Für Immer Jetzt. escrita por losundlauf


Capítulo 10
Capítulo O9 - Verwirrend.


Notas iniciais do capítulo

escrever esse capítulo foi um pouquinho difícil :~~ principalmente pq eu não podia sentar com calma para escrever ele, tive que escrever trechos quando tinha tempo (tipo no intervalo da escola ou antes de dormir) e juntar tudo depois xD
vou deixar uma foto de como imaginei que o bill estaria na festa *-* (http://adam-lambert.org/wp-content/uploads/2009/08/bill-kaulitz.jpg) sempre acho as fotos desse dia mt lindas quando encontro na internet ou no caught on camera.
bom, espero que gostem do capítulo!



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Nunca antes dar meia volta e sair andando me parecera tão difícil. O sangue borbulhando de raiva, minha vontade era revidar a porrada com o objetivo de deixar a cara de Catherine desfigurada.

Nos segundos que antecederam minha saída cheguei a me imaginar segurando seu rosto e cravando as unhas bem lentamente em suas bochechas, embora também quisesse derrubá-la no chão e esmurrá-la até quebrar seu nariz e deixá-la com os olhos tão inchados a ponto de impossibilitar sua visão. Sei que tudo isso soa como maluquice, mas ainda assim a vontade de agarrá-la pelos cabelos e bater sua cabeça contra a parede mais próxima até que compreendesse a verdade era enorme.

Por mais que me doa dizer, foi por covardia que não a enfrentei. Pensei duas vezes antes de agredi-la, pois sabia que romper minha amizade com Catherine significaria também me afastar de todas as garotas. Mas quando percebi que haviam preferido se manter em silêncio durante toda a briga, eu tive certeza que elas apoiariam Cathy e sequer se dariam o trabalho de ouvir a minha versão da história.

A verdade.

Por isso, engoli minha fúria e minhas lágrimas e saí silenciosamente da festa de Louise.

Aquele silêncio delas me acertara em cheio como nenhum murro ou tapa teria conseguido, fazendo com que uma sensação de vazio se espalhasse rapidamente dentro de mim. Naquele momento eu compreendi que não era tão importante para as minhas amigas como elas eram para mim. Que entre elas eu não era prioridade.

Dei a volta na casa pelo próprio jardim, sem me importar em esmagar os canteiros repletos de flores, para evitar mais algum encontro desagradável e segui segurando o choro com muito esforço até o portão do condomínio, onde implorei ao porteiro que me arranjasse um taxi.

Já passava um pouco das onze quando cheguei em casa, meus pais deveriam estar dormindo e Peter provavelmente jogava videogame escondido na televisão da sala.

— Caraca, Helene! Quer me matar de susto? - Ele derrubou o controle ao me ouvir fechar a porta com cuidado e encostar-me nela. - Não ia dormir na casa daquela sua amiga que parece um homem?

A simples menção da palavra amiga foi o suficiente para me fazer desmoronar. As lágrimas brotaram e automaticamente comecei a soluçar. Deixei a bolsa cair no chão e escorreguei acompanhando-na, ainda apoiada na porta de casa, até acabar sentada.

— Lenie? - Peter largou de vez a televisão e veio correndo até mim. - O que aconteceu?

Abracei meus joelhos e abaixei a cabeça para esconder o rosto e abafar o som do choro. Eu odiava que me vissem chorando, mas não tinha força nem vontade suficiente para me levantar dali e seguir até meu quarto. Talvez estivesse fazendo drama como Oestreisch costumava dizer, mas isso não importava agora. O misto de tristeza e raiva que sentia por ter sido injustiçada era tão grande que a frustração por não ter confrontado Catherine só fazia crescer e crescer ainda mais dentro de mim.

— Helene, desse jeito você vai acabar acordando a mamãe... - Meu irmão murmurou um pouco desesperado, chegando a ser quase fofo o fato de nunca saber lidar com situações daquele tipo. Mas eu não conseguia achar nada fofo e o choro continuava. Parecia que eu precisava tirar aquele peso de mim e as lágrimas foram a forma mais prática que meu corpo encontrara. Se eu tentasse contê-lo, os soluços irrompiam tão fortes quanto ou até ainda mais que antes.

— Vem, eu vou te levar para o seu quarto. Não precisa chorar, mas tem que me contar o que aconteceu. - Falava sem fazer nenhuma pausa entre uma frase e outra, deixando transparecer cada vez mais a agonia que sentia por não poder me consolar.

