Cold Eyes escrita por Van_Michaelis


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo! Eu devo avisar que minhas fics serão atualizadas de duas em duas semanas, e sempre domingo ou sábado, certo? É que a escola está um horror, ando estudando tanto que acho que vou morrer, sinto muito, quando eu encontrar uma brecha, prometo que postarei mais rápido. Mas por enquanto terá de ser assim.



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Richard, ainda não acreditando no que seus olhos teimavam em dizer que estava acontecendo, voltou a se aproximar da porta, batendo com força na madeira escura. Lá dentro, Phillip imediatamente soltou Nicholas, triste pelo único beijo que haviam trocado ter sido interrompido dessa forma.

–Entre- a voz do príncipe comandou, irritado com a interrupção.

–Majestade, seus assistentes o procuram, pediram para avisar que está na hora de regressar a Londres. – o professor despejou tudo de uma vez, sentindo o olhar assassino do outro sobre si. Olhar que mudou para tristeza com essas palavras.

–É sempre dessa forma.- Phillip suspirou.- nunca posso passar muito tempo aqui. E seguramente não poderia voltar por um bom tempo depois do meu casamento...Nick...alguma chance de seu pai deixa-lo comparecer a corte nesse dia?

O primo fez que não com a cabeça, confirmando seus temores. Agora que iria se casar, seria muito difícil para ver seu amado novamente, já que o mais novo não podia sair da mansão de seu pai. Talvez fosse melhor segui com o que Nick lhe dissera, se preocupar com as questões relativas ao reino e tentar esquecer esse amor que, de qualquer forma, nunca fora recíproco, por mais que tivesse tentado de tudo para conquistar seu primo.

–Adeus, Nick. Assim que eu pude, virei te visitar novamente.- falou, dando um sorriso triste e saindo da sala de estudos, descendo as escadas, onde seus assessores o aguardavam junto a carruagem real.

Richard começou a ajeitar a sala, guardando os livros que haviam utilizado nas estantes, tentando não deixar seu nervosismo transparecer. Mas na sua mente, ele só conseguia pensar na situação estranha que havia visto. Significaria então que o futuro rei tinha um caso com seu primo?

–Você, viu, não viu?- a voz calma de Nick lhe tirou de seus devaneios e preocupações.

–Vi? O que?- falou, tentando se fazer de desentendido.

–O beijo, é claro. Não se preocupe com isso. Não se trata de nada importante. – continuou, falando tão casualmente quanto se estivesse falando sobre o tempo ou algum outro assunto tão trivial.

–Ah...bem...- o professor não podia deixar de demonstrar sua curiosidade, não quando o próprio garoto admitira a ocorrência daquele beijo. – desculpe, não queria invadir a privacidade de vocês... mas...qual é sua relação com o príncipe?- curiosidade é algo tenso.

–Eu não tenho nada com ele.- Nicholas falou, sem nenhuma preocupação na voz.- Phillip sempre me diz que me ama, mas eu nunca sentia nada por ele. Esse beijo foi só um consolo. Afinal, ele não pode continuar fazendo o que faz.

–Fazendo o que?

–É irresponsável. Ele sempre fica deixando seus deveres de lado para vim me visitar. Devia estar se preparando para seu casamento e sua coroação daqui a alguns anos. Há muito a se fazer.

–É um bom ponto de vista, mas é realmente difícil quando se ama alguém, ficar longe dessa pessoa.

–Eu não sei- a voz de Nick saia baixa e pensativa.- eu nunca amei ninguém.

–É por isso, Nicholas. Você ainda é novo demais. Com certeza um dia vai se apaixonar. – Richard falou, sorrindo ante a inexperiência de seu pequeno aluno. – o amor e as coisas que somos capazes de fazer por causa dele...bem, um dia você vai entender isso. É algo que nos controla, nos faz agir como não agiríamos normalmente, e faz sofrer tanto quanto nos faz alegre.

