Preocupações escrita por Wawa


Capítulo 5
Capítulo V: A Declaração


Notas iniciais do capítulo

O que acontece quando amizade e paixão entram em conflito?



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Capítulo 5 –  A Declaração

 

            Era um sábado chuvoso quando Sakura acordou. Já era tarde, quase onze horas da manhã. Ela levantou-se da cama quando percebeu que estava ainda vestindo as roupas da noite anterior.Olhou a janela e viu a chuva forte caindo lá fora. Estava cansada e desanimada.

            A noite anterior. Será que aquilo realmente aconteceu? (Será que não foi só um sonho? Será que eu não acabei dormindo e perdi a festa? O Naruto aparecendo do nada... Aquele beijo... Como eu posso ter sonhado uma coisa assim? E mesmo assim, aquilo foi surreal demais pra ter acontecido!)

            (É isso. Não aconteceu. Não pode ter acontecido! Como eu sou estúpida!)

 

            Os pensamentos de Sakura foram interrompidos por uma musiquinha familiar. Era seu celular, e percebeu que estava encima da escrivaninha (Está todo molhado! Que estranho!). Atendeu demoradamente, desanimada.

“Alô -.- ?”

“Sakura... Preciso falar com você.”

“Eh... Quem fala?”

“É a Hinata!”

“Hinata? Tudo bem com você?” – houve uma pausa na conversa, um abismo de silêncio entre as duas.

“Eu preciso falar com você. Venha aqui em casa.” – ela não falava com autoridade, mas parecia muito triste, não de forma melancólica, mas seca, quase raivosa, e Sakura jamais a vira assim.

“Sim... claro...” – Após a confirmação, Hinata desligou o telefone rapidamente.

 

(Sobre o que ela quer falar? Hinata está muito estranha...)

 

 

 

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            Pouco mais de trinta minutos mais tarde, Sakura já estava em frente à casa da amiga. A chuva batia constante em seu guarda-chuva. Tocou a campainha e esperou.

            Em pouco tempo Hinata surgiu, abrindo a porta. Mas, de repente parece que mudou de idéia e resolveu ficar do lado de fora.

“Não vamos entrar o.o’ ?”

“Não... é um assunto rápido” – Os olhos da amiga estavam vermelhos, o cabelo levemente desajeitado, mas como jamais estivera. Falava do mesmo modo como falou ao telefone, uma voz seca, quase ríspida.

“Você não está bem, amiga” – preocupou-se Sakura.

“Eu... eu... é sobre a festa” – parecia estar confusa, talvez não soubesse o que dizer.

“A festa? O que tem a festa ?” – Naquele momento, ela percebeu que saberia se tudo aquilo fora sonho ou realidade.

“Naruto-kun... Naruto-kun gosta de você...” – houve uma pausa e ela pareceu evitar as lágrimas – “Aquele beijo...”

 

E então aquele antigo aperto voltou ao coração de Sakura. A sensação de que o

coração batia mais forte quando ouvia aquele nome... A mesma sensação que quase explodiu-lhe o peito quando os dois se beijaram... àquela noite.

 

“... Você gosta dele?” – Hinata perguntou, fracamente, tentando deixar a angústia de lado – “Aquele beijo... Vo-você... Você queria ele?”

“Hinata...” – Aquele assunto também a encomodava. Mas Sakura não queria pensar naquilo. Muito menos conversar sobre. (Eu simplesmente não posso gostar dele!)  “Não, eu não queria aquele beijo. Ele não me interessa!”

“Mas você abraçou ele! Não minta pra mim!”

“Eu... Abracei?” – (Não pode ser!)

“Você sabia que eu gostava dele...” – as lágrimas caíram deliberadamente pelas maçãs do rosto dela – “Porque você fez isso? Porque?”

“Não, Hinata... Eu...” – (Eu sou uma idiota! Olha o que eu fiz!) Sakura aproximou-se da amiga para consola-la, com muita pena.

“Pensei que você fosse minha amiga... Mas... Agora Naruto-kun está no hospital por sua culpa!”

“Hinata, me desculpe... Mas a culpa não foi minha... O Gaara foi quem...”

“Não seja ridícula! Ainda vai botar a culpa em alguém que não tem nada a ver?! O Sasuke bateu nele por sua culpa!!” – Finalmente, ela explodiu, com muita raiva.

“Hein? Do que você está falando?”

“Como você pode não saber?! Naruto-kun está no hospital fazendo uma cirurgia muito arriscada!!”

“Cirurgia arriscada? Naruto... Sasuke-kun... Não pode ser!” – o namorado tinha chegado àquele nível de violência?

“Vê ? A culpa é toda sua!” – de súbito, Hinata fecha a porta. Agora chorava pesadamente, escorregando lentamente com as costas pela porta, caindo no chão, agonizando por seu amor.

“Hinata! Hinata! Abre a porta, nós precisamos conversar!”

“Saia daqui!” – respondeu, soluçando.

 

 

 

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(Cirurgia... de alto... risco... ?)

 

            Ainda sob efeito da anestesia, Naruto assistia a neblina embaçada à frente dos olhos tomar forma. Estava num cubículo branco – paredes brancas, cama branca, lençóis brancos...; e daquela brancura, surgiu uma enfermeira, que prontamente cumprimentou-o e saiu correndo do cômodo. O garoto ia tomando consciência de si, do meio e das circunstâncias (Sasuke... Aquele maldito!...).

