A Herdeira escrita por GrazielleAlessa
O céu estava claro e limpo quando Jenny olhou pela janela antes de descer para o café. Um bom sinal, pelo menos. Ela e Rosa estavam usando calças ao invés das costumeiras saias, e joelheiras marrons. Rosa não parava de coçar seu joelho.
- Isso é horrível. – reclamou ela.
- Isso é demais! – Exclamou Scorpion se aproximando com Alvo.
- As joelheiras? – perguntou Rosa.
- Não, aula de voo! – cantarolou Alvo.
- Mas você já sabe voar. – disse Rosa a Alvo.
- Então... – disse Scorpion como se fosse óbvio – É por isso que é legal.
- Ok. – disse Jenny – Agora eu acho que realmente vou vomitar.
A ideia de voar era absurda. Se humanos fossem feitos para ficarem metros à cima da terra, eles teriam asas. Essa aula não tinha nenhuma finalidade, tirando a de fazer você levar provavelmente o pior tombo da sua vida.
- Calma. – disse Scorpion dando tapinhas em seu ombro – Ninguém vai te deixar cair.
Jenny sorriu fracamente e continuou a andar ao lado de Rosa que não parecia aprovar a ideia.
Chegando ao grande salão, eles nem chegaram a sentar-se a mesa. Rosa pegou uma maçã e Jenny mordiscou uma torrada. Alvo e Scorpion tentavam levar tudo o que conseguissem dentro da mochila. E continuaram a andar em direção ao campo de quadribol.
A grama exalava o cheiro de orvalho e o céu estava bem atrativo. Se não ventasse muito, talvez pudesse ser um bom voo. Essa ideia animou as garotas.
A professora ainda não havia chegado, mas havia cerca de 30 vassouras emparelhadas no chão e dois colchões com cerca de 5 metros de altura e cumprimento, que formavam um estranho “L” encostados no muro no castelo: Um no chão, outro na parede. Eles olharam os colchões e não conseguiram imaginar a utilidade deles. Não era como se fossem voar colados a parede do castelo.
Eles continuaram andando até sentarem no degrau mais baixo da arquibancada. Alvo e Scorpion retiraram de suas mochilas garrafas de suco e pães recheados e dividiram com as meninas. Terminando de comer e beber, Jenny tateou o bolso e soltou um muxoxo de desespero.
- Que foi? – perguntou Alvo ainda mastigando o que sobrara de seu pão.
- Eu sempre esqueço. – disse Jenny – Que falta faz meu celular.
- Seu O QUÊ? – perguntou Scorpion confuso.
Rosa, Alvo e Jenny encararam-no incrédulos.
- Você não sabe o que é um celular? – perguntou Rosa.
- Até eu sei o que é um celular! – exclamou Alvo – Não que eu tenha um...
- Vão me dizer o que é? – perguntou Scorpion irritado. Ele sentia-se idiota.
- É um aparelho. – explicou Jenny – que serve pra você falar com as pessoas que tenham um também. Ele é pequeno e tem botões.
- E por que elas não mandam corujas? – perguntou Scorpion sem entender.
- Trouxas não têm corujas, Scorpion. – disse Rosa calmamente.
- Ah... – disse Scorpion – Então, por que você não o trouxe?
- Li que a magia de Hogwarts pifa esses equipamentos eletrônicos. – disse Jenny dando de ombros. – É um sacrifício que tive que fazer. Mas sinto falta... Costumava ver as horas nele.
Jenny suspirou pesadamente.
- Falta meia hora pra aula começar. – anunciou Alvo olhando seu relógio de pulso. – Acordamos muito cedo.
- Quem disse que eu dormi? – disseram Jenny e Rosa ao mesmo tempo.
- As vassouras são seguras. – disse Scorpion.
Ao ver as caras não convencidas das garotas, Alvo suspirou.
- Acho que vamos ter que provar. – disse Alvo.
Um sorriso maroto passou pelos lábios de Scorpion.
- Vamos provar.
