My Bulletproof Heart escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 27
26-I need a bulletproof heart


Notas iniciais do capítulo

ManuCP, sweetrevenge (você tem o nome do meu violão -q) e LipstickCherry, MUITO OBRIGADA MESMO PELAS RECOMENDAÇÕES! É sério, eu fiquei saltitando pela casa quando vi as recomendações de vocês, muito obrigada, de coração :3
Cara, estou chocada com a quantidade de pessoas lendo essa fic, na moral. Eu não esperava chegar nem aos 10 leitores. Estou mega surpresa '-'
Bom, enjoy!



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POV Frank

Depois do nosso momento... “Estranho”, Gerard ficou quieto por vários dias e se recusava a falar comigo e, quando falava, era muito lacônico e fechava a boca logo depois. Isso me deixava realmente muito triste. Logo agora que estávamos conseguindo nos aproximar, ele inventa de parar de falar comigo?!

No dia seguinte foi a mesma coisa. E no próximo. E no próximo. Eu já não estava aguentando isso e tinha que me segurar para não tentar chegar perto dele mais uma vez.

Porém, no sábado, minha mãe bateu em minha porta.

-Sim?

-Aquele menino, o Gerard, está aí e quer te ver...

Mordi o lábio.

-Pode mandar ele entrar...

Minha mãe assentiu e fechou a porta. Minutos depois, ela foi aberta novamente, revelando um Gerard muito sério. Ele vestia uma jaqueta preta de couro, camiseta vermelha, jeans e tênis.

-Precisamos conversar. – disse ele, com um tom sério.

Suspirei, fechei o livro que estava lendo e joguei ele para o lado.

-O que quer?

-Conversar sobre o que houve na quadra.

Fechei os olhos e murmurei um xingamento. Abri-os novamente e perguntei, com uma voz cansada:

-Ok, o que quer?

-Você é gay?

Aquela pergunta me pegou TOTALMENTE de surpresa.

-Er... Como?

-Você ouviu minha pergunta. Você é gay?

-M...

-Só responde, merda!

-S-sim... Quer dizer, não! Quer dizer... Ah, eu não sei! – exclamei.

-Já ficou com alguma menina?

-N-não...

-Com algum menino?

-Não!

Gerard bufou. Parecia dizer algo do tipo “isso vai ser mais difícil do que eu pensava”.

-Se sente atraído por meninas?

-Er... Não.

-E por meninos?

-E-eu não sei! – exclamei, indignado.

-E...

-Espera aí. – cortei – Você faz essas perguntas todas para mim, mas e quanto a você? Você é gay?

-Sou. – disse ele, como se falasse do tempo.

Arregalei os olhos.

-S-sério?

-Sim. Por que? Vai se afastar de mim agora? – perguntou ele, rispidamente.

-Não... Eu...

-É, Frank. Sei. Você ficou muito chocado quando eu falei isso. Eu te conheço. Se quer se afastar de mim, vai. Pode fazer isso.

-Eu não vou me afastar de você.

-Eu já disse que te conheço, Frank.

-MAS EU NÃO VOU, PORRA! EU NÃO CONSIGO FICAR LONGE DE VOCÊ, NÃO PERCEBEU ISSO, SEU IDIOTA? SE EU PASSAR UM DIA LONGE DE VOCÊ, EU VOU COMEÇAR A ME DROGAR MAIS UMA VEZ, OU PIOR, ME CORTAR DE NOVO!

-F-Frank... – gaguejou ele – Mas eu p-pensei que v-você...

-É, GERARD. EU CONTINUO ME CORTANDO. E SIM, EU ME DROGO. PORÉM, EU TINHA PARADO COM TUDO ISSO QUANDO COMECEI A FALAR COM VOCÊ. MAS AÍ, VOCÊ INVENTA DE PARAR DE FALAR COMIGO POR UMA BOBEIRA QUE ACONTECEU! O QUE ACONTECEU? É, EU VOLTEI A ME DROGAR! – eu disse, mostrando um dos vários saquinhos com pó branco – E ESTOU PERTINHO DE ME CORTAR TAMBÉM! FELIZ?! – falei, encostando na parede e escorregando até o chão, abraçando minhas pernas e enfiando o rosto nos meus joelhos, chorando. Senti Gerard se aproximar de mim.

