Cold Eyes escrita por Van_Michaelis


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Agora a historia toma seu rumo. Espero que gostem desse capitulo, me esforcei para atualizar as fics rápido, mas está meio complicada minha vida agora, primeiro minha irmã e agora tem também a mudança atrapalhando, mas tentarei não demorar aqui no nyah.



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“Sob a luz da lua cheia, o sangue tingia aquela cena de um suave tom de carmim. Seu corpo tremia, suas mãos cobertas pela substancia pegajosa. E de alguma forma, ele sentia que aquilo ainda não havia acabado.Algo maior estava por vir”

Nicholas abriu os olhos pesadamente, sentando com dificuldade no chão. Seu corpo doía pelo lugar pouco confortável aonde adormecera, o piso de madeira da biblioteca de sua casa, rodeado pelos livros que lia.

Suspirando, tentou se lembrar do sonho que tivera, mas apenas poucas e desconexas imagens vieram a sua mente. Sabia que poderia ser importante, provavelmente era mais um de seus sonhos premonitórios, algo que para ele já era comum. Desde sempre, ele costumava ter esse tipo de sonho. Às vezes, sonhava e previa coisas sem importância, como o que comeria no almoço, pacotes entregues pelo correio...mas chegara a prever  a morte do antigo jardineiro da mansão, que morrera quando o menino tinha seis anos.

Sem animo, recolheu os grossos volumes que estavam espalhado ao seu redor. Bem ao longe, podia ouvir o barulho de uma carruagem que se aproximava cada vez mais da construção. Finalmente iria conhecer seu novo professor, pensou. Seu olhar desviou-se para um grande quadro que ocupava quase toda uma parede. Nele, retratada de modo suave e , segundo seu pai, extremamente fiel, estava sua mãe, Elisabeth.  Uma pele clara, pálida, cabelos negros lisos e compridos emolduravam um belo rosto. Os olhos escuros tinha um brilho diferente, pareciam esconder muitos segredos e sua boca, pequena e rosada, se abria em um sorriso enigmático. Era uma mulher bela como poucas conseguiam ser. E, olhando para ela, o garoto conseguia reconhecer vários de seus próprios traços.

Nick sabia que Ângela lhe amava e cuidava dele como um filho, mas não podia evitar desejar saber um pouco mais sobre sua verdadeira mãe. Seu pai raramente falava a respeito de Elisabeth, e quando questionado, apenas respondia a mesma coisa, que a conhecera de um modo inusitado e que as famílias de ambos eram contra o relacionamento. Mas se amavam tanto que não hesitaram em viver esse amor proibido. Nessas horas, os olhos de Edward assumiam um ar nostálgico e entristecido. E Nicholas se sentia perdido...era apenas isso que sua mãe significava em sua vida: apenas um nome e um rosto conhecido através de quadros.

A carruagem finalmente se tornou visível saindo do bosque que rodava a casa. O garoto se sentou no parapeito da janela, esperando sua chegada. Apesar de não querer, estava um pouco interessando em conhecer esse novo professor. Soubera que ele estava vindo de Londres, um lugar que fervilhava de gente e emoção. Ele tinha consciência de que provavelmente nunca sairia daquela mansão, mas sua mente e seu coração estavam cansados de viver entre aquelas paredes. Queria ver o mundo, descobrir os lugares que conhecia apenas através dos livros que lia...

Balançou a cabeça, espantando os sonhos e voltando a pensar de maneira pratica. Sonhos impossíveis assim existiam apenas para trazer sofrimento. Não lhe traria bem algum ficar divagando tanto.

XXX

Richard suspirou de alivio, quando a carruagem finalmente chegou a seu destino. Da estação da cidade mais próxima até a mansão eram duas horas para chegar. Achou que acabaria morrendo de tédio vendo apenas arvores e grama. Já começava a pensar se aceitar aquele emprego fora realmente uma boa idéia.

