Ainda escrita por Nara


Capítulo 5
Quarto Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Oie gente! Capítulo 4 postado finalmete, depois de lindos comentários e até mesmo mensagem no e-mail!
Eu fixo muito, mas muito grata pelo carinho, é pena que eu não tenha tanto tempo para dar a devida atenção à voces.
Esse capítulo foi um dos mais longos que eu já escrevi em toda a minha vida e ainda acho que está faltando coisa. Ah... ele não está corrigido, pretendo revisar quando eu não estiver com tanto sono.
Agora vamos ao capítulo... Enjoy!



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Quarto Capítulo

O casarão Masen era logo à frente, senti-me desconfortável em ter que sair do meu seguro assento no carro de meus pais para ter que encarar toda a família de meu noivo.

Agora já era um pouco mais fácil chamá-lo assim, eu era obrigada a falar dele cada vez que uma das amigas fúteis de minha mãe ia até lá em casa, mas isso não significa que eu estivesse mais feliz com isso.

O chofer abriu a porta do veículo para que eu saísse, segurando minha mão. Eu suspirei mais uma vez e ajeitei meu chapéu. Charlie me estendeu o braço como um cavalheiro e, sem nenhum comentário, caminhamos até a porta da residência dos Masen. Quem atendeu foi um criado, que abriu caminho para que passássemos.

– Sorria, minha filha, por favor. – ralhou comigo minha mãe, eu sorri amarelo.

– Obedeça a sua mãe querida, Edward vai querer vê-la sorrindo. – papai me pediu.

– Boa noite compadre, como está? E a vossa senhora, como vai? – O velho Masen indagou, dando um abraço em meu pai. Eu não entendia todo esse companheirismo que eles tinham, talvez fosse apenas interesse, o que não fazia muito sentido. Mas os dois pareciam realmente ser muito amigos, assim como René e a dona Elizabeth, que se davam muito bem. Ou será que ela só era uma falsa como todas aquelas outras senhoras que frequentavam a casa de meus pais e promoviam chás e sarais para que pudessem se gabar por terem ganhado mais alguns tostões?

– Eu vou muito bem senhor Masen, e você Elizabeth? – as duas se cumprimentaram também. Mas estava faltando mais uma pessoa aqui.

– Elizabeth, onde está nosso menino? – perguntou o grisalho.

– Estou aqui! – ouvi uma voz do alto da escada, todos nos viramos em direção ao som. Ele estava lá, parado, impecável como sempre. Deu o maior sorriso imaginável, e dirigido a mim.

– Isabella. – pronunciou enquanto descia degrau por degrau. – Como está senhor Swan? Senhora Swan... – passou por ambos meus pais, mas veio diretamente a mim. De certa forma eu me assustei com essa atitude dele, afinal de contas desde sempre estava claro que eu não estava disposta a me socializar com Edward Masen. – Como você está Isabella? – perguntou educadamente.

– Responda o seu noivo, filha. – minha mãe ordenou, eu a encarei, mas decidi obedecê-la, por respeito ao próprio Edward, que merecia uma simples resposta.

– Estou muito bem, obrigada. – respondi educada, porém seca.

O rapaz sorriu um pouquinho. – Sabe, ainda falta algum tempo até o jantar ser servido, tenho certeza de que meus pais vão querer prosear. Por que não fazemos o mesmo? Eu posso mostrar-lhe o jardim. – disse tudo de uma vez só, um pouco nervoso, pelo que percebi.

Encarei meus pais de relance, eles aguardavam minha resposta, enquanto seus pais desviavam o olhar, divertidos. – Tudo bem. – respondi por fim, um pouco sem vontade.

Estendeu-me a mão, com os olhos pidões. Aceitei o gesto, ainda que um pouco receosa. Era como se uma corrente elétrica passasse por minha mão, antebraço e braço ao sentir seu toque, assim como no jantar de noivado. Meu rosto se aqueceu e eu desviei o olhar deixando que ele me guiasse pela propriedade.

Alcançamos um estreito caminho de pedra em meio à grama do jardim da mansão, algumas árvores nos rodeavam.

– A noite está linda, não é? – iniciou uma conversa do modo mais clichê, eu me perguntei se ele estava tão descontente e desconfortável com a situação quanto eu.

– É, está bonita.

Ele limpou a garganta. – Se a senhorita não me levar a mal, me atrevo a dizer que a lua está tão linda quanto a vossa pessoa. – eu o encarei com os olhos semicerrados.

– O que quer afinal? – fui direta e reta.

– Mas será que você não abaixa a guarda nunca? Eu estou tentando ser gentio com você, tentando fazer as coisas direito, mas você não colabora! – exaltou, seu tom de voz subiu uma oitava. Eu não expressei reação nenhuma, mas ele pareceu arrependido de ter explodido um segundo depois. – Me desculpe Isabella, eu não quis ser rude com você, me perdoe, de coração.

Bufei. – Não se preocupe, para mim não faz a mínima diferença se você está sendo gentio ou grosseiro, eu não me importo. Então nem precisa se dar ao trabalho de gastar saliva comigo, guarde seus galanteios para alguém que saiba apreciá-los.

Edward pareceu chocado, sua boca se abriu levemente e uma chama se acendeu em seu olhar.

– Ah, mas se você não sabe apreciar meus galanteios, é bom que aprenda, eu não faço nada à toa Isabella, que você saiba disso.

– Mais uma ameaça para a sua coleção? Não estou temerosa.

– Deus todo poderoso...! – ele exclamou baixinho, para si mesmo. Agarrou meu pulso e me puxou para um banquinho adjacente. Sentei-me em sua companhia.

– E então, o que você gosta de fazer? – Indagou como se nada houvesse acontecido.

– Por favor...

– Qual o problema? Essa é uma pergunta muito simples, veja. Eu gosto muito de ler, ler é o melhor dos exercícios, você exercita a mente, a imaginação. A leitura te leva para outros mundos, você passa a conhecer universos que únicos, ler abre a mente, faz com que se enxergue a vida de uma forma diferente, mais correta e verdadeira. Quando lemos, criamos coragem para nos desvencilharmos nas algemas que a vida nos coloca.

Eu jamais pensei que ele pudesse dizer algo tão profundo e tão real. Era exatamente assim que eu me sentia quando eu lia. Por mais incrível que pareça, tínhamos isso em comum. Com exceção a ultima parte. Livro nenhum poderia fazer com que eu me “desvencilhasse das algumas” que a vida me colocou.

– E se gosta tanto assim de ler, e isso te deixa tão corajoso, por que simplesmente não acaba com tudo isso de vez?

– Acabar com o que? – pareceu realmente confuso.

– Ora, acaba com toda essa farsa, esse casamento de mentira! – senti meus olhos começarem a se encher de lágrimas. Infelizmente, eu chorava quando estava com raiva. E quando eu estava feliz ou triste também, ou quando achava algo realmente engraçado, chorava de rir, chorava de dor e outras tantas coisas.

– O que você tem contra casamentos? Você devia ser uma noiva contente e dedicada, nós vamos nos casar, ter filhos e depois netos. Não é isso que todas as pessoas querem?

– O fato é que...

– É que...? – Indagou levantando uma sobrancelha. Eu bufei e me levantei de lá, sem deixar com que as insistentes lágrimas escorressem por minha face. – Volta Isabella! – exclamou com tom carinhoso enquanto corria para me alcançar. Pensei em correr dele, mas sabia o quão rápido Edward podia ser. Com certeza ele ia me agarrar pelo pulso quando eu menos esperasse. Parei e ele se posicionou em minha frente. – Eu juro que não vou mais falar disso, já que esse assunto te incomoda tanto. Mas você tem que prometer que vai fazer um esforço para que nós possamos nos dar bem. Eu juro que não quero brigar com você.

