Estávamos em guerra. O que fazer?

Mas essa guerra não era uma qualquer. Era minha contra Leon, meu próprio irmão.

“Por que você roubou aquilo?” Gisele perguntou a Lance.

“Porque é meu.” Lance respondeu com um olhar congelante.

“Passou pro lado dela?” Gisele o perguntou.

“O que você fez com meu irmão, sua Kohl de segunda classe!” Eu a perguntei.

“Leon?” Ela disse “Tire o lixo da sua irmã do meu caminho porque preciso conversar com o Lance, a sós.”

Leon veio até mim, mas os seus olhos não estavam normais. Eles estavam cinzas, quase brancos.

Leon pegou no meu braço.

“O que você está fazendo...? Solta o meu braço!” Eu disse, mas Leon ainda era mais forte do que eu e não podia usar magia contra ele.

Ele me carregou até do lado de fora da casa.

“O que você pensa que está fazendo, Leon?” Eu o perguntei “Vai deixar essa Kohl te controlar?”

Ele não me respondia e isso me dava nos nervos.

“Não me obrigue a machucá-lo Leon.” Eu o disse.

Ele olhou pra mim ainda com aqueles olhos cinzas e disse “Ela pode até ser uma Kohl, mas você não pode com ela.”

“É isso o que vamos ver.” Eu disse.

Enquanto isso com Lance e a megera da Gisele, eles discutiam amistosamente.

“Vamos Lance! Diga o que você quer.” Ela dizia “Eu não tenho o dia todo.”

“Não foi o planejado hipnotizar Leon.” Lance disse.

“Não foi o planejado você passar pro lado daquela lá.” Gisele disse “Lance, desde o inicio o que a gente tinha planejado?”

Lance permaneceu em silêncio.

“Isso mesmo. Separar os dois para depois ferrar com a princesinha do papai, hipnotizar Leon e dominar Krisel.” Gisele disse “E mais tarde todos os outros reinos mágicos.”

“Nem todos os vampiros são como você.” Lance disse “Lyenne não é como você.”

“Você se apaixonou por ela.” Gisele começou a rir.

“Isso não tem graça.” Lance disse.

“Só quero ver a cara dela quando ela descobrir quem você é.” Gisele disse ainda rindo.

“Se você revelar o meu segredo, eu revelo o seu.” Lance disse.

“Vai embora daqui.” Gisele disse “Suas malas estão ali.”

Ela apontou para a bancada, onde as malas estavam sobre.

“Nós vamos.” Ele disse pegando as malas.

“Então a guerra está declarada?” Ela o perguntou.

E ele sem olhar pra ela respondeu “Está.”

“Que os mais poderosos vençam!” Ela disse “Será dois vampiros legítimos ou uma vampira e um...”

Antes que ela terminasse de falar ele bate com a porta.

“Vamos embora daqui, Lyenne.” Ele disse sério.

“Vamos.” Eu respondi “Ah! Leon.”

“O que foi?” Ele respondeu sem emoção alguma no que dizia.

“A guerra está declarada, então.” Eu disse.

“Está.” Ele me respondeu sem emoção alguma em sua voz.

Fui embora com Lance.

No meio do caminho me ofereci para levar as bagagens, já que eu sou muito mais forte do que Lance.

“Não precisa.” Ele me dizia pela décima quinta vez.

“Mas você é só um humano e eu...”Eu dizia, mas acabei enfurecendo ele.

Ele jogou as malas no chão e me encostou na primeira parede que ele viu.

“Para de ficar me lembrando o quão inútil, perto de seres como você, eu sou.” Ele disse me beijando logo em seguida “Entendeu?”

Eu só balancei a cabeça assustada.

“Desculpe, eu não queria assustá-la.” Ele disse pegando as malas “Vamos indo?”

“Vamos.” Eu disse.

Nos hospedamos em um hotel, não era cinco ou quatro estrelas. Acho que não tinha estrela alguma, mas eu de certa forma não estava tão miseravelmente infeliz.

Entramos no quarto e só tinha uma cama.

Se fosse o cara metido que conheci que estivesse nesse quarto comigo, isso seria o que teria acontecido:

“Uma cama só?” Ele diria se jogando em cima da cama “Acho que vamos ter que dividi-la ou se você preferir dormir no chão... Fique a vontade.”

“Nada disso!” Eu diria “Você não vai dormir nessa cama comigo não!”

“Já falei, se preferir dormir no chão...” Ele diria.

“Eu não vou dormir no chão!” Eu diria me deitando ao lado dele na cama.

“É isso o que eu queria que fizesse.” Ele diria com um sorrisinho idiota, se colocando em cima de mim e começando a me beijar e...

Bom, mas não foi isso que aconteceu.

Aquele cara não é mais a mesma pessoa que conheci alguns dias atrás.

“Uma cama só?” Ele disse “Acho que vou ter que dormir no chão.”

“Nada disso!” Eu disse “Você vai dormir nessa cama, que não é de solteiro, comigo.”

“Já falei, eu prefiro dormir no chão.” Ele disse.

“Você não vai dormir no chão.” Eu disse o empurrando contra a cama e ele caiu sentado sobre essa.

“É isso o que eu queria que fizesse.” Ele disse com um sorriso sexy, me puxando para cima dele e começando a me beijar.

Lentamente fomos tirando as nossas roupas e nos amando em cima daquele colchão.

Ele foi carinhoso, beijou todas as partes de meu corpo. Começou pela minha boca, desceu para o pescoço, passando pelos meus seios, barriga e finalmente... Ah!

Estava toda arrepiada.

No dia seguinte, quando acordei ele já estava de pé.

“Bom dia, raio de sol.” Ele disse.

“Você transou com uma vampira.” Eu o comuniquei, não acreditando na minha irresponsabilidade.

“Fica tranqüila.” Ele disse “Eu to vivo, não estou?”

“Algum hematoma?” Eu o perguntei.

“Só esse.” Ele disse levantando a camisa e me mostrando o seu peito, que estava com uma marquinha.

“Viu?” Eu disse “Eu sabia que iria te machucar.”

“Isso é um chupão.” Ele disse “Uma humana poderia fazer isso comigo durante uma noite de amor.”

Ele se sentou ao meu lado na cama “Fica tranqüila. Eu estou ótimo.”

“Eu também.” Eu disse sorrindo.

“Não vejo a hora de fazermos isso de novo.” Ele disse com aquele ar de safado.

“Hoje à noite não.” Eu disse.

“Por quê?” Ele disse chocado.

“Porque hoje à noite, eu vou partir.” Eu disse.

“Como?” Ele me perguntou “Partir para onde?”

“Você não achou mesmo que iríamos ficar juntos para sempre, não é?” Eu o perguntei.

“E por que não ficaríamos?” Ele me perguntou sério.

“Porque o nosso amor é impossível.” Eu disse.

“Eu não ligo.” Ele disse “Eu vou com você pra onde quer que você vá.”

“Mas pra onde eu vou, nenhum humano já foi.” Eu disse “Eu estou voltando pra Krisel.”

Apenas alguns dias longe de Krisel, me fazem me perguntar. Será que eu poderei voltar?