Scorpion puxou Jenny e Rosa pelas mãos e arrastou-as até as vassouras. Alvo seguiu na frente, pegando logo uma para si.
- Em pares? – perguntou Alvo a Scorpion.
- É melhor. – disse Scorpion depois de pensar um pouco. – Dá mais confiança.
Alvo passou uma das pernas por sobre a vassoura. E indicou a vassoura para Rosa.
Ela soprou sua franja nervosa e andou até ele. Quando teve coragem o suficiente para montar, Scorpion já estava flutuando com Jenny há alguns metros de distância.
- Scorpion. – gritou Jenny – Eu não estou confortável aqui.
- Relaxe. – disse ele – E você está me arranhando.
Jenny se desculpou e retirou as mãos ao redor de Scorpion, onde suas unhas estavam cravadas nas costelas dele. Ela deu um espaço e segurou na própria vassoura. Ele chutou o ar e a vassoura subiu alguns metros. Era só impressão ou o céu parecia um redemoinho onde tudo girava?
- Tudo bem ai? – perguntou Scorpion.
- Sim. – Mentiu Jenny.
- Preciso que faça um quatro com a perna. – disse Scorpion.
- O quê? – Gritou Jenny, o ar zumbia a seus ouvidos comprometendo sua audição.
- Encaixe seu pé esquerdo por detrás do seu joelho direito. – explicou ele em voz alta – E prenda bem.
Jenny não entendeu a finalidade daquilo, mas fez.
- Pronta? – perguntou ele.
- Pronta. – disse ela com uma falsa confiança na voz.
Sem avisar, Scorpion deu um rodopio, fazendo a vassoura girar em 360º. Jenny gritou.
- Jenny. – gritou Rosa flutuando mais abaixo com Alvo. – Tudo bem?
Jenny socou o braço de Scorpion.
- Você é um idiota. – ralhou ela. – Eu quero descer.
Scorpion riu.
- É... Não vai acontecer.
- Como é? – perguntou Jenny incrédula. – Eu quero descer!
Scorpion fez com que a vassoura subisse mais alguns metros. Rosa e Alvo não pareciam mais que meros pontinhos no gramado.
- Me deixa descer. – pediu Jenny, lágrimas já rolavam do seu rosto.
- Não precisa ter medo. – disse Scorpion meio-torto, tentando olhar para Jenny. – Eu prometo que não vou te deixar cair.
- É melhor mesmo. – resmungou ela.
- Mais um rodopio, ok? – disse Scorpion sorrindo. – E ai a gente desce.
- Tá. – concordou Jenny de má vontade.
Scorpion girou mais algumas vezes, Jenny sentia seu coração ir à boca cada vez que ele fazia isso. Mas depois de algum tempo, quase pareceu divertido. Aquela sensação de cortar o vento definitivamente era boa. Quando fechou os olhos e aproveitou a forçada brisa, Scorpion já tinha aterrissado.
- Ah. – lamentou-se ela saindo da vassoura.
- Eu sei. – disse Alvo também voltando ao chão. – Fica bom depois que você perde o medo.
- Ou não. – resmungou Rosa desmontando da vassoura. Ela estava descabelada e com um tom esverdeado.
- Eu ainda tenho que te matar. – comentou Jenny tão tranquilamente como se estivesse anunciando o tempo.
Scorpion sorriu marotamente.
- Admita que adorou.
- Você é ridículo. – disse Jenny sorrindo minimamente. – Se eu não estivesse tonta você iria ver.
Rosa estava bufando irritada em uma tentativa frustrada de prender seu cabelo. Alvo e Scorpion acabaram de travar uma luta de “espadas” com as vassouras e Jenny estava sentada observando os desajeitados e barulhentos golpes.
- Vocês são péssimos. – disse Jenny observando Alvo dar um forte golpe na vassoura de Scorpion e com o impacto ambos caíram.
- Eu não podia concordar mais. – Jenny olhou pra cima e viu a professora e o restante dos alunos assistindo a luta em silêncio.
Rosa se aproximou, Jenny levantou e Alvo e Scorpion lutavam para se erguerem doloridos.