– Fugir do assunto não vai melhorar nada. – não pude conter uma lágrima que escorreu por minha bochecha, eu tratei logo de secá-la, não gostava que me vissem chorando, mas ele tomou minha mão.

– Não se preocupe com isso. – sussurrou enquanto ele mesmo limpava minha lágrima com seu dedo indicador, tocando minha bochecha como se eu fosse feita de porcelana.

– Por que você se importa tanto? – perguntei confusa. Ele riu baixinho. – Do que ri? Você não é meu amigo, não é nada meu. E eu estou com a razão, não tenho que me aproximar de você.

– Eu não estou pedindo para você ser minha amiga, mas gostaria de propor uma trégua, afinal de contas vamos nos casar, não será nada agradável dividir uma vida com alguém que não aguentamos ver os cornos.

– Insistente! – tentei fugir dele, dessa vez mantendo meus braços longe de seu alcance, mas ele me segurou pela cintura.

Aquele ato era um tanto quanto atrevido. Eu era uma moça, ele não podia me tocar daquela forma, já era errado ele me tomar à mão, tocar minha face, quanto mais me segurar pela cintura, ainda mais com seu corpo tão próximo do meu, comigo podendo sentir seu calor. Fechei os olhos, no desígnio de limpar minha mente.

– Sabia que insistência é uma qualidade? Por favor, Isabella, isso será tão mais fácil se você deixar. Deixe!

– Deixar o que? – mantinha meus olhos fechados, apenas ouvindo o teor de suas palavras e sentindo ele se aproximar de mim cada vez mais, sua boca se aproximando de minha orelha.

– Deixe eu te beijar? – minhas pernas ficaram bambas, e de repente eu perdi a fala. Nunca havia beijado nada nem ninguém, apesar de ter lido alguns romances proibidos pelas freiras do colégio. Ao que era narrado, o ato do beijo nos proporcionava uma sensação sublime, quando dado com paixão. Algo que eu nunca tinha experimentado: paixão. Mas eu sentia calafrios enquanto sua boca se aproximava cada vez mais da minha.

Travei o maxilar, seus lábios encostaram levemente nos meus. Era como se tivessem ateado fogo em meu corpo, minha mente estava nublada.

– Não! – exclamei sem que ele pudesse aprofundar o beijo. Foi o gesto mais incrível e mais profundo que eu já recebi em toda a minha vida, porém errado. – É melhor que nós dois entremos. – eu estava desconcertada.

Edward, no entanto, não parecia nem um pouco envergonhado, pelo contrário, ele estava com a expressão descontraída.

– Tudo bem, mas eu posso ao menos segurar sua mão enquanto fazemos o caminho de volta? – eu relutei, mas cedi minha mão esquerda para que ele segurasse. Sua mão máscula envolveu a minha, com um toque quente.

Fizemos o caminho de volta em silencio, nossos pais no aguardavam felizes enquanto estavam envolvidos em um diálogo proveitoso na sala de estar. Minha cabeça estava longe, no entanto, e eu comecei a fazer tudo automaticamente. Caminhar até a sala de jantar, agradecer à serviçal, comer, tudo sem dar nem uma palavra, perdida em meio a pensamentos.

Como seria a vida de casada? Seria difícil demais aguentar o fardo?

Era branco, longo, com bordados e pérolas. Eu me via vestida de noiva em um grande espelho. Eu demorei algum tempo para perceber que aquilo era um sonho e não realidade, mas o que eu estava fazendo não era perceber e sim me iludir. Não era um sonho, o espelho estava na minha frente de verdade, o vestido estava em meu corpo, as flores estavam sendo trazidas por uma das empregadas, meu pai estava à minha espera.

– Vamos colocar o véu! – minha mãe anunciava empolgada como nunca, e eu, triste como sempre, pensava em uma maneira de me desfazer de tudo isso.

– É cedo. – retruquei.

– Nada! Já está vestida de noiva há tempo, seu pai logo vem trazendo o buquê. Todos estão esperando por você na igreja, Edward deve estar impaciente no altar. – ela ria alegremente. – Mas tem algo que eu quero te entregar antes que você esteja pronta, minha filha.

– Não pense em entregar isso para ela longe de mim René. – Charlie interrompeu-a, entrando no quarto com um arranjo de flores na mão.

– Eu só estava um pouco impaciente – riu e olhou para baixo, envergonhada. – agora que seu pai está aqui, eu posso te entregar isso.

– Nós podemos. – corrigiu meu pai, tirando do bolso uma caixinha de veludo. Mais presentes. era disso que eu precisava para me acalmar, com certeza.

– Seu pai e eu sabemos que você não está feliz, que nunca esteve... Mas sabemos que Edward vai fazer você muito feliz, minha filha. Essa joia – meu pai abriu a caixa, revelando uma frágil pulseira do que parecia ser ouro e safira – representa algo que nem eu nem seu pai tivemos. Eu nunca recebi uma joia de família, quando seu pai e eu casamos, minha mãe não me deu uma joia para que eu pudesse te dar hoje, não que isso importe, mas para mim era tão importante. Isso significa minha filha, que uma mãe sabe que a filha vai ser feliz e concorda com isso. Eu nunca tive a benção de meus pais e muito menos seu pai dos dele.

– Por quê? - indaguei com os olhos entreabertos. Dessa vez foi a hora do meu pai responder.

– Não é hora de conversar sobre isso minha filha, é hora de se alegrar. Você pode não achar, mas esse é o dia mais importante da sua vida, de hoje em diante você vai construir sua vida, vai colocar em prática tudo que aprendeu durante anos e anos. E Edward vai te acompanhar nessa jornada, você vai se apoiar nele, minha querida.

Ouvindo meu pai dizer podíamos até crer que eu estava a um passo de ter minha felicidade, mas eu estava mesmo a um passo do abismo, do abismo de minha vida.

Desde que soube que tinha um noivo, um rapaz esperando por mim, repugnei o casamento como o demônio repugna a cruz. Não era como se eu tivesse tido escolha alguma vez, eu sempre fui uma prisioneira das vontades e dos caprichos de meus pais.

– Vocês não têm como saber o que é melhor para mim. – uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Minha mãe se aproximou.

– Isabella, nós jamais, jamais vamos abandonar você. Se nós fazemos isso é porque te amamos, nós te amamos e nos importamos com você, com a sua felicidade. Meus pais, os pais de seu pai se importaram conosco porque eles nos amavam também. Eu os perdoei e eu espero que um dia você nos perdoe. Você vai entender o que é amar um filho quando você e Edward conceberem uma criança, você será capaz de qualquer coisa.

– Perdoou o que? Por um acaso eles fizeram com vocês o que estão fazendo comigo?

– Minha filha, um dia você vai entender que o que vale não é a paixão, é o amor. Veja minha filha, hoje nós temos uma vida. A paixão é apenas uma armadilha da vida. O amor é algo tão bonito, algo que se constrói. – meu pai tentou me explicar, me apertando um pouquinho nos braços.

– Então, vocês estão tentando salvar a minha vida?

– Estamos. Aceite isso, por favor, nós só queremos o seu bem. Quando Edward souber te amar você vai ver que essa é a grande felicidade. Nós podíamos deixar você se casar às cegas, mas esse não é o certo. Eu te peço, case-se com o Edward, ele é o homem certo para você. – minha mãe implorava derramando lágrimas.

