Isso mesmo, eu e Leon ouvimos rumores de que nossa mãe passou pelo Wolves Beverly High, então resolvemos nos matricular l para investigar.

Tudo que precisamos fazer foi inventar pais falsos (contamos que moram em outro país) e um falso lar. Atualmente estamos morando na praia, ao luar.

Esse é o nosso primeiro dia de aula no mundo humano e estamos exatamente na mesma série que estávamos em Krisel, o 2º ano do colegial.

“Lyenne, eles não vão descobrir que não moramos nesse endereço.” Leon tentava sem sucesso me tranqüilizar.

“Por que será que eu estou com um péssimo pressentimento, em?” Eu o perguntei.

“Lyenne, a aula vai começar.” Leon disse “Chega desse assunto.”

Eu não podia entender o nervosismo de Leon. Ele estava desse jeito grosso, desde ontem.

Nos dirigimos de nossos armários (onde estávamos conversando antes) para a sala de aula. Coincidentemente tínhamos a primeira aula juntos. Não que eu esteja nervosa, mas é bom saber que se acontecer alguma coisa eu estaria junto de meu irmão. Ele é o único que pode me controlar quando estou com raiva.

Quando entramos na sala a primeira coisa que vi foi aquele garoto humano da praia lá no fundo da sala.

Olhei em volta da sala e só haviam dois lugares vagos, um ao lado do garoto idiota que me atropelou e outro do outro lado da sala ao lado de uma garota humana estranhíssima, na verdade ela não era humana. Eu podia sentir no cheiro dela.

Na mesma hora olhei para Leon e ele confirmou com os seus olhos a minha suspeita, aquela garota é uma vampira.

E isso tudo aconteceu em menos de 2 segundos...

O professor demorou menos de dois segundos para notar a nossa presença e começar a falar com a classe que éramos novos alunos, gêmeos e blá, blá, blá... Os irmãos Krisel, foi assim que ele nos denominou.

Tínhamos que criar sobrenomes falsos para nós então ficou: Lyenne Uberon Krisel e Leon Uberon Krisel.

Eu sei super estranho, mas foi a primeira coisa que veio a minha cabeça.

Mas continuando, o professor fez exatamente o que eu o implorava para não fazer: Me colocar ao lado do menino que me atropelou.

“Boa sorte.” Leon sussurrou em meu ouvido. Com certeza se não fossemos irmãos eu teria ficado toda arrepiada, mas ele é meu irmão.

Me sentei ao lado do garoto idiota, eu podia ouvir os risinhos dele ao perceber a minha raiva de estar sentada ali. Mas eu não podia deixar a raiva me controlar, tenho que prestar atenção na nossa companheira vampira de classe.

Leon não conversava com ela e algo me pegou de surpresa, quando menos esperava o babaca ao lado sussurrou no meu ouvido.

“Com ciúmes do irmãozinho?” Ele me perguntou.

“Por que eu estaria?” Eu o perguntei.

“Não tira os olhos deles.” Ele continuava a falar “Será que você desenvolveu uma paixão platônica pelo seu próprio irmão?” Ele me perguntou.

“O que?” Ele conseguira me distrair “Quem você pensa que é para querer adivinhar tantas coisas, absurdas, ao meu respeito?”

“Lance Wolf.” Ele estendeu a mão direita esperando que eu a apertasse “Cadê suas boas maneiras? Não vai apertar?”

Eu apertei e quando fui soltar a mão dele, ele não soltou “Ainda não sei o seu nome.”

“Você vai se arrepender se não soltar a minha mão por bem.” Eu disse com os olhos brilhando.

“O que você vai fazer?” Ele me perguntou “Quebrar a minha mão? Faz-me rir.”

Seus olhos azuis se penetravam nos meus vermelhos de uma forma que jamais havia visto.

“Não estou brincando.” Eu disse “Pode surpreender-se com a minha força.”

“Você é só uma garota.” Ele disse “Jamais quebraria a minha mão.”

