A dúvida é o principio da sabedoria.

Aristóteles

– Capítulo Quinze –

Sonho ou Visão?

       Agatha estava deitada em um quarto amplo, escuro e frio, ela lavantou e mesmo descalça saiu do quarto, passando pelo corredor em direção a escadaria. Agatha reconheceu o lugar, ela estava na mansão Malfoy, e o que era incrível o lugar voltara a ser o que era antes, como se não houvesse acontecido nada. Mas o que estaria fazendo ali? Quanto tempo havia se passado? Ela caminhou lentamente até a sala de estar, havia algumas pessoas presentes, ela se assustou, pois, eram nada mais, nada menos que comensais da morte, com suas roupas escuras e suas máscaras assustadoras. Agatha imediatamente pegou sua varinha nas vestes e apontou para o mais próximo.

- Fica longe de mim.

Os comensais ficaram estáticos, mas, não reagiram porem um deles foi se aproximando de Agatha lentamente e em seguida retirou a máscara, era Bellatriz. Bella a encarou como se não compreendesse o que estava acontecendo.

- Você está bem? – perguntou Bella com uma cara confusa.

- O que você quer? – perguntou Agatha trêmula.

- Ela não parece bem. – disse a voz de Lúcio por de trás de outra máscara – Faça ela se sentar... Draco que bom que chegou, ela não parece bem.

Agatha se virou rapidamente e viu Draco, ele sorria, mas, era o seu sorriso cínico até mesmo assustador, ele se aproximou dela e lhe deu um beijo na testa.

- Por que está descalça? – perguntou ele pegando em sua mão e a conduzindo para o meio da sala, para fazê-la sentar-se em uma poltrona, mas, antes Agatha se viu de relance em um espelho, ela se desvencilhou de Draco e saiu correndo em direção ao grande espelho.

Foi um grande choque quando se viu, ela usava roupas negras e uma maquiagem forte, sua feição era amarga e fria, e ela não podia acreditar, mas, tatuado em seu braço estava aquela figura de um crânio com uma cobra saindo da boca.

- Querida. – disse Draco se aproximando ele a abraçou por trás e lhe deu um beijo no pescoço – Aqui está a sua horcrux – disse ele entregando uma pulseira a ela. Agatha reconheceu aquela pulseira que era muito importante, foi a pulseira que ela comprou no mesmo dia que ela deu uma igual as suas amigas, Gina e Hermione.

- A minha o que?...

- Acorda...

- Como?

- Agatha acorda! Por favor, acorda! – Era Gina que a chamava alterada, seu rosto estava assutado.

- Gina. – disse Agatha olhando em volta, ela ainda estava na ala hospitalar – O que você faz aqui?

- Você pediu pra eu ficar. – disse Gina pegando um copo com água e entregando para Agatha – Você teve um pesadelo.

- Eu disse alguma coisa? – perguntou Agatha temerosa levantando a mão para ver sua pulseira, ela ainda estava lá.

- Não. – respondeu Gina voltando a se sentar na cadeira – Só gemeu. O que você sonhou?

- Eu... não me lembro. – disse Agatha com a respiração fraca.

- Tenta voltar a dormir. – disse Gina passando a mão na testa de Agatha – Já vai amanhecer.

Agatha deitou para tentar voltar a dormir, mas, em vão, ela não conseguia parar de pensar naquele sonho horrível. Era como se ela tivesse se tornado um deles, e o que era horcrux? Agatha nunca ouviu falar nisso antes. Mas ela nunca se tornaria um deles, isso nunca.

Antes de dormir na noite anterior, Agatha prometeu a cada um dos presentes que iria ficar bem e que eles poderiam voltar pra casa. Draco, Antony e Harry discutiram pra ver quem ficaria dessa vez, mas, Agatha pedira a Gina que ficasse e logo depois, teve esse pesadelo horrível.

Agatha acordara com os raios solares já entrando na enfermaria, ela conseguira dormir um pouco, ao olhar para a cadeira que devia estar Gina ela se deparou com dois grandes olhos cor de mel a fitando ansioso, ele sorriu quando ela o fitou.

- Cadê a Gina? – perguntou Agatha se sentando na cama.

- Eu a expulsei. – disse Antony pomposo – É brincadeira – acrescentou ele ao ver a cara de Agatha – Eu disse pra ela ir tomar banho e trocar de roupa, eu assumo daqui.

- Obrigada. – disse Agatha sorrindo, em seguida sua feição se transformou para aflita – Antony me desculpe, os meus pais, eu não contei...

- Agatha. – disse Antony zombeteiro – Você passou por uma situação terrível e está preocupada com o relacionamento dos seus pais comigo?

- Deve ter sido constrangedor. – disse Agatha chateada.