– Por favor, minha filha. – Charlie me abraçou, uma das poucas vezes que ele fez isso.

Como os dois podiam achar que sabiam o que era melhor para mim? Eles pensaram que me mandar para um colégio em outro continente era certo, eu preferiria ser pobre, mas amada. René e Charlie nunca foram uns exemplos de pais, não era certo, eles nunca tiveram estrutura para ter uma família.

– Vocês temem que eu faça desse casamento uma desgraça, é por isso que imploram para que eu me case com Edward. Estão querendo me manter prisioneira, me deixar às cegas para que eu fique mansa, mas não. Todos esses anos, sozinha... Eu não tenho mais medo do escuro. – Vi-os estremecer. Era chegada a hora de por um ponto final nessa situação. - Me ponha o véu, eu vou. – anunciei. Meu pai se afastou um pouco para olhar a determinação em meus olhos. Eu não sei o que ele viu, mas sorriu um pouco.

Como eu esperava, nem Charlie e nem René conheciam o suficiente de mim para saber que não era seguro me deixar ir, que se eles não quisessem um escândalo na sociedade era melhor permitir que eu ficasse, cancelar o noivado às escondidas. Um alto e sonoro “não” esperava por Edward Masen.

Minha mãe tratou de colocar o véu em mim. – Aceite a pulseira.

– Como a senhora disse mamãe, essa joia representa a aceitação de vocês, mas não a minha. Eu não vou aceitar. – ela me olhou com os olhos tristes.

– Você vai compreender. – sussurrou de olhos fechados, para si mesma.

– Vamos minha filha, nós já perdemos muito tempo. – meu pai anunciou, lembrando-me de que um rapaz esperava por mim na igreja.



A capela não era longe dali, eram apenas alguns minutos de carro, mas esses foram os piores. Eu não podia suportar ficar em um lugar fechado com meus pais por qualquer espaço de tempo, era demais para mim.

De qualquer forma, aquela era a ultima vez que eu ficaria com eles, então talvez fosse importante passar esse fatídico momento com eles, para justificar a minha futura partida.

Era novembro, o tempo estava nublado, assim como minha mente. Uma parte de mim, a parte que adora divagar, dizia que eu não queria aceitar a voz da razão. A conclusão que essa parte irritante de mim tomava era que tudo havia sido meticulosamente planejado, me mandar para um colégio interno, arranjar meu casamento com Edward, tudo para que eu não me deparasse com a “armadilha” da paixão.

Eu era covarde demais para lutar contra a verdade de meus pais, mas eles haviam me dado olhos, faltando tão pouco tempo o casamento, agora eu enxergava. Devia ter coragem para ser eu mesma, ainda que isso me custasse, afinal de contas, eles eram meus pais.

Uma coisa era certa, seria difícil conviver com o ódio que meus pais sentiriam de mim, eu não tinha mais ninguém, começaria do zero, poderia me perder, passar por dificuldades, não teria ninguém para me amparar.



Todos na igreja me aguardavam, eu desci do carro, o chofer ajudou-me, lágrimas escorriam por meu rosto enquanto eu pensava que logo todas as atenções estariam voltadas para mim.

René veio ao meu encontro, em suas mãos o buquê que logo foi entregue a mim.

– Muito obrigada por estar fazendo a coisa certa. Eu já sofri demais nessa vida, só vou descansar quando ver você sendo feliz. – disse quando me abraçou a força. Tentei me desvencilhar do abraço, mas acabei por retribuir, dando o abraço de despedida em minha mãe.

– Adeus mamãe. – olhei firmemente em seus olhos, pronunciando sem nenhum arrependimento. Senti a mulher à minha frente estremecer.

– Você não pode fazer isso, minha filha, eu não posso te perder...

– Vamos, todos esperam por você. René vá à frente, anuncie. – Charlie interrompeu o apelo de minha mãe. Eu não queria desmoronar. Ela saiu nervosa, olhando para trás com frequência. – Você está linda, tudo está lindo, está certo. Edward é o certo.

– Eu sei o que é certo, pai.

Ele balançou a cabeça, com um sorriso no rosto. – Espero que saiba – ouvi-o dizer, porém não tive certeza.

De braços dados com o senhor de meia idade, subi as escadas da capela, a música começara, todos estavam olhando para a porta quando ela foi aberta. Tinha um grande tapete branco que havia sido estendido no chão do local, que me levava até o altar. Olhei tudo em volta, mas não me atrevia a encarar ninguém. Independente das circunstancias, era sempre bom estar na igreja, fazendo com que eu me aproximasse ainda mais do Criador.

Sentia todos olhando para mim, conversinhas baixas, sussurros. Mas apenas um olhar estava me incomodando, um olhar muito fixo que era quase palpável. Olhando para baixo, pondo pé ante pé, eu acompanhei o caminho feito pelo longo tapete até o altar. Ainda faltavam vários passos até lá, mas eu podia ver tudo, cada detalhe e o noivo.

Edward estava lindo, impecavelmente arrumado, seu cabelo bem penteado e o terno perfeitamente alinhado. Seu queixo firme e erguido demonstrava, juntamente com sua postura, que ele era um homem, o homem que aguardava sua futura mulher se aproximar.

Eu sentia pena dele, mas o Masen teria escolha, poderia refazer sua vida, já eu não. Era agora ou nunca, meu destino seria traçado a partir de uma palavra.

Não me dei conta quando finalmente alcançamos o altar e ele estava lá, com uma mão estendida, esperando que meu pai depositasse a minha própria ali. E assim ele o fez, unindo-as. Senti-me como sempre, como quando nos tocamos pela primeira vez no noivado, a repulsa tomou conta de meu corpo fazendo-me estremecer de cima a baixo.

– Tome cuidado com suas atitudes minha filha. E seja feliz, não importa como, apenas seja feliz. – então essa era a benção de meu pai. De fato, seria tão mais simples se eles deixassem que eu fosse feliz, tão menos doloroso. – Sabe o que tem que fazer Edward.

– Sim senhor, eu vou fazer tudo da maneira certa. – sorriram um para o outro e nos posicionamos em frente ao padre e ao sagrado altar. – Se você permitir... – completou.

Suspirei. – É uma pena Edward, mas isso termina aqui.

Ele me pareceu um pouco espantado, mas não prestei atenção realmente à sua expressão, apenas encarei minha frente sem enxergar algo concreto.

– Como...?

– Estamos aqui reunidos para celebrar a união de Edward e Isabella. – o religioso cortou a fala do desesperado noivo ao meu lado, iniciando os simples votos. - Isabella Marie Swan, é de livre e espontânea vontade que aceita Edward Anthony Masen como seu legítimo esposo? – indagou o sacristão.

A palavra já se formava em minha garganta quando senti algo agarrar minha mão, como que em um apelo silencioso.

– Eu só preciso de uma chance. – sussurrou mais perto de mim, fazendo com que eu me assustasse. Sua mão agarrada na minha.

– Acredite, você não vai querer se casar com uma pedra de gelo como eu.

– Eu não estou vendo nenhuma pedra de gelo...

– Eu vou refazer a pergunta. É de livre e espontânea vontade que aceita Edward Masen como seu esposo? – o padre o interrompeu novamente.