“Eu não vou quebrá-la somente, se você não me soltar agora.” Eu disse trazendo uma rajada de vento sem que eu pudesse controlar.

Todos da sala menos o idiota, eu e meu irmão evacuaram a sala a mando do professor que estava assustado com o que jamais havia visto antes, não em uma sala de aula fechada.

“Se controla!” Leon disse e o garoto soltou a minha mão.

“O que?” Eu perguntei a Leon.

“Só se acalma.” Ele disse e eu me acalmei um pouco fazendo o vento sumir e meus olhos ficarem em um vermelho menos intenso.

Lance se levantou da cadeira e sussurrou no meu ouvido “Adorei te conhecer, Lyenne.”

Ele disse o meu nome pausadamente para mostrar me irritei a toa. Ou seja, ele venceu essa.

E depois disse normalmente “Suas lentes de contato arrasam! Depois me fala onde as comprou, ta? Valeu, pessoal!”

E isso foi sua despedida de nós, um “valeu, pessoal”. Ninguém merece...

“Eu não acredito!” Eu gritei e meus olhos automaticamente acenderam-se.

“Calma, Lyenne.” Leon disse me sacudindo.

“Desculpe, mas não é culpa minha isso!” Eu disse “E você sabe disso muito bem!”

“Eu sei, mas você tem que ao menos tentar.” Leon disse “Você não pode aceitar provocações. Se os lobos descobrem as nossas fraquezas acabou Lyenne.”

“Eu sei.” Eu disse me acalmando “Eu preciso me alimentar.”

“Agora?” Leon me perguntou.

“Hoje fazem dois dias que eu não bebo nada.” Eu disse colocando uma de minhas mãos em minha garganta “Já está começando a arder e nós não estamos acostumado a ficar tanto tempo sem beber.”

“Tem razão, pode ser perigoso sentir fome perto de humanos.” Leon afirmou.

“Vamos caçar hoje à noite.” Eu o disse.

O que não sabíamos era que na porta da sala tínhamos Lance ouvindo tudo que falávamos.

Isso não era bom, mas eu e Leon estávamos com muita fome para sentir a presença dele e não fomos muito bem treinados como vampiros, na lei dos vampiros somos crianças, mas na lei dos humanos teríamos 30 anos.

Acho que ainda não disse a minha idade não é mesmo? Bom eu e Leon temos 93 anos, bom eu sou 2 segundos mais velha...

Ao cair da noite, eu e Leon fomos para um zoológico para evitar beber sangue humano. Mas o que não percebemos era que estávamos sendo seguidos.

Eu fui procurar especialmente porcos, mas Leon me disse que seria melhor eu ter ido para uma fazenda porque não tem porcos em zoológicos. E é isso que eu vou fazer da próxima vez.

Mesmo assim eu fui procurar algo parecido com porco. Pelo amor de deus! Nesse lugar deve haver pelo menos javalis, qual é?

Mas não, nada de javalis... Então fui para onde tinham os elefantes.

Escolhi minha presa com cuidado e peguei o que cheirava melhor.

Quebrei o pescoço do elefante para que ele não sofresse enquanto eu bebesse o sangue dele, coloquei as presas de fora e perfurei o pescoço do animal começando a sugar todo o seu sangue.

De repente, quando eu menos esperava um flash apareceu do nada, quero dizer da máquina fotográfica de um idiota.

“Eu sabia que vocês eram estranhos demais, mas daí vampiros?” Lance disse para mim “Era só uma suspeita.”

Eu olhei para ele incrédula e com a boca toda suja de sangue. Ele tirou outra foto.

“O que você está fazendo aqui?!” Eu o perguntei.

“Ficando rico.” Ele disse “Uma olhadinha nisso, qualquer jornalista publicaria. Matéria de 1ª página.”

“O quê?” Eu disse “Não pode fazer isso!”

“As lendas estão mais vivas do que pensávamos.” Ele continuava a falar absurdos.

“Será que você ainda não entendeu que eu posso te matar?” Meus olhos brilhavam.

“Claro que sei disso.” Ele disse “E também sei que alho e luz do sol não te machucam.”