— Machucaram você? Lenie, o que aconteceu?

Depois de algum esforço, Peter conseguiu me fazer levantar e cambalear até o quarto. Quando desmoronei na cama novamente, ele me deu um abraço desajeitado e chegou a fazer um carinho no meu cabelo por alguns momentos.

O choro diminuiu para dar espaço a raiva e os soluços ficaram cada vez mais fracos.

Ainda que ele não fosse culpado, até de Bill eu sentia raiva. Sentia-me idiota por pensar que qualquer coisa poderia ter acontecido entre nós naquela festa. Sentia-me, principalmente, cansada de fantasiar uma vida com uma pessoa que mal olhava na minha cara. E que quando olhava, não via nada além de amizade ou coleguismo. Sei lá. Aquela situação, aquele fanatismo estava se tornando ridículo e não poderia continuar se eu quisesse me manter inteira. A solução mais viável, no momento, me pareceu dar um tempo naquilo tudo e até me afastar voluntariamente das meninas.

Eu precisava me valorizar, certo? Ter pelo menos um pingo de orgulho próprio. E não sair por aí pedindo desculpas por um erro que eu não cometera. Por que eu não beijei Oestreisch, e se tivesse beijado? Não interessaria a nenhuma delas, afinal, não cheguei a pedir a ajuda de ninguém para nada.

— Já entendi que você não quer falar... Então vou para o meu quarto, ok? Qualquer coisa aparece lá, vou deixar espaço para você na cama. - Antes de sair, ele beijou minha cabeça.

Suspirei e escondi o rosto no travesseiro ao pensar novamente em Oestreisch.

A ele, sim, eu devia um pedido de desculpas. Um pedido que estava inteiramente disposta a fazer já que me sentia, de certa forma, culpada por tê-lo tratado mal, ainda que ele fosse dono de um orgulho extremo e não tivesse o costume de desculpar ninguém.

Mais um suspiro e as lágrimas embaçaram minha visão novamente. Será que eu era tão insignificante para Oestreisch como era para as garotas? Eu começava a ficar cansada de chorar e me fazer de coitada, aliás, toda aquela situação desagradável fora criada por um simples relacionamento amoroso que eu só desejava, que nem sequer existia e talvez não valesse tanto esforço. Talvez, tudo aquilo não passasse dos sinais que eu estava precisando.

Fechei os olhos e tentei me acalmar outra vez. Acabei adormecendo mesmo com os saltos nos pés, a maquiagem borrada no rosto e as roupas de festa no corpo.



Abri olhos quando os raios de sol atingiram minha cama e tornaram o casulo de lençóis em que eu dormira extremamente quente. Me senti perdida por alguns segundos, pois uma espécie de euforia corria pelas minhas veias, fazendo-me sentir uma liberdade esquisita e inédita, mas logo as lembranças da noite anterior foram voltando e trazendo consigo aquela tristeza enorme. A euforia se foi e eu perdi toda e qualquer vontade de levantar da cama. Juntei a coragem que restava e me forcei a ir até o banheiro. Uma vez lá dentro, já posicionada em frente ao espelho, tratei de desmanchar o que sobrara do penteado que Mya fizera no meu cabelo. A raiva foi voltando aos poucos e voltei a fechar os olhos para afastar os pensamentos ruins em vão, pois não conseguia parar de pensar na merda que minha amiga fizera ao espalhar aos quatro ventos que eu gostava de Bill. Por que era assim que ela era, fazia questão de ficar inteirada no assunto para depois dividi-lo com qualquer pessoa que desconhecesse os fatos.

Não interessava se eram segredos ou mentiras, o negócio dela era compartilhar.

Fiz uma análise mental de cada uma delas enquanto lavava o rosto e me esforçava para conseguir tirar todos os vestígios de rímel e delineador que se espalharam por meus olhos durante a noite de choro e sono.

Lembrei do tapa que Ellen dera em Paul e no soco que eu levara de Catherine. As duas eram tão parecidas quando se sentiam ameaçadas que chegava a ser curioso, era impressionante como uma parecia completar a outra e, principalmente, como as vezes eram egoístas, egocêntricas e mandonas. Suspirei, irritando-me mais ao lembrar de Louise e Marie dando risadinhas e fofocando, como duas cobras venenosas. Pelo menos Cathy e Ellen faziam questão de mostrar suas verdadeiras personalidades. Já Mya era completamente irritante quando queria e quando não queria também. E tagarela e fofoqueira, mas sem que eu soubesse como... Ainda conseguia me fazer adorá-la. Só que era Alina a minha verdadeira favorita, mesmo que as melhores amigas dela fossem Marie e Louise. Eu adorava o modo como ela era franca comigo e parecia não se importar em dizer o que realmente pensava, ela era quase como uma versão feminina de Oestreisch.

