Por Que Estou Sonhando? escrita por Allan Douglas


Capítulo 23
23 – Culpado.




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Ao terminar de contar sua historia, Mariko ficou olhando para a cara de espanto de Joe, ele parecia sem o que dizer, eu não o culpo, pois depois da revelação que ela tinha dado sobre a Ally e tudo da festa qualquer um não saberia o que dizer, mas ele conseguiu quebrar o silêncio perguntando:

- Por que você não foi presa? – perguntou ele já com a cara fechada.

- A policia culpou os responsáveis pela morte dela também – ela disse desviando o olhar de Joe.

- Eu não acredito que você fez isso Mariko! – disse Joe já elevando a voz e muito irritado – Ally era também minha amiga antes de você chegar, mas não só por ela, você me enganou, agiu como inocente o tempo todo, mas na verdade era culpada pela morte dela e ficou em silencio deixando a culpa cair em cima de outros, não sei como pude me tornar amigo de alguém como você, não acredito que amo alguém assim... – disse ele decepcionado consigo mesmo.

- Joe me perdoe por ter mentido para você, mas eu queria esquecer tudo aquilo, eu não sei o que passou na minha cabeça eu podia ter salvado ela, mas não salvei, não queria empurrá-la para a morte, foi um acidente – disse Mariko.

- Não posso te perdoar, não agora, foi tudo tão repentino... Mas mesmo depois de tudo isso não consigo deixar você entrar ali sozinha, eu me sentiria culpado por isso e nunca me perdoaria, mas que fique claro que não te perdoei – disse Joe mudando de atitude.

 - Muito obrigada Joe, mas depois de te contar tudo isso eu percebi que não posso deixar você arriscar a sua vida por mim, eu sou a culpada por tudo isso, não vou deixar você entrar lá comigo não tendo nada haver com a historia – falou Mariko motivada e sem medo.

- Mas – tentou Joe e Mariko o interrompeu.

- Sem ‘mas’ Joe, eu vou sozinha, é o único jeito de eu me redimir, por favor – disse ela.

Joe então olhou para ela com admiração e abaixou a cabeça dizendo:

- Mas se precisar de alguma coisa, grite, que eu vou lá te ajudar – disse enquanto se sentava em frente ao prédio de sangue, como muitos diziam enquanto Mariko se aproximava da entrada do local.

Ela começou a caminhar pelo o que seria o hall do lugar, foi onde tudo tinha acontecido, a maior concentração de pessoas da festa, as mortes, os corpos, o sangue todo o pesadelo foi quase todo ali, ela podia até sentir o cheiro de sangue fresco daquela noite. Continuou andando e procurando pelo homem que a levou ali, não o encontrou no 1° andar então se dirigiu para o segundo andar, onde também não havia vestígio algum dele, apenas más lembranças que o lugar trazia da festa. Foi passando pelos corredores e portas do segundo andar até chegar à escada para o 3° andar onde ela tinha brigado e deixado a Allysa morrer, seria difícil voltar ali depois daquilo, ela nunca mais tinha entrado no prédio novamente depois da festa, nem passado perto da Rua Vargas até aquele momento, ela estava com um sentimento de ódio e arrependimento, tudo isso com uma vontade de chorar tremenda.

Ao chegar ao 3° andar ela logo deu de cara com a escada para o terraço ela pensou em subir e ir até lá, mas mudou de idéia e pensou que se aquela pessoa tivesse alguma coisa haver com a morte da Ally não iria até o terraço e sim até a sacada daquele andar onde tudo aconteceu entre Mariko e Ally. Ela então começou a andar em direção aquela sacada e passando pelo quarto onde ela havia ficado com o tal do Leo, e ao chegar à sacada viu uma sombra no canto do lugar, não conseguia ver o rosto, como sempre, então perguntou:

- Quem é você? – com frieza e foi a mesma pergunta que ela fazia em todos os sonhos dela.

- Você me conhece, você me procurou, e não me achou – disse ele parecendo estar debochando.

- Diga logo quem é você! – disse Mariko mais irritada.

- Você é mesmo explosiva, foi por isso que aquilo aconteceu nesse mesmo local, mas tudo o que você faz quando esta irritada é o que você queria fazer desde o começo – disse ele no mesmo tom anterior.

- Pare de querer me ensinar sobre minha personalidade, eu me conheço muito bem, só responda minha pergunta – disse ela irritada, mas não demonstrando na voz.

- Por que deveria? Não sou nada seu – disse ele irritando ainda mais Mariko.

- Idiota, por que me trouxe até aqui? O que quer comigo? Quem é você?! – perguntou Mariko quase em prantos.

Ele riu sarcasticamente e saiu de trás da sombra para que Mariko visse o rosto dele e respondeu:

- Acho que agora você me reconhece não é? – disse rindo.

- Não pode ser! Você é aquele dos meus sonhos... – disse Mariko ao se espantar.

- Sim, e eu estava fazendo isso tudo com você – disse ele sorrindo.

- Mas quem é você? – perguntou ela mais uma vez.

- Martine Marie.


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