Minha primeira reação quando cai na água foi gritar por ajuda, afinal, não sou tão burra assim né? Mas pensando bem... Se eu abrir a boca é provável que engula muita água, posso tentar mandar sinais.

    Comecei então a acenar desesperadamente em quanto lutava contra a força da água que queria me afundar, era uma sensação horrível. Mike ficou ali parado me encarando como se estivesse assistindo à um nado sincronizado. Não estava mais aguentando aquilo quando resolvi gritar:

 - Mike! Socorro seu idiota eu não sei nadar!

 - Você pula em um lago sem saber nadar e eu sou o idiota? – Ele sorriu.

    Mesmo assim ele pulou no lago. Meus deuses ele era lindo e legal. Me senti como a Branca de Neve esperando ser salva pelo seu príncipe no alto da torre, ah não! Espera ai... Essa não é a Branca de Neve, é a Ariel, então... Me senti como a cinderela esperando que as três fadas de sua irmã Cleópatra lhe entregassem seu sapatinho perdido e lhe comprassem vestidos para ela poder acordar o príncipe sapo de seu sono milenário no alto da torre do castelo... AH! Preciso parar de pensar! Estou afogando!

 - Pronto. – Disse Mike me levando para fora da água.

   Eu fiquei lá um tempo tossindo e tentando me recuperar e ele ficou parado do meu lado, olhando para o nada. Depois de um tempo, eu olhei pra ele. Ele me encarou e começou a rir.

 - Você é completamente maluca filha de Dionísio.

 - Filha de Dionísio? Pensei que eu fosse uma meio-sangue.

 - Você é uma Meio-Sangue filha de Dionísio.

 - Ah tá... – Queria tentar fazer ele não notar que eu ainda não fazia ideia do que aquilo poderia ser, mas não me contive. – Mas... Por que reclamaram de mim?

- Ai deuses. Cibelly, parabéns. Você é uma filha de Dionísio.

- Dionísio? - Olhei para cima e vi que já não havia mais nada em minha cabeça. - Hum... Já ouvi esse nome antes, mas, eu sou filha dele?

- É Cibelly. Você é uma filha de Dionísio, deus das uvas e das festas. – Ele dizia num tom que me fazia pensar na possibilidade de Dionísio não ser lá um cara bem legal.

- Jura? Nossa que maneiro. Isso merece uma comemoração. Então... Vamos festejar!!!

- Ahn... Por que?

- Filha do deus das festas, festejar... Entendeu?! – Eu estava achando a ideia o máximo. Aquele lugar precisava de uma festa. – Tudo bem, como se da uma festa por a...

   Não consegui continuar falando, pois, sentado em uma árvore bem perto de nós havia o garoto mais lindo que eu já tinha visto na minha vida!

 - Por aqui... Eu... – Tentei continuar falando. - Quem é aquele?

 - Aquele é Polux, um filho de...

   Antes de ele terminar de falar eu sai de perto precisava convidar aquele gato para minha festa.

- Oi. - Eu me aproximei pensando no que poderia dizer. - Eu... Am ... Sou uma Meio-Sangue.                                                                                                                                      

- Ah... Que legal. - Disse ele em um tom sarcástico. - Olha que coincidência, eu também.                                                                         

- Ahn... Ér... É que eu vou dar uma festa, e queria te convidar. Então, você quer ir?

- Festa? Ah, claro. Eu vou sim, adoro festas.

- Olha, quantas coincidências, eu também.

- E qual que é o seu nome mesmo? - Ele perguntou coçando a cabeça.

- Cibelly, você é muito gato... Am, e o seu? – Como não sabia ao certo o que dizer perguntei o nome dele mesmo que Mike já tivesse me dito.

- Pólux. Em que chalé e que horas?

- Hum... No chalé...

   De repente Mike chegou e foi se intrometendo.

- Oi Pólux. Boné legal cara.

 - Sério? Eu...

 - Não. – Mike voltou-se para mim. – Cibelly precisamos conversar.

 - Sai fora. – Sussurrei para que Pólux não notasse. – Eu estou chamando ele para festa. Vazaa.

 - É sobre o... Amm. Poder dos Unicórnios! Você precisa saber disso.

   Quando o assunto eram meus poderes eu precisava escutar. Pedi licença a Pólux que analizava com tristeza seu boné azul e segui andando com Mike. Foi até melhor mesmo já que eu e ele estávamos ensopados e precisávamos nos trocar, depois eu voltava para terminar de conhecê-lo.

 - Me diz logo o que foi! – Tentei soar brava.

 - Ele também é um filho de Dionísio!

   Meu estômago deu um nó. Senti atração por meu irmão? Fala sério!

   Agora eu estava molhada, com um paquera que era meu brother e ainda tinha que arrumar toda festa! Argh. Ser meio-sangue é complicado.