Mas fora realmente só por causa de Alie que eu decidira não esmurrar Catherine de volta? Não. Por que eu adorava todas elas, mesmo que todas tivessem seus defeitos.

Eu não saberia ficar sozinha, nem me afastar das únicas amigas que tive desde... Sempre.

Depois do banho, vesti uma roupa leve e desci para ajudar minha mãe e tias, que provavelmente já teriam chegado, a preparar o almoço de domingo, que a meu ver acabou sendo um completo desastre. Eu não conseguia prestar atenção em nada do que era dito por meus parentes nem mesmo quando a palavra era dirigida a mim, como também não conseguia parar de pensar em Oestreisch e na vontade crescente de me desculpar com ele. Precisava de um amigo, precisava de alguém para poder desabafar mesmo que ele não fosse a pessoa mais adequada para isso. A sensação de que talvez eu fosse realmente a culpada por afastar todos os meus amigos era insuportável ao ponto de me fazer esquecer parcialmente os acontecimentos da noite anterior e focar somente no fato de estar completamente sozinha.

Mas passar na casa de Tom estava fora de cogitação, pois só de pensar em um telefonema minhas pernas já ficavam bambas de preocupação e ansiedade. E se eu perdesse ele também? Não literalmente, mas e se eu percebesse que ele não era da forma que eu o via? E se ele fosse exatamente como eu o via e se recusasse terminantemente a me perdoar? Seria bem típico dele.

Tentando evitar que minha mãe me decaptasse depois da refeição, pedi licença educadamente e avisei que iria para o meu quarto por não estar me sentindo tão bem. Tive que me controlar para não subir as escadas de dois em dois degraus, correr até o computador e, consequentemente, ser mandada aos gritos a voltar para a mesa por minha mãe.

Você não está passando mal coisa nenhuma, pude ouvir sua voz dizendo em minha mente.

E eu realmente precisava falar com Oestreisch. Era urgente, e no momento a internet me pareceu um meio muito interessante de executar essa tarefa, já que eu não tinha coragem suficiente para ligar ou ir vê-lo. Outra vez dentro do quarto, vasculhei a gaveta atrás do meu notebook e esperei, esperei. Esperei impacientemente até que ele estivesse pronto para uso e eu pudesse entrar no MSN atrás de Tom.

Só que falar sempre é mais fácil do que fazer.

Quando eu vi aquele ícone verde indicando que Oestreisch estava mesmo online perdi toda a coragem e vontade de falar com ele que me impulsionara até ali minutos antes. Mas ele não pareceu se importar com os meus sentimentos e tomou a dianteira.

— Hallo.

Cheguei a cogitar a possibilidade de ele não ter ficado com tanta raiva, afinal, tinha falado comigo por vontade própria, certo? A coragem aumentou um pouquinho.

— Hey .--.

— Tudo bem?

— Arrã. - Ainda assim, eu simplesmente não conseguia deixar os monossílabos de lado, estava um pouco (bastante) nervosa.

— Como foi o fim de festa ontem? Divertido? ;)

Ele era louco ou estava só fingindo? Talvez estivesse tentando ignorar nossa pequena discussão e não tivesse ficado sabendo da bofetada que levei de Catherine.

— Fui embora uns 15min depois que você saiu da pista...

— Pq?

— Por quê?!

— É... Você vai me contar como foi sua conversa com o Bill ou vai ficar aí só repetindo tudo o que eu digo?

— Que conversa, Tom, você ficou maluco mesmo?

— Puts, ele é mais frouxo do que eu pensava, assim vai ser difícil... Pelas caras e bocas que fazia para mim pensei que aconteceria algo depois da nossa cena, que ele ficaria preocupado ou com peninha de você, sei lá...

— Oestreisch?

— Que é, Helene?- Quase consegui ouvir o tom de cansaço e irritação de sua voz naquelas palavras escritas.

— De que diabos está falando?

— E depois eu que sou maluco... Você pegou o retardo do meu irmão?

— Por que todos vocês gostam de ficar contando as coisas pela metade? Eu não sou nenhuma adivinha! Não consigo pegar as coisas no ar! Foi por causa dessa mania que eu levei um murro ontem! Minha bochecha ainda está dolorida, mas tive sorte por não ter ficado nenhum roxo nem nada, só um vermelho que eu consegui esconder com maquiagem. - Irritei-me.