- Até que foi engraçado. – explicou Antony – Deixa eu te contar. O Seu avô soube do seu casamento com o Malfoy e colocou ele na parede, dizendo que não era assim que se assumia um compromisso com uma Bovieur, então o Malfoy disse que eu era o seu namorado, o seu avô pirou, achando que você estava com dois ao mesmo tempo, ai então o seu pai explicou tudo pra ele. Acho que a sua mãe e a sua avó gostaram de mim, os homens da sua família são incrivelmente ciumentos.

- É eu sei. – disse Agatha sorrindo.

- Os olhos da sua avó são lindos. – comentou Antony.

- É verdade. – disse Agatha pensativa – Muito azuis, como os de Rowena.

- Acho que você deve saber que o Profº Snape tirou cento e cinqüenta pontos da Sonserina. – disse Antony – E a Bulstrode e a Greengrass, estão cumprindo detenções diárias de todas as coisas possíveis e também foram incumbidas de fazer os seus deveres e trabalhos escolares até você se recuperar.

- Eu realmente não estou com raiva delas. – disse Agatha desinteressada – Eu mesma posso fazer meus trabalhos, não estou tão doente assim.

- Eu trouxe as suas coisas. – disse Antony mostrando um saco de pano – Tem um banheiro ali, eu te espero.

- Obrigada. – disse Agatha pegando o saco e indo em direção ao banheiro, ela não sentia mais dores, a poção de Madame Pomfrey funcionou bem. Ela tomou um banho quente e vestiu seu uniforme, quando se olhou no espelho viu que estava com uma aparência abatida, seus cabelos negros faziam destacar ainda mais a sua pele pálida, em outras palavras, ela estava horrível. Agatha saiu desanimada do banheiro e encontrou Antony ainda a esperando.

- Pronta? – perguntou ele sorrindo, Agatha assentiu com a cabeça, em seguida ele a abraçou fortemente por longos segundos e a beijou, a beijou como se aquele fosse o último momento entre os dois, como que se ele a soltasse naquele momento, ele a perderia pra sempre, o beijo durou por mais alguns segundos e Antony a soltou encarando em seus olhos – Eu tive muito medo de perder você.

- Eu ainda não estou salva Antony. – disse Agatha normalmente – Eu ainda posso morrer.

- Mas não vai. – disse Antony aflito segurando o rosto de Agatha com as duas mãos – Você é linda – disse beijando a testa dela – Vamos?

- Vamos. – disse Agatha aborrecida. Será que ele não vê que estou horrível?

- Ah espera, preciso te entregar uma coisa antes de você sair daqui. – disse Antony entregando um pedaço de pergaminho para Agatha – Malfoy pediu pra entregar.

Agatha leu o bilhete e sorriu irritada.

Agatha.

     Eu temo pela sua segurança, quando estiver fora do dormitório, se eu pudesse eu mesmo cuidaria de você, mas, como sou monitor e capitão do time de quadribol, fica um pouco difícil, então deixei duas pessoas, incapacitadas magicamente, porem, bem capacitadas fisicamente para cuidar de você. Sei que deve estar me amaldiçoando mentalmente, mas, eu não estou nem ai e eu pedi permissão para o seu pai, então não reclama.

Draco.

- Que saco! – disse Agatha amassando o pergaminho – Você é meu namorado por que não se impôs?

- Ta maluca! – disse Antony obvio – Eu tenho medo dele.

- Draco não dá medo. – disse Agatha indgnada.

- Por que você não viu o que ele aprontava na escola antes de entrarmos em Hogwarts. – disse Antony naturalmente – Ele e aqueles dois trogloditas. Aliás adivinha quem é que tá lá fora, pra te servir de segurança?

- Crabbe e Goyle. – disse Agatha cansada.

Quando os dois saíram da enfermaria, se depararam com Crabbe e Goyle encostados na parede com cara de vitória, Agatha respirou fundo e se dirigiu aos dois.

- Não gosto de pessoas me seguindo. – disse Agatha imponente.

- Pena. – disse Goyle que estava mais próximo – Por que nós não vamos sair do seu lado.

- E quando eu for ao banheiro? – perguntou Agatha aborrecida. Caramba eles falam, eu nunca os tinha ouvido falar antes.

- Você vai sozinha. – disse Crabbe cínico – A não ser que queira que nós vamos juntos, isso não seria sacrifício.

- Olha como você fala! – disse Antony faiscando pelos olhos – Ela é minha namorada.

Crabbe apenas levantou a mão rendido e não disse mais nada.

Enquanto os dois caminhavam juntos pelo corredor, com Crabbe e Goyle em sua cola, vários alunos murmuravam uns com os outros sobre Agatha, alguns até paravam e diziam que sentiam muito pelo o que aconteceu.

- Dumbledore deu um aviso geral sobre o que houve. – explicou Antony.

- Legal. – disse Agatha deprimida.

- Ai droga! – exclamou Antony olhando para um corredor que havia um pequeno tumulto – Briga logo de manhã. Desculpe Agatha, eu tenho que ir.

- Eu entendo. – disse Agatha chateada – Vai lá monitor.

Antony deu um beijo na garota e saiu em disparada até o tumulto que se formava.

