Lendas Do Acampamento: Vingança De Urano escrita por V i n e


Capítulo 8
Fobia


Notas iniciais do capítulo

Esse cap esta um pouco estilo filme de terror...



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Assim que entrei no elevador, tive que controlar o impulso de voltar, estava tocando Mozart. Nada contra o cara, eu até achava ele um filho de Apolo brilhante, mas... No meu estado de espírito Mozart não ia me ajudar, eu precisava de uma injeção de animo, tipo Linkin Park, e não música clássica.

Depois que sai do elevador, procurei Emma e Sophie. Elas estavam sentadas nas cadeiras de couro. Uma mulher se sentava ao lado delas, Atena. Uma tiara com uma coruja de prata brilhava na cabeça de Emma.

- Vamos? – perguntei tentando parecer indiferente com o olhar duro de Atena.

- Claro. – Disse Sophie sem animo.

- Antes de irem – começou Atena. – William venha cá. – Acenou a deusa, indicando a cadeira ao seu lado, Agora ferrou, pensei. – Sophie, Emma nos deixe a sós.

Minhas amigas acenaram e se curvaram saindo devagar. Atena me lançou um olhar de desprezo e torceu o nariz quando me sentei ao seu lado.

- William, não posso dizer que aceito sua amizade com minha filha, Emma. – Disse ela gesticulando para a saída. – Em não entendo bem o que Sophie sente... Bem o importante é que quero que as proteja. Você é um bom guerreiro tenho que admitir, mais é lerdo demais.

Lancei um olhar cético à deusa. Aquela mulher que nem me conhecia direito, estava me chamando de retardado? pensei incrédulo.

- Não te chamei de retardado, e sim de lerdo. E conheço-lhe muito bem William, mais do pode imaginar, seus medos, seus sentimentos... – disse ela simplesmente. – Escute, Zeus não me permite falar, mas acho que você deve saber. Uma força esta se agitando, uma força antiga e desconhecida, vocês precisam impedir que essa força consiga se reerguer. Ele quer vingança! Apolo previu isso! Se vocês não impedirem Atlas nosso mundo estará acabado!

- Mas quem é ele? O que Apolo viu exatamente? Por que agora? – Um turbilhão de perguntas inundou minha mente, mas a deusa me impediu de continuar.

- Tem um carro esperando vocês lá fora, já às outras perguntas serão respondidas com o tempo. Por enquanto apenas se concentre no que deve ser feito. Você não pode perder tempo, vá!

Quando vi que não conseguiria minhas respostas levantei-me e sai em direção à porta.

- Ah! William, só mais uma coisa: “Uma pessoa inteligente resolve um problema, um sábio o previne”. – disse ela antes de começar a brilhar, virei- me a tempo, antes que ela assumisse sua verdadeira forma divina.

Quando sai de lá de dentro Emma e Sophie correram em minha direção, me preparei para a enxurrada de perguntas.

- O que ela disse a você? Uma dica do que vamos enfrentar? – Quis saber Emma, seus olhos brilhando com as possibilidades.

- Como foi com seu pai? – Perguntou Sophie dando um sorriso, seus cabelos loiros soltos caiam em ondas pelas costas, sua franja cobria parte de seu olho direito. Estendi a mão para seu rosto colocando a franja atrás da orelha. Ela recuou um passo, seu olha parecia surpreso. Eu estava surpreso.

- É... Bom. – Sorri, tentando esconder o rubor, então me lembrei que Sophie também nunca tinha visto sua mãe. – Ele disse que nunca me esqueceu, mas que não podia me visitar por ordem de Zeus...

- Então foi por isso que o elevador quase despencou com a gente. Zeus lançou seus raios como um aviso. – Especulou Emma.

Sorri e depois assenti.

- E pediu para que eu tivesse cuidado, disse que não poderia me perder. E me chamou de filho! – eu disse com orgulho.

- Que bom Will. Parabéns! – Disse Sophie, sua franja ainda presa atrás da orelha.

Sorri para ela. Ela era bonita quando não estava tentando me matar.

- Como vamos chegar a São Francisco? – Perguntou Emma.

- Atena disse que tinha um carro a nossa espera. – Olhei rapidamente para rua, apesar de Manhattan ser uma cidade grande apenas um carro estava estacionado no meio fio.

- Não pode ser esse carro! – Eu disse incrédulo.

