– Temos que sair fora daqui, agora! – gritava Manfred tentando organizar todos com a força de suas palavras.

   Judith chorava desconsolada, em meio ao medo que aquele tumulto á causava. Jonas passava para o banco da frente do helicóptero com o pai.

– Vamos morrer! Vamos morrer!.. – chorava a garotinha.

– Cale essa boca miserável! – disse Dominguez descontrolando-se, o helicóptero pendia para um lado e Manfred perdia o controle de ordená-lo.

– Vamos, vamos..Suba!

“ Sr, eles estão vindo do leste. Já alcançaram o Jajas Club; Sr acha que devemos cercá-la no bar? O acesso dá para a saída da rua.”

- Helliot? Alô.. Helliot? Merda! Por que é que essa droga é tão difícil..

“ Sr, repito.. Cercamos[..]” – respondeu a voz que vinha do rádio.

– Pai?.. – cortara Jonas.

O garoto apontava para os carros policiais que seguiam na avenida, como formiguinhas ambulantes cercando os carros da estrada e o exterior do hotel.

Depois voltou-se para ele.

– Eu sei que ela nunca te amou..

Neste momento, os olhos brilhantes e azuis de Manfred, procuraram os do filho.

– Eu nunca a amei também garoto.. Eu ainda amo sua mãe e estou á caminho de encontrá-la agora..

“Sr, mensagem urgente! O chefe policial Sgorlon ordena que use o pára-quedas.. Repito, use o pára-quedas senhor!”.

Jonas olhou para Judith.

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Marion lhe sorriu um pouco e lhe estendeu a mão entregando-lhe uma das taças.

Ele a aceitara de bom grado; mantendo o olhar fixo sobre seu rosto em todas as ações.

“Desculpe querida.. Ao nosso amor.”

Levou a taça de encontro aos lábios.

– Oh! merda...

Jonas viu no relance da porta, a poeira branca se suspendendo do fundo do copo.

Estava posto o veneno.

– Não!.. Não espe..- Jonas se corria de encontro à porta, até que dedos finos o seguraram pondo-lhe a mão na boca, com uma força incomum.

Era Judith.

– Não Jonas.. Eles já estão vindo, vamos fugir.. Agora! –

Logo após a garotinha se precipitar para os corredores, ouviram o barulho do carro da polícia.

– Mas e ela?..

– Ela vai nos encontrar no Jajas Club, é a três quadras daqui.. Precisamos ir!

– Eu não confio muito nela.. Ela vai pegar todo o dinheiro e fugir! – disse Jonas atônito enquanto eles se apressavam em passos cambaleantes para as escadarias do hotel, já que o elevador se encontrava interditado.

– Sério Jonas? Que declaração surpreendente vinda de você!..

– Judith eu vi..

– Crianças! – brandiu a voz.

Os rostos dos miúdos se viraram surpresos. Um tenente armado e de botinas os carregou na direção de cima da escada.

– Me larga!.. – Judith gritou.

– Calma srta. Dominguez.. Estou aqui para protegê-los e levá-los para um lugar seguro com o pai de vocês.. – a voz do tenente contrastava, calma e solene.

– Pai?.. – antes que Jonas confirmasse o que fora dito, ele viu no terraço.

Manfred estava visivelmente lúcido, dentro do helicóptero.

“Sr. É confidente esta informação..”

– Quem foi o filho da puta, amante desta vadia? – gritava o pai no radio do helicóptero, quando as crianças se aproximaram.

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Manhattan Beach Diary

Coluna Semanal. Últimos acontecimentos da cidade:

[foto 1 – família Dominguez]

O vereador de Buenos Aires, Manfred Dominguez (53), morre nesta quarta-feira, junto com Harmony Judith Dominguez (11) e Jonas Kaul(13) Dominguez, num acidente de helicóptero quando eram escoltados pela polícia regional de Manhattan Beach.

A fugitiva, conhecida pelo nome de solteira, Marion Hernández Munhoz, foi encontrada no posto da cidade, em graves riscos de saúde, ela ingeriu Shiga-toxina e está tendo hemorragia interna, o que não se tem solução..

[foto 2- Marion e uma criança loira]

Acompanhamentos do caso, na próxima edição.

Marcus Elliot.