Agora Agatha caminhava sozinha com os dois atrás dela, quando uma garota, oriental se aproxima e para de frente a ela com um sorriso esquisito.

- Ridgeway.

- Chang. – disse Agatha enojada – Quer alguma coisa?

- Dizer o quanto sinto pelo o que houve. – disse ela cínica.

- Você vai sentir mais se eu morrer. – disse Agatha no mesmo tom.

- Eu não me refiro a isso. – disse Cho com uma risada falsa – Eu sinto por você namorar o Antony, coitado.

- Por que Chang. – disse Agatha irritada – Está querendo tirar ele de mim como fez com o Harry?

- Antony e eu somos da mesma casa, eu até poderia.

- Harry e eu também somos da mesma casa e isso não te impediu. – disse Agatha sarcástica – Não te impediu de se atirar pra cima dele como uma verdadeira va...

- Olha a boca Ridgeway! – disse Cho ofendida praticamente saltando pra cima de Agatha, porem, alguma coisa fez com que nada acontecesse a Agatha. Quando ela abriu os olhos, viu Crabbe a Goyle parados na frente dela olhando friamente para Cho.

- Some daqui Chang. – disse Goyle irritado – Ou eu mesmo te levo para o dormirório pelos cabelos.

- Você não bateria em uma garota. – disse Cho indignada.

- O cavalheirismo morreu há muito tempo. – disse Crabbe cínico – Agora vaza.

Cho saiu completamente ofendida de perto deles. Agatha os observou e não pôde deixar de sorrir.

- Obrigada.

Eles passaram pelos corredores e pelas classes, até que Agatha se lembrou de uma coisa, eles estavam no mesmo corredor da sala do Profº Snape e ela tinha que agradecer por ele tentar ajudar, disseram a Agatha que ele não parou de trabalhar na poção desde o acontecido e os outros professores se revezavam para dar aula de DCAT.

- Vocês me esperam aqui? – perguntou Agatha aos garotos quando já estavam em frente à sala de Snape.

- Sim. – disse Crabbe encostando em uma parede acompanhado igualmente por Goyle.

Agatha bateu na porta e a voz grave de Snape disse que entrasse, ela entrou e fechou a porta atrás dela. Quando ela virou para encarar o professor, foi como se ela tivesse perdido a fala, ali estava à pessoa que queria salvar a sua vida, dedicando todo o seu tempo por ela, ele a observava confuso com os seus olhos negros.

- Srta. Ridgeway. – disse Snape naturalmente – O que faz aqui?

- Er... eu... vim aqui te agradecer... pelo o que está fazendo por mim. – disse Agatha. Por que tinha que gaguejar justo agora? Por quê? O que ele vai pensar de mim?

- Só estou fazendo o meu trabalho. – respondeu Snape indiferente.

- Mesmo assim. – disse Agatha se aproximando, seu coração disparava em um ritmo acelerado – Muito obrigada.

- Ok. Srta. Ridgeway. Algo mais? – perguntou Snape.

Não. – respondeu Agatha. Ele não precisa ser tão frio assim comigo, sempre o admirei tanto – Professor. Posso te pedir uma coisa?

- Se estiver ao meu alcance.

- Quero te ajudar a preparar o antídoto. – disse Agatha esperançosa, na verdade ela só queria ficar perto dele.

- Fora de questão. – respondeu Snape imediatamente se levantando para encará-la.

- Por favor. – pediu Agatha estremecendo com o contato visual. O que está acontecendo? – Eu me sinto completamente impotente não fazendo nada ao menos deixa eu me sentir útil.

- Será mais útil se começasse a se cuidar de agora em diante. – disse Snape friamente – Não seja uma garotinha boba, por que a senhorita nunca foi. Não coma mais nada que tenha sido enviado por anônimos.

- Eu prometo que não farei mais. – disse Agatha sentindo uma vontade tremenda de se aproximar mais de Snape – Mas eu ainda quero ajudar.

- A senhorita é apenas uma aluna. – disse Snape cansado – No que acha que pode ajudar?

- O senhor sempre disse que fui a sua melhor aluna. – explicou Agatha ofegante – Sempre disse que sou criativa, às vezes nem sigo o que está escrito e o resultado da poção fica até melhor. Eu só quero ajudar o senhor a salvar a minha vida.

Snape a fitou por um momento pensativo, Agatha se perdia naqueles olhos negros e misteriosos, completamente embriagada com o cheiro de Snape. Ele tem cheiro de limão, canela e hortelã. Agatha percebeu que não apenas admirava o seu professor.

- Se Dumbledore concordar, poderá ajudar. – disse Snape finalmente, ele parecia menos frio agora e a olhava quase com pena.

- Obrigada. – disse Agatha animada – Tenho certeza que ele não fará objeção.

- Preciso trabalhar agora. – disse Snape voltando a se sentar.

- Não vou atrapalhar. – disse Agatha feliz saindo da sala não antes de lançar um ultimo olhar ao professor.