Shadows's Jewel escrita por Alexiel Suhn


Capítulo 10
Capítulo X - Alvorecer de Jasmins


Notas iniciais do capítulo

Olá olá! Cá estou eu, mais uma vez. Capítulo novinho para todos! E agradecimentos especiais ao Blouse-kun pelo comentário maravilhoso! Busquei melhorar Blouse-kun!

Espero que desfrutem da leitura!!!



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Capítulo X

Alvorecer de Jasmins

 

A fragrância das manhãs nunca foram observadas por ela com tamanha destreza. Na realidade, o único fato que lhe importava era sua segurança. Manter-se viva e invisível. Contudo, aquela foi uma manhã peculiar. Estava semiconsciente quando passou a notar os detalhes.

Durante a madrugada, o frio atingiu a caverna em leves brisas enregelantes, mas o sono e o cansaço eram tamanhos, que os fizeram apenas se encolher mais entre seus braços. O calor do toque de suas peles era aconchegante, uma nostalgia de algo que, há muito, não mais fez parte de seu dia a dia.

Então, o cheiro adocicado dominou o interior da caverna. Uma fragrância doce e suave, como se estivesse deitada sobre uma manta de pétalas que fez sua pele se arrepiar. Naquele pequeno momento singular, seus olhos abriram-se sonolentamente, o respirar profundo restou inevitável. Até ela lembrar-se de não estar sozinha.

Os olhos violetas focalizaram uma barreira de pele a sua frente, o que ela concluiu ser a região das costelas de Laxus. Por isso as sobrancelhas arquearam-se. Eliza simplesmente não acreditou por, inclusive, estar com o braço sobre o abdômen do loiro.

Ela respirou fundo, pensativa. Havia muito tempo que não dormira como daquele jeito. Em um sono profundo e contínuo. Desejou, em sua mente, que Laxus ainda estivesse dormindo quando ergueu o olhar ao homem. Para seu azar, ele estava a observando, de forma silenciosa.

— Está acordado há muito tempo? - ela questionou, tentando mover-se quando sentiu uma forte pontada no ombro que a fez parar.

— Desde que a poça de baba se formou. - Laxus brincou, mas se arrependeu ao vê-la se forçar a levantar — Estou brincando, Eliza. Pare. - disse-lhe, parando a mulher ao colocar a mão sobre a cintura feminina — Estamos feridos. Rindo da própria desgraça. Acredito que possamos nos dar o luxo de, ao menos nesse momento, ignorar as vestimentas um do outro e apenas melhorar. - concluiu.

O suspiro cansado foi dado. Quem os visse, naquela posição, seria capaz de imaginar os atos mais libidinosos quando, na realidade, ambos os magos eram a consequência da busca pela finalização de um problema no mundo mágico. Ela, com o rosto encaixado na lateral das costelas masculinas. Enquanto Laxus segurava-lhe a mão delicada, com seus dedos entrelaçados aos dela, como se ele tivesse o impulso premeditado de impedi-la de sair do seu lado.

— Estou com fome. - ela falou repentinamente, surpreendendo-o com a mudança de assunto.

Os dois silenciaram-se por alguns segundos, quando, simplesmente, começaram a rir. Entre uma risada e outra, o gemido de dor era audível. E, embora Eliza realmente tivesse a vontade inegável de sair dali, a verdade era que talvez não fosse capaz de fazê-lo naquele momento.

— Eu também. - Laxus disse, por fim.

De novo, o suspiro se fez valer audível no ambiente, todavia daquela vez o mesmo surgiu em conjunto, enquanto encaravam o teto escuro da caverna. Os raios de sol começaram a iluminar algum canto longínquo da entrada rochosa, porém, sequer foram capazes de vislumbrá-los, uma vez que seus corpos cansados falaram mais alto, induzindo-os a um novo estado de sonolência até adormecerem por completo.

Eliza apenas deixou de sonhar com a beleza do abraço de sua mãe, ao ouvir um gemido, no que ela deduziu ser o mundo real. Acordar tornou-se inevitável para a maga que encarou o parceiro. Com algum esforço, ela apoiou-se no braço bom. O cabelo negro revoltou-se, fazendo com que alguns fios ficassem sobre o ombro e o rosto da morena.

