Preocupações escrita por Wawa


Capítulo 4
Capítulo IV: A Festa


Notas iniciais do capítulo

A coragem e a força da paixão que ultrapassa os limites.
Uma mente doentia e mimada.
A confusão e a indecisão perante dois amores.



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Capítulo 4 – A Festa

 

No colégio Toiyoto, a manhã se iniciava numa claridade branda. Chovia. Eram sete horas da manhã e os alunos mais adiantados começavam a chegar. Dentre eles, estava Sakura.

Sakura passou pelo portão de entrada, fechando o guarda-chuva. Andou pelos corredores do colégio até chegar a uma das últimas salas de aula, a do primeiro ano do Ensino Médio. Entrou e sentou-se em sua carteira, pensativa (O que vai ser do dia de hoje?).  Era o dia do aniversário de Hinata, e com ele, vinha sua festa, à noite. A turma certamente entraria em polvorosa, porque ‘A Festa da Hinata’ era sempre uma data muito esperada. Normalmente, a maioria dos casais se juntava pouco antes ou durante ela, e aí não havia quem ficasse sozinho.

Sakura ergueu-se da cadeira para ir cumprimentar Hinata, que entrava na sala cabisbaixa. Era visível sua desanimação pelo fato de Naruto não aparecer nas aulas havia uma semana.

“Hey, Hinata, bom dia!” – E falou animadamente, para tentar contagiar a amiga.

“Bom dia...” – A Hyuuga respondeu, suspirando, com a voz rouca e deprimida.

“Vamos lá, é o dia do seu aniversário, você não está feliz?”

“Bem... Sim...Não...” – Dependendo do ponto de vista, parecia indefinível.

“Eu sei porque você está mal, Hinata, mas você tem que se animar, não pode ficar assim pra sempre! Esquece um pouco o Naruto!” – Sakura logo percebeu que havia tocado no ponto fraco dela, e se arrependeu. – “Olha, faça isso por ele. Ele pode ser um baka, mas não gostaria que você ficasse assim, desanimada, neh?”

“...Tem razão.” – A amiga pode concluir que ele não gostaria.

 

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E o sinal toca, dando inicio a mais um dia de aula. Estavam todos presentes, menos o loiro, para variar. A maioria da turma teria sentido falta do seu maior animador, se não fosse pelo fato de que era o dia em que cada um analisava cada um, procurando o melhor para ficar durante a festa.

Sakura se preocupava mais com o fato de Sasuke não ter nem mesmo tocado no assunto com ela. Resolveu concentrar-se mais na aula em si, deixando para falar com ele quando voltassem para suas casas.

Entretanto, algo dentro dela a impedia de se concentrar. Não queria saber o que era. Ou talvez não quisesse admitir para si mesma, o que tanto a incomodava. Era uma sensação diferente, algo que nunca tinha sentido. Algo que tinha que esquecer.

 

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O tempo voou, como um pássaro atrasado que voa para o Sul quando chega o inverno. O último sinal liberava os alunos para voltarem para suas casas, agora livres por todo o fim de semana. Sakura foi correndo até a sala da Turma C, para encontrar Sasuke. Lá estava ele, e foram, um do lado do outro, no rumo de suas casas.

Sasuke parecia estar pensativo. (Sasuke-kun, vai me convidar para a festa ou não ?) Por algum motivo, ela não queria convida-lo. Algo a impedia. Uma força maior, mas que fazia parte de si mesma. (Estamos chegando perto da minha casa... É agora ou nunca!)

E foram se aproximando. Faltava uma quadra. Mais alguns passos. E andaram mais, em silêncio. Meia quadra. Mais passos; e mais; e mais; e, quando se deu por conta, faltavam dois passos para dar de cara na porta de casa. Sakura bloqueou todos os pensamentos, mandou a racionalidade embora, e, de uma vez só, falou soltando todo o ar dos pulmões.