“Eu vou te matar!” Eu disse avançando no pescoço dele.

“Para Lyenne!” Leon veio correndo em nossa direção, mas o que me surpreendeu foi com quem ele estava.

“O que ela está fazendo com você?” Eu fiquei na defensiva.

“Sou Gisele, prima de Lance.” Gisele se apresentou.

“O que?” Eu a perguntei “Como esse idiota tem uma prima vampira?”

“Eu sou metade humana e metade vampira.” Ela afirmou “Minha mãe era vampira e meu pai humano.”

“Ela é uma Kohl.” Leon me disse “Lembra quando estudamos esses seres?”

“Sim, existe dois tipos deles, por parentesco ou por...” Eu fui interrompida.

“Mordida.” Lance disse me interrompendo.

“Por isso não se assustou hoje na sala.” Eu disse para Lance.

“Talvez.” Ele disse.

“Bom sabemos que vocês dois não têm onde ficar então oferecemos a nossa casa a vocês.” Gisele disse “Fiquem o tempo que desejarem.”

“Mas Lyenne vai ter que dividir o quarto comigo.” Lance disse com aquele sorriso safado.

Se eu não o odiasse tanto diria o quão gostoso ele fica sorrindo desse jeito, e aqueles cabelos ondulados? São simplesmente perfeitos... O que eu estou fazendo? Eu odeio ele.

“É brincadeira de meu primo.” Gisele disse “Temos quartos o suficiente para os dois.”

“Não corta o meu barato Gi.” Lance disse.

“Mas e então? Vocês vêm conosco?” Gisele perguntou.

“Eu não sei não.” Eu disse.

Mas Leon se intrometeu “O que temos a perder Lyenne?”

“Não podemos confiar em qualquer um, Leon.” Eu disse a ele “Pode ser perigoso.”

“Teremos que arriscar.” Leon disse “Não sabemos quanto tempo levará para achar nossa mãe.”

“E então?” Lance perguntou.

“Vamos aceitar.” Leon disse.

“Você quer dizer, você vai.” Eu disse “Eu não aceitei nada ainda.”

“Qual é Lily?” Lance disse sorrindo.

Eu revirei os olhos e continuei a falar com Leon “Como eu vou controlar a minha raiva vivendo com esse humano desprezível?”

“Dou minha palavra que você se acostumará com as piadinhas dele com o tempo.” Gisele afirmou.

“E fala sério, Lily.” Lance disse “Eu sou só um humano, não é mesmo?”

“Ta bom.” Eu disse, não muito convencida, a Leon “Mas se isso não der certo eu vou embora. Com ou sem você.”

Leon não respondeu nada, então eu saí andando e Lance veio atrás de mim.

“Por que eu te perturbo tanto?” Ele me perguntou “Sou só um humano, não é mesmo?”

“Não é você que me perturba.” Eu o disse “Qualquer coisa é capaz de me tirar a razão.”

“É como se Leon fosse a razão e você a fúria?”

“Não exatamente.” Eu disse “Ele é age com a cabeça, razão. E eu com as emoções.”

“Você é passional.” Ele disse sorrindo.

“E por que você está rindo disso?” Eu o perguntei.

“Por que eu vou libertar em você o que há de mais selvagem aí dentro.” Ele disse, logo em seguida me dando um beijo estalinho.

Eu parei de andar e ele continuou.

Até que percebeu que eu fiquei parada “O que houve?”

“Nada.” Eu disse com um discreto sorriso nos lábios.

“Então vamos?” Ele disse “Antes que Gisele e seu irmão cheguem em casa e não dê tempo de darmos uns amassos no sofá.”

“O que?” Eu estava chocada e depois fiquei com raiva, então saí correndo atrás dele.

“Você é uma vampira bem lerda, em?” Ele disse correndo de mim “Não vai me pegar nunca.”

“O quê?!” Eu disse furiosa correndo atrás dele.

Esse cara de fato me tira do sério. Não gosto nada dele.

Ai! Que ódio!!!