Passou as mãos, ainda enfaixadas, sobre os orbes violetas, marcados pelo sono. Sentiu-se abalada por se recordar de sua mãe, uma das poucas pessoas que a amou em seu antigo clã. O casaco do mago escorregou pelos ombros femininos quando Eliza pegara o remédio, feito de ervas e sementes medicinais, usado no ombro de Laxus.

Em um gesto cuidadoso, retirou as ataduras que havia enrolado no ombro ferido do homem e o observou. O local não estava infeccionado. Apenas este fato já era um bom sinal de que os remédios fizeram efeito. Inclinou-se, um pouco mais, sobre ele para ser capaz de trocar a pomada pastosa, repondo uma camada mais nova.

— Como você pode estar tão bem? - ouviu-o perguntar em um sussurro rouco, ainda de olhos fechados, enquanto a mulher continuou a tratá-lo.

— Acostumada com ossos quebrados. - a resposta veio tranquila — Eu sempre fui um grande ímã para confusões. - deu um leve sorriso e, logo em seguida, arrependera-se ao sentir o tórax doer, local acertado pela cauda de Acnologia.

O mago manteve o olhar sobre ela, curioso. O loiro pensou consigo que a maga da Fairy Tail era realmente misteriosa, pois ele se viu desejando conhecer mais sobre ela.

— Minha mãe… - ela começou a falar como se lesse a mente do homem —… era uma mulher linda e amável. Era uma das melhores… - repensou a frase —… não! A melhor maga de cura do clã. - passou um pouco mais de remédio fresco no ombro dele — Acredito que, temer pelo pior, fê-la estudar o suficiente para me tornar mais resistente, enquanto curava minhas feridas. - cuidadosamente, ela voltou a enfaixar o ombro ferido de Laxus.

Ele se silenciou, desviando o olhar do dela. Os olhos azuis acinzentados acabaram vislumbrando a região do abdômen de Eliza, fazendo-o franzir o cenho ao avistar uma marca escurecida na região, como se fosse uma tatuagem borrada.

— Isto. - inconscientemente deixou as pontas dos dedos trilharem pela região da pele — Tem algo a ver com o que o velho questionou no primeiro dia? - questionou, ainda focado na região do abdômen da mulher.

— A maldição de salomão. - ela observou o símbolo cravado em seu próprio corpo.

— Uma maldição que impossibilita o uso da magia, não? - recebeu um afirmativo da mulher ao balançar de sua cabeça, então ele ficou boquiaberto — Mas… - deu uma pausa, a região entre os olhos enrugada —… você estava participando do torneio para classificar um novo ranking S. - ele simplesmente se esqueceu de tirar a mão sobre a pele da maga.

— Consigo me virar sem o uso de magia. - foi simples na resposta — E a maldição já foi retirada.

— Você deveria aparecer mais na guilda. - o loiro era assertivo na frase.

Nos pensamentos da maga, ela deveria fazer muitas coisas. Eliza jamais reclamou de sua vida após a saída do antigo clã por um motivo óbvio: viver fora daquele lugar era a maior dádiva que realizou em sua vida! Claro, manter-se despercebida pelo mundo, às vezes, era algo difícil de fazer, porquanto suas habilidades exigiam um constante cuidado.

— Eliza. - os pensamentos da morena diluíram-se para que voltasse ao mundo real quando Laxus a chamou pela segunda vez — Está tudo bem? - perguntou depois de a ver afundar-se em uma expressão pensativa e vaga.

— Sim. - respondeu desornada de muitas explicações — Tentarei acender a fogueira. - complementou, cambaleando ante seus ferimentos.

Laxus buscou levantar-se, porém ainda não estava apto para fazê-lo a ponto de ter, Eliza, que intervir em seu gesto descuidado.

— Tuas costelas! - Eliza agachou-se ao lado dele, impedindo-o de se sentar — Tu queres ferir-te mais? - bradou exasperada em sua fala antiquada, tendo a necessidade de o forçar a deitar-se.

— Eu quero ajudá-la. - Laxus falou tranquilamente.

— Por sorte, tua lesão não resultou em um órgão perfurado. Preciso que tu continues na posição em que estás para que o trincado não se desprenda de vez. - explicou, rapidamente.

Então ambos expressaram, a seu modo, dor. Laxus trincou os dentes, prendendo o gemido agonizante na garganta, enquanto a maga fechou os olhos e respirou profundamente. Doeu-lhe tanto o ombro e a região do tórax que mal conseguiu respirar.