“Sasuke-kun!” – Ele ia embora sem nem mesmo se despedir – “Hoje é o dia da festa de aniversário da Hinata. Nós, vamos juntos, não vamos?”

Por um momento, um milésimo de segundo, ele pareceu pensar no que responder, até mesmo confuso. Encobertou rapidamente com um sorriso cordial.

“Você me pegou. Na verdade, eu fiquei o caminho todo pensando em te convidar. É engraçado, mas não consegui falar.”

“Então foi isso?” – e deixou-se levar pelo doce sorriso do namorado.

“Que horas eu te busco?” – foi direto, mas falou de uma forma que pareceu até romântica.

“Ah... Às nove e meia pode ser?”

“Claro. Nos vemos lá.” – Sasuke tomou uma rápida iniciativa e, num piscar de olhos, já estava beijando-a, energicamente.

 

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            Sakura estava alegre. Na verdade, até um pouco boba. Arrumou-se muito bem para a festa.  (E eu até estava pensando que Sasuke-kun.... Estivesse...) – “AH, ESQUEÇA ISSO, SUA BURRA!”

“Sakura, está falando sozinha?” – a mãe espiou pela porta do quarto.

“Erhm... Não é nada, mãe, esquece...”

 

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            O pássaro do tempo voou ainda mais rápido. Eram nove horas e vinte minutos. A garota de cabelo rosa ligou para o telefone do namorado.

“Alô? Aqui é a Sakura. O Sasuke-kun está?”

“Oh sim, a menina do cabelo rosa, não é? Vou chamá-lo.”

“Okay...” – (MENINA DO CABELO ROSA? Eu sou  NAMORADA do seu filho, caramba!)

Sasuke atendeu.

“Alô, Sakura?”

“Sim, sou eu, Sasuke-kun. Você pode vir me buscar?”

“Claro, já estou saindo. Tchau.”

“Beij...” –  (Ele desligou com um “tchau”? Que grosso!)

 

Mas Sakura tratou de esquecer os pequenos mal-entendidos e foi até a porta, ficando

do lado de fora para esperar ele vir.

            O Uchiha chegou em pouco mais de cinco minutos, numa limusine branca ((preibói fiadamãe!)). O motorista saiu do carro, abrindo a porta para que ela entrasse. E lá estava Sasuke. Vestia uma camiseta preta com detalhes em branco, de manga curta, combinando com uma calça jeans.  (Lindo!) E primeira coisa que fez foi beija-lo, em seguida sentando ao seu lado.

“Vamos dançar muito essa noite, hein?”

“Haha, com certeza.” – Sakura não conseguiu identificar se ele usara um tom irônico ou alegre. Animado, não era.

 

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            Chegaram em dez minutos. A festa era ser num salão alugado, bem amplo. Faziam apenas cinco minutos que havia começado, mas a música já tocava, e em volume bem alto. Assim que entrou no salão, viu Hinata com várias garotas (e alguns garotos) em volta. Foi até lá cumprimenta-la.

"Hinata, parabéns, amiga!" ((Só eu acho que ESSE “,amiga” soa coisa de patricinha ?)) – disse, enquanto a abraçava. Hinata era a melhor amiga de Sakura, daquelas amigas para qualquer momento.

 

E não houve mais tempo para conversarem. A cada minuto, pelo menos uma pessoa

chegava. Era aquela seqüência ‘cumprimenta a aniversariante, da o presente, e vai dançar’.

            Sakura foi conversar com Temari e Tenten. Sasuke apenas seguiu-a em silêncio. Sentou-se ao lado dela e ficou olhando para as pessoas dançando, esquecendo as garotas a sua volta, que conversavam alegremente. Entretanto, “apenas por segurança”, Sakura deu uma olhadinha para o lado e viu que o namorado observava Ino dançando sozinha, e de vez em quando um sorria para o outro, maliciosamente.  (Ele é MEU, sua JABIROCA!) ((Não, eu não sei o que é Jabiroca))

“Vem, Sasuke-kun, vamos dançar!” – disse, pegando-o no braço e surpreendendo. Correu com ele até o meio da pista de dança, ‘coincidentemente’ perto de Ino.

