Pela janela da biblioteca Nicholas podia ver a carruagem que se afastava, levando sua família para a cidade vizinha, aonde pegariam um trem e seguiriam para Londres, para o casamento de Phillip. E ele ficaria ali na mansão, praticamente sozinho com seu professor, se desconsiderasse a existência de Mary...

A garota, aliais, era quem estava mais indignada com o fato de não poder ir. Ela não sabia que na verdade era uma filha bastarda do rei, e que por isso não podia aparecer na cerimônia. Portanto, estava chateada demais. E fez um verdadeiro escândalo para provar seu desagrado.

- Richard- Nick não pode deixar de sorrir ao ver o professor parado na porta, com um ar cansado.- conseguiu fazer com que ela parasse de chorar e espernear?

-Não.- suspirou.- eu já não sei mais o que fazer...ela simplesmente está irredutível!

-Mary sempre foi assim, mesmo sendo uma menina tão fofa e comportada, tem a realeza dentro de si mesmo sem saber quem é de verdade. Eu irei falar com ela, ver se consigo acalma-la...

O moreno encontrou a garota sentada em um dos degraus da pequena escada que levava a porta de entrada da mansão, completamente emburrada, segurando com força um bichinho de pelúcia. Nem mesmo a neve fina que caia parecia se o suficiente para fazê-la desfazer a carranca. 

-Nick...- a menina  tinha lagrimas em seus belos olhos azuis.

-Mary, você não está se comportando como uma dama. Esqueceu de tudo que vem aprendendo esses últimos anos?- censurou.

-Mas...mas eu quero ir! Por que só nós dois tivemos que ficar em casa?

-Olha...você ainda vai entender o porque. Tem muitas coisas que nós não sabemos, Mary...somos apenas crianças, não é? – sorriu.- além disso, mamãe sempre diz que esses eventos da coroa são entediantes...só um monte de nobre nojento amontoado.  Ficamos melhor aqui em casa mesmo.

Depois de muito conversar, Nick conseguiu convencer a garota, mas teve de passar o resto da tarde brincando com ela para que Mary se conformasse em ficar. Quando enfim a noite chegou e ele pode se libertar e ir jantar e tomar um banho, estava prestes a gritar de alegria. Ele já não gostava muito de brincar, ainda mais de casinha com bonecas...

Depois de sair do banheiro , espalhando o vapor pelo seu quarto, Nicholas vestiu um pijama quentinho. Era a hora que ele normalmente ia dormir, mas sem seus pais por perto, ele se sentia bem tentado a uma mudança de rotina...

Sorrindo, saiu do quarto e rumou para o de Richard, verificando que Mary já havia se recolhido como de costume. Pelo menos isso, não teria perigo de ser sequestrado para novas brincadeiras.

- Richard?- o professor estava sentado na cama, lendo um livro e sorriu carinhoso quando o aluno entrou, trancando a porta logo depois de passar.

-Oi, Nick. Ainda não foi dormir?

-Eu quero dormir com você hoje. – o pequeno falou, subindo no colchão. – Posso?- pediu, fazendo o mais velho corar pelos pensamentos nada castos que passaram pela sua cabeça. Mas como não pensar nada erótico quando o aquele garoto tão lindo deitava ao seu lado e lhe fitava com aqueles olhos negros e profundos?

 Recriminou-se por ter esse tipo de pensamento. Por mais que Nicholas fosse bem mais maduro e responsável que as pessoas de sua idade, ainda era uma criança de apenas 14 anos! Mas não podia evitar...não podia...

-Nick...melhor dormir na sua cama mesmo.- falou, evitando olhar para o pequeno.

-Por que? Meus pais não estão em casa, nem vão saber...- céus! A cada frase do garoto o estado de Richard só piorava. Foi preciso respirar fundo para se controlar.

-É que....bem...- ele se atrapalhava todo, tentando encontrar uma desculpa para convencer o outro a ir embora, sem que fosse preciso dizer nada sobre o que realmente lhe preocupava.  Mas no fim, não teve coragem de negar mais.- está bem...pode ficar.

 O mais novo sorriu, deitando a cabeço no colo do professor. Ficaram conversando um pouco antes que Nicholas adormecesse. E para o maior, aquela foi uma noite difícil...muito difícil...