— Deixe-me acender a fogueira. Assim que terminar de fazer um chá analgésico, tornarei a deitar-me, está bem? - viu-o confirmar com um balançar da cabeça.

Sem que ela o notasse, Laxus a observou, silenciosamente. Embora ainda mantivesse o casaco do mago, era possível vislumbrar alguns detalhes no corpo feminino. A marca da maldição extraída foi uma das primeiras a notar, depois, não tão singela, vislumbrou uma cicatriz em formato de ‘x’ na altura da cintura para o lado esquerdo das costas.

Outra marca, semelhante a um longo e tortuoso corte, estendeu-se das costelas, no lado direito, até o ombro ferido. Foi quando ela agachou-se para verificar o fervilhar da água que os olhos de Laxus arregalaram-se.

Quando Laxus ainda era pequeno, seu avô, Makarov, costumava contar-lhe uma antiga lenda de terror da qual se tratava sobre uma estranha criatura que levava desgraça por onde passasse. A criatura, como o mal encarnado, era expulsa de cidades, vilarejos e campos. Toda vez que morta fosse, renasceria sob uma terrível forma para assombrar aqueles que lhe fizeram mal. Nocens era seu nome, do antigo latim, a verdadeira tradução da desarmonia natural.

O peito do homem, daquela vez, apertou-se. Não em dor física, apenas. Mas uma exacerbação do incômodo de ver escrito, nas costas femininas, uma verdadeira queimadura traduzida em: Nocens. Não era ao acaso ela ser daquele jeito arisco e antissocial. Uma onda de raiva abateu-lhe, pensando pelo que Eliza passou em sua vida.

— Ajudá-lo-ei a te sentar. - e com a suavidade, a qual um “mal” não possuiria, ela o auxiliou a se sentar, deixando a perna em posição de apoio para as costas masculinas.

— Credo! O que é isso? - questionou ao sentir o amargor do chá.

— Urtiga é um ótimo analgésico. - ela riu com a expressão dele.

Ela sentou-se ao seu lado, deixando a perna direita como apoio para as costas do loiro. Estava tão próxima que Laxus apenas se deixou viajar pelos detalhes do rosto feminino. Detalhes imperiais. Os olhos violetas possuíam um brilho extasiante, o nariz era perfilado e levemente arrebitado na ponta, os lábios faziam-se finos e delineados, formando um gracioso coração desenhado em seus principais contornos. Havia tantas belas particularidades da mulher, tanto físicas quanto de personalidade que ele questionou-se o motivo de fazerem-na passar pela crueldade cravada com lâmina quente em sua pele.

Involuntário foi o gesto de erguer o dorso da mão para acariciar o rosto da maga. O olhar de incompreensão surgiu forte dos orbes violetas, não impedindo, contudo, sua continuação. Os olhos mantiveram-se firmes, quando a palma da mão masculina encaixou-se entre a orelha e a nuca da morena. As respirações tornaram-se mais pesadas no momento em que a distância encurtou-se. Os lábios de coração estavam entreabertos, em uma surpresa destravada.

Então ele a puxou para seu peito. Como se tivesse mudado o pensamento no último momento. E ali ela permaneceu. Contaram-lhe que a paz era um estado de espírito. Uma sensação capaz de transcender barreiras da dissensão, da angústia e da dor em sua pureza. Um sentido de leveza emocional, quando seu corpo, carregado em toneladas, tornara-se desembaraçado das presilhas do passado.

Naquele momento ímpar, não era sua força que a fazia esmerar-se em grandeza, sequer sua magia. Era ser capaz de tornar aquele instante uma serena eternidade.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Aeeeeeeeeewww!!!! Fechando mais um capítulo para todos. Fico me perguntando se vocês querem realmente um romance mais fervilhado entre os dois ou se esse trabalho de sentimentos e emoções os agradam mais.

Espero que tenham aproveitado! Até o próximo capítulo!!!!

Aaah quase esqueci! Quando comecei a escrever o capítulo fiz uma capa representativa. O link está postado no meu perfil! Deem uma espiadela. Caso temam acessar o link, basta acessar a página do facebook "Alexiel Suhn" que a postagem estará lá!

Um beijão a todos!



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