– Eu só estou vendo uma jovem que sente muita tristeza e ressentimento por ter passado anos longe de seus pais e que crê que os mesmos não a amam. Mas isso não é sobre eles e sim sobre nós. Eu só preciso de uma chance para mostrar que vai valer a pena.

– Isabella? – chamou minha atenção novamente.

Eu queria correr e gritar.

– Depois estará livre. Eu juro com a minha alma. Uma chance e eu te deixo livre para partir se quiser. É sua alforria.

– A minha alforria é agora. – rebati.

– Não, sou eu que assino. Se fizer isso agora será apenas uma escrava fujona.

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– Sim. – respondi impulsivamente depois de alguns instantes, depois de deixar o sacristão vermelho e a igreja em burburinhos.

– Tudo bem, então, Edward Anthony Masen, é de livre e espontânea vontade que aceita Isabella Marie Swan como sua legítima esposa?

– Sim.

Trocamos as alianças, belas joias. - Nesse caso... Não separe o homem o que Deus uniu. E que seja feita a Sua vontade.

Era isso, estávamos casados. Uma pontinha de arrependimento crescia cada vez mais em meu peito, se tornando um estorvo, me deixando mal comigo mesma. O que fiz?

– Você não vai se decepcionar.

– Eu realmente espero que não.

Viramo-nos para encarar o mar de gente que nos aplaudiu. Na saída da igreja uma multidão ria e saudava, aparentando estarem felizes por nós.

– Vamos para o carro, deixemos que eles nos felicitem depois. – propôs o então meu marido, me guiando até um carro luxuoso que estava à nossa espera.

– Nossa, eu nem acredito nesse tanto de gente. Sabia que eu não conheço nem metade daquelas pessoas? – começou quando entramos no carro. O chofer começou a guiar pelas ruas de Chicago enquanto eu estreitei meus olhos para ele. – Qual o problema? Eu admito que a vida seja feita de conveniências... Mas eu não me revolto.

– Pelo amor de Deus...

– O que foi? – indagou passando um braço por meus ombros. Eu tentei me desvencilhar, mas ele foi persistente. – Não tem que fugir de mim, você me deu uma chance, lembra? Eu tenho que te ensinar tantas coisas ainda...

– E você se lembra de que me fez uma promessa em frente ao santíssimo? Não admitirei resistências quando chegar a hora de minha partida. – desviei o olhar para as janelas.

– Acalme-se, ainda não é a sua hora. É a minha.

Depois disso permanecemos em silencio até chegarmos à residência dos Masen, onde haveria a recepção para uma quantidade menor de convidados do que havia na igreja - ao menos.

Todos nos esperavam no salão quando passamos pela grande porta dianteira, batendo palmas e recebendo abraços dos mais próximos a nós.

– Parabéns querida, você vai ser muito feliz ao lado de meu filho, ele é um ótimo garoto. – disse-me a minha então sogra. – E eu não digo isso apenas por que ele é meu filho... – completou sorrindo.

– Muito obrigada, eu realmente espero que tudo ocorra... Bem. Ou, pelo menos, da melhor forma possível. – ela me pareceu um pouco desconcertada com a minha resposta. Definitivamente, eu não era a recém-casada mais feliz dos últimos tempos.

– Não dê confiança para isso, mãe. A Bella só está um pouco nervosa com tudo isso, tivemos tão pouco tempo para nos conhecermos. – eu encarei-o um tanto quanto chocada. Que história era aquela de me chamar de Bella?

No entanto, sua mãe sorriu contente com a menção do novo apelido. – Então tudo bem... Eu desejo uma boa sorte para vocês dois. Edward, comporte-se como o cavalheiro que eu sei que você é, meu bebê. Você vai se apaixonar por esse homem Isabella. – eu corei um pouco.

– Até mais mamãe... – Edward indicou, apontando a fila que começara a se formar atrás de dona Elizabeth, tão envergonhado como eu.

Por fim, creio que já tínhamos abraçado todos ali presentes e eu já estava farta.

– Eu vou embora. – anunciei para o cavalheiro ao meu lado quando notei que ainda havia pessoas à nossa espera para nos darem os parabéns.

– Calma Bella, você precisa se conter. Essas pessoas estarão te abraçando hoje e amanhã você nem as verá, não custa muito ser gentio. – repreendeu-me.

– Gentio ou falso? – encarei com os olhos faiscando. Ele entreabriu os seus próprios, tornando-os apenas dois feixes de luz verde.

– Quanta revolta...! Terá tempo para reclamar disso, mais tarde. Agora seja uma boa garota e cumprimente o senhor e senhora Cooper, eles estão esperando por nós, querida Bella.

– Escute, de onde veio esse apelido ridículo? – alfinetei.

– Como assim ridículo? – olhou-me espantado, enquanto o casal se aproximava de nós. A parabenização não permitiu que ele completasse sua fala e me desse uma explicação plausível.

Apesar de ter dado tantos abraços e apertado tantas mãos a perder a conta, não percebi onde estariam meus pais. Deviam estar comemorando a vitória longe daqui, claro, o casamento de sua única filha não importava para eles.

– Uma moeda por seus pensamentos. – Edward falou atrás de mim.

– Pensamentos são algo particular.

Ele riu um pouco, mostrando seus dentes impecavelmente brancos. – Não em um casamento. – guiou-me até um lado mais afastado do grande salão, onde havia poucas pessoas, me segurando pela cintura. E ainda agarrado nela, conduziu-me em passos de dança pelo espaço.

– Está ficando maluco ou o quê? – indaguei incrédula.

– Ou o quê. – riu de sua piada. – Sabe, pode ser que você não pense assim, mas hoje é um dia muito importante, afinal de contas, é o dia do nosso casamento! Você não está nem um pouco emocionada?

Dessa vez foi minha vez de rir. – É claro que eu não estou. Esse casamento não é nada mais do que minha alforria, se esqueceu? – girou-me no salão. As pessoas pararam para ver o casal feliz.

– Nossa! Você leva tudo a sério mesmo, não? Veja bem, eu também sou uma pessoa muito séria, que gosto das coisas no lugar ao qual lhes cabe, mas eu não deixo de pensar que, de qualquer forma, esse é o nosso casamento. Temos a benção do altíssimo, somos um casal, dê certo esse casamento ou não.

Eu detestava dar o braço a torcer. – Tudo bem, por agora eu vou deixar de reclamar com o meu maridinho. – ironizei.

– Não é tão mal ser chamado assim. – rodopiou-me.

– Porque você é tão insistente, não vê que isso me irrita?

– Concorda que, se eu não fosse insistente, agora não estaríamos casados? – ergueu uma sobrancelha.

– E isso não seria uma cois boa?

– Uma coisa só se torna boa desde que a provamos. Se você não tivesse dito sim para mim no altar, jamais saberia se nosso casamento vai dar ou não certo. – se explicou.

– Talvez você tenha razão, mas isso não justifica o fato de você estar sendo irritantemente tenaz. – concordei pela segunda vez naquela tarde.

– Então você me acha irritante? Tudo bem, eu prometo me comportar melhor, afinal, não pode haver trégua se ambos não abdicarem, certo?

– Certíssimo!

– Vê! Já concordamos mais de uma vez, em apenas algumas horas. Tem como isso dar errado?

– Se não temos como saber se algo vai dar certo, também não temos como saber se vai dar errado. – retruquei áspera. Ele balançou a cabeça por uma vez, terminando a dança logo em seguida. Ouvimos exclamações de felicidade ao nosso redor. – Já não é hora de acabarmos com a festa? – perguntei impacientemente.