Os dias foram passando. O inverno vinha com força, e logo a neve acumulada mal deixava que abrissem a porta, e de qualquer forma, estava frio demais para aguentarem ficar no ar gelado. Graças à neve, a comunição havia sido cortada, e as ultimas noticias que haviam tido é que devido à nevasca os pais de Nick não poderiam voltar de Londres até o fim do mês.

Como tinham aquecimento e comida suficiente para pelo menos uns três meses, Richard não se preocupou muito com isso. O único problema que estava tendo era que o garoto fazia questão de ir dormir em sua cama todos os dias, e estava cada vez mais difícil para ele se controlar.

Aquela seria a quarta noite consecutiva que ele teria de suportar...que teria de tentar dormir tendo o corpo do menor praticamente colado ao seu, sentindo o cheiro suave que dele desprendia...

Quando entrou em seu quarto, Nick já estava deitado em sua cama, usando um quentinho pijama vinho. Sentiu seu baixo ventre reagir imediatamente a essa visão. Droga...mas uma noite mal dormida para sua lista...pelo jeito ia ser assim até a volta do duque e da esposa.

-Você demorou a vir, Richard.- o garoto chegou um pouco mais para trás, deixando espaço para que ele deitasse.

-A água estava quente e hoje está frio, mesmo com o aquecimento. Foi difícil de sair dali.- riu, envolvendo o pequeno em seus braços. O corpo do menino estava quente e cheirava a shampoo de morango.

Nicholas sorriu, puxando o professor mais para perto. O maior não aguentou e roubou um beijo do garoto, adorava sentir aqueles lábios tão macios, o gosto daquela boca era simplesmente delicioso...Suas línguas duelavam, os corpos começavam a se roçar, e quanto mais aquele ósculo se aprofundava, mais para longe do bom sensor o mais velho caminhava...

-Hnm...- Nicholas gemeu ao sentir os lábios de Richard deslizando para seu pescoço, aonde ele passou a lamber lentamente, mordiscando e sugando a pele macia como seda. Uma sensação completamente nova tomava conta de seu ser...Aquilo era bom...tão bom...

Nessa hora, as mãos do professor já adentravam a camisa do pijama que o menor usava, em busca de tomar e sentir mais daquela pele acetinada, nunca antes sentira algo tão macio, tão delicioso ao toque...lentamente, ele desabotoava botão por botão, expondo o tronco magro e ainda infantil do moreninho.

-Nicholas...-murmurou, prendendo-o em mais um beijo afoito, necessitado, em que uma de suas mãos descia e apertava a coxa do garoto, enquanto com a outra puxava-o  ainda mais contra si.

O menor apenas fechava os olhos e retribuía a todos aqueles carinhos, tinha uma certa ideia do que estava acontecendo devido a algumas leituras que já fizera, mas não imaginava como poderiam fazer algo do tipo, afinal, eram dois homens, não? E nos livros, acontecia sempre entre um homem e uma mulher...

Richard cada vez mais se distanciava de seu controle, ansioso por mais de Nick...por sentir mais do menino que tanto amava. Mas ao ouvir um gemido mais alto escapando dos lábios rosados do outro, se deu conta do que estava fazendo, e se afastou depressa, ofegante.

Nick abriu os olhos ao sentir o corpo maior se afastar do seu. Fitou confuso o professor, sem entender por que ele parara de tocá-lo. Será...que ele tinha feito algo errado...algo que não agradara ao seu amante?

- Me desculpe.- falou, respirando fundo, era difícil de tentar se acalmar. Principalmente quando se sentia tão excitado e ansioso para continuar.- é melhor irmos dormir.

-Não estou com sono...- o menor respondeu, puxando o professor para perto de novo.- eu...eu...- corou, não tinha coragem de dizer que queria continuar com aquelas caricias, então fechou seus olhos com força e beijou delicadamente os lábios do maior.

Esse pequeno toque foi o suficiente para que Richard se descontrolasse de novo, abandonando toda a sua racionalidade, abraçando o garoto, aprofundando o beijo e tomando todo o fôlego do menor. Deixou que seus lábios deslizassem pelo corpo menor, seguindo do pescoço para o peito nu, deixando beijos, mordidas e marcas por onde passava, apenas degustando aquele sabor inebriante.

Chegou ao mamilo rosado, tomando um deles em seus lábios e apertando carinhosamente o outro, sendo agraciado pelos gemidos e pelo corpo de Nick, que se contorcia completamente imerso em prazer...o garoto nunca havia sentido nada assim antes e se perdia cada vez mais naqueles toques...naquele carinho...

