Forgotten escrita por hipyao


Capítulo 9
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Ok, enrolei um pouco pra esse cap. mas terminei (: Mais informações ~que vocês vão precisar~ sobre ele lá nas notas finais, boa leitura :* E não esqueçam o review *o*



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Capítulo 7-

            Foi muito bom me ver livre da Anne durante as semanas de suspensão que ela pegou, a escola com certeza era um ambiente mais agradável e feliz sem ela por lá. Pena que aquilo não durou para sempre e ela continuou agindo da mesma forma em relação à Jer e eu e isso só nos tornava mais próximos e era estranho toda essa proximidade já que Chris não dera mais notícias, algumas noites após o incidente com a Anne eu tive aquela sensação de estar sendo observada – que estranhamente me lembrava o Chris – e tive alguns sonhos com ele, diferentes do que eu estava acostumada a ter, neste sonho eu andava por um bosque sempre indo em direção a uma grande árvore com um balanço de pneu, enquanto alguém – que eu deduzia ser Chris – me observava, não passava disso até uma noite... O sonho começou igual a todas as outras vezes, a criança devia ter uns sete anos e eu sabia que era eu, era impossível aqueles olhos azuis vibrantes que mais pareciam duas bolitas não serem os meus, e eu reconhecia meu cabelo longo e loiro, eu tinha certeza que era eu, mesmo não vendo tão nitidamente, eu me deslocava com dificuldade por entre as raízes grossas e as folhas que escondiam perigos no chão úmido do bosque, as grandes árvores seriam capazes de confundir qualquer um quanto ao caminho, mas eu parecia saber exatamente para onde ir, mesmo tudo parecendo tão igual, finalmente cheguei a árvore de grande porte, que parecia ser centenária, o balanço ficava num tronco não muito alto, mas muito grosso, era preso por uma corda velha, assim que observei ao redor eu avistei a pessoa que me observava e assim e pus os olhos nela tudo ficou muito nítido e definitivamente era o Chris que me olhava encostado em uma árvore próxima, eu queria chegar perto, olhar ele, tocar nele, falar com ele, principalmente porque ele não aparecia como criança – como seria o óbvio, pois se eu tinha 7 anos ele deveria ter a mesma idade – ele aparecia exatamente como esta atualmente, com todas as tatuagens e aquele cabelo castanho repicado e bagunçado que me prendiam a atenção, quando finalmente voltei a atenção para a criança reparei que ela – eu - tinha caído, estava no chão, chorando com o joelho sangrando, olhei para o Chris e ele tinha no rosto uma expressão de preocupação, ele correu até o lugar onde eu estava caída e se ajoelhou, eu ainda estava chorosa e parecia não conhecê-lo, ele hesitou um pouco, mas quando eu passei confiança ele tocou meu joelho e algo que eu defino como mágico aconteceu, a mão de Chris se iluminou e o lugar onde eu havia machucado se iluminou também, as asas que eu já conhecia de outros sonhos se abriram, a criança ficou claramente espantada, mas Chris sorriu aliviado, após alguns segundos ele tirou a mão do meu joelho e ele estava... Curado. A criança o olhou e o abraçou e pela primeira vez pude ouvir algo no sonho:

-Anjo, eu sempre estarei aqui pra te proteger. –Dizia Chris. –Acordei confusa e com mais saudades do Chris do que o normal, era sábado, mamãe tinha saído pra tarde das ‘garotas’ com as amigas e tinha me deixado um bilhete:

Bom dia dorminhoca, você sabe onde estou. Vou voltar lá pelas oito da noite e quero a louça lavada e seu quarto arrumado mocinha. Dani te ligou duas vezes, se for sair deixe um bilhete e cuidado com sua perna.’

Ah, que ótimo, mesmo com a perna quebrada mamãe queria que eu arrumasse a casa e se eu quisesse sair com a Dani eu não tinha muitas opções, então fiz o que ela me pediu e liguei para a Dani:

-Alô?

-Oi Dani, qual é a boa pra hoje?

-Surpresa Nena, mas tenho certeza que você vai gostar! –Ela respondeu toda animada.

-Que horas você passa aqui pra me buscar?

-As oito, pra nos arrumarmos juntas na minha casa, hoje eu te visto.

-Ai meu deus, to ficando com medo disso, mas ok. –Até imaginei o que eu vestiria naquela noite, iria ser engraçado, nunca tinha sido vestida por uma punk.