A professora era alta, cerca de 30 anos, com cabelos longos e pretos. E os encarava sustentando um olhar duro e crítico.
Jenny engoliu seco.
- Vejo que já pegaram suas vassouras. – disse secamente olhando para as vassouras nas mãos de Alvo e Scorpion.
Ouviram-se risadinhas dos alunos recém-chegados.
- Chegamos mais cedo. – explicou Alvo.
- Bom. – disse ela com a voz impassível. – Eu sou a professora Tania.
- Bom dia, professora Tania. – disseram Jenny e Rosa em uníssono.
Inesperadamente abriu-se um enorme sorriso no rosto de Tania.
- Bom dia, crianças. – respondeu ela animada. – Por que não formam uma fila ali?
Os alunos encararam-na confusos e formaram uma fila indiana perto dos colchões. Ela distribuiu vassouras para todos, pulando Alvo e Scorpion.
- Coloquem-na no chão. – Instruiu Tania – estique sua mão e peça para que ela suba.
Vários gritos de “Suba” surgiram ao ar, várias vassouras obedeceram e flutuaram até as mãos dos estudantes. Várias lutavam com os pedidos hesitantes dos demais e permaneciam ao chão.
- Agora, a lição dois. – disse ela erguendo dois dedos na mão – Montem na vassoura e deem um forte impulso do chão. E vocês conseguiram fazer uma roda no ar? Facilitaria muito as coisas, obrigada.
Vários alunos ficavam apenas chutando o chão e nada acontecia. Scorpion e Alvo voaram quase que instantaneamente. Jenny e Rosa demoraram um pouco, mas conseguiram levantar voo. Depois de meia hora de tentativa, todos os alunos estavam no ar. Formava uma espécie de semicírculo a alguns metros a cima da professora, como se fossem uma aureola gigante, quebrada e esquisita sobre a cabeça dela.
- Quero que deem mais espaço. E que alguém se habilite para ser o primeiro a girar. – gritou Tania – Vocês vão girar cada vez mais rápidos. Quero ver quem consegue ficar em cima da vassoura.
Alvo e Scorpion se entreolharam com um sorrisinho malicioso. Era moleza. Jenny e Rosa só conseguiam encarar sua frente, com medo de se desiquilibrar caso observassem o chão.
- Quem começa? – perguntou Jenny olhando para os alunos.
Vários deles desviaram os olhares.
- Que tal você? – perguntou a professora para Jenny. – Srta... ?
- Srta. Hudson, senhora. – respondeu Jenny.
- Comece Srta. Hudson. – ordenou.
Jenny respirou fundo. Por que tinha que ter aberto a boca? Girar. Ela começou circulando uma área relativamente larga.
- Acelere. – disse Alvo.
Jenny inclinou o corpo mais pra frente e sentiu a vassoura pegar velocidade. Cada vez mais rápida menor a área circulada e mais alta. Ela já tinha perdido a conta das voltas.
- MAIS RAPIDO. – exigiu a professora.
Jenny se inclinou ainda mais pra frente. Sua vassoura zunia de emoção. Ela não conseguia distinguir rostos e sua mão começava a suar... Ela escorregou.
Caiu horizontalmente com os braços erguidos, mas a gravidade estava puxando brutalmente seu corpo para baixo e logo estaria num mergulho de cabeça. Ela queria gritar, mas parecia que faltava ar para as palavras serem pronunciadas.
Scorpion e Alvo voaram em direção a ela, um por cada lado, mas Jenny parecia um borrão inalcançável. Repentinamente, eles foram empurrados para o lado, como se uma mão gigante e invisível tivesse rebatendo-os para uma das paredes do castelo. Eles bateram no estranho esquema de colchões.
- Que diabos? – resmungou Alvo tonto devido o impacto.
- Ninguém mandou se meterem. – ralhou a professora – Acha que eu realmente ia deixar a garota morrer?
Ela soprou a ponta de sua varinha e mandou outro aluno começar o exercício.