– Preso aqui, quem eu teria para amar? As empregadas são todas muito mais velhas do que eu. Não tenho amigos da minha idade. E na verdade, prefiro isso. Não sei se toda essa coisa me agrada.

–Como assim?- o mais velho estava muito interessado na visão de mundo do garoto. Aquela criança era interessante. A maturidade de Nick, contrastava imensamente com sua aparência ainda um pouco infantil, sua beleza e seu jeito delicado e um tanto andrógeno. As vezes, ele parecia um adulto num corpo de criança, em outras, deixava claro a idade que possuía.

E isso atraia Richard. De uma forma que ele não sabia explicar. Queria saber mais sobre aquele menino, entende-lo melhor, conversar sobre seus pensamentos, suas vontades, seus sonhos, enfim, queria pode mergulhar em meio ao desconhecido e fascínio que Nicholas lhe causava.

–Amar alguém implica em baixar sua guarda. – o garoto falou, um pouco pensativo. -Significa deixar seu coração ser controlado por outra pessoa, ter sua felicidade na mão de outro. Não é lógico, não é racional...e eu não gosto de coisas que não possam se explicadas racionalmente. Não gosto de coisas que implicam em envolvimento profundo com outra pessoa. Se temos um pensamento evoluído como seres humanos, porque não podemos agir de acordo com a razão?

–Entendo. Mas é fato de que o ser humano não é apenas racional. Temos muito de impulsivos, de agir de acordo com nossos desejos e não pensando cuidadosamente.

–Não eu.- o menino retrucou, dando aquela conversa por encerrada e saindo da sala de estudos, indo para seu quarto e deitando pensativo na cama. Essa era uma das coisas que por mais que ele tentasse usar seu cérebro para compreender, não conseguia. Talvez o professor estivesse certo, e só fosse possível de se entender o amor ao se vivenciar.


XXX


Naquele sábado, Richard não teria de aulas para Nicholas. Por isso mesmo, não sabia o que fazer. Seria um desperdício ir até Londres, era uma longa viagem e segunda-feira teria de trabalhar. Melhor ficar ali, mesmo que não tivesse nada interessante para fazer. Moravam no meio do mato! Todas as terras quilômetros ao redor pertenciam a família Heagraves. A maior parte delas era cobertas por um grande bosque que escondia completamente a mansão dos olhos alheios.

Suspirou. O emprego era bom, o salário ótimo e já podia dizer que gostava de conviver e conversar com seu aluno. Mas sentia falta da vida da cidade grande, da bagunça dos mercados de Londres, de seus amigos e de sua família.

Resoluto, resolveu ir até a biblioteca, havia uma grande variedade de livros ali e ele poderia encontrar algum bom para ler.

Ao entrar no amplo recinto, encontrou Nick deitado no chão, rodeado de grossos volumes e lendo concentrado. Sorriu, pensando como o garoto era fofo. Com certeza, faria sucesso se quando crescesse começasse a fazer parte dos bailes da sociedade. A beleza que possuía com certeza iria crescer com o tempo.

– Richard?- O menino se virou, vendo o professor parado na frente da porta de entrada da biblioteca, logo depois das escadas. – procurando algo para ler?

–Sim. Bem, não podemos dizer que há muitas coisas para se fazer aqui. – sorriu, no que foi acompanhado pelo outro.

–Realmente.

–Eu não entendo como você consegue aguentar ficar aqui o tempo todo, sem nunca ter saído dessa mansão.- falou, sentando no chão ao lado do garoto.

Nick pensou um pouco. No fim não viu porque não contar a verdade toda ao seu professor. Afinal, ele se pensava no mais velho como um bom amigo...o único que tinha, aliais.

–Há um motivo para meu pai me manter aqui. Eu não sei de tudo, mas a parte que sei posso te mostrar.





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Notas finais do capítulo

Bem, no próximo capitulo, o professor vai descobrir tudo sobre os estranhos poderes de Nick, e a relação deles vai ficar um pouco mais profunda...ao mesmo tempo em que alguns acontecimentos que futuramente serão importantes para a historia.