Ensaio Sobre A Vida escrita por kunquat


Capítulo 3
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Notas iniciais do capítulo

Sim, eu não consigo escrever capítulos grandes, eles me incomodam asuhsa...
Outra coisa, eu vou entrar de férias e talvez não consiga colocar mais capítulos aqui até fevereiro, então, só resta-me pedir desculpas... farei o possível, mas não prometo nada.



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Toquei a campainha e esperei Helena vir abrir a porta. Ela estava linda. Seus cabelos pretos ondulados caiam pelos ombros, e seu vestido floreado marcava bem o corpo.  O único problema era o chinelo branco. Eu não gostava de chinelos.

- Gostou do modelito? – Lena falava enquanto abria o portão para mim.

- Fora o chinelo tu estás linda. – Respondi dando-lhe um beijo na bochecha

- Ah para, com esse calor tu quer que eu fique de tênis em casa? Vai te catar.

Rimos e caminhamos juntos até a sua cozinha. A casa de Lena era perfeita. No quintal havia muitas plantas diferentes, dando um ar exótico, e, dentro da casa, havia muitos quadros, que davam um ar nobre às peças. Sentei-me em uma das cadeiras e Lena me estendeu um copo de água que eu apoiei sobre a mesa.

 - Conte-me seus problemas Fernando. – Disse ela com um tom sério enquanto se sentava na cadeira de madeira.

- Lembras que há alguns meses eu te disse que eu estava gostando de alguém?

- Sim.

- Bem, é que... – Fiz uma pausa.

- É que? – Disse ela tentando me ajudar

- Ai, é que é difícil de falar.

- Faz assim, não pensa, só falta.

- É que... – Respirei fundo. – Não é de uma guria que eu estou gostando.

- Tá gostando de algum guri lá da sala?

- Pois é. – Fiz uma pausa. – Eu estou gostando do Mika.

- Ai Fê. – Não soube identificar o que ela sentia, se era tristeza, preocupação ou se ela se assustou.

- Achei que tu ias ficar mais surpresa com o fato de eu ser gay.

- Não, fico feliz por tu dividires isso comigo, eu só não sei o que te dizer quanto ao Mika.

- Eu sei que eu mal falo com ele, mas mesmo assim, ele continua me cativando, alimentando minha razão para viver.

- Fê, eu sei que isso é muito chato de falar, mas como amiga eu realmente tenho que te dizer isso. Tu sabes que ele acabou de terminar com uma garota né?

- Sim, mais um motivo para eu continuar acreditando.

- Ele vai continuar vivendo, mas com garotas.

- Nada é impossível Lena.

- Desculpa Fê, mas o histórico dele não mostra que ele seja. - Não respondi, fiquei olhando para o copo de água, sem expressão. – Eu sei que eu não devia quebrar essa ilusão tua, mas por que tu não tentas te aproximar dele? Digo, com intenção de ser amigo, sabe?

- Mas não é isso que eu quero Lena.

- Mas tudo começa com uma amizade. Quase tudo.

- O que eu faço da minha vida? – Atirei minha cabeça sob meus braços em cima da mesa.

- Dá um tempo ao tempo. Vive a tua vida, para de pensar nele.

- Acho que vou convidá-lo para ir ao Mcdonalds.

- Mas tu também provocas né. – Lena me jogou uma bolacha ao terminar a frase. Não sei da onde ela surgiu.

- Ai, tá, desculpa. – Dei uma risada.

- Mas então, sabia que...

Lena e eu começamos a fofocar sobre a vida alheia. Os podres do colégio, quem estava com quem, quem havia sido pego com maconha no banheiro do colégio, estas coisas. Ficamos discutindo sobre assuntos aleatórios por algumas horas, até eu me tocar que já estava tarde e eu precisava ir embora.

Despedi-me de Lena e caminhei para casa. Confesso que não era tão longe, mas a preguiça fazia o percurso parecer mais longo do que o normal. A rua pela qual eu caminhava era cercada por árvores antigas e cheia de folhas verdes. Esta visão sempre fazia eu me recordar de minha bisa, ela acreditava que a entrada do céu era cheia de árvores.

Enquanto caminhava para casa, eu me perdi entre pensamentos, tanto das árvores, quando da minha razão de ir para o colégio. Quando a gente está apaixonado sempre acontece isso, sempre pensamos em duas coisas, sendo que uma delas sempre envolve o ser. Poucos carros transitavam pela rua e o movimento dos pedestres era despreocupado, o que me passava uma sensação de calma, como se não houvesse pressa para viver.

Eu já estava na metade do caminho quando avistei, no campinho do outro lado da rua, Michael. Ele estava sem camiseta, jogando vôlei com alguns amigos. Não consegui parar de olhar para ele, ficando vermelho.

- “Paro, sento e assisto ou continuo caminhando? Droga!” - Pensei. Continuei caminhando.

- Como eu sou covarde. – Falei em tom baixo para que só eu escutasse.

Depois deste evento eu consegui pensar em mais nada. Cheguei em minha casa e me atirei na cama, sem ânimo para fazer qualquer coisa que fosse. Mesmo quando meu irmão chegou eu permaneci deitado, ignorando-o. Depois disso eu dormi.


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