– Acalme-se. Vamos continuar, acabamos de chegar, tenho que conversar um tanto com seus pais, eu não falei com eles decentemente hoje. E não podemos transmitir a imagem de dois jovens afobados, sou um homem de negócios agora. – revirei os olhos. Ouvi Charlie dizer algo sobre isso, se não me engano os Masen eram uma família bem sucedida de senhores da lei e doutores. Edward seria uma das duas coisas. – Depois disso, nós poderemos ir para nossa casa.

– É verdade...

– O quê? – pereceu-me confuso.

– Nós temos uma casa. – me expliquei, fazendo com que ele risse de minha cara.

– Você vai amar, é uma casa linda. Eu mesmo escolhi cada detalhe. – Edward parecia orgulhoso de si mesmo.

– Não precisava ter se incomodado com isso, de verdade... – falei enquanto ele me puxava pelo salão.

– Não seja boba, é a nossa casa. Independente do que aconteça, uma parte dela vai pertencer a você também.

Independente do que aconteça...

Encostados em um canto, encontramos meus pais. René tinha lágrimas nos olhos e meu pai afagava gentilmente seus ombros.

– Senhor Swan, dona René. Está tudo bem? – Edward iniciou uma conversa.

– Está tudo bem sim, filho. – respondeu minha mãe. Eu sequer me atrevi a conversar com ela também, já havia dito adeus antes, não precisava dizer novamente.

– René só está emocionada, dizendo que não vai mais ver a filha. Veja como é uma boba!

Edward riu um pouco. – Não se preocupe com isso senhora Swan, Bella e eu ainda temos uma longa jornada pela frente. – disse passando um braço pela minha cintura novamente.

Meu pai olhou tudo aquilo com olhos incrédulos, eu apenas desviei o olhar. – Eu não sei o que você disse à ela filho, mas perece ter se saído bem.

– Eu não preciso levar Isabella na conversa, senhor Swan. Nós apenas firmamos um compromisso. – sorriram.

– Tudo bem, sem mais. Vamos embora Edward.

– Espere minha filha. – minha mãe chamou minha atenção. – Eu quero que saiba que estamos muito felizes por você.

– É claro que estão... – respondi. O ressentimento que eu tinha não era pouco, me fazia querer chorar.

Distanciamo-nos de lá, Edward ma acompanhou nos calcanhares, me parando pelos ombros quando percebeu minhas reais intenções.

– Você não vai embora daqui de jeito nenhum, você vai se acalmar, tudo bem?

– É muito fácil para você falar... Será que pode, ao menos por um momento, deixar de ser tão irritante e permitir que eu sofra sem interrupções. – exasperei-me.

Colocou suas duas mãos ao redor de meu rosto. – Escute com atenção Isabella. Eu não te conheço e você não me conhece, mas eu estou tentando muito, muito mesmo, ser o mais doce possível com você, te compreender e chegar a um acordo...

– Para... – pedi com lágrimas brotando de meus olhos.

– Não. Olhe em volta, tudo isso é nosso. Tome da vida o máximo que você puder, aproveite o seu casamento e esqueça os seus pais, pelo menos por hoje. – fez uma pausa para acompanhar a lágrima que rolou pela minha bochecha. – E não chore, eu não aguento ver uma dama nessas condições.

Tirou um lenço do bolso estendendo-o para mim.

– Obrigada. Pelo lenço...

– E pelo conselho, você não agradece? – levantou uma sobrancelha.

– Se eu fizer o que você está mandando vai me deixar ir para casa? – ele bufou impaciente. O que eu havia feito de errado dessa vez?

– Merda. – falou baixinho, me deixando espantada. Oras, que cavalheiro se atreve a dizer palavras desse calão ao lado de uma dama, ainda que baixo?

A festa teve continuidade, eu não encarei meus pais novamente e Edward não me forçou a sorri para aquelas pessoas. Eu apenas fiquei ao seu lado. Sentia seus olhos em mim, às vezes, mas eu apenas continuava encarando o chão. Nós brindamos, comemos e dançamos mais uma vez antes de começarmos a agradecer a presença de todos ali.

Não nego que Edward fosse uma pessoa divertida, ele parecia ficar feliz apenas por ter um motivo para brindar, seus olhos verdes brilhavam.

– E então, está aproveitando a festa senhora Masen? – indagou sorrindo.

– Senhora Masen temporariamente, não se esqueça... – respondi já admitindo a mim mesma que estava entorpecida.

– Deixe disso, vamos para a nossa casa! – riu um pouco em um estado pior do que o meu. A essa altura não era de muita importância o que os outros estavam pensando de nós, uma semiembriagada (por nunca ter colocado uma gota sequer de álcool na boca) e um praticamente embriagado (por estar feliz demais). Com certeza a sociedade fazia uma boa imagem de nós. Era justamente disse que eu precisava para fazer minha saída triunfal de uma vida de mentiras.

Demos tchau aos pais de Edward, eles pareceram realmente preocupados com o estado do filho, principalmente sua mãe.

– Não se preocupe mãe, eu juro que não estou bêbado. – falou sério por se dirigir à sua mãe.

– É o que você sempre diz. Pensei que fosse tomar juízo... – seu pai comentou na sala de estar, a casa já estava completamente vazia e a lua já estava alta no céu.

– Pai, foram vários brindes, é uma data especial. Sabem muito bem que não há motivo para alarde, eu estou acostumado a beber, não me deixo possuir pelo álcool tão facilmente. E não veem que Bella está ao meu lado? Falando assim vai até parecer que seu um alcoólatra.

– Temos de medir nossas palavras, mas não é de mau tom para você dizer que está acostumado a beber? – sua mãe balançou a cabeça indignada – Quando você vai tomar juízo...?

Pela primeira vez na noite eu esqueci um pouco de meus problemas e me permiti rir. Olhando assim era tão difícil de crer que o senhor e senhora Masen também estavam envolvidos nesse esquema sórdido.

– Olhe esse garoto nos nós, filha. Por favor. Às vezes ele tem surtos de negligência. – no entanto, ele me pareceu o mais ajuizado...

– Não se preocupem. Agora é melhor nós partirmos. – repeti minha fala pela milésima vez no dia.

– Eu concordo. nossa casa não é aqui do lado e já está escuro, transitar pelas ruas à noite pode ser perigoso. – o jovem Masen comentou.

– Em fim a sanidade está voltando a você, meu filho. – Elizabeth debochou do filho.

– Simularei que não entendi mamãe.

– Mas não vá dirigindo, não é seguro dirigir sob o efeito do álcool. – o Edward pai alertou.

– Eu não estou bêbado pai, repito. Vamos logo Isabella, antes que eles não nos deixem sair daqui nunca. – me puxou pela mão rumo, à porta da frente.

– Cuidado. – sua mãe alertou mais uma vez. – E sejam muito felizes, principalmente você Isabella. Boa sorte em sua vida de casada. Isso é o que eu desejo... E os seus pais também. – o senhor Masen cutucou o braço dela, avisando que havia falado demais. Automaticamente eu me lembrei de tudo, de todas as mágoas e me entristeci. – Qual o problema? René estava tão tristonha, me pediu que dissesse a você que está feliz pelo casório e que te ama muito. Seu pai também.

– Tudo bem senhora Masen, eu agradeço as felicitações que todos vocês estão nos dirigindo. – agradeci educadamente. – Até mais ver.

Saímos pela porta da frente, eu ajeitando meu chapéu e carregando a maleta com o vestido de noiva dentro. O casal ainda acenou enquanto nos dirigíamos ao carro estacionado ali em frente à mansão.