— Você levou um murro ontem? De quem?

— Da Cathy! - Respondi já alterada pela lembrança.

— Espera aí, conta essa história direito...

— Conta você essa história direito! - Rebati teimosa, cheia de esperanças.

— Helene, não faço a menor idéia do que você está falando... Sério, depois da nossa encenação lá na pista de dança, na qual você foi quase tão brilhante quanto eu, fui atrás do Gustav na cozinha.

— Encenação?

— Mas encontrei a Janette no caminho... Aí você sabe como é né...

— É, pelo menos até onde eu sei era encenação, não era?

Fiquei sem saber o que dizer.

— Você está querendo me dizer que esse tempo inteiro que estive preocupada com você, você estava pensando na sua noite com a Janette? Tom! - Repreendi sem acreditar.

Ele riu da minha confusão.

— Como eu ia imaginar que você estava achando que aquilo tudo foi de verdade? Pensei que tinha entendido quando falei que meu irmão estava olhando para a gente!

E eu, ridícula como sempre, comecei a chorar. Não que ele pudesse ver minhas lágrimas, mas depois de tanto tempo calada ele chegou a perguntar novamente se estava tudo bem e eu admiti. A confusão de sentimentos era tão grande dentro de mim naquele momento que eu não conseguia definir se aquelas lágrimas eram de alegria, de tristeza... Ou raiva.

— Agora vai me contar essa história do soco?

Suspirei e comecei a escrever sobre como eu não tinha sido a única pessoa, além de Bill, a acreditar que o que quase aconteceu entre a gente tinha sido verdade. Contei que todas elas me acusaram de ter ficado com ele e que Catherine se adiantara para dizer que eu teria que escolher um dos dois, que deveria de deixar de ser tão criança e parar de desejar tudo sem me importar com os sentimentos das outras pessoas.

— Sabe... Eu nunca gostei muito dessa garota. Primeiro, por que ela é muito bonita, mas age como se fosse um cara. Segundo, ela te socou! - Mais risadas denunciando a ironia na última frase. - Ok, falando sério agora, ela e aquela ruiva... Sem ser Alina, que é a que eu menos desgosto, pq também é a menos esquisita. Então, elas duas... São muito estranhas, não é como se eu fosse preconceituoso nem nada... O que me incomoda mesmo é o modo delas de agir como se fossem donas do mundo. Por que, convenhamos, se elas agissem só como casal seria muito mais... Mais interessante, já que as duas são muito gostosas.

— Você quer mesmo que eu comente algo sobre o que você acabou de dizer?

A verdade era que eu teria ficado um pouco enciumada, pois ele deveria estar me ajudando e defendendo quando na verdade ficava só comentando a aparência das minhas amigas. Mas já havia ficado bem claro para mim que se eu quisesse mesmo esse tipo de coisa deveria procurar outro amigo.

— Hm, não... Até por que essa é a minha opinião e você não tem nada que meter o bedelho nela.

— A cada dia eu fico mais impressionada com a sua delicadeza e sensibilidade.

— É assim mesmo, não se preocupe, você não é a única ;)

Quando parei de rir meu celular também parou de vibrar. Uma ligação perdida.


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Notas finais do capítulo

Créditos a mim, Anne Lander, a pequena correção de emergência pra linda autora aqui KKKK ♥
fica avisado que vou viajar na próxima quinta-feita (dia 9, adivinhem para ondeeee *0*) então é provável que eu passe uns dias realmente sumida!
ei, eu peço por favor que vocês deixem reviews.. sei o quanto é chato ler esse tipo de coisa nas notas finais .-. mas é que o número de leitores aumentou e eu não posso ver quem está acompanhando a história e isso quase me mata de curiosidade, gnt! kkkkkkkkkkkkkkkkkk
PS. vcs já entenderam que tanto no nome do bill como no do tom tem "oestreisch-kaulitz" né? mas cada irmão se apresenta com um sobrenome.. Sei que não tem nada a ver com esse capítulo, mas é que respondi um review com essa pergunta um dia desses e lembrei de "avisar" a voces :~~
EU QUEM AQ OUVE LANA DEL REY CARA BORN TO DIE É MT LEGAL kk (dorgas, é que me ajudou a escrever a parte depressão-quase-suicídio-da-helene-exagerada)



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