Pelo Bem De Arwen escrita por Peamaps


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Arwen se torna mortal



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 Peamaps – 160112

Pelo bem de Arwen - Capítulo 4

Arwen estava grávida. Quando ela contou para seu marido, Elessar e ela finalmente fizeram as pazes. Já estavam se falando mas a notícia varreu todo o tumulto em seus corações, em especial no de Arwen.

Ela passou à caminhar nos belos jardins, procurando respirar ar puro enquanto tocava a barriga que ainda nem aparecera.

Ela ensinaria élfico mas falaria sempre na língua dos homens. Eldarion, eles decidiram que o nome seria. Estel quis também garantir um nome de menina mas ela teimava que seria um menino, que tinha certeza disso assim como ela garantira à Legolas que estava grávida.

Ela via o elfo olhando-a pela janela de seu aposento. Ela temia por quanto tempo ainda ele ficaria ali. Ele dissera que partiria mas ela não sabia quando. Gostaria que o Príncipe ficasse até o nascimento de seu filho.

Mas então e depois? Quando seu filho nascesse porque ela então sentiria menos sua partida? A verdade é que Arwen não conseguia ver sua vida sem Legolas por perto. Ela não tinha o direito de dizer isso pois talvez ele ficasse mesmo. Legolas não pensava em si, sua vida inteira fora uma sucessão de sacrifícios que fazia aos outros; seu pai, Mirkwood, a raça dos elfos... Ela não deveria dizer nada. Nem mesmo à Estel que ficaria ainda mais confuso do que já estava.

Algo acontecera com os dois depois do susto. Estel e Legolas agora, se falavam. Ela notou. Eles pareciam tão diferentes e ao mesmo tempo conseguiam conversar durante horas à fio e ela nem sabia sobre o que falavam. Ela era a única coisa que parecia ser um obstáculo entre eles pois quando ela se aproximava, eles ficavam quietos.

Os enjoos começaram à vir, embora ela tivesse esperado que não fosse assim. Algumas elfas, ela sabia, tinham sorte e tinha uma gravidez calma. Eldarion era genioso e não lhe daria paz. E ela mal podia esperar para ver sua vida ser tumultuada por uma criança bagunceira. Ela o cercaria de amor e à noite contaria histórias sobre seu pai, indo ainda mais para o passado relatando sobre Glorfindel, Gil-Galad até remontar a história de Rivendell e todo o reino élfico. Ela sabia que sua raça cairia no esquecimento. Um dia, ela seria a última naquelas terras e não seria grande coisa pois morreria como qualquer um deles, e eles duvidariam que os elfos sequer existiram. Em uma ou duas gerações, não a dos filhos de Eldarion é claro mas mais além, eles seriam esquecidos. Um dia os Humanos se perguntariam: “Orelhas pontudas?” e eles duvidariam. Elfos fariam parte do folclore e quando os homens caíssem na violência e sede de poder novamente, como sempre o fizeram desde os tempos dos Númenor, então eles olhariam para os elfos de iriam desejar que tais seres existissem e viessem em seu auxílio. E acreditariam que tudo não passava de um conto mitológico. Nessa época seus restos mortais à muito fariam já parte do solo e talvez uma árvore crescesse por cima dela e Humanos trepariam nela e talvez a sua energia vital fizessem tais crianças começarem a contar a história dos elfos e ela finalmente tivesse alguma companhia em sua eternidade.

Uma lágrima desceu pela sua face.

Muitos elfos já se foram e o mundo se tornava menos brilhoso. Ela podia sentir no ar. Ao longe, ela viu, não mais era possível ouvir seus cantos.

Ela nem queria ver Rivendell. Talvez jamais voltasse para lá. Quando seu pai partisse, o lugar que ela chamou de lar por tantos milênios seria o quadro mais feio e ela aceitara a mortalidade, mas ver tão belo lugar que curou à tantos perder seu brilho era insuportável.

Um dia, em muito breve pois era assim que ela via as décadas passarem, ela teria apenas Estel e Eldarion para amar. Então ela perderia Estel e Eldarion a perderia.

Ela sabia tudo o que iria acontecer. E ela quis que assim fosse.

Ela sabia o que Eldarion não poderia ver acontecer. Se ele visse o fim, seria como ela ver Rivendell. Tudo estava planejado e perfeitamente pronto para se por em ação.

