Por Que Estou Sonhando? escrita por Allan Douglas


Capítulo 14
14 – Ele não está entre nós.




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Estavam caminhando em direção a casa de Ally, Mariko quis ir andando para ter mais tempo de pensar no que se falar, como não teve tempo para pensa. Ela não imaginava o que poderia descobrir sobre o ex-namorado de Ally, ou se os pais dela sabiam alguma coisa era um tiro no escuro, mas só se tinha aquela opção no momento, não que fosse perda de tempo, mas ela só poderia se machucar indo aquela casa. Não a culpo.

Eles caminharam com poucos diálogos, pois Mariko não estava muito para conversas, ela só pensava no que poderia descobrir e também ficar conversando não a deixaria pensar no que dizer aos pais da garota. Ao chegarem Mariko parou olhando para a casa com um olhar fixo e vazio, Joe ameaçou apertar a campainha, mas ela o impediu. Ficou para por alguns segundos, “Será que devo mesmo seguir em frente com isso, não seria melhor deixar que tudo isso passe, nada de mal aconteceu comigo até agora, apenas um corte no dedo e um pouco de sangue no rosto, mas nada de mais, não quero entrar ai, já até estou sentido a clima que estava casa está me passando é como se fosse uma casa mal – assombrada, mas é apenas por culpa dela, Ally. Não vou entrar. Não vou! Mas não posso parar agora, já cheguei até aqui, trouxe o Joe comigo nessa loucura, tenho que entrar, não posso mais temer você Ally!”

Depois de passado o momento de incerteza, Mariko toca a campainha umas duas vezes e espera muita nervosa, quase suando com medo de algo que ela não devia temer e ela sabia disso. Após alguns minutos a porta da frente se abre, era a mãe de Ally que se impressiona com a visita de Mariko, não com a de Joe.

- Mariko? Eu não esperava pela sua visita...

- Bom é que... Como alguns dias atrás se fez dois anos depois daquilo eu bom, achei melhor vir fazer uma visita a senhora e seu marido. Sei que sua filha e eu não nós dávamos bem, mas tenho que superar isso, então decidi vir fazer uma visita a senhora...

Joe olhou um pouco assustado com a declaração de Mariko e logo completou:

- Bom e eu acabei aproveitando e vim junto, já que faz um bom tempo que não nós vemos.

A mãe de Ally não foi relutante a convidá-los a entrarem, Mariko se sentiu ruim por ter mentido para a mãe dela que nunca fez nada a ela, pelo contrario, as vezes a defendia por achar que Ally estava errada em muitas das brigas das duas, mas depois da morte de Ally, Mariko nunca mais tinha conversado com ela, por isso o medo de ir até lá, achava que a mãe da garota tinha criado um ódio por achar que ela tinha culpa na morte.

Ao se sentarem Joe logo perguntou:

- Como vai à senhora Dona Maria?

- A eu vou bem Joe, muito obrigado mais e vocês como estão?

- Eu estou muito bem também Dona Maria – disse Joe com um pouco de relutância.

Houve silencio na sala por alguns segundos, o clima não parecia bom e Mariko logo cortou o silencio dizendo:

- Eu estou bem Dona Maria...

- Vocês querem alguma coisa? Água, café? – perguntou Maria com um belo sorriso no rosto.

- É não precisa não, muito obrigado – disse Joe com um pequeno sorriso.

- Isso mesmo Dona Maria – completou Mariko, logo dizendo – na verdade eu gostaria de fazer algumas perguntas a você.

- Claro, mas sobre o que seria? – perguntou Maria com aquele mesmo sorriso. “Por que ela ainda está com esse sorriso? Ela só pode estar brincando comigo, ela devia me odiar não é? Ela deve ser como a filha. Parece uma psicopata com esse sorriso! Não quero mais ficar aqui, eu estou com medo, ela pode me matar, Chega! Chega! Acalme-se Mariko! Você só está com medo, respire e continue...”

- Sobre sua filha... – respondeu Mariko com a voz fraca.

- O que tem minha filha? O que quer saber?

- Bom, quando nós estávamos no 2º ano, sua filha tinha um namorado não é?