‘Mamãe fiz tudo o que a senhora pediu, sai com a Dani, não sei que horas volto. Estou com o celular, beijos.’

Deixei o bilhete na mesa de centro e tranquei a casa, fiquei esperando Dani no quintal, ela se atrasou quinze minutos.

-Achei que você não vinha mais!

-Problemas técnicos. –Eu sabia exatamente ao que ela estava se referindo, ao velho Mustang. Dei um risinho, fomos ouvindo Green Day o caminho inteiro, que era um pouco longo, Dani morava na parte afastada da cidade, chegamos na casa dela e sua mãe estava deitada no sofá, largada, acompanhada de algumas muitas garrafas de cerveja no chão, eu dei ‘oi’, mas ela não se deu o trabalho de responder, Dani ficou claramente nervosa com aquilo, a casa era apertada e desarrumada, e por todo o lugar se viam garrafas de cerveja e louça suja, mas eu tentei agir normalmente, fomos para o quarto de Dani, que era exatamente como eu imaginava ser, cheio de pôster e CD’s espalhados, a cama estava coberta por roupas:

-Hora de escolher o modelito! –O sorriso dela ia de orelha a orelha. –Você vai ficar linda nessas roupas. –Eu preferi nem saber da onde tinha vindo tudo aquilo, experimentei mil e uma coisas, mas acabei ficando com uma bata branca – meio transparente, com estampa preta e rosa – um jeans cinza rasgado, uma jaqueta de couro preta e um all-star – eu queria usar um salto, mas o fator: ‘perna quebrada’ não deixava, até pra encontrar uma calça tinha sido difícil –Dani colocou uma meia arrastão, uma saia colegial xadrez preta e vermelha, uma blusa regata preta e um casaco preto, com detalhes vermelhos na parte interna do capuz que combinavam com seu cabelo recentemente pintados dessa cor, depois de caprichar no make preto estávamos prontas e eu tentei fazer ela falar a onde estávamos indo:

-Você vai ver quando chegarmos. –Durante o caminho reparei que estávamos nos afastando da cidade, seja lá onde estivéssemos indo já dava de perceber que era um lugar, não tão agradável, depois de uns vinte minutos de estrada chegamos ao lugar e como eu tinha imaginado era meio repugnante, a estrutura estava acabada por fora e não era muito grande não, havia muitas motos estacionadas na frente e seus donos – típicos motoqueiros tatuados e com cara de mal – bebiam, riam e brigavam, como se fossem animais ali. Nós chegamos à entrada, o cara alto, branco e gordo com os braços todos tatuados e o cabelo longo preto e oleoso preso num rabo de cavalo pareceu já conhecer Dani, porque nem pediu nossas identidades, Dani apenas deu um sorrisinho e ele nos deixou entrar. O lugar não era melhor lá dentro, tinha stripers dançando em cima de balcões de madeira e uma banda tocando um rock muito pesado, Dani parecia conhecer todo mundo, foi logo pegando uma cerveja e falando com seus ‘amigos’ – sim, eu fiquei sozinha naquele lugar estranho e medonho – um cara mal encarado me perguntou:

-Você não vai tomar nada? –Eu realmente precisava tomar algo pra não surtar naquele lugar.

-Vodka.

-Com o que?

-Pura. –Ele me olhou estranho talvez pelo fato de eu ter cara de menininha e ter pedido vodka pura, mas trouxe o copo mesmo assim, depois de alguns minutos eu já tinha virado pelo menos uma dúzia de doses e já estava até interagindo com as stripers, precisei de mais algumas pra subir no balcão e dançar com elas, Dani ria, gritava e aplaudia enquanto eu dançava:

-Ela é a mulher com o pé quebrado mais sexy do mundo! –Quando minha blusa já tinha ido para algum lugar desconhecido e eu estava apenas com o sutiã, alguns amigos dela começaram a botar dinheiro no meu gesso, eu fui pro palco onde a banda se apresentava e dancei – me esfreguei – com o vocalista, que também não estava muito sóbrio, ele pegou a garrafa de vodka de perto da bateria e me deu eu bebi – derramei tudo – a garrafa inteira, dividindo com ele algumas poucas vezes, a música que eles estavam tocando era Rebel Yell do Billy Idol, os brutamontes da platéia gritavam:

-Tira o sutiã gostosa, tira o sutiã. –Num canto Dani se agarrava com um desses motoqueiros fedidos, eles estavam tão bêbados que poderiam ter transado ali mesmo, mas se deram ao trabalho de subir. Eu estava prestes a fazer o que os bêbados me pediam, até que avistei um rosto conhecido – eu poderia estar prestes a sofrer uma overdose alcoólica, mas eu reconheceria aquele rosto sempre – Chris abria passagem pelos homens que pareciam respeitá-lo muito, mesmo ele tendo a metade do tamanho deles.