            Dançaram muito. Sakura adorava dançar. Quando se dança, todos os problemas desaparecem num piscar de olhos. Após tocar uma música mais ‘quente’, se abraçaram. Tocaram os lábios. Depois, as línguas. E, naquele momento único que é um beijo ardente, um turbilhão de pensamentos atingiu-a. Como se a realidade à sua frente mudasse, como se tivesse sido teletransportada, se viu numa rua conhecida. Depois uma bicicleta. Foi empurrada. Um barulho de colisão. Naruto estava no chão, atirado. Depois, estavam na sala de aula. Naruto virou-se e fitou o belo rosto da garota. Sorriram. Ele se aproximava. Cada vez mais perto. ‘Sakura-chan... Eu... Eu te...’

 

            Sakura acordou do transe e interrompeu o beijo. Sasuke olhava confuso.

“Sakura... O que houve?”

“Sasuke-kun, me desculpe, mas... Eu...”

“Olhem lá!” – Uma voz desconhecida interrompeu tudo. Todos no salão olhavam para um ponto fixo. Alguns perplexos, outros alegres, outros confusos. A música parou de tocar.

 

Jazia, na entrada do salão, um rosto muito familiar.

 

Naruto caminhou firme, silenciosa e vagarosamente. Olhava diretamente para

Sakura. A garota percebeu, então, que ele vinha em sua direção.

 

            Um passo. Dois passos. Três passos. Olhava decididamente para ela. Quatro passos. Cinco passos. Seis passos. O coração dela batia como um tambor em alta velocidade. Sete passos. Oito Passos. Aquela sensação... Aquele aperto no coração, que tinha sentido o dia todo, estava mais forte do que nunca. Nove passos... Dez.

 

            Todo o lugar parecia ter parado no tempo. Só os dois podiam se mover. Estavam frente a frente. Ele chegava mais perto, devagar. Podia sentir sua respiração. Seus olhos brilhavam.

 

            Sakura fechou os olhos. Parecia que seu coração iria pular para fora do peito.

 

            A intensidade da respiração vinha calma, porém forte e decidida. Sentiu-a uma ultima vez, antes dos macios lábios tocarem sua boca. Houve o primeiro contato entre as línguas, que iniciou um beijo. Aquele beijo fez a temperatura do corpo da garota subir, até ela queimar. Abraçaram-se com força. Tornaram-se um só ser.

 

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            Aquele foi o melhor beijo da vida de Sakura. Também foi o mais forte, o que mais durou, o que mais foi correspondido. Pararam as línguas ao mesmo tempo, e desencostaram os lábios, lentamente. Afrouxaram o abraço. Ao mesmo tempo em que tudo aquilo acabou, a música voltou a tocar, a Terra voltou a girar. As pessoas agora se reuniam em grupos e fofocavam sobre a cena que acabaram de ver. ‘Sakura e Naruto se beijaram!’ Sakura acordou do sonho. Tudo estava se embaralhando em sua cabeça.

 

“Sakura-chan... Sakura-chan, eu... Eu...”

“NÃO!!” – Ela correu. Não sabia para aonde ia, mas corria, corria com toda a força em seus pés. As coisas ao seu redor já não lhe importavam mais, o caminho à sua frente estava embaçado, era só um emaranhado de cores.

 

Sentimentos que jamais sentira bombardeavam sua cabeça, que doía muito. E ela

correu mais. Não importava porque corria ou do que corria. Até que tropeçou, caindo de joelhos no chão.

            Chorou. As lágrimas lhe caiam como chuva dos olhos, borrando a maquiagem.

 

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            Já longe dali, o clima da festa era tenso. Naruto e Sasuke se encaravam, um de frente para o outro. Era possível ver a fúria possuindo o Uchiha, e seus olhos mostravam o inferno.

