Ainda escrita por Nara


Capítulo 4
Terceiro Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!
Adorei os reviews que vocês me mandaram, espero que gostem desse capítulo, foi feito às pressas (pq faz tempo que eu não escrevo essa história), mas com muito carinho.
Notinhas lá em baixo, enjoy!



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 Terceiro Capítulo

Equilibrando-me em cima de meus saltos andei, passo a passo, em direção às escadas. Eu já podia visualizar a cena. Todos estariam olhando para a escadaria enquanto eu descia lentamente e corava de vergonha.

Tomei uma última grande lufada de ar e cheguei ao topo da escadaria.

Encarei muitos rostos que não fazia a mínima idéia de quem fossem, mas um deles me chamou a atenção.

Era um rapaz muito bonito com a pele branca, porém corada. O maxilar quadrado, traços másculos. Seus olhos eram como duas esmeraldas, brilhavam como as estrelas. Esses mesmos olhos me encaravam de uma forma que não era possível descrever, mas eu via felicidade em sua feição. Sorte a sua. Infelizmente eu não poderia sentir essa mesma felicidade.

Procurei pelo salão quem poderia ser o meu noivo, havia muitos candidatos. Velhos caquéticos eram o que não faltavam, devia ser algum deles. Suspirei com esse pensamento.

Desci as escadas pouco a pouco, meu pai me esperava no último degrau com a mão estendida para mim.

“Está lindíssima minha filha” ele disse baixinho somente para mim. Eu sorri amarelo. Tomando minha mão ele me conduziu para uma parte mais exposta da sala, onde havia alguns senhores. Deduzi que algum deles seria o meu noivo.

“Eu quero te apresentar a algumas pessoas” Informou.

Paramos na roda de senhores, todos sorriram para mim, sorrisos falsos. Me pai me disse o nome de cada um deles, nomes esses que eu esqueci no mesmo instante. Acenei para todos.

Foi só quando me pai disse o nome do ultimo que eu congelei. Era um senhor de meia idade, com alguns fios brancos na cabeça, bigodes e cavanhaque. O nome dele era Edward Masen. Ele tomou uma de minhas mãos e beijou.

“É um prazer conhecê-la senhorita Swan”

Então ele era o meu noivo. Edward Masen, o homem que eu mais sentia nojo. Como meu pai tivera coragem de me jogar nos braços de um velho?

“Onde está seu menino?” Charlie perguntou ao velho. Menino? Não me diga que ele tinha filhos? Eu não sabia de nada disso. Primeiro, pensava que ele era apenas um pouco mais velho do que eu, mas agora vejo que ele dever ter já os seus 40 e poucos anos, agora essa história de menino. Pedia a Deus que estivesse errada.

“Ele deve ter ido tomar uma fresca, sabe como aquele garoto é. Tem essa mania de querer ser artista.” Riu, assim como todos os outros senhores.

“Bem, então peça para que o chame, ele deveria estar aqui. Direi à Renné para mandar servir o jantar” Meu pai informou, pedindo licença. Fiz o mesmo. Afastei-me um pouco de Charlie e parei próxima a uma grande janela da sala.

Pude ver o rapaz de antes na varanda. Ele estava com as mãos nos bolsos e olhava para a lua, que estava realmente linda. Suspirei.

Uma senhora chamou-o para dentro.

Será que ele era o menino do senhor Masen? Eu seria o que? Madrasta desse rapaz?

Senti-me enjoada somente com a idéia. E pensar que eu daria um irmão a ele, que aquele velho teria de me tocar.

Tirando-me de meus devaneios, uma das empregadas me arrastou até a sala de jantar, dizendo que aguardavam por mim.

Realmente, todos os presentes já se encontravam na mesa de jantar. Somente meu pai e o velho estavam de pé. Havia um lugar vago ao lado do Charlie e outro ao lado do Masen. Corri para o lado de meu pai, claro.

Como um cavalheiro, ele puxou a cadeira para que eu me sentasse, fiquei agradecida.