Ela virou-se e viu que Legolas ainda estava lá. Ela sorriu e acenou. Então percebeu um brilho suspeito no olhar do Príncipe, e imaginou se ele chorava como ela. Será que ele via a partida dos elfos com a mesma tristeza que ela?

Não. Ele não ficaria e para quem ficava para trás a realidade era sempre pior.

Ela seguiu para seu aposento. Chegando lá a porta já estava aberta.

Ela bateu à porta mas não houve resposta, então ela foi entrando. Ele não deixaria a porta aberta se não fosse sabendo que ela viria.

Ela viu o guarda-roupa aberto e uma túnica de viagem jogada por sobre a cama. O guarda-roupa estava vazio. Assim como ficou seu peito.

-Lass? -Ela perguntou com a voz levemente trêmula.

Ele colocou apenas a cabeça para fora. Estava no lavabo.

-Espere só um pouco. -Ele sorriu.

Ela acenou e aguardou. Suas pernas estava ligeiramente trêmulas, então ela se sentou na cama. Tinham intimidade o suficiente para fazerem isso. Quando eram pequenos até dormiam juntos quando visitavam um ao outro.

Ele saiu enxugando as mãos. Vestia uma camisa longa verde prateada e calças apertadas negras. Um belo cinto prateado completava a beleza de suas vestimentas.

-Venha cá. - Ele jogou de lado a toalha que usava para enxugar as mãos. Então abriu os braços para ela.

Arwen levantou-se e mergulhou o rosto em seu peito. Legolas envolveu seus braços em volta da cabeça dela, acariciando seus cabelos.

-O que foi? Por que chora?

Ela engoliu e controlou a respiração antes de falar, mal contendo suas emoções:

-Estou triste que os elfos vão embora... Que você, também, vai embora.

-Quer que eu fique?

-Não!

-Quer que eu vá?

Ela ergueu os olhos até ele, então eles riram.

-É claro que eu vou sentir saudades, mas não pediria que ficasse Lass. Essa foi a minha escolha e eu não tenho o direito de arrastar ninguém comigo.

-Você não me arrastaria, seria um prazer ficar aqui com vocês.

Ela não deixou de notar o que ele disse.

-Vejo que está se dando bem com Elessar.

-Ele é um grande homem. Você teve razão em escolher ele.

-Escolher? Só havia ele Lass.

As palavras foram como um chute no estômago de Legolas. Claro, ele demorara demais. Ela nunca soube sequer do que ele sentiu.

-Sim... Só havia ele.

Ele lançou um sorriso tão forçado, tão azedo que ela preocupou-se na hora.

-O que foi?

-Hum? Nada. Eu apenas sentirei sua falta também.

Ela se desvencilhou do abraço e olhou à sua volta. Legolas lamentou a quebra de contato.

-Você não está indo embora hoje não é?

-Eu não estou indo para Valinor, mas estou voltando para casa...então, sim.

Arwen consentiu tristemente. Elessar deveria ter esquecido de avisar que Legolas pretendia partir. Ela quis chorar novamente sem entender porque parecia ser outra pessoa, ela jamais fora tão emotiva.

Mais tarde, visitando o curandeiro, ela descobriu que isso também era algo comum na gravidez; as mulheres poderiam ficar extremamente emotiva e ela viu que Eldarion não a poupou disso também. Ela já podia imaginar então a dor nas costas e todo o resto do que se dizia. Essa gravidez não a pouparia de nada. Lá estava ela vivendo sua vida bem como uma mortal.

Os meses se passaram e quando Arwen caminhava no jardim, às vezes, ela virava-se querendo ver o rosto de Legolas. Havia muito que ele se fora mas sua falta parecia aumentar, e ela não se acostumava como era de se esperar.

Quando sentia que não podia amar mais à seu marido, um novo diz provava que isso era sim, possível. Em momentos bons e ruins, ela não se arrependia de ter se casado com ele. Elessar era perfeito em suas imperfeições, e quanto mais o conhecia, mais ela se orgulhava.

O Rei era um bom homem. O melhor. Ele era justo e se preocupava com todos. Ela jamais o viu destratar um servente. Pelo contrário, Elessar até se sentava com eles. Era engraçado vê-lo com sua coroa e roupas luxuosas à mesa, bebendo cerveja com homens do povo. E este, assim como a esposa, amavam Elessar Telcontar cada vez mais.

