Dylan foi embora no dia seguinte, de manhã bem cedo, com isso as coisas ficaram bem piores do que já estavam, todos estavam com pena de mim, e eu odeio isso. Quando sugeriram jogar Quadribol todos se voluntariaram a ficar comigo  já que eu ainda não posso jogar, foi horrível, não quero ser uma pedra no caminho de ninguém, obriguei todo mundo a jogar, eu precisava de um tempo para mim, fui andando pela trilha sem rumo, até que cheguei na cachoeira, me sentei no chão e fiquei ali discutindo comigo mesma.

“ Por favor, não posso ser egoísta assim, o mundo bruxo está em risco”

“ e sua mãe também está, ela vai morrer se você contar”

“ Todos vão morrer se eu não contar”

“Mas Dylan disse que poderemos dar um jeito sozinhos”

“ A quem eu quero enganar, dois pirralhos de onze anos solucionando uma revolta trouxa?”

- Argh!! Desse jeito eu vou ficar loca – falei.

Deitei a cabeça na neve, estava gelado, mas era confortável. Como as coisas mudaram tanto em apenas três meses. Eu era apenas uma garota isolada do mundo em m interior de Londres. Agora eu tenho uma família incrível, amigos perfeitos, uma escola fantástica, e mais problemas do que eu consigo aguentar. Bela troca que eu fiz.

- Cindy, saia da neve, você pode pegar uma hipotermia, e você não pode me matar duas vezes do coração em menos de uma semana – falou meu pai – o que você está fazendo ai?

- Refletindo, tentando lembrar o que aconteceu no dia do acidente.

- Não se cobre tanto, com o tempo você vai lembrar, agora vamos para a Toca, é melhor você se esquentar.

~*~

A noite chegou, e mais uma vez eu não conseguia dormir, e dessa vez não tinha Dylan ara me consolar, eu tinha que aguentar sozinha. Mas eu era fraca, as lágrimas já estavam brotando dos meus olhos, eu estava sentada no sofá em frente a janela quando uma coruja bateu no vidro. Eu abri a janela e  a coruja jogou um pacote no meu coo e saiu voando.

- Um celular? – ao dizer isso, uma mensagem piscou na tela.

“Achou que eu te deixaria sozinha? Eu acho que você sabe usar isso neh? Afinal estamos no século vinte e um. Bem, eu adoro esse papo de corujas, mas isto aqui é mais rápido, me manda mensagem quando receber”

“ É claro que eu sei usar, mas você não devia gastar esse dinheiro comigo, você tem tantos problemas quanto eu.”

Não demorou muito e  a resposta chegou

“ Fala sério? Você sabe que quanto mais dinheiro eu gasto mais ele trabalha, e menos eu vejo ele. E por favor, tantos problemas quanto você? Meu feriado foi chato, o seu foi um pesadelo.”

“ Não me fale de pesadelos, Dylan”

“ Não consegue dormir?”

“ Acho que isso é meio obvio, mas não quero falar disso, só quero esquecer por enquanto. Então, novidades?”

Os dois ficaram trocando mensagens até o amanhecer, quando o pai de Cindy estava levantando, e esta teve que fingir dormir.

~*~

Voltar para Hogwarts não ajudou em nada, eu continuava com a cabeça na minha mãe, eu não prestava atenção na aula, arruinei a partida de Quadribol contra a Sonserina, os professores chamavam minha atenção, eu perdia pontos para a Corvinal, minhas tarefas estavam atrasadas, minha vida estava uma bagunça.

Como de costume, eu estava voando na aula quando o professor jogou uma pilha de livros na minha mesa, me fazendo acordar com um salto.

- Senhorita Weasley, qual o contrafeitiço para Petrificus Totalus?

- Eh, desculpe senhor, é bem, qual a pergunta? – perguntei atordoada.

- Um ponto a menos para Corvinal pela sua desatenção, os testes estão chegando vocês não podem se dar ao luxo de não prestarem a devida atenção nas aulas. Se tiverem algum problema procurem a diretora. Você tem algum problema Cindy? Quer falar com a Diretora Minerva?

- Ah, não senhor, não é necessário, eu só me distrai, não tenho problema nenhum.

- Você não sabe mentir – cantarolou Dylan em uma voz tão baixa quanto um sussurro. Em troca dei um pisão em seu pé, mas isso chamou a atenção das pessoas, eu queria tanto sair dali.

- Pensando melhor senhor, eu quero falar com a Prof. Mcgonagall – ele assinou a permissão junto com um mapa e a senha da sala da diretoria, segui o mais rápido qe pude para lá.

Atravessei a gárgula e bati de leve na porta, esta se abriu. A diretora estava virada para o quadro do antigo diretor Alvo Dumbledore.

- Sonhando em sala de aula de novo, Cindy? Muitos professores têm reclamado, tem algo que você queira me contar?

- Não senhora.

- Tem certeza? – fiz um aceno positivo com a cabeça como resposta- pois bem, você pode ir para o almoço, e preste atenção nas aulas que seguirão.

Sai da sala e eu tinha um comitê receptivo na frente da gárgula.

- O que está acontecendo Cindy? – perguntou Lily

- Desculpe, mas eles começaram a me interrogar e me seguiram até aqui. – falou Dylan.

- Todo bem, já está na hora de contar para vocês, não posso aguentar sozinha, mas isto é segredo absoluto – falei.

Nós seguimos para a Sala Precisa, eu, Dylan, Lily, Hugo, Bridge e Phelipe, lá eu contei tudo para eles, que ficaram chocados, mais queriam ajudar, eu estava quase chorando de novo, mas me aguentei, não queria parecer fraca. O sinal do almoço tocou e fomos para aula, por sorte, era aula somente com os alunos da Corvinal, portanto, só teria que aguentar a Bridge e o Phelipe com cara de pena. Por que eles não são como o Dylan? Com ele não se tem pena, apenas sinceridade nos olhos. Vai ver é por que ele tem tantos problemas quanto eu, então me entende bem melhor que os outros, e eu entendo ele.

Bem, agora seriam seis pirralhos de onze anos contra uma revolta trouxa. Era um grande avanço, será que eu poderia ficar otimista?