Por mais incrível que pareça, ele ocupou o lugar do motorista, logo após ter aberto a porta para mim.

– Você dirige? – indaguei levando em conta que nem mesmo meu ai dirigia seu próprio carro.

– É claro que sim, qual o espanto?

– É que... Bem, você é um homem de família rica, não seria mais provável que tivesse um chofer?

– Seria... Mas não faz muito sentido pagar para uma pessoa fazer algo que eu sei fazer sozinho, não acha? – ergueu uma sobrancelha para mim.

– É, faz mais sentido...

– Você sabe dirigir? – perguntou com os olhos no caminho.

– É claro que não, como eu poderia?! – respondi de maneira obvia, ele riu um pouco.

– E você não gostaria de aprender?

– Eu aprender a dirigir? – perguntei confusa.

– Qual o problema? – franziu a testa.

– Ora, como eu poderia aprender a dirigir? Eu sou uma mulher, quem daria um carro em minhas mãos?

– Eu daria. – respondeu-me. Fiquei surpresa. – Está decidido, vou ensinar-lhe a dirigir. Mas não hoje, teremos tempo.

– Isso é tão... – procurei uma palavra que descrevesse a situação.

Ao mesmo tempo em que isso era uma grande gentileza da parte de Edward, de uma maneira bem liberal, já que ele não se importou com o fato e que eu sou sua esposa, uma mulher, parecia liberal demais. - Por quê? – perguntei ao invés disso.

– Porque eu quero. E para que você veja que eu tenho a mente aberta o suficiente para compreender que você, no fundo, gostaria de ser tratada com igualdade. Sem mencionar que dirigir é muito divertido! – eu ri dele de uma forma nervosa. – Aproveitar a vida, lembra?

– Oh, claro!

Foram mais alguns minutos na escuridão da noite, ouvindo-se apenas o ruído do carro, até que paramos em frente a uma grande casa branca. Era linda.

– Chegamos. Essa é a nossa casa daqui para frente! – anunciou sorrindo ao ver os meus olhos brilharem discretamente, orgulhoso de si mesmo. – Você gostou?

– É... Muito bonita. – respondi sem querer parecer contente demais, mas o suficiente para não magoá-lo.

– Venha, vamos entrar. – saiu do carro, dando a volta para abrir a porta contrária para mim.

Caminhamos por um caminho de pedras que levava até a porta da frente. Ele abriu a grande estrutura de madeira para nos dar passagem.

O interior da casa era incrível. O primeiro ambiente era um grande salão com madeira escura no chão, paredes claras e grandes com alguns quadros. Havia uma grande escadaria que levava até o andar de cima.

– Esse é o salão principal. Você gosta?

Eu estava olhando tudo em volta, dando passos para um lado e para o outro. Aquela era a minha casa. – É tudo tão lindo, a lareira, os detalhes. E esses quadros, eu não reconheço os traços, a que artista eles pertencem? – indaguei próxima a um, passando os dedos pelas formas pintadas.

– Bem, é um artista desconhecido. Ele vendia quadros no centro por nada mais do que poucos dólares. – respondeu-me.

– Nossa, o trabalho dele é incrível! Olhe aquele, veja como transmite tantas emoções. – apontei para um grande quadro em que havia o esboço de um rosto humano e grandes olhos definidos. – Ele tem um dom... – concluí. – Por que ele não assina?

– Tudo bem, não vamos falar de quadros, eu vou te mostrar o resto da casa. – falou sorrindo um sorriso tão diferente, continha segredos misturados divertimento.

Em seguida ele me guiou para uma ala onde havia uma sala menor, com sofás e uma lareira, ambos brancos. A cor predominante do espaço era branca, trazendo aconchego.

Mostrou-me a cozinha e vários outros cômodos da elegante residência.

– Vamos ver os quartos! – me puxou pela mão mais uma vez, fazendo o caminho contrário para voltarmos até o salão da escadaria.

Subimos degrau por degrau até que chegamos a um corredor bem iluminado e cheio de portas.

– Aqui tem o meu escritório e alguns cômodos vazios, para que você possa se sentir á vontade para montar o que quiser. – indicou enquanto virávamos para outro corredor. – Esses são os quartos de hospedes, o nosso é ali no fundo.

Permitiu que eu abrisse a grande porta, encorajando-me com gestos da mão. Tudo ali era lindo, tinham tons de pastel, bege e uma iluminação impecável. Havia uma penteadeira combinando com o resto da mobília, grandes cortinas em frente às janelas e uma grande cama próxima a uma mesa de canto, um baú e um grande lustre de cristal.

– Todos nós merecemos um pouco de luxo às vezes. Eu fiz questão de escolher a melhor decoração para esse cômodo, o que achou? – indagou impacientemente.

– É tudo tão... Tão... Tão lindo, é incrível! – respondi com os olhos brilhando. Era uma casa de princesas.

– Que bom que você gostou!

Por um momento não tivemos muito o que falar, ficamos apenas olhando para os lados até que ele limpou a garganta.

– Bem, eu vou deixar que você fique à vontade. Sua mãe tratou de trazer os seus pertences, como você deve saber, estão naquele baú. – apontou. – Tome algum tempo para você, eu vou estar lá em baixo.

– Obrigada – agradeci enquanto ele se dirigia à saída.

Sentei-me um minuto na grande cama e me pus a pensar.

Ele havia me feito um pedido e uma promessa, eu concedi. Edward estava sendo muito gentio e atencioso, mas eu não sabia até que ponto. Tinha muito mais nele do que ele realmente deixava transparecer, essa história envolvia muitos pontos importantes para serem ocultados.

Uma coisa que eu tinha certeza absoluta: Edward não gostava de mim. Ou pelo menos não de uma forma apaixonada, como deveria ser. Ele parecia seguir a linha de pensamento de meus pais, a paixão era uma armadilha e talvez por isso meus pais tenham o escolhido. Esse casamento devia significar alguma coisa para ele.

Mas casar era mais do que simplesmente dizer sim em frente ao padre. Casamento envolvia companheirismo, condescendência, coisas que eu não tinha e jamais teria.

Essa era a chance dele. O aparente fracasso vai ocasionar a minha partida, meu lançamento no mundo, à deriva, sem ter nada nem ninguém.

Levantei-me aquele confortável móvel e me despi. Lavei-me e penteei-me, escolhendo logo em seguida um vestido confortável. Era meio de noite e eu não me sentia nem um pouco inclinada a dormir, ainda mais ao lado dele. Na realidade tinha um pouco de medo disso.

Depois de estar devidamente arrumada, fiz o caminho contrário daquele feito ao lado de Edward, tentando ao Maximo não me perder pela grande casa.

Com menos esforço do que pensei, alcancei as escadas, chegando ao grande salão. Ele não estava em nenhum lugar. Direcionei-me à sala de estar, encontrando Edward meio deitado no sofá maior.

Seu modelito já havia sido descomposto e ele trajava apenas sua calça preta, a camisa branca, com os primeiros botões abertos e o suspensório. Em uma mão ele tinha um copo de Brandy e entre os dedos um cigarro.

Sentiu minha presença, sentou-se de maneira menos desleixada no sofá e virou para me encarar.

– Você está linda. – elogiou-me ao me analisar minuciosamente, deixando-me corada. – Sente-se aqui, vamos conversar um pouco. – deu batidinhas no espaço ao seu lado.