Jenny levantou segurando sua cabeça. Então era pra isso que serviam. Por mais que fosse mais confortável bater nos colchões do que no gramado, a sensação não era tão boa.
- Essa mulher é louca. – rosnou Scorpion – Ela rebateu a gente como se fossemos moscas.
- Opa, melhor sairmos daqui. – disse Jenny puxando Scorpion e Alvo de cima dos colchões.
5 segundos depois um garoto aterrissou nos colchões.
- Esse durou menos que você. – Comentou Scorpion.
- Que animador. – disse Jenny esfregando a cabeça que latejava.
Os três subiram na vassoura e voltaram a formar o semicírculo. Todos os estudantes tiveram o mesmo destino de Jenny, a humilhante e desajeitada queda até os colchões. A professora poupou Alvo e Scorpion por já terem sofrido a queda fora de hora.
Um som alto e agudo saiu do apito que a professora soprava com fervura.
- Por hoje já deu. – disse ela – Estão dispensados.
Todos suspiraram aliviados e pousaram o mais rápido possível.
- Graças a Deus. – disse Rosa olhando para os céus. – Eu estou morta!
- Estamos uma bagunça. – disse Jenny encarando as roupas imundas e suor na testa dos amigos.
- Vamos para o salão comunal tomar banho, depois almoçamos. – sugeriu Rosa.
Eles pegaram suas mochilas e seguiram diretamente ao salão comunal.
Em um corredor que dava acesso as escadas que se moviam sozinha esbarraram em Tiago e alguns amigos.
- E ai, Alvo. – cumprimentou Tiago bagunçando o cabelo do irmão. – Como foi sua primeira aula de voo?
- Tranquilo. – disse Alvo sorrindo.
- Claro que foi. Você teve um ótimo professor. – disse Tiago passando as mãos pelos próprios cabelos.
Jenny e Scorpion reviraram os olhos. Como alguém podia ser tão nojentamente convencido?
Um dos amigos de Tiago piscou para Rosa, ela ruborizou e encarou o chão, irritada.
- Estamos indo. – anunciou ela retomando a caminhada.
- Ah, relaxa. – disse Tiago esticando a mão para impedi-la de passar. – Voou bem?
- Ela foi ótima. – disse Jenny seca. – Deixa a gente passar.
Os amigos de Tiago começaram a rir.
- Agressiva ela. – concluiu o mais alto de todos com uma risadinha debochada.
- Só com idiotas. – rebateu Jenny.
Rosa levou a mão à testa e suspirou profundamente.
- Gente, vamos ser sensatos... – pediu ela.
- Eu só acho que sua amiga não é uma boa julgadora de caráter. – respondeu o mais alto encarando Scorpion.
- Só julgo quem não tem nenhum. – disse Jenny com um sorriso debochado.
Scorpion colocou a mão no ombro dela, e estava prestes a pedir para ela esquecer, mas sentiu eletricidade passando pelo seu braço. Ele retirou rapidamente do ombro de Jenny e sentiu sua mão formigar.
- Potter. – disse Jenny para Tiago calmamente. – Estamos atrasados. Deixe nos passar.
- Ah, não ligue para Ramon. – disse Tiago com um sorriso caloroso – Ele é legal às vezes.
- Não é como se você fosse fazer algo a respeito, lindinha. – riu-se Ramon erguendo Jenny por um dos braços.
Era isso. Scorpion rosnou e partiu para cima de Ramon. Rosa gritou. Tiago pegou Scorpion pelo o que seria o colarinho da camisa, caso houvesse um, e o jogou contra a parede.
- ALVO! – gritou Rosa – Faça alguma coisa.
Alvo encarou a bagunça sem saber o que fazer. O terceiro garoto que estava com Tiago encarava Alvo maliciosamente. Ele não era tão grande, mas os braços dele já eram ameaçadores. Tiago dava uma surra em Scorpion, chutando-o na boca do estomago.
Ramon berrou e largou Jenny. Ela encarou-o furiosa e lhe deu um chute entre as pernas. Ele berrou mais uma vez e avançou em cima dela. Rosa retirou a varinha do bolso na mochila e apontou para Tiago e os Amigos e pronunciou: “Petrificus Totalus”.
