My Bulletproof Heart escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 28
27-Not again


Notas iniciais do capítulo

Alguém conhece um precipício bom pra eu me jogar do alto dele?
É sério, minha vida está a maior confusão. Eu já nem sei mais quem eu sou.
Na boa, eu quero chorar.
Enfim, vou parar de reclamar nas notas iniciais.
Ah, e milhões e milhões de obrigadas à Vik Panda, pela recomendação maravilhosa :3
Enjoy.



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Assisti Gerard se afastar, com um certo peso no coração. Eu não queria que ele fosse embora, eu me sentia bem ao seu lado.

Suspirei e voltei para dentro de casa. Minha mãe tinha ido encontrar uns amigos e Evelyn estava no supermercado. Eu estava sozinho em casa. E entediado. Muito entediado.

Retirei Pansy da parede, como faço todos os dias. Afinei-a e, quando já estava afinada, dedilhei alguns acordes. Após algum tempo, comecei a tocar uma música qualquer.

Depois de um tempo, enjoei de tocar guitarra e fui ver TV. Passei por entre os canais umas três vezes e nunca achava nada de bom. Desliguei a TV e fui fazer o dever de casa, porém, eu não conseguia me concentar. Eu parecia um menino hiperativo.

Suspirei e me rendi, dando ao meu coração o que ele queria. Peguei o celular e disquei o número dele.

Alô?

–Gerard?

Oi, o que foi que aconteceu, Frank? – seu tom era preocupado. Ouvir sua voz me reconfortava muito, e ouví-la com um toque de preocupação me deixava feliz.

–Nada, na verdade. Eu só... Senti sua falta.

Mas eu acabei de ir embora!

–Eu sei, eu sei, mas... Eu fiquei um pouco hiperativo quando você foi embora e... Resolvi te ligar. – comecei a corar fortemente. Ouvi uma risadinha do outro lado da linha – Ei, não ri não, idiota!

Tudo bem, tudo bem. – disse ele, se recompondo – Desculpe.

–Tudo bem. – suspirei.

Ficamos conversando até de madrugada, que foi quando eu comecei a ficar com sono. Provavelmente, Gerard notou isso, pois disse:

–Você não acha que está ficando meio tarde não?

–Hmm... ?

Gerard riu.

Boa noite, Frankie.

Era a primeira vez que ele me chamava assim.

–Er... Boa noite. – respondi, um pouco envergonhado, e desliguei o telefone. Suspirei e me joguei na cama, de roupa e tudo. De repente, ouvi um barulho de chaves e, logo depois, de porta sendo trancada, seguido de passos.

Evelyn já chegou faz tempo... Então deve ser minha mãe.

Olhei para o relógio, que marcava onze horas. Por que ela estava chegando tão tarde assim?

Desci as escadas, desconfiado. Encontrei minha mãe no sofá, tirando os sapatos de salto. Nunca entendi como as mulheres conseguem ficar em pé com aquilo.

–Mãe?

–Ah, Frankie! – ela se sobressaltou – O que está fazendo acordado a essa hora?

–Eu estava dormindo. Você me acordou.

Vi as bochechas dela ficarem vermelhas.

–Desculpe.

–Tudo bem. Por que está chegando tão tarde assim?

–Ué... Eu falei que ia encontrar uns amigos...

–Você não é de chegar tarde. Mesmo quando sai com seus amigos. Mãe, o que está acontecendo?

Ela suspirou pesadamente.

–Frankie, senta aqui. – ela fez um gesto em direção ao sofá, no lugar ao lado dela. Sentei-me lentamente e arqueei as sobrancelhas, incitando-a.

–Er... Eu... – ela gaguejou – Bom... Você lembra do Zac?

–Zachary Baker? Sim. – ele era um velho amigo da minha mãe. Eu nunca gostei muito dele.

–Então... Foi com ele que eu fui me encontrar hoje... – ela começou a corar fortemente – E... Sabe... Já faz um tempinho... Mas eu e ele andamos nos... Hum... Encontrando... E... Sabe como é...

Arregalei os olhos e comecei a rir histericamente. Ela não podia estar falando sério.

–Tá brincando né?! – falei, ainda rindo. Porém, seu olhar era sério e meu riso logo morreu – Ah não. Ah não. Por favor diz que é brincadeira.

