O filme já tinha acabado. Quando eu lembrei que estava trancada. E agora? Eu era uma semideusa cheia de dons e poderes, mas não conseguia fugir de uma sala trancada? Como assim?

Foi ai que tive uma idéia. Me concentrei ao máximo, estiquei meu braço em direção à porta da distância perfeita e me foquei em usar meus poderes para abri-la. Um, dois, três segundos e nada aconteceu. Devo estar fazendo algo de errado. Já ia entrar em pânico, quando vi, bem ao meu lado, era ele, a solução. O livro: Unicórnios e o segredo das trancas.

Fiz uma pausa para lê-lo. O que não demorou muito já que ele só tinha cinco páginas grossas. Depois o guardei e fiz exatamente como no livro.

Me preparei e comecei a falar (N.A.: Nossa, nossa assim você me mata... rsrsrs) Pelos poderes a mim, meio sangue filha de alguém, investidos eu declaro á você, porta, que se abra agora!

E para a minha surpresa ... deu certo! Yes! Eu sabia, sou muito poderosa!

A porta se abriu e eu vi que Mike estava do lado de fora dela com uma pequena chave na mão. Provavelmente ele queria abrir a porta, mas deve ter se surpreendido quando percebeu que eu já tinha a aberto. E com o poder dos Unicórnios! Uau! Eu adoro ser meio-sangue.

Ele encarou por alguns segundos o meu sorriso triunfante e depois disse:

– É... E aí Cibelly? Assistiu? Entendeu tudo ou eu tenho que te explicar alguma coisa?
          – Assisti, entendi, e...

– Já sei. Você quer saber quem é seu pai. Na verdade...

– Não, até que quero, mas primeiro quais são os meus poderes? – Percebi que ele estava prestes a responder, mas continuei. - Eu destravo portas com o poder dos unicórnios e... o que mais?

– Você... Ahn? – Ele parecia confuso.

– É, eu estava trancada ali. – Apontei para porta. – Mas, depois que falei o encantamento do livro. A porta se abriu.

Mike desviou seu olhar para chave e fez uma cara de, agora entendi.

– Wow! O poder dos unicórnios é, esse poder é realmente incrível!- Ele parecia estar tentando não rir.

– E não é? Mas agora vamos, as maças só são vendidas até o entardecer.

– O que?

– Ah, esquece.

– Ahn, ta... Então vamos Cibelly, vou te levar pra conhecer o acampamento.

Ele me guiou até o lado de fora da casa azul que agora eu descobrira, era chamada de Casa Grande. De repente, ele olhou pra mim e tinha um tipo de luz roxa na cara dele. De início pensei que ele ia começar a me contar uma história do mal, tipo, A Maldição do Pônei, mas depois percebi que ele olhava pra mim. Ou melhor, pra algo acima da minha cabeça. Olhei também e vi que tinha um tipo de holograma da mesma cor refletida nos olhos dele rodando em cima de mim. Tentei acompanhar seu movimento mais fiquei meio tonta. Quando ele parou de rodar pude ver que era um desenho de cachos de uvas, mas ao invés da folha, ele tinha um chapéu, como os de festas de aniversário infantil.

– Que macumba é essa? – Perguntei pra ele desesperada.

– Calma, você não viu isso no vídeo? – Ele ficou meio surpreso

Eu não ouvi o que ele disse apenas fiquei louca e pulei no lago.

A minha vida não estava fazendo muito sentido. Eu só tinha certeza de 4 coisas: 1° Eu tinha o poder dos unicórnios. 2° Se eu não voltasse logo com as maçãs, minha mãe me mataria. 3° Ainda tinha que descobrir se existem dinossauros mamíferos e 4° Eu não sabia nadar.