que pudessem se segurar, a velocidade ia aumentando a cada metro que percorriam e toda aquela trajetória não parecia ter fim.

Numa tentativa de parar, Laxus buscou cravar os dedos na terra, mas apenas retardou sua própria velocidade, enquanto a outra maga se aproximava dele. Por incrível que parecesse na mente misteriosa de Vênus, a impressão que teve, era de que o mago apenas fez aquele movimento para poder segurar a mulher entre seus braços. Força para isso ele possuía.

Teve sua certeza quando ele a abraçou e permitiu-se bater primeiro contra uma grande parede de pedras empilhadas, amortecendo o impacto, com o próprio corpo, para a mulher. Ela estava com os olhos ligeiramente arregalados, não por medo ou pela posição inapropriada em que estavam, deitados de lado, mas por tê-la protegido.

– Você está bem? – ele perguntou a mulher e mesmo não sendo intencional a voz rouca dele soou próximo ao ouvido dela, tornando a situação mais constrangedora ainda para Vênus.

– Sim. – ela respondeu num sussurro, enquanto começavam a se escorar na lama para levantar – E você?

– Já passei por pior. – ele disse verificando a sujeira que pintou completamente sua roupa.

Bem escritas estão as leis de Murphy de que algo não é tão ruim que não se possa piorar. A parede de pedra estremeceu e uma chuva de grandes rochas e pedaços de madeiras começava a cair sobre eles. E mais uma vez, num ataque cavalheiresco, Laxus se lançou sobre a mulher, deixando que seu corpo desse conta de a proteger das pedras.

Para magos que enfrentam situações piores, desmoronamentos, como aquele, não seriam problemas. Laxus apenas energizou seu corpo fazendo as pedras estilhaçarem-se ou voarem metros, quando se aproximavam deles. E foi olhando direto nos olhos violetas dela, que o mago entendeu o que de tão “errado” era estar ali, seu corpo sobre o dela, com suas testas quase encostadas, numa envoltura de sensações e respirações.

Totalmente sem jeito ele ergueu-se, sem se importar em saber se as pedras já haviam parado de cair, as bochechas ligeiramente rubras foram escondidas, quando se virou para o outro lado e começou a buscar algum caminho alternativo para saírem dali.

– Você sabe que sou uma maga classe S né? – a morena questionou, buscando omitir a vergonha, estava surpresa pelo loiro tentar, continuamente, salvá-la.

– De nada. – preferiu não aprofundar no assunto daquele momento de proteção excessiva dele.

– Estou com lama até nos pés. – Vênus resmungou olhando as botas metálicas que, teoricamente, não teriam como se sujarem por dentro.

– Vamos procurar algum rio ou lago para nos limpar. – já recuperado e de volta a expressão séria Laxus interviu – Deve ter algum rio próximo da floresta. – ele concluiu dando de ombros e voltando a andar, enquanto ajeitava a mochila em um dos ombros.

Ela não esperava que o mago lhe perguntasse o que achava sobre a decisão dele, mas também não se importou, apenas lhe deu ombros e seguiu o caminho que, agora, Laxus seguia.


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Notas finais do capítulo

Já faz algum tempo, mas ainda tenho esperança ihihihihiih