Fiquei um pouco receosa em me sentar com ele, já que Edward bebia e fumava. Temia que ele me atacasse sob o efeito da bebida, mas respirei e sentei-me ao seu lado.

– Aceita uma bebida?

– Eu não bebo.

– Bella... Você brindou no casamento. – apontou o fato.

– É verdade. Mas foi a primeira vez, não quero passar da conta, posso me sentir mal. – expliquei.

– Verdade, você nunca tinha bebido antes?

– Não. – respondi simplesmente.

– Oh, que bobo que eu sou. É claro que você nunca havia bebido... – eu apenas fiquei em silêncio olhando para a madeira do chão. – É impressão minha ou você está se sentindo desconfortável em estar aqui?

Eu me assustei um pouco com a pergunta. Ele conseguia captar as coisas, aprecia que podia ler a minha mente. – Não. – menti mal.

– É tão complicado de ler você...

– Por um acaso você é um bom leitor? – indaguei encarando-o.

– Geralmente eu sou, mas isso é só com você. É complicado deduzir o que se passa na sua cabeça. Você não é como as outras damas...

Enruguei a minha testa tentando compreender o que aquilo significava. Ele havia saído com outras damas? – O que quer dizer com isso?

Ele sorriu torto. – Bem, como você deve ter percebido nos encontros que a sua mãe dá, as damas não costumam ter uma visão da vida... Muito crítica, se é que eu posso dizer assim. O fato é que você é uma pessoa que questiona e que tem seu parecer sobre as coisas da vida, pena que...

– Pena que...? – encorajei.

– Pena que você tenha uma forma... Própria de expressar suas opiniões.

Pensei nisso por alguns segundos. – Então você quer dizer que eu estou errada.

– Não. Não é errado se expressar, de maneira alguma. Mas não é o que você faz e sim como. Você precisa aprender a lidar com cada situação da vida, não é aconselhável bater de frente e sim contornar pelas bordas.

– Dê-me um exemplo, por favor.

Riu. – Veja tudo em volta. Ou melhor, eu vou utilizar a minha fala de antes, a do casamento. Quando você estava triste e magoada com seus pais, eu olhei nos seus olhos e disse com toda a verdade possível...

– “Eu não te conheço e você não me conhece, mas eu estou tentando ser gentio com você” – citei.

– Algo assim. O fato é que eu te entendo. Eu sei que não deve ser fácil para você ter passado anos sem ter um lar de verdade e, quando enfim você poderia chegar a uma convivência com seus pais, se deparar com um casamento arranjado com um homem que você nunca viu e sem ter uma escolha. Era isso ou não poder falar com seus pais nunca mais, não é?

Espantei-me com a sua descrição. De fato eu me sentia assim, será que era tudo tão claro?

– Mas eu não estou falando com meus pais de qualquer forma... – apontei.

– Não está porque não quer. Isabella, eles estão felizes por você ter se casado comigo, mas tristes por não terem o seu perdão. Pais mais severos apenas te forçariam a faze isso sem ter remorso algum depois, mas não os seus. Eles se importam com a sua felicidade.

– Eu não posso levar em consideração a tristeza deles. Para que eles estejam felizes eu tenho que estar triste, não é muito justo. – tentei m explicar com um nó se formando em minha garganta.

– E é nessa hora que os meus conselhos fazem sentido. Bater de frente não vai ajudar. Nós temos um acordo, mas eles não sabem disso. Por que não fazer disso uma oportunidade para que você possa se aproximar de seus pais sem ressentimentos de ambos?

Realmente, fazia sentido. O que eles queriam estava acontecendo, eu estava casada. Uma aproximação agora não seria difícil. – Talvez você esteja certo, mas ainda assim é difícil.

– Eu sei que é, mas com o tempo você vai compreender. – deu uma tragada no cigarro.

– Por que você diz essas coisas, me dá esses conselhos? Eu nunca dei espaço para que você pudesse ser meu amigo.

– É eu sei que não. Aliás, isso foi muito feio da sua parte. – nós dois rimos. – Eu não sei. Eu sou pouco mais velho do que você, mas fiquei sabendo de tudo isso antes, tive mais tempo para digerir, para pensar na minha vida e no meu futuro. De repente a ideia do casamento não me pareceu mais tão assustadora. – explicou-me.

– Então ela era antes... – indaguei.

– De certa forma sim, apesar de que eu sempre pensei em me casar. Mas eu queria conhecer uma mulher, quem sabe me apaixonar... – tocou nesse assunto pessoal.

– Meu pai me disse um pouco antes do casamento que a paixão é apenas uma armadinha. – revelei baixinho.

– Ele te disse isso? Não me parece muito sensível da parte dele. – concluiu.

– Talvez não seja ou talvez ele esteja certo. – encarei os grandes olhos verdes.

– Cada caso é um caso, Bella. A vida é cheia de incertezas.

– Você conhecer muito da vida?

– Vamos mudar de assunto. Tem uma coisa que você disse hoje mais cedo que me deixou muito irritado, fez até com que eu dissesse uma palavra feia. – contou.

– É verdade, eu ia perguntar sobre isso também. O que eu disse?

– Você disse que faria o que eu mandasse. Eu não mando em você.

– Oh... – fiquei sem fala por uns instantes.

– Eu só quero que você seja você mesma, não faça nada que não queira. – ordenou, ou melhor, indicou.

– E o que eu haveria de querer?

Ele sorriu torto novamente e se aproximou de mim. Aproximou-se demais, podia sentir seu hálito em minha face.

– O que você quer eu não sei, mas o que eu quero agora é simples... – fiquei estática quando ele segurou minha nuca.

– Não. – desvencilhei-me dele, ficando de pé perto da pequena lareira. Senti sua presença atrás de mim.

– Por favor, Bella, somos marido e mulher agora. – sussurrou próximo à minha nuca. Um frio correu por minha espinha.

– Não me toque. – avisei.

Ele tocou de leve em meu braço, me mexi para que ele o soltasse, mas ele apenas se sentiu encorajado a prosseguir com o toque mais e mais, chegando mais perto para sentir o cheiro de meus longos cabelos ruivos.

– Você é linda. Eu sinto vontade de te ter em meus braços... – fez com que eu me virasse de frente para ele. Arregalei os olhos. – Linda. – exclamou novamente enquanto tomava meus lábios nos seus.

Tentei lutar contra ele dando pequenas batidas em seus ombros largos, mas isso não adiantaria.

De repente, uma vontade de retribuir o gesto tomou conta de mim e me vi segurando sua nuca, perdendo meus dedos em meio aos seus cabelos cor de cobre.

Quando nos faltou o ar, Edward distribuiu beijos por meu pescoço. Eu estava ofegante e perdida, sem saber o que fazer. – Edward, pare, por favor. – implorei, mas ele apenas voltou a beijar meus lábios com ainda mais fervor.

Encontrar-me em seus braços não estava em meus planos.

– Venha comigo. – afastou-se de mim e estendeu sua mão esquerda.

– Não me peça isso, por favor.

– Eu é que te peço por favor. Venha comigo.

Eu vacilei por alguns instantes. Como na igreja, o não era certo, mas eu não tinha coragem de proferi-lo quando ele me pedia daquela forma.

Como uma garota boba, eu apenas estendi minha mão e permiti que cegamente ele me guiasse para o andar de cima.

Edward sorria como uma criança que via o arco-íris e andava de costas, sem querer deixar de olhar para minha face corada. Minhas mãos tremiam e o inicio de um ataque de pânico se dava.