Ela fez que não com a cabeça. Arregalei novamente os olhos e minha boca se abriu um pouco.

–Você... Como... Por que você fez isso comigo?! – perguntei, com a voz rouca e falha.

–Me desculpe, meu bem... – ela disse, com a voz embargada – Mas eu tive medo da sua reação...

–Ah, então, está feliz com ela agora?! – falei, com raiva. Minha mãe olhou para baixo, com a expressão culpada. De repente, bateram na porta. Ela correu para atender e ficou conversando com a figura parada ali fora. Bufei e fui até ela.

Adivinha quem estava parado ali na frente? É, o tal do Zac.

Ele era um homem alto e loiro da idade da minha mãe (os dois estudaram juntos na faculdade). Seus olhos eram de uma cor âmbar e sua barba por fazer lhe dava um certo charme. Vestia uma blusa vermelha qualquer, calças escuras e sapatos pretos. Provavelmente, ele se lembrava de mim, pois quando me viu, abriu um sorrisinho e disse:

–Olá, Frank!

–Oi. – respondi secamente. Ele pareceu surpreso e minha mãe lançou-me um olhar de raiva – Ah, tá bom, tanto faz, já estou saindo mesmo. – falei, empurrando Zac para o lado e saindo porta afora, ignorando os chamados de minha mãe.

Andei pelas ruas escuras, se me importar com o horário. Alguns vizinhos curiosos ficavam me espionando através de suas cortinas, mas logo paravam ao ver meu olhar direcionado a eles ou quando eu virava em uma curva inesperada.

Eu não sabia onde estava indo. Não sabia o que estava fazendo. Por isso, inventei de ir até a mesma velha estação onde fui para... Você sabe... Me drogar.

Me esquivei das velhas placas de madeira e desci a mesma escadaria. Sentei-me no meio de todas as roletas sujas e empoeiradas e fiquei ali, sem dizer nem uma palavra. De repente, ouvi um barulho de passos. Virei-me para o lado e não vi ninguém. Dei de ombros e continuei a encara o nada. Minutos depois, ouvi o mesmo som. Isso já estava me dando raiva, portanto, me levantei e fui atrás de quem estava fazendo esse som.

Passei por baixo de uma das roletas e desci outra escadaria, em direção aos trilhos do metrô, que já caíram em desuso há muito tempo. Olhei em volta e, de dentro do túnel, vi os contornos de uma pessoa.

–Markus?! – exclamei.

O menino sorriu, um sorriso de dentes amarelos, e caminhou lentamente até mim.

–Ora, ora, ora. Há quanto tempo. Iero!

Me surpreendi por não ver Ernie e Ken ao seu lado.

–Onde estão... Onde...

–Foram presos. Os fracotes foram pegos pela polícia. – ele deu de ombros – Fui o único que consegui escapar.

–Por que não levou os dois com você?

–Cedo ou tarde, eles me causariam problemas. – ele estava perigosamente perto de mim. Flashes de tudo o que tinha acontecido entre eu e ele voltaram para minha mente. Fechei os olhos, tentando afastar esses pensamentos. Provavelmente, Markus notou o que eu estava tentando fazer, pois pude sentir sua respiração no meu rosto.

–Tentando esquecer o que aconteceu naquele dia, Frankzinho?

–P-por que fez aquilo? – abri os olhos novamente. Ele sorria, um sorriso enjoado.

–Não sei. Porque eu quis. – ele chegou ainda mais perto de mim e começou a beijar meu pescoço – E se eu quisesse fazer isso de novo... Agora? – ele passou a mão pelo meu corpo, debaixo da camiseta. Comecei a gemer em desaprovação, eu não queria aquilo.

–N-não... – tentei afastá-lo de mim, mas sem sucesso. Markus foi subindo seus beijos até chegar em minha boca. Ao mesmo tempo em que me beijava, suas mãos passeavam pelo meu corpo até chegar na barra de minha calça, onde ficou brincando ali por muito tempo até tentar retirá-la com um puxão. Dei graças a deus que não funcionou, reuní todas as minhas forças e empurrei-o para longe. Ele me olhou, com raiva, e voltou a se aproximar.

–LARGA ELE. – disse uma voz atrás de mim.


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Notas finais do capítulo

Nada a declarar. Vou ali no cantinho me matar pra ver se essa confusão passa ¬¬
Beijo.