Por Que Estou Sonhando? escrita por Allan Douglas


Capítulo 16
16 - Hospital Psiquiátrico Dr. Joccovick




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Já estavam no carro por quase 4 horas e Menusville não estava mais tão longe, Joe e Mariko não trocaram muitas palavras durante a viagem, ela achava até estranho ele não ter dito nada por ser tão ativo e viver perguntando o que fazia ela se irritar, mas aquele silencio dele até a tinha deixado um pouco incomodada, mas era bom pois assim ela tinha silencio para pensar em tudo aquilo,  no que fazer quando encontrar o tal Martine, o que falar, o que perguntar, mas ela não tinha conseguido nada, nada mesmo. Não a culpo.

Mariko tinha percebido que Joe estava incomodado com o silencio também e deixando claro que não tinha o que falar, ou mesmo não sabia como falar então Mariko resolveu acabar com o silencio dizendo:

- Estamos chegando não é? – era algo tão obvio e ela sabia disso, mas foi à única forma de puxar algum assunto naquele momento.

- É sim, quase lá...

Mariko não sabia como continuar o assunto então já esperava mais um bom tempo de silencio até chegarem à cidade, mas Joe disse algo que ela havia se perguntado a viagem toda.

- O que vamos fazer quando encontrá-lo?

- Estou me perguntando isso à viagem toda, e sinceramente não consegui decidir o que fazer.

- Isso explica e muito todo esse silencio que tivemos esse tempo todo...

- Sim, mas por que você não disse nada? Sempre está perguntando algo ou falando sobre alguma coisa muitas vezes inútil, mas apenas para ter algum diálogo.

- Simplesmente dessa vez eu não tinha muito que falar, você estava pensativa, então o que vinha a minha mente eu guardava.

Mariko esboçou um leve sorriso e logo avistou a placa dizendo ‘Bem vindo a Menusville’, eles tinham chegado depois de 4 horas de viagem. Agora era questão de tempo até que chegassem ao manicômio e ela ficasse cara a cara com o homem que havia feito ela ter todos aqueles pesadelos, bom ela esperava que assim fosse.

A cidade não era muito grande, assim era o melhor lugar para se construir um hospital psiquiátrico, para o melhor tratamento dos pacientes. Logo chegariam ao lugar e o frio na barriga de Mariko só aumentava, mas não era um frio que se sente antes de se andar numa montanha russa, ou quando se vai fazer uma prova de vestibular e sim um frio de medo, ela estava com medo e ele aumentava a cada rua terminada, cada esquina virada, a cada metro andando com o carro. Os seus pensamentos estavam divididos em continuar e parar com tudo aquilo, mas o lado de continuar falava mais alto, ela queria vencer seja lá quem fosse.

O medo que ela estava sentindo foi ao máximo quando viu o hospital ao final da rua, ele ficava em um lado afastado da cidade por motivos óbvios. Mariko começou a tremer e suar, ela estava desesperada, não queria continuar, o seu instinto dizia isso, mas sua razão não permitia parar ali e mesmo que ela parasse tudo aquilo iria continuar, seria inútil voltar, ia até o fim.

Joe estacionou o carro, e ele desceu, Mariko relutou por alguns segundos, mas também desceu e foi em direção a porta do local que ela estava tão apreensiva para encontrar, ela não suportava mais esperar por aquilo, por mais que seu medo fosse tanto ela queria encontrar Martine e resolver suas diferenças com ele quaisquer que fossem, que ela ainda não sabia até o momento, ou sabia e estava escondendo de si mesma.  Mesmo chegando ali ela não sabia o que iria dizer, nem sabia o que diria para a recepcionista, eles iriam pedir alguma ligação dela com o tal homem, ele estava lá há tanto tempo que não podia ser qualquer desculpa, tinha que ser algo valido, e se conseguisse como começaria a conversa com ele? “Dizer ‘oi’ seria bom? Não, então começar como? ‘ O que quer comigo, por que está fazendo isso? Como está fazendo?’ Também não, não sei o que fazer, eu vim com a cara a tapa, não sei nem ao certo como conseguir conversa com ele. Como pude ser tão instintiva assim? A ponto de não planejar nada, imbecil!”

Ela não podia mais fugir, a porta que mostraria as respostas para suas perguntas, e quem sabe a porta que mostraria a resolução dos seus problemas estava logo à frente, se era ele ou não, ela iria ter que perguntar pessoalmente. 


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