– Não tenha medo. – ele pediu enquanto alcançava a porta do grande quarto.

– Eu vou embora! – Me virei rapidamente para a direção contrária.

– Não. – conseguiu me segurar pela cintura, mantendo-me parada. – Eu não vou te fazer mal, você vai ver...

– Eu não tenho coragem. – revelei envergonhada.

– Eu te ajudo.

– Você? Porque eu deveria confiar em você? – me virei e encarei a porta atrás de mim.

– Porque estamos juntos nisso. – posicionou-se na minha frente. – E vamos estar juntos nessa loucura para sempre.

Eu não sei se me movi pelo poder de suas palavras eu se realmente eu queria aquilo tanto quanto ele, mas em um segundo eu só podia pensar em quanto era bom ter suas mãos explorando meu corpo, de forma tão tímida, e seus lábios em todas as linhas de meu rosto.

Alcançamos a cama, ele ficou por cima de mim e era muito fácil deixar a situação em suas mãos.

Eu o olhava com um misto de medo, ansiedade, preocupação e vergonha por estar nessas condições com Edward Masen, um homem que eu não sabia nada a respeito.

Seu suspensório foi tirado, assim como sua camisa, revelando logo um peitoral com músculos definidos. A cada momento eu me sentia mais e mais intimidada.

Edward me inclinou para ficar ainda mais próximo. – Não tenha medo. – encorajou-me.

Suas mãos grandes se moveram para minha cintura, tomando posse, subindo até encontrar uma brecha para se livrar de minha vestimenta.

A noite estava calma, não se podia ouvir nada a não ser o barulho de nossas roupas sendo tiradas e nossas respirações.

Seu corpo era sublime e eu me sentia envergonhada por estar tão entregue. Já não lembrava em que momento meu vestido e minhas roupas de baixo tinham sido arremessados para algum canto do quarto.

Ele se aproveitava de cada parte de meu corpo, suas mãos vagueavam, agora tremendo, por minha pele. – É tudo tão perfeito. – ele sussurrou em meu ouvido.

– E agora? – perguntei um pouco aturdida.

– Agora relaxe. – ele indicou.

Eu tremia como uma gatinha assustada quando senti suas vergonhas próximas à minha perna. Nunca havia visto um homem nu, mas Edward se assemelhava aos deuses da mitologia grega, lindo e perfeito e eu boba por me sentir tão deslumbrada.

Chegando ao meu centro, ele estava pronto para unir seu corpo ao meu.

– Como se sente? – perguntou antes disso. Eu ia respondê-lo, mas minha respiração não permitia. – Não entre em pânico, por favor.

Balancei a cabeça o máximo que pude. Que loucura.

Uma retrospectiva passou em minha cabeça, te tudo. Todas as palavras ditas, todas as lágrimas, toda a dor. Mas nada disso foi o suficiente para me parar, porque eu queria aquilo. Eu queria Edward me tocando, eu queria estar em seus braços, queria explorar e deixar ser explorada, sentir seu corpo no meu. Eu queria o inferno e o inferno era Edward. Ele era o errado, a perdição, a maluquice. Ele era o sim impensado, ele era o fim dos meus dias.

Em uma velocidade mínima, senti meu corpo sendo invadido por ele. Meu corpo protestou, mas ele insistiu, avançando centímetro por centímetro, fazendo com que eu sentisse sua presença em meu âmago.

– Sente-se mal? – ele indagou fazendo uma pausa, preocupado.

– Me sinto péssima – respondi com sinceridade.

– Você quer que... – cortei-o.

– É ótimo se sentir assim.

De repente ele riu – Eu sei!

Seus movimentos demoraram um pouco para vir, e quando vieram eram tímidos e cautelosos. Não neguei que foi melhor assim, mas eu queria mais daquela doce volúpia.

Aos poucos a necessidade e a urgência tomaram conta dele e eu temi que ele perdesse definitivamente o juízo, mas ele soube se controlar. Tirando o fato de que agora os seus movimentos eram fortes e rápidos, porém ritmados.

Fui tomada por uma vontade de dizer algo, mas ao mesmo tempo ficar calada. Segurei em suas costas, apertando sua pele em um ato desesperado.

Estava próxima de uma sensação que eu não reconhecia, mas logo me senti como se meu espírito tivesse saído de meu corpo por alguns instantes. Era uma pequena morte.

Ele urrou como um bicho do mato, relaxando logo em seguida. Sua respiração tão rápida quanto possível.

Me esparramei na cama, meus batimentos estavam muito acelerados. Ele ficou jogado em cima de mim por alguns instantes, mas logo rolou para o lado na grande casa.

– E então, você ainda acha que esse casamento não tem nenhum lado positivo? – pegou minha mão.

– Então esse é o gosto do pecado? – perguntei vendo estrelas de olhos fechados.

– Acho que sim... Nós podemos conviver com isso, não é? – deu uma risada gostosa.

– Será que eu posso responder amanhã? – o sono me bateu.

– Amanhã, ou depois...

Eu adormeci enquanto ouvia-o cantarolar alguma canção.

**



O tempo estava chuvoso como de costume. Emmett corria na frente enquanto todos os outros reclamavam com ele por parecer uma criança.

De repente ele parou, sentindo uma presença.

– Cansou de ser idiota, crianção? – Alice perguntou mostrando língua para o irmão maior.

– Deixe de bobagem, baixinha. Eu estou sentindo um cheiro diferente. – anunciou baixo para todos da família.

Carlisle como um líder tomou a frente, aproximando-se de onde filho estava.

– Ele está certo, tem um cheiro vindo do leste. Não me é conhecido.

Todos se perguntaram quem seria. Esme em particular preocupou-se com a segurança de sua família, se perguntando se aquela pessoa era ou não amiga.

– Esme, Rose e Alice, é melhor que vão para casa. Nós vamos conversar com esse vampiro, Jasper, Emmett e eu. – ele comandou.

Não foi de bom grado que as três obedeceram, mas era melhor ouvir á seus respectivos maridos.

– Tome cuidado Emmett. – Rosalie disse ao seu companheiro, recebendo um sorriso despreocupado em troca.

O grupo então se dividiu metade para cada lado. Não foi difícil seguir o cheiro que estava forte. Era suave como o de uma dama, porém com o característico traço imortal.

Parada em frente ao rio, estava uma figura com casaco preto e cabelos longos caídos pelas delicadas costas. Os Cullen foram cautelosos na aproximação, para não intimidar a figura.

– Olá. – saudou o pai, fazendo sinal para os demais.

A mulher virou-se para os três, encarando-os com seus grandes olhos negros.

– Olá. – respondeu com seu acentuado sotaque britânico.

– Eu me chamo Carlisle Cullen e esses são meus filhos Emmett e Jasper. – apresentou-se tomando a liberdade de chegar mais perto da jovem.

– É um prazer. – fez uma breve pausa. – Eu me chamo Isabella.


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Notas finais do capítulo

OI OI OI!
E então, o que acharam? Eu gostei de como ficou, mas como eu disse antes, ainda acho que falata coisa.
Esperando os comentários de vocês e grata pelos que voces enviaram.
Hiperlinks:
(sala) http://construcaoedesign.com/wp-content/uploads/2011/08/branco-na-decora%C3%A7%C3%A3o-antiga-lareira.jpg
(quarto) http://www.obravipblogs.com.br/wp-content/uploads/2010/10/decoração-provençal1.jpg
(vestido) http://imageshack.us/a/img88/3704/stillvestido2.jpg
Um beijão, até mais! Nara.