O reino era próspero e feliz, assim como Elrond sempre dissera que seria em suas visões.

Seu pai. O elfo que curava. E estava de partida.

Elessar, Elladan e Elrohir estiveram à seu lado o tempo todo. Eles a abraçavam para confortá-la. Eles a ampararam quando ela soluçava de tanto chorar.

No belo porto ela abraçou seu pai pela última vez na vida, sua avó Galadriel e seu avô Celeborn.

Quando o navio deslisava na superfície da água, ela só via as luzes do mundo indo embora. Para ela não haviam elfos melhores, eram aqueles que ela conhecera. Eles ficaram por compaixão, para garantir que tudo ficaria bem antes de dar a terra aos Homens. E agora, com a missão cumprida, eles partiram.

Arwen estava inconsolável. Elessar estava até preocupado. Ela não parava de chorar, à ponto de não conter a voz. Elladan e Elrohir, cada um de cada lado dela pareciam ser uma extensão do corpo dela pois estavam grudados na irmã caçula. Seus corações partidos de vê-la assim, eles não esperavam que ela fosse receber assim a partida do pai.

-Agora ele vai encontrar a naneth*, - Elrohir sussurrou e beijou-lhe a face. Depois descansou seu próprio rosto contra o dela.

-Não se preocupe irmãzinha. - Elladan corria seu dedo indicador na face pálida de Arwen com um toque suave como o de uma pena. - Eu vou ficar aqui até... vou ficar sempre aqui.

Então ele e Elrohir trocaram um olhar.

-Não é mesmo Ro?

Elrohir pegou o queixo dela para fitá-lo:

-Nós vamos ficar.

Ela sorriu e os abraçou, quase sufocando-os. Elrohir emitiu sons de estrangulamento e todos riram um pouco, o tanto que era possível por baixo do manto de tristeza.

Nenhum dos homens naquela carroça sabia o que se passava nas profundezas do coração da Rainha.

Ela lamentava e muito, a partida de seu pai. Mas após essa despedida, ela percebia que perder Legolas... seria ainda pior.

Ela não aguentaria. Era impossível voltar à estas mesmas margens e vê-lo ir.

Um filme rápido se fez em sua cabeça e Arwen viu Legolas fazendo-lhe coroas de flores, e adornando-as em volta de sua cabeça. Dizendo que eram para a Rainha dele. Ela jamais imaginara então que iria se tornar uma, mas Legolas sim. Ele a colocara num pedestal durante toda sua vida, visitando-a em Rivendell quando ela menos esperava, assim que sabia de algo aborrecido que acontecera. Quando ela sofria, ele sempre estava lá algumas semanas depois. Era como se ele partisse correndo quando a notícia chegava à Mirkwood. Ele vinha com sua comitiva, mas quando ainda era criança, Legolas até acabara fazendo com que Mirkwood inteira saísse à sua procura por dois dias pois ele se perdera na floresta, tentando procurar Arwen já que Thranduil se recusara à levá-lo.

Nunca houve obstáculos para Legolas fazer alguma coisa por ela. Ele sempre esteve lá, como se em sua vida só existisse Arwen e seu pai. Ela até chegara à se perguntar quem era o mais importante para ele, sentindo muitas vezes que era ela.

Legolas... Com seus olhos azuis que mesmo sério, pareciam lhe sorrir. Ele sempre trazia o conforto, não só para ela mas para todos eles. Fora ele que como grande guerreiro que era, salvara Elladan e Elrohir dos orcs numa terrível tarde de outono.

Legolas havia partido bem próximo do inverno para Rivendell e somente dando um espaço curto de tempo para que as passagens não estivessem fechadas pela neve. Ele queria vê-la e viera depressa, e sozinho, provavelmente sem consentimento do pai. E fora por causa disso que ele salvara a vida de seus irmãos.

Depois do que os orcs fizeram, Elladan e Elrohir ficaram obcecados com a ideia de matar as criaturas horrendas. Eles saíam no meio da noite, quando proibidos por Elrond para caçar e se vingar pela mãe deles. Celebrian fora encontrada torturada e sangrenta; e foram Elladan e Elrohir, ainda tão jovens que a encontraram. A imagem os traumatizou para o resto da vida e Elrond não pode salvá-la. Assim ela fora mandada para Valinor, para ter a chance de sobreviver, mas era quase como se não fossem nunca mais verem a mãe.