No entanto, o velho Masen ainda não havia se sentado. Em cerca de um segundo após esse pensamento, o jovem com olhos de esmeralda chegou, sentando-se ao lado do Edward. Agora com todos sentados, minha mãe fez as honras, como boa anfitriã e o jantar começou a ser servido.

Os minutos se passavam e eu ficava cada vez mais nervosa. Quase pulei da cadeira quando ouvi uma taça ser tocada, chamando a atenção de todos. Relutei em levantar o olhar, sabendo quem estaria de pé com a taça na mão.

“Bem, como todos sabem, estamos comemorando hoje o meu noivado e o de Isabella...” Deus, não era a voz que eu estava esperando. Levantei os olhos e encarei o dono da voz. O mesmo dono daqueles encantadores olhos verdes.

Mas então ele era o meu noivo? Fiquei um pouco mai feliz com isso, mas o meu noivo era o Edward Masen, eu sabia disso. Edward era o pai dele. Que confusão.

De qualquer forma, estava agradecida, alem de surpresa. Se for para eu passar o resto de minha vida ao lado de um homem que eu odiava, pelo menos que fosse um jovem e bonito.

“... e não sei se devo fazer o brinde agora ou depois, mas já que acho mais apropriado fazer depois, agora vou fazer algo que não tive oportunidade. Como sabem, Isabella esteve fora do país e eu não pude entregá-la seu anel de noivado.” Ele tirou do bolso da paletó uma caixinha preta. Deixou sua taça em cima da mesa e caminhou até mim. Eu não sabia o que fazer e quando me dei por mim ele já estava próximo ao meu acento.

Eu não me levantei, apesar de sabe que era o mais apropriado a se fazer. Então ele se abaixou até ficar na mesma altura que eu. Um de seus joelhos tocava o chão.

Pegou minha mão esquerda. O contato entre as nossas mãos mandava choques por todo o meu corpo. Julguei que isso fosse por causa da repulsa que eu sentia por ele.

Olhei em seus olhos, parecia que ele esperava alguma reação minha.

“Você quer se casar comigo?” Ele perguntou tão baixo que eu tive certeza que ninguém ouviu. Eu apenas sabia que ele tinha dito isso por ler seus lábios.

Senti meus olhos se encherem de lágrimas, que não chegaram a ser derramadas.

“Não” Fui sincera e direta, falando tão baixo quanto ele. Meu noivo não pareceu espantado com a resposta, apenas sorriu um pouco.

Com uma só mão, abriu a caixinha, revelando um belo anel de brilhantes. Devo admitir que fosse uma jóia linda, com pequenas pedrinhas incrustadas nas tiras que prendiam uma pedra maior.

Com carinho, colocou o anel no meu dedo anular da mão esquerda, fazendo com que eu sentisse que não havia mais volta. Mesmo com as minhas palavras – ou com a minha única palavra – ele me tomou como sua noiva. Uma raiva muito grande surgiu em meu peito.

Ele poderia até se casar comigo, apesar de eu me recusar, mas eu nunca seria dele completamente. Eu jamais entregaria meus sentimentos a ele. Jamais.

Após essa cena, todos brindaram e ao fim do jantar recebi muitas felicitações. Para meu desespero, ele teve que ficar ao meu lado durante todos os minutos. Eu não falei e nem olhei para ele. Perguntei-me qual imagem estávamos passando para as pessoas, nem de longe éramos um casal feliz, mas me dei conta de que ninguém ali estava se importando com a nossa felicidade. Era tudo aparência. As pessoas apenas vestiam seu melhor traje e desfilavam pelo grande salão da propriedade de meus pais, com suas mentes vazias e seus corações de papel.

Eu me sentia tão cheia de tudo. Sem me importar com os olhares de todos e deixando na mão as pessoas que ainda vinham nos cumprimentar, saí do salão, em direção à porta dos fundos. Andei pelo gramado que eu mal me lembrava, tanto era o tempo que não pisava ali. Havia um banquinho, debaixo de uma árvore, costumava me sentar ali com minhas bonecas quando era menina. Assim como antigamente, o fiz. Olhei para o céu, cheio de estrelas.