-Me desculpe, Frank. Eu agi como um idiota. Se eu soubesse que você estava assim... Eu nunca teria me afastado... – ele tocou meu ombro de leve. Ainda não levantei o rosto – Por favor, olha pra mim...

Não respondi.

-Por favor...

Levantei um pouquinho meu rosto. Gerard estava com os olhos cheios d’água também. Comecei a soluçar e abracei-o fortemente.

Notei que, quando eu o abraçava, todos os problemas do mundo não existiam mais. A única coisa que existia para mim era eu e ele ali, abraçados.

Ficamos ali, nessa posição, por muito tempo. De repente, uma dúvida surgiu em minha mente.

-Você sente atração por mim?

Gerard parou de fazer carinho em minha cabeça e congelou.

-Se não quiser responder, não precisa! – emendei, rapidamente.

-Não, não... Você só me pegou de surpresa. Eu... Eu não sei.

-Como assim? – franzi a testa. Gerard recomeçou a fazer carinho.

-Ficar com você... Me faz bem. E eu gosto muito de você... Mas não sei se me sinto atraído por você.

Assenti, limpando um pouco o meu rosto.

-D-desculpa.

-Pelo que?

-P-por chorar...

-Não é culpa sua, eu deveria estar aqui para te ajudar...

-Mas voc-cê está ajudando!

-Você entendeu o que eu quis dizer. Me desculpe, Frank. Eu não devia ter me afastado de você. – ele encostou levemente os lábios em minha cabeça.

Mergulhamos mais uma vez em um silêncio profundo. Depois de algum tempo, resolvi quebrá-lo.

-Obrigado.

-Pelo quê?

-Por tudo. – falei, abraçando Gerard ainda mais.

-X-

POV Gerard

Depois de algumas horas abraçados, comentei com Frank que eu precisava ir embora. Ele pareceu ficar um pouco desapontado, mas me acompanhou até a porta mesmo assim.

-Qualquer coisa que acontecer, me ligue. Não importa a hora. Ok?

Frank assentiu. Seus olhos inchados e seu rosto vermelho me traziam grande dor, mas manti a expressão séria.

-G-Gerard...

-Sim?

-Você pode me responder uma coisa?

-Claro.

-Q-quando você descobriu que era... Gay?

-Não faz muito tempo. Uns quatro ou cinco dias.

Frank assentiu novamente.

-Bom... Te vejo segunda. – disse ele, com a voz rouca.

-Sim... Até lá. – dito isso, me afastei lentamente.

Enquanto andava de volta para casa, comecei a refletir sobre tudo o que tinha acontecido nesses últimos dias.

Pode parecer estranho, mas eu não menti para ele quando disse que não sabia se me sentia atraído por ele ou não. Quer dizer, ele era muito legal e eu me sentia... Diferente quando estava do lado dele. Será que isso era atração? Ou era simplesmente algo passageiro?

Argh! Odeio esse sentimento de dúvida!

Comecei a pensar também sobre a tarde em que descobri que era gay.

Como eu descobri isso?

Simples, me peguei pensando em como seria beijar o Frank. Ou qualquer outro garoto. Mas meu pensamento estava focado mais no Frank. Depois, comecei a lembrar de quando eu namorava aquela garota Lindsey. Eu nunca tinha realmente gostado dela e lembro que sempre ficava imaginando como seria namorar um garoto.

Antigamente, meus motivos para namorá-la pareciam ser muito inteligentes. Porém, agora... Eles parecem tão imbecis!

Bufei e observei o sol do fim da tarde. Fechei os olhos, tentando raciocinar.

Afinal, eu e Frank éramos colegas? Amigos? Melhores amigos? Ou quem sabe inimigos muito próximos passando por uma crise?

Droga de coração confuso.

É nessas horas que eu precisava deixar de ter sentimentos ou de sentí-los.

Quem dera se eu tivesse meu coração à prova de balas.


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Notas finais do capítulo

Vocês devem ter notado que a história está começando a ficar interessante -q
Seria muito triste se eu dissesse que já comecei a escrever o outro capítulo?
Até eu já estou ficando animada '-'
Enfim. Beijo pra vocês.