Olhou impressionado para a ampla mansão. Era uma construção solida, mas de linhas suaves e angulosas, tingida de um belo tom lilás. Ao redor, um jardim repleto de flores e um belo laguinho circundado por uma ponte. O tipo de lugar que já denunciava o poder aquisitivo de quem morava ali. Mas não deixou de se perguntar o porquê de o Duque Heagraves preferir morar ali, tão longe de tudo e todos se tinha dinheiro mais que suficiente para viver na corte, era de domínio publico que o Duque tinha um parentesco direito com a família real e muitas vezes era encarregado de missões diplomáticas importantes pelo rei.  Seus três filhos nunca haviam sidos vistos em publico e sua nova esposa também raramente saia de casa. Por que, se questionava...

-Você deve ser Richard Nichijou , o novo professor. – uma voz suave o tirou de seus devaneios. Uma linda mulher de longos cabelos loiros vinha ao seu encontro, elegantemente vestida. – eu sou Ângela. Meu marido não se encontra em casa hoje, mas me disse que foste imensamente recomendado pelos professores de Oxford. Por favor, venha comigo, o Robert levará suas bagagens.

Por dentro, a mansão apenas confirmava seu luxo, sendo muito bem decorada e ostentosa, mas sem chegar ao mau gosto. Logo se via que milhões de libras haviam sido desperdiçadas ali. E suas observações foram mais uma vez interrompidas, dessa vez por duas meninas que vieram correndo, descendo as escadas e dando gritinhos de alegria.

- Anne! Melody! – Ângela olhou desgostosa para as filhas. – quantas vezes pedir para que não corressem? Damas não devem correr em casa! -As garotinhas, ambas sorridentes e bem vestidas, rapidamente vieram até os dois, lançando olhares curiosos para o homem desconhecido que ali estava. – estas são minhas filhas. Queridas, esse é Richard Nichijou. O novo professor do Nick. Agora vão para o jardim, a Mary vai ensiná-las a plantar rosas hoje.

As duas saíram por uma porta lateral, ainda com risadinhas. Richard não pode deixar de notar que eram lindas meninas, bem parecidas com a mãe, apesar de parecerem bem molecas.

Ângela continuou guiando o jovem até o quarto que seria dele, um aposento grande e belo, com uma sacada e janelas que davam para o mar, distante cerca de dois quilômetros da mansão.  Era um belo lugar para se viver, ele não pode deixar de notar.

-Podes descansar até a hora do jantar, a viagem de Londres deve ter sido cansativa.

-Obrigado, mas antes eu gostaria de conhecer meu aluno. E preciso saber como está seu nível de aprendizado. – tinha certeza de que se depararia com mais um jovem nobre orgulhoso e arrogante, como seus colegas no colégio e faculdade. Um bando de filhinhos de papai. E, no caso dos filhos de Edward Heagraves, mesmo tendo mães diferentes, como todos sabiam, seus filhos eram todos legítimos, visto estar viúvo quando se casou novamente com Ângela Marselhes, filha mais nova de um importante conde.

-Nick nessa hora do dia costuma está na biblioteca. – ela concordou.- o levarei até lá se é seu desejo.

E se para Richard a própria casa já havia sido impressionante, a biblioteca era um visão ainda mais bela. Ocupando tudo o terceiro e ultimo andar, era repleta de estantes recheadas, livros sobre todos os assuntos e poltronas estrategicamente colocadas para tomar a leitura confortável. E seus olhos rapidamente foram capturados por um belo quadro.

-Ah, está é a primeira esposa de meu marido e mãe de Nick. Seu nome era Elisabeth. – Ângela sorriu, notando o olhar fixo que o professor lançava para a pintura. –ela era tão linda que nem parece humana, não? Nick tem sorte por ter herdado grande parte dessa beleza. Bem, ele não está por aqui...isso é estranho...

-Estou aqui, mãe.- um voz calma se fez presente, e Nicholas entrou a passos lentos na biblioteca.  Richard não pode deixar de notar que sim, era um garoto realmente belo, com uma beleza que, como tão bem colocara Ângela, não parecia humana...


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Notas finais do capítulo

Fim do capitulo! Neste, mais um pouco sobre Nick, mas o tão esperado encontro entre os dois só no próximo capitulo, viu pessoal? E será divertido, prometo! Logo devo postar!