- Tinha sim, e o que tem ele? O que quer com ele? – respondeu Maria já um pouco alterada, sem aquele sorriso paralisante, isso deixou Mariko mais calma...

- Eu não sei o nome dele, nunca conversei com ele, apenas o conhecia de vista e a senhora deve saber o motivo, mas isso não vem ao caso, preciso apenas saber o nome dele e onde ele está agora. A senhora poderia responder?

- Poderia, mas você ainda não respondeu minha outra pergunta o que quer com ele? – ela continuava alterada.  

- Só precisamos conversar com ele. É que estamos tentando montar uma homenagem para todas as vitimas daquele dia e queríamos que ele estivesse e nos ajuda-se organizar, já que todas as amigas da Ally não querem, aliais ninguém que esteve lá ou eram amigos nossos querem ajudar.

- Vocês não acham que tivemos o bastante? – disse Maria já em lagrimas – eu perdi minha única filha e já não posso mais ter algum outro bebe, e vocês vem até minha casa remoer mais minhas feridas, ela não precisa de homenagem, nem ninguém que esteve naquela maldita festa, eles não foram heróis, eram apenas adolescentes desobedientes que não nos ouviam e foram a uma festa que tinha tudo o que dar errado, e minha filha foi até lá, por minha culpa e por culpa do namorado que não demos ouvido a ela, ela já era revoltada comigo e eu fiz aquilo, eu não posso me perdoar por ter feito aquilo, eu sou uma pessoa horrível, me desculpe Ally, me desculpe Joe, perdão eu não mereço mais viver. Eu sou desprezível! – terminou Maria em um choro desesperado.

Mariko e Joe ficaram sem reação naquele momento, se sentiram culpados em terem ido até lá e ter feito uma pessoa que não tinha nada a ver com os problemas deles. Mariko imóvel simplesmente ficou olhando e Joe disse algo no momento em que ninguém diria nada:

- Nós sentimos muito Dona Maria, eu também sofri e ainda continuo a sofrer pela morte da Ally, nós já fomos amigos na infância eu sei que é difícil para a senhora lembrar-se de qualquer coisa sobre ela, mas nós precisamos conversar com o ex-namorado dela, por favor Dona Maria...

Mariko ficou espantada com o que Joe disse, ele tinha razão no que disse, mas mesmo ela se sentia culpada por estar lá e ter feito aquilo com a mãe de Ally, ela não gostava daquilo, mas após Dona Maria ter limpado as lagrimas respondeu:

- Você tem razão Joe, me desculpe, eu só não consigo superar a morte dela... Martine Marie é o nome dele, e bom depois que ela morreu, nunca mais tive contado direto com ele.

- Mas a senhora sabe onde podemos encontrá-lo? – perguntou Joe.

- Depois que houve toda aquele problema, Martine foi até a delegacia junto com todos os outros sobreviventes e pelo o que eu sei ele disse que um garota tinha empurrado a Ally, mas não tinha sido alguém do grupo que armou tudo aquilo e sim uma outra garota, mas não existia nenhuma evidencia a não ser a palavra dele. Após ele continuar insistindo nisso e o delegado continuar a dizer que era besteira ele xingou e gritou com todos no lugar e foi a julgamento por desacato. E no julgamento foi constado que ele tinha problemas mentais e foi internado em hospital psiquiátrico em outra cidade.

Mariko se assustou e ficou com menos esperança de resolver aquilo depois de ter descoberto isso, se ele estava preso, como poderia estar fazendo isso de tamanha distancia, ela foi do céu ao inferno.

- Ele está em Menusville? – perguntou Joe

- Sim, desde aquela época, é o que eu acredito.

“Não pode ser! Por quê? Ele não está entre nós, ele está fora da cidade sem contato com o mundo exterior, então como pode estar fazendo isso? Não é ele, voltei à estaca zero, não sei mais onde procurar e como resolver isso, eu vou desistir de tudo e deixar que a morte me leve em paz... O que eu estou dizendo?! Estou pensando em me matar? Não vou, seja lá quem for e como está fazendo, não vou deixar ele vencer, vou até o fim, vou atrás desse tal de Martine e mesmo que não seja ele, vou vencer.” 


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