-Hnm... Richard...- gemia, tremendo. Por que aquilo era tão bom?

O professor continuava com suas caricias, adorando ver o estado ao aluno: o rosto corado, os olhos semicerrados, o peito subindo e descendo, respirando pesadamente...tão lindo...tão adorável...

Sorriu, o garoto estava nitidamente excitado, e isso era visível. Chegou ao baixo ventre do menor, retirando com cuidado a calça e a roupa de baixo que ele vestia.Pegou em suas mãos aquele membro, sentindo-o. Acariciou toda a extensão, vendo o pequeno se contorcer ainda mais. Satisfeito, inclinou-se, cedendo mordidas pela coxa macia, descendo mais, e tomando aquela ereção com seus lábios.

-Ah...ah...- os gemidos iam cada vez mais alto. Nicholas estava cada vez mais envolvido naquilo...não queria parar de jeito nenhum....era bom demais...

Sugava e lambia lentamente, fazendo questão de aumentar as caricias ao ponto de quase fazer Nick gozar, para então voltar a sugar de forma lenta, provocando-o. Depois de alguns minutos, parou o que fazia e levou seus dedos os próprios lábios, lambendo-os, deixando-os bem molhados. Depois, um de seus dedos deslizou furtivamente para a entrada rosada do menor, contornando-a, e adentrando aquele pequeno espaço com cuidado, se preparando para parar com tudo ao menor sinal de sofrimento por parte do menino.

Nick sentiu aquela invasão, sentindo um pouco de dor, mas nada que não pudesse suportar. Para distraí-lo, Richard capturou os lábios rosados mais uma vez. Concentrado naquele beijo, o garoto mal sentiu quando mais dois dedos adentraram sua pequena entrada, apenas uma dor fina, que foi desaparecendo e deixando somente um novo tipo de prazer.

Para o professor, aquilo era uma verdadeira visão dos deuses. O aluno tinha os olhos semicerrados, as bochechas coradas, os lábios rosados um pouco inchados pelos intensos beijos, o pequeno corpo ligeiramente marcado...tentador....tão tentador! Era simplesmente irresistível!

-Eu irei entrar. Se doer me avise, certo?- o mais velho falou, beijando com delicadeza a testa do menor, e começando a penetra-lo lentamente.

 Nicholas se retesou, a dor que sentira era imensa. Sentia como se estivesse sendo partido ao meio, e não conseguiu impedir que as lagrimas aflorarem em seus olhos escuros. Doía muito.

-Nick...- o maior se sentiu mal por estar causando tanto sofrimento ao seu amado. – eu...acho melhor pararmos com isso...

-Não...- o garoto envolveu com carinho o pescoço do mais velho, puxando-o mais contra si. Era fato que estava doendo e muito mesmo, mas ele não queria parar...

Richard esperou um pouco, para que aquele pequeno corpo se acostumasse com aquela invasão. Quando percebeu que Nick já estava mais calmo, começou a se mover. As estocadas se iniciaram de maneira lenta e cuidadosa, e o mais velho prestava atenção a todas as expressões do pequeno, com medo de machuca-lo. Porém, a dor que o garoto sentia já estava a muito esquecida.

O menor gemia e se contorcia, agarrando com força o lençol da cama, como se assim pudesse controlar um pouco todo o prazer que tomava conta de seu corpo, com se assim pudesse evitar que aquelas  sensações tomassem contam de si...Não conseguia pensar, nem mesmo conjugar uma simples frase, apenas gemidos cada vez mais altos e dengosos escapavam de seus lábios.

O professor já se movia com mais rapidez, cada vez as estocadas se tornavam mais fortes. Estar dentro de Nicholas lhe tirava toda a sanidade, aquele canal aveludado lhe recebia tão bem, e o prazer que ele sentia não poderia ser comparado... 

O menino não conseguiu aguentar quando o maior começou a lhe masturbar o mesmo ritmo que o penetrava. Rapidamente se desfez nas mãos de Richard, que sentiu o interior do corpo de Nick, já naturalmente apertado, se retesar ainda mais, e não demorou mais que três estocadas para preenchê-lo com o fruto de seu prazer.

Ambos se olharam, seus lábios se prendendo em mais um longo e profundo beijo, enquanto se perdiam cada vez mais um nos braços do outro...