Elladan e Elrohir então haviam se recolhido para dentro deles. Eles passaram à se falar somente um com o outro e a união deles que já era próxima demais, chegando à causar estranheza aos outros, se tornou ainda mais misteriosa.

Eles saíam no meio da noite e Elrond só descobrira porque algo não ia bem em seu coração quando ele decidiu inspecionar o quarto de madrugada. Descobrindo o novo hábito dos gêmeos, um dia ele os seguiu.

O que Elrond viu jamais seria esquecido.

Elladan e Elrohir giravam suas espadas no ar. Seus cabelos e corpos cobertos de espirros de sangue. Eles gritavam em fúria e Elrond achou ter visto seu filho mais velho rir em meio à seus gritos. Seus olhos cinzentos estavam escuros, dominados pelo desejo de matar.

Nenhum orc precisava de um segundo golpe. Quando atingidos a maioria perdia alguma parte do corpo. Os cavalos dos dois elfos já nem estavam perto, assustados com os próprios donos. Os orcs, criaturas tão grotescas, estavam apavorados com o olhar assassino dos gêmeos.

E Elrond via ali dois matadores, duas pessoas que ele jamais conhecera antes.

Após muito treino com Glorfindel, os gêmeos conseguiram melhorar. Glorfindel era o maior guerreiro da geração de Elrond e também de muito antes. O que ele já vira, ninguém sabia pois ele não contava, mas não era qualquer um que podia acabar com um Balrog e voltar para a vida. Glorfindel conversou com os belos jovens, dia após dia. O que ele disse, Elrond nunca soube mas se havia alguém que sabia da dor do sangue, este alguém era Glorfindel. Ele também perdera, ele também quisera matar quando lutar deixara de ser uma obrigação para chegar próximo do prazer. Glorfindel via nos orcs a perda de sua cidade e já quisera se vingar. Mas ele voltara a si e Elrond jamais vira guerreiro que mais fugisse do confronto. Ninguém era páreo para o elfo e mesmo assim ele evitava sacar sua espada.

O processo foi demorado e finalmente os gêmeos foram voltando à si. Elrond lhes disse que eles teriam de matar todos os orcs do mundo e mesmo assim a sede de vingança não seria saciada nem pela metade.

Era permitido, ao menos, que Elladan e Elrohir caçassem uma vez por mês. Mas então eles viam tudo como um treinamento para suas espadas e arco e flecha.

Fora numa das caçadas enquanto os gêmeos quase beiraram a loucura, que Legolas viera por acaso e os salvara.

Cegos em sua fúria, Elladan e Elrohir perderam a cautela. Elrohir lutava jogando-se com a guarda aberta demais, querendo arrancar cabeças e membros mas pouco se preocupando com os golpes que lhe alcançavam.

Elladan estava sem camisa, chamando os orcs para virem lutar com as mãos, gritando como louco e os montros jamais fariam isso. O gêmeo mais velho de Elrond jogara a espada no chão e estava perigosamente sem defesas.

Legolas parara onde estava, seus olhos arregalados. Ele sacara suas flechas e acertara o orc que já tinha a espada apontada para o coração de Elladan.

-Você pensa em segurar aquele golpe com o punho? - Legolas gritara irritado. Então virara-se para Elrohir, acertando os orcs antes que o elfo moreno o fizesse para garantir que as criações de Saurom não se aproveitasse do descuido deles.

Legolas praticamente lutou sozinho e fora ferido.

Só então os gêmeos pareciam sair do transe em que estavam e começaram à lutar de verdade.

A história fora contada pelos gêmeos, após Arwen ter entrado na enfermaria como um vendaval. Ela dera um belo golpe na cabeça de cada um e mais uma vez sentira-se como se fosse a mais velha dos três.

Após o incidente, seu pai introduzira Glorfindel na educação dos gêmeos e começou o processo de cura.

Ela sempre entendera os irmãos pois quisera fazer o mesmo, mas ela pensara em seu pai antes de se jogar em lutas de sangue. Elrond já tinha perdido a esposa e envelhecera muito enquanto procurava salvar os fihos da loucura. Já Elladan e Elrohir se esqueceram do pai, mergulhados na própria angústia. E um alimentava a obsessão do outro.