- Não. – murmurou Jenny sufocada – Agora ele caiu em cima de mim.
Rosa correu pra tentar empurra Ramon para longe de Jenny, e Alvo foi atordoado ajuda-la. Scorpion gemeu dolorido e conseguiu desvencilha-se do corpo de Tiago que havia despencado sobre ele.
- Tudo bem, Jenny? – perguntou Alvo vendo a garota vermelha e ofegante.
- Tudo ótimo. – respondeu ela com um sorriso fraco – Tinha tudo sobre o controle.
- Eu estou bem. – disse Scorpion em voz alta. – Caso alguém se importe.
Rosa correu para checar os ferimentos de Scorpion.
- Você foi feito de saco de pancadas. – concluiu ela a ver um dos olhos de Scorpion ameaçar a inchar, e grandes hematomas por todo rosto e braços.
- Da pra acreditar? – perguntou Scorpion indignado. – É nossa primeira semana de Hogwarts e já estamos assim.
Jenny gargalhou.
- Somos deslocados. – disse ela ainda rindo.
- Temos que contar isso a algum professor. – disse Alvo sério.
- Não podemos. – resmungou Rosa – Eles vão saber que usei feitiço nos corredores.
- Eles vão perguntar por que estamos quebrados, não acha? – perguntou Jenny astutamente. – Melhor que ouçam a história por nós do que por eles.
Os três encararam as estátuas de pedra caídas ao chão.
- Eu não sei o que aconteceu com ele. – disse Alvo encarando Tiago – É sério, ele gostava de pregar peças e tal... Mas não se comportava como um babaca.
Rosa deu uma tapa na cabeça de Alvo e revirou os olhos.
- Ele nasceu assim, Alvo. – disse Rosa – Só você não percebe.
Passos ecoaram no final do corredor e apareceu por ele Armando andando apressado olhando alguns papeis em sua mão.
- Professor Kahn. – chamou Rosa hesitante.
Ele havia passado por eles sem nem ao menos ter notado três alunos imobilizados no chão e outros dois totalmente quebrados.
- Sim? – perguntou ele se virando e percebendo a presença deles.
Ele encarou por um momento a situação.
- O que houve? – perguntou sério a Rosa.
A menina explicou as provocações, o ataque e a briga. O professor escutou atentamente e quando Rosa parou para tomar folego, ele falou:
- Acho que terei que dar uma detenção. – disse Armando por fim. – Para todos os sete.
- Mas professor... –resmungou Jenny – Não tivemos culpa.
- Vocês revidaram. – respondeu o Professor calmamente.
- Por defesa. – rebateu ela.
- Por que não pediram ajuda?
- O corredor estava vazio.
- Algum de vocês poderia ter chamado um professor.
- Enquanto nós éramos arrebentados?
- Isso não é desculpa.
- Isso é injusto.
- Já tomei minha decisão.
Jenny o encarou com raiva, mas não falou mais nada. Scorpion e Alvo se entreolhavam indignados.
- Passem o recado adiante. – disse Armando olhando para Tiago e os outros dois garotos. – Assim que terminarem as aulas de hoje, passem na minha sala.
Ele se virou e continuou o seu caminho olhando os papeis distraidamente e assoviando uma musica sem ritmo.
- Como conseguimos uma detenção em uma semana? – perguntou Alvo revoltado.
- Mamãe vai me matar. – gemeu Rosa.
- Meus pais não vão dar à mínima. – murmurou Scorpion.
- Minha tia nem lê a correspondência. – disse Jenny pensativa.
Os quatro suspiraram, pegaram suas coisas e começaram a andar em direção ao salão.
- Hm,esqueci uma coisa. – disse Scorpion quando estavam aos pés da escada. – Me esperem aqui.
Ele voltou ao corredor e chutou Tiago.
- Já estou de detenção mesmo. – ele comentou com o corpo inanimado de Tiago que encarava o chão.
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