Um BMW preto reluzente, estava estacionado na porta do Empire State. Coloquei a mão em concha no vidro do motorista por que os vidros eram escuros demais.

- A Chave esta na ignição! – Eu disse gargalhando. Emma me empurrou delicadamente, abrindo a porta.

- Não acredito! – Disse ela de olhos arregalados.

Dei a volta e fiquei de frente para a porta do passageiro, estendi a mão para a maçaneta, outra mão fez o mesmo. Sophie estava ao meu lado à mão na maçaneta, nossos dedos se tocaram. Um milhão de volts, percorreram meu corpo desde o pondo onde nossa pele se tocou. Puxei minha mão bruscamente.

- Pode... – apontou para a porta. Ela esfregava os dedos, sorrindo.

- Não. Eu vou me sentar atrás! – disse determinado.

- Bem eu me recuso a sentar na frente. – Afirmou ela com convicção.

- Não ligo de dividir com você – admiti – Algum problema?

- Não... – disse ela seus olhos se estreitando.

Abri a porta de trás e acenei para que ela entrasse primeiro. Ela me lançou um olhar duro e entrou sentando-se longe de mim. Ah! O doce progresso! pensei. Pelo menos ela não começou a gritar.

Emma era mais velha, tinha feito dezesseis a dois meses atrás. Então foi unânime a decisão de que ela iria dirigir.

Eram tantas informações... A visão de Apolo era apenas um dos fatos que me assustava mais, Atena havia dito que “ele” estava em busca de vingança!

Cada vez que uma pergunta era respondida outras mil surgiam. Cerca de algumas horas depois enquanto eu especulava, Emma ligou o rádio. Uma das minhas musicas preferidas começou a tocar, What I’ve Done, isso me trouxe lembranças antigas. Eu nunca consegui ouvir essa musica inteira, sempre que eu a colocava alguma coisa acontecia e eu não terminava de escutar.

Agora estávamos seguros em uma estrada vazia, e finalmente eu poderia ouvir a música toda. Como eu estava errado!

Emma dirigia calmamente, às vezes passávamos por rebanhos de bodes, Sophie tinha tirado o sinto de segurança para pegar a mochila no banco da frente, a música chegava a metade. Depois disso tudo aconteceu muito rápido. Emma gritou e virou o volante bruscamente, o que foi um erro, pois aquele carro tinha direção hidráulica. O carro deu um giro de trezentos e sessenta graus, Sophie foi lançada em minha direção com muita força. Seu corpo bateu no meu, fazendo com que eu batesse o rosto no vidro.

- Ai! Emma! O que ouve? – perguntei.

- Uma senhora! Atravessou e parou na frente do carro! – Ofegou ela.

Saímos às pressas do carro para ver se a pobre senhora. Uma mulher estava parada no meio da estrada.  Ela era baixa e magra, cabelos negros e olhos ferozes. Mais o que me chamou atenção, foram as presas, presas como as de uma formiga saiam dos maxilares da senhora. Ela tirou o, sobretudo preto, o choque atravessou meu rosto, Sophie e Emma estavam paralisadas. Onde deveria estar as pernas da mulher, havia um corpo preto e peludo, oito patas asquerosas e peludas agitavam-se.

- Quem é essa? – Perguntei assumindo uma posição defensiva, Metamorfo̱tikí̱s em punho.

- Aracne! – Disse Emma num sussurro.

- Olá. Filhas de Atena! – Disse a Aranha. – Vejo um Filho de Poseidon! Interessante, meus filhos vão gostar de devorá-los!

Depois disso, milhares de aranhas de tamanhos absurdos surgiram do bosque que circundava a estrada. Emma tomou uma atitude surpreendente, saiu correndo e gritando para perto de um pinheiro. Sophie olhou pra mim, seus olhos brilhando com o pânico. Ela se virou e correu também. Ótimo nessa batalha eu estava sozinho!

- Quanta coragem! – Gargalhou Aracne.

- Cale-se e lute! – Eu disse, aparentando ser corajoso do que me sentia!

- Semideus... – Rugiu ela, soltando sua teia. A secreção grudou em meu corpo. Enrolando-me e pregando-me a uma árvore, tentei me mexer, sem sucesso minha espada estava no chão perto do BMW.

- Heroizinho! – Sorriu ela. – Vai se meu aperitivo!

A mulher a avançou em mim as presas venenosas caçando frenéticas, meu rosto.

       

               

               


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Notas finais do capítulo

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