Elrond aprendera então à não deixar os gêmeos ficarem isolados por muito tempo, separando-os de vez em quando mandando cada um liderar uma patrulha diferente em lados opostos de Rivendell.

Arwen temera por Legolas. Ele fora atingido pelo veneno e durante duas semanas, até Elrond temera pelo pior. Então Elrond aconselhara que Arwen dissesse à Legolas sobre o que ela sentia, ao pé de seu ouvido. Arwen dissera a única coisa que ia em seu coração. No dia seguinte, Legolas voltara.

Assim como naquele dia, há centenas de anos atrás, Arwen continuava sentindo o mesmo. Senão até mais.

Ela quis ignorar, concentrando-se ainda mais em sua gravidez, e em Elessar.

Eldarion nasceu e ela aguardou a chegada de Legolas com ansiedade.

Ele sempre viera nos momentos triste. Mas neste momento feliz, ele não apareceu.

É claro que nada poderia apagar a chama da felicidade dela por finalmente conhecer seu filho – como ela dissera, um menino. - Mas a demora do Príncipe a incomodava. Duas semanas se passaram e outros dias. Até que se passaram três semanas. Ela não queria levantar as suspeitas de Elessar novamente e estragar o bom momento em que viviam mas ela precisava saber sobre seu amigo.

Ela enviou uma carta, escondida, para Mirkwood. Ela sabia quem era à favor de sua união com Legolas e confiou somente em Elladan para entregar o pergaminho. Ele partiu com Elrohir mas sem ainda dizer para onde irma pois Elrohir não sabia mentir, e Estel sempre soubera dizer quando o gêmeo mais novo escondia algo.

Arwen sentia-se cada vez mais mortal. Ela aprendera à roer as unhas e à caminhar de um lado para o outro nervosa.

Toda manhã ela olhava o horizonte, em direção à Mirkwood e à espera de ver três cavalos, montados por três elfos. Que seus irmãos trouxessem Legolas ou ao menos notícias. Ela não podia acreditar que ele não viera para o nascimento.

Então ela retornava para a cama e para os braços de seu marido, acomodando a cabeça em seu peito peludo.

Um dia ela viu Elladan e Elrohir simplesmente caminhando sem rumo e correu até eles:

-Por que não foram falar comigo direito? - Ela quase gritou. Como eles chegaram e estavam aí sem lhe dar as notícias?

Os dois se entreolharam e Elrohir engoliu seco.

-Aconteceu alguma coisa com Legolas? - Ela indagou aflita.

-Acho melhor chamarmos Elessar. - Elrohir sugeriu.

-Não, me falem agora. O que foi?

Mas os gêmeos estavam irredutíveis e eles a guiaram para seus aposentos. Eles tiveram que aguardar Estel que demorou para vir, e recebeu o recado enviado por um servente.

Assim que o Rei entrou em seu quarto, ele olhou para a esposa, roendo unhas ansiosamente em sua cama, e então para os dois cunhados idênticos parados em pé próximos à janela.

-Elessar, nós viemos de Mirkwood...

Um olhar de compreensão se fez e Arwen levantou-se aflita:

-O que você sabe que ainda não me contou meu bom marido? - Ela pegou em suas mãos. Quebrando a distância entre eles ao atravessar o quarto.

Elessar tomou suas mãos e a guiou de volta para a cama. Ele a fez sentar e a imitou. Os gêmeos sentaram-se do outro lado.

-Arwen... minha querida. Tem algo que eu preciso lhe dizer mas estive sempre esperando por um momento de felicidade para lhe contar, mas quando ele veio não tive coragem de tirar a alegria que Eldarion lhe trouxe, dando-lhe essa notícia.

-O que aconteceu com Legolas? - Ela perguntou alto.

Arwen sentiu a mão de um dos gêmeos em seu ombro e seu sangue parecia ter congelado:

-Fale! - Ela gritou.

Elessar baixou os olhos para as mãos entrelaçadas, e falou:

-Ele partiu Arwen...

-Eu sinto muito, - ela ouviu Elrohir dizer.

*

Naneth - mãe


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Notas finais do capítulo

Espero seu review, obrigada pela leitura!



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