            Ficaram ali, se encarando. O tempo passou devagar. Era como se estivessem ali já a uma eternidade. As pessoas à volta temiam pelo que fosse acontecer. A música havia parado novamente. De longe, o DJ reclamou:

“O que é isso, pessoal? Resolvam isso lá fora, depois da festa. Não estraguem o clima do pessoal!”

“Tem razão, eu não vou gastar meu tempo com esse...” – disse Sasuke. Naruto foi caminhando para fora do salão, com a mesma firmeza com que havia entrado. Poucos ouviram Sasuke completar a frase : “... Perdedor.”

 

Poucos também viram Sasuke conversar rapidamente com um grupinho de amigos,

antes de todos saírem do salão, apressados.

 

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            Naruto andava pela rua, pensativo. Gastara todas as suas forças para fugir do hospital e ir até a festa de Hinata, com o intuito de se declarar para Sakura. Só para dizer aquela frase... Aquela frase que sempre quis dizer, desde que a viu pela primeira vez. ‘Eu te amo...’... ‘Eu te amo...’, ‘Eu te amo...’, ‘Eu te amo...’... E repetiu, dentro do seu coração: ‘Sakura-chan, eu te amo!’. Infelizmente, ele não pode dizer, porque ela fugiu. Isso o deixara confuso. Porque ela fugiu? Não tinham se beijado? O beijo fora perfeito! Naruto pode sentir que ela correspondera com tanto ou até mais amor do que ele.

            O loiro foi interrompido de seus devaneios, quando percebeu que bateu com a cabeça no peito de alguém. Olhou para cima, e viu quem era.

“Oh, Chouji! Desculpe, eu estava andando distraído e...” – Interrompeu sua fala, quando percebeu o que ocorria.

 

Estava completamente cercado. A sua frente, Chouji. Dos lados, Gaara, Lee e Neji.

E, atrás...

 

“Ora, ora! Veja só o que encontramos aqui! Um passarinho amarelo e laranja!” – E todos os que o cercavam riram. Sasuke manteve sua pose de zombeteiro.

“O que vocês querem?” – Naruto respondeu,  olhando à volta.

“Bem, vejamos... Em primeiro lugar, eu não vou com a sua cara. Em segundo lugar, olha só, você SÓ beijou a MINHA namorada! Será que eu não tenho motivos suficientes para querer ter uma pequena conversinha com você ?” – E deu um passo a frente. Os outros também, fechando um círculo perfeito – “Eu vou ser bem direto.” – estalou os dedos das mãos – “Quem meche com Uchiha Sasuke...”

 

            Naquele momento, Naruto sentiu uma dor aguda na maçã esquerda do rosto. Caiu alguns metros adiante. Assim que se levantou, sentiu que todos batiam nele. Chouji tentou dar um soco em suas costas, mas Naruto desviou. Porém, quando se abaixou, Neji e Gaara seguraram-no cada um por um braço.

 

“Quem diria, o bravo Uzumaki Naruto foi pego!” – Sasuke andou lentamente até o loiro, que se contorcia. Sasuke chegou bem perto dele, e, quando Naruto foi chutar Sasuke, Lee se abaixou e segurou-lhe as pernas.

“O que foi, não consegue se mecher? Que piada, você hein?”

 

Sasuke pegou um bastão de ferro que estava no chão. Naruto sentiu as três primeiras

batidas. A primeira foi no estômago. A segunda, no peito. A terceira, na cabeça. Depois, tudo escureceu, e ele perdeu a consciência.

 

“Quem meche com Uchiha Sasuke... Acaba MORTO!”

 

 

 

 

 

 

[Cap.: 4 – A Festa - Fim]

 


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Notas finais do capítulo

Sem dúvida o capítulo que eu mais gostei de fazer (e o que deu mais trabalho também xD)... É isso aí, e peço desculpas pela demora para pôr ele aqui.