Last night my little angel came pumping on the floor

She said, come on baby, I've got a license for love’

            Eu pulei do palco e corri para o Chris, eu esperava que ele brigasse comigo, me empurrasse qualquer coisa do tipo, mas ele apenas aceitou o meu abraço, eu quase não me lembrava de quando ele era bonito, cada tatuagem que ele tinha parecia me chamar, aquele sorriso, os olhos castanhos, o cabelo, o cheiro, eu não pude resistir e o beijei ele retribuiu o beijo com a mesma intensidade e foi me levando para um lugar que eu não sabia onde era e nem me interessava, a única coisa com o que eu estava preocupada era sentir o gosto dele, cada parte do meu corpo pedia por Chris desde o dia que ele se foi e naquele momento o beijo entorpecia todas as minhas necessidades.


In the midnight hour, she cried more, more, more

With a rebel yell she cried more, more, more.’

 Quando ele me soltou estávamos em um quarto na parte superior do bar:

            -A Nena que eu conheço não bebe assim. –Incrivelmente eu parecia estar completamente sóbria depois daquele beijo.

            -Por que você foi embora? -Ele me beijou novamente e todo o medo que eu sentia naquele instante, o medo da resposta desapareceu, ele me beijava delicadamente, mas algo quente escorreu do rosto dele e tocou meus lábios, uma lágrima, o meu impulso era solta-lo para ver se ele estava realmente chorando, se eu tinha feito algo errado, mas aquela lágrima me prendeu a uma memória, a memória do sonho que eu tive na noite passada, eu estava revivendo detalhadamente o mesmo sonho e fiquei tão imersa naquilo que sequer sabia se meus lábios e os do Chris ainda estavam unidos, no final do sonho eu estava esperando ouvir Chris dizendo:

            -Anjo, eu sempre estarei aqui pra te proteger. –Mas neste momento eu finalmente abri os olhos e ouvi aquela frase, mas não era um sonho era Chris falando, eu me afastei, assustada e confusa com o que via... Eu via as grandes asas dos sonhos, as asas cinza que se projetavam na coluna de Chris, eu demorei um pouco pra assimilar tudo, os desenhos, a carta, os sonhos, principalmente o último em que Chris me protegia... Aquilo não era um sonho, aquilo era real. Me aproximei novamente dele e coloquei seu rosto entre minhas mãos, ele fixou o olhar no meu, parecendo temer o que eu diria, mas a única coisa que pude fazer foi beijá-lo e sussurrar:

            -Meu anjo.  

‘Little angel

She wants more, more, more, more, more, more’


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Notas finais do capítulo

Vou colocar a tradução dos trechos da música Rebel Yell que eu coloquei na história + o link da música:
1º: 'Last night my little angel came pumping on the floor
She said, come on baby, I've got a license for love' = 'Ontem à noite meu anjinho veio pulando no chão. Ela disse, venha, querido, eu tenho uma licença para amar.'
2º: 'In the midnight hour, she cried more, more, more
With a rebel yell she cried more, more, more. = 'À meia noite, ela gritou por mais, mais, mais, com um grito rebelde, ela chorou por mais, mais, mais.'
4º:Little angel, she wants more, more, more, more, more, more = Anjinho, ela quer mais, mais, mais.'
+ link: http://www.youtube.com/watch?v=ZvxLRwZEx1c
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E os links das roupas:
Dani = http://images.bymk.com.br/Sets/Set-99657-500.jpg
Nena = http://mdemulher.abril.com.br/blogs/famosas-na-moda/files/2010/05/avril-lavigne-jeans-rasgado.jpg
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É isso aí, espero que tenham gostado, vou tentar não demorar muito com o outro cap :* ME DEIXEM UM REVIEW ♥



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