Não notei uma presença, até que estivesse do meu lado no banco. Não quis olhar para quem quer que fosse.

“Esse lugar lá está ocupado” Falei ríspida e com a voz embargada.

“Você não se importaria de dividir lugar comigo, não é?” A mesma voz suave indagou. Eu bufei, querendo estar sozinha nesse momento. Não respondi sua pergunta, sem querer me estressar.

“A festa não estava boa?” Perguntou novamente.

“Para um ser alienado, estava ótima!”

Ele riu um pouco. “Não sabia que permitiam livros de filosofia no internato religioso no qual você passou os últimos anos de sua vida”

Encarei aqueles olhos verdes, comigo enxergando vermelho de raiva. “Desde quando você sabe alguma coisa sobre a minha vida?”

“Desde que eu passei mais de uma década aguardando a sua chegada” Disse encarando meus olhos azuis. “Não precisa ser assim, sabe disso”

“E o que você espera que eu faça? me conforme como uma covarde?”

“Foi o que eu fiz. Acha-me um covarde?” Isso me desconcertou um pouco. Se ele se conformou é porque queria isso tanto quanto eu. Mas não podia deixar de odiá-lo por não ter se oposto a tudo aquilo. Afinal de contas, ele era o homem, ele não seria forçado a casar-se caso dissesse que me achava feia demais ou irritante o suficiente. A culpa era dele.

Levantei-me rapidamente e ele me segurou pelo antebraço, fazendo com que eu me assustasse.

“Eu não posso cortejá-la?” Indagou.

“Não acha que é um pouco tarde?” Rebati irônica.

“Bem, não, afinal de contas, eu te conheci hoje.” Riu

“Preferia não ter te conhecido nunca” Uma lágrima escorreu por meu rosto e eu me afastei dele. Mas de alguma forma ele conseguiu ser mais rápido, parando na minha frente. “Com licença” Pedi.

“Será melhor se não pensar assim. Vamos simplesmente ser marido e mulher, esqueça a raiva, ou vai acabar sofrendo com isso”

“É uma ameaça?”

“É um conselho.” Secou minhas lágrimas com um dedo. Sua expressão era estranha, como se ele quisesse saber mais sobre mim, ler minha mente quem sabe, e não pudesse.

As horas se passaram, e com as horas os dias. Já fazia tempo desde a fatídica – para mim – noite do noivado. Minha mãe estava orgulhosa de mim, sempre sorrindo ao falar do casamento – que estava se aproximando. O anel em minha mão esquerda pesava cada vez mais, a cada minuto. As horas voavam, eu não sabia mais para que lado fugir.

Dedicava meu tempo as minhas leituras, afinal de contas, não sabia se o meu tão amado marido permitiria que eu ficasse lendo quando me mudasse para sua casa. Tremi com esse pensamento. Mas não tinha todo o meu tempo disponível para isso, já que de cinco em cinco minutos minha mãe aparecia pedindo minha opinião quanto ao casamento.

Eu tentava estragar sua felicidade ao máximo, como quando disse que as flores da igreja deviam ser roxas, assim as túnicas dos coroinhas, mas nada disso adiantava. Até o meu vestido de noiva já estava arranjado. Agora faltavam poucos dias para eu pertencer oficialmente a Edward Cullen.


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Notas finais do capítulo

Caso o hyperlink não abra: http://www.duvivierjoias.com.br/wp-content/uploads/2011/02/anel2-513x389.jpg
E então, o que acharam? Pessoas no Nyah! perdão pela demora. Pessoas do TBF (e do Nyah tbm), obrigada mais uma vez pelos reviews.
Digam-me o que acharam desse capítulo, qualquer sugestão ou dúvida é só falar.
Próximo capítulo "O casório" rsrs'
Até a próxima, beijos.
Nara.