“Vou dar cabo daquele desgraçado, agora mesmo!” – disse a figura, se sentando, pronto para levantar da cama; entretanto, sentiu dores tão fortes na cabeça e no peito, que despencou na cama novamente. Percebeu que estava todo enfaixado, da cintura para cima exceto os braços.

Neste momento, volta a enfermeira com um médico.

“Desculpe, Uzumaki-san, mas, apesar de a cirurgia ter sido um sucesso, é necessário pelo menos uma semana de repouso, até que seu corpo se acostume.”

“Hein? Mas eu não posso ficar todo esse tempo!” – e se lembrou de Sakura. Mais do que qualquer vigança, seu amor por ela  pulsava o coração de dúvidas, anseios, felicidades e dores. Ele havia beijado Sakura; e que momento maravilhoso fora aquele!; foi tão à fundo naquele minuto, que já não ouvia o médico e a enfermeira. Não se deu por conta de que já dormia.

 

 

 

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            Sakura voltara para casa, pois Hinata não quis mais responder nada que dissesse. Agora, quem dava lugar às lagrimas e lamentos era a menina de olhos verdes; encolhida na cama, ao som da chuva lá fora, ela sofria daquele turbilhão de sentimentos – dúvida, pena, arrependimento... a atração indubitável que sentia pelo amado de sua amiga era ao mesmo tempo causa e conseqüência disso (Quem eu amo? Quem eu devo amar? Quem eu NÃO devo amar? A culpa foi mesmo minha por Sasuke-kun ter batido no Naruto...; Eu feri os sentimentos de todos à minha volta, e fui egoísta...).

            Ficou ali pensando o dia todo, até concluir que deveria visitar o menino loiro no hospital e dar um basta nisso – pelo bem de todos. Ligou para muitos amigos de Naruto, até conseguir  descobrir onde estava internado. Quem encontrou Naruto no chão, todo ensangüentado e desmaiado, foi seu grande amigo Kiba, que se preocupou após ver o ocorrido na festa, indo atrás dele quinze minutos depois.

            Sakura foi à pé até o Hikari Hospital. Ela tinha de salvar a si mesma.

 

 

 

 

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“Sakura-chan, me dê essa chance, e eu provarei que sou aquele que a fará feliz, para a eternidade...”

“Oh, sim, Naruto-kun...”

“Sakura-chan, eu...”

“...Tee amm...” – todo aquele cenário romântico se desfez à sua frente, quando o menino acordou – “Ah, não acredito que vou ter de ficar aqui por uma semana! Isso é tortura chinesa! Meus sonhos vão me matar de ansiedade!”

(Sakura-chan, eu preciso sair daqui, pra dizer o quanto eu te amo...)

 

            E, foi neste momento que a porta foi aberta. Mas que importa se foi aberta!; ele encheu a face de esperança assim que percebeu quem a abriu.

 

            “Sakura-chan! Sakura-chan! Que saudades!”

            “...” – a garota parou na porta, a fita-lo (vou ser rápida, direta; dou um basta neste bobo, e não lhe causarei mais problemas).

            “Oooi, Sakura-chan! Não vai nem me dar bom-dia?”

            “Naruto... Já são 18:20 ¬¬’ ”

            “Certo, certo... E aí, como você está?”

            “Eu...” – (Incisiva e direta, incisiva e direta, incisiva e direta!!!) – “...preciso falar algo muito sério com você”.

            “Algo sério?” – apaixonado, o Uzumaki só pode ver uma possibilidade: (ela também me ama! Estou vivendo um sonho!!).

            “Naruto... Eu quero... Eu quero que você...” – (isso! Que ele te esqueça! Para todo o sempre! Ou ele vai se machucar mais...) – “...me...”

            “Sakura-chan, você... quer ficar comigo?” – com uma pontada no peito, como se o coração tivesse sido sugado, ele faz a pergunta decisiva, antes que não consiga mais falar. De súbito, com todas as suas energias, o loiro levanta-se da cama, se dirige à amada num só fôlego...

 

“Sakura... Eu quero que você saiba que eu te amo!”

 

            Eles se aproximam, centímetro a centímetro, não resistindo ao olhar a que tanto desejam; agora, podem sentir a respiração um do outro; Sakura pode ouvir as batidas do coração dele, ele as dela; deram as mãos, entrelaçaram os braços em abraço. Numa sincronia de toques, os lábios se vêem e apaixonam, se fundindo no prazer de um beijo – e então, os amantes sentem o mesmo fogo que ardeu na noite anterior.

 

 

 

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            Hinata estava muito preocupada com seu amado; trazia consigo um sanduíche preparado com todo o carinho (Naruto-kun vai ficar feliz e se curar mais rápido se se alimentar bem...). Levava também flores – as mais belas rosas que pudera encontrar. Com calma, saiu do elevador e se dirigiu até o final do corredor, dobrando à esquerda.  No terceiro quarto seguido, de número 412, parou à porta. Abriu-a vagarosamente. Quando viu o que ocorria no quarto, gemeu de dor, o coração quase paralisando; depois, vieram as lágrimas; a desilusão foi forte demais, e o mundo às suas costas fez com que a Hyuuga desabasse.

            Ela viu Naruto e Sakura se beijando novamente.

           

Cap.: 5 – A Declaração - Fim


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