2 de janeiro

Julgamento

Hoje era dia do tribunal. Olivia andava nervosamente de um lado para o outro de um lado para o outro, ela seria chamada para depor. O pensamento de ter de encara-los novamente a aterrorizava.

“Liv, acalme-se” Elliot pediu, numa tentativa inútil de acalma-la.

“Me acalmar? Como eu iria me acalmar sendo que eu terei de encarar as duas pessoas que mais temo em minha vida?” ela argumentou.

Mas antes que Elliot pudesse pensar em algo para responder-lhe, um oficial do tribunal saiu e chamou: “Olivia Benson”

Ela olhou para Elliot “Não se preocupe, tudo correrá bem” ele disse, dando-lhe um sorriso confiante.

Ela entrou. Como Elliot iria testemunhar, ele não poderia estar na sala neste momento, mas Cragen, Fin e John estavam assim como alguns outros detetives.

“Detetives Benson,” começou Casey “Você conhecia os réus antes do suposto ataque?”

“Não” ela respondeu, dando respostas mínimas, assim como Casey a aconselhou.

“Mas eles sabiam sobre sua existência?”

“Sim, eles falaram sobre minha vida pessoal durante o primeiro ataque”

“O que você quer dizer com ‘primeiro ataque’?”

“Eles me sequestraram alguns dias depois, mantendo-me em cativeiro por quatro meses”

“Obrigada detetive, sem mais perguntas” finalizou Casey, assim como o advogado de defesa, Trevor Lagan, levantou-se.

“Detetive, você disse que não conhecia os réus anteriormente, correto?”

“Sim”

“Mas de acordo com alguns testes, quem supostamente atacou você foi seu pai e deu irmão. Como você explicaria isso?”

“minha mãe foi estuprada, ficou grávida e me teve. Nunca conseguiram pegar o estuprador de minha mãe”

“Você alega que ela foi estuprada e ficou grávida. Por que ela não abordou?”

“Em 1980, abordo era proibido”

Você tem certeza que ela foi estuprada? Eu digo talvez ela tenha dito isso apenas para explicar o fato de você não ter um pai?”

“Objeção!” gritou Casey “O fato que a mãe dela foi estuprada ou não, não tem nada a ver que os réus a estupraram!”

“Aceito. Siga em frente, Mr. Lagan” anunciou Donnely

“então diga-nos, meus clientes realmente atacaram você? Não foi uma relação consensual?”

“Sim, eles me atacaram. Eu nunca aceitaria ter relações sexuais com um familiar”

“Mas você não sabia que eles eram seus familiares”

Olivia estava ficando sem saída. A defesa estava distorcendo totalmente a sua história. “Objeção!” ela escutou Casey gritando novamente “Como anteriormente, isso não da o direito dos réus brutalmente estupra-la”

“Aceito” disse Donnely novamente “Não volte a esse assunto novamente, conselheiro”

“Sem mais perguntas” finalizou Lagan.

Casey levantou-se novamente: “Detetive, você pode descrever seu ataque?”

“Eu estava voltando para casa, e os réus me atacaram. Eles me prenderam em minha cama e me estupraram a noite inteira”

“Prova da promotoria número 7, excelência” disse Casey, ao pegar uma foto dos ferimentos da barriga de Olivia “Detetive, essa foi a situação de sua barriga após o primeiro ataque, certo?”

“Certo”

Ela mostrou a foto para o júri “Se isto mostra uma relação consensual como a defesa disse, queria saber como seria uma relação não consensual” ela finalizou, e poderia dizer que pela cara dos jurados, ela estava convencendo-os “Detetive Benson, como os réus sequestraram-na?”

“O réu Diego Carter foi ao meu apartamento, e com uma arma em minha cabeça, me levou para seu carro, e fomos para um armazém no Queens”

“E o que eles fizeram a você neste armazém?”

“Eles me torturavam o dia inteiro, tanto emocionalmente como fisicamente”

“Quantas vezes eles a abusavam sexualmente por dia?”

Olivia ficou espantada com a pergunta. Ela não havia contado a ninguém essa informação e sinceramente, não queria contar a ninguém. Ela tinha medo de que a julgariam por ser obrigada a agir como uma escrava sexual “Detetive, responda a pergunta, por favor” pediu Donnely.

“Hmm, eu acho que entre quatro e sete vezes“ ela suspirou, não podendo impedir que as lágrimas caíssem lentamente de seus olhos.

“E quantas vezes eles levavam ‘amigos’ para abusa-la?”

“Duas ou três vezes por semana”

“E o que eles faziam com você?”

“Eles me violentavam”

“Isso quer dizer que, você foi estuprada mais de cinco  mil vezes durante esses quatro meses? Sem mais perguntas”

“Você pode descer detetive” disse a juíza, e Olivia rapidamente saiu da sala, correndo para os braços de Elliot.

“It’s ok, Liv. Está acabado agora” ele sussurrou, enquanto ela chorava em seu ombro.

Ela se separou dele, limpando os rastros de lágrimas em seu rosto “Você tem que testemunhar agora...” Olivia lamentou, tudo que ela queria agora era não ficar sozinha.

“Sim, você me esperará?” ele perguntou, depois de limpar a última lágrima de seu rosto.

“Não, acho que vou pegar um taxi e ir para casa. Estou realmente cansada”

“Ok, então tenha cuidado”

“Eu vou” e com isso, saiu do tribunal.