Já anoiteceu. Marina estava trancada no seu quarto. Depois que se negou a dizer onde passou a noite o pai a trancafiou em casa e só liberaria para ir ao colégio. Pereferia ficar no quarto que olhar pra cara dele. Estava com uma bandeja com bolacha e biscoitos que sua mãe tinha preparado, mas não queria comer. Queria Franja!!! Será que era tão difícil eles entenderem... Saco viu!!!! Só não chorava mais, as lágrimas tinham secado. Se pudesse arrumar um jeito de sair dali... A porta se abre é sua mãe, dona Helena acompanhada de uma de suas melhores amigas. Mônica. A dentuça não podia de deixar de olhar a cena com dó. Marina sempre teve personalidade forte, era uma garota decidida que gostava de ser livre, era triste vê-la engaiolada naquele quarto como se tivesse cometido um crime. Marina abraçou a menina que apertava a amiga contra seu peito.

Dona Helena- Vou deixar vocês a sozinhas... Fiquem a vontade... –Encostou a porta. Marina se senta na cama, Mônica a acompanha.

Marina – Que bom que você está aqui... –Desabafando.- Aí Mônica... Não agüento mais...

Monica – Calma Marina... Seu pai vai perceber logo a besteira que ele ta fazendo... E as coisas não ficam na mesma a vida toda né?! Temos que seguir em frente...

Marina É do jeito que ta não pode continuar...

Mônica- A Magali também queria vir, mas pelo que sua mãe nos contou achei melhor ela ficar lá fora...

Marina- Coitada da Magá... To morrendo de vergonha, envolvi ela, a tia Lili nessa história... São tão legais... Sempre me ajudando...- Era verdade, Dona Lili sempre cobrira as noite de Marina com Franja dizendo pro pai da garota que ela estava na companhia de Magali.- Se não fosse aquela fofoqueira da Dona Deyse ter ido fuxicar com meu pai...

Mônica (com cuidado)- Marina... Acho que ela não quis fazer fofoca de você não... Não sei se te contaram da Denise...

Marina não se lembrara de nada que o pai tinha lhe falado da ruivinha.

Marina (Apreensiva)- O que aconteceu com a Dê?

Monica- A mãe dela foi na casa da Magali de manhã porque ela estava sumida desde ontem a noite... Ela saiu pra festa e não voltou mais pra casa... Ninguém viu a Denise até agora... Os pais dela decidiram chamar a polícia...

Marina fica boquiaberta. Ela trancada naquele quarto, nem percebia o que acontecia em sua volta.

Marina (Meio confusa)- Ontem a gente ia buscar ela lá na casa e não tinha ninguém... E se a gente tentasse falar com o pessoal da turma e...

Mônica- A mãe dela já falou com todas as meninas... E a Magali com o Xaveco... Eu tava pensando em outra coisa...  

Marina- No que?

Mônica retira uma foto de sua bolsa entrega nas mãos de Marina, a desenhista olha, é um retrato bem nítido de Denise com elas três.

Mônica- Pensei na gente ir na danceteria de ontem e perguntou para os funcionários, pra ver se viram a Denise lá ontem que ninguém tem certeza se ela chegou a ir na festa ou não... Tanta gente que tava lá...

Marina- Ah... O Titi convidou o orkut dele inteiro praticamente... Mas no que eu posso ajudar?

Mônica- Bom... Você sabe que ontem a danceteria foi fechada pra festa, mas em dia de funcionamento comum menor de idade não entra... Aí eu pensei se você não podia ir com a gente... Mas agora com esse castigo melou tudo...

Marina- Putz... Meu pai só me deixaria sair do quarto se eu falasse com quem eu passei a noite e ele não vai acreditar em qualquer coisa... E se eu falar que eu tava na casa do Franja ele me mata...- Mônica fica meio envergonhada. Apesar da diferença de idade ser só de dois anos Marina já tinha até transado enquanto o único beijo que Mônica deu na vida foi um selinho que preferia esquecer. Aí por que tinha que lembrar daquele idiota do Cebola. Trocar ela pela loira aguada da Xabéu. Imbecil! Se dependesse dele voltaria sozinha pra casa na noite anterior, ainda bem que encontrou Jeremias... Jeremias?! A lembrança do motorista de Carmem lhe deu uma idéia um tanto absurda para libertar Marina, mas que poderia dar certo.

Mônica- É isso Marina, você vai falar pro seu pai a verdade... Não é essa condição que ele impôs pra você sair do castigo?

Marina (Espantada) - Bebeu Mônica... Se eu falar pro meu pai que eu passei a noite na casa do Franja ele me mata... Você sabe muito bem que ele odeia meu namorado...

Mônica- Por isso mesmo a partir de agora você vai ter um novo namorado...

Marina (Não entendendo)- Que?!

Mônica (Animada)- Já te explico... – Pega seu celular na bolsa.- Magali... Preciso que você faça uma coisa...

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Cascão foi até a casa de Titi. Em vez de reunir os garotos como tinham planejado resolveram fazer outra coisa. Cebola tentaria recolher informações com os garotos separado, era mais trabalhoso, mas também mais eficaz. E Cascão falaria com Titi. Era aniversariante da festa, alguém que por obrigação e lógica Denise iria cumprimentar. Ainda mais que a ruivinha era afim dele. Se ela tivesse ido na boate com certeza o dentuço teria visto. Não achou o garoto na edícula dos fundos da casa de Carmem. A empregada que lhe atendeu informou que o pai de Carmem dera noite de folga pra ele e Jeremias. Titi devia estar no slão de bilhar no limoeiro, era onde passava suas horas livres, quando não estava com garotas, claro. O bilhar era na esquina da rua de Cascuda. Quase dois dias sem falar com a namorada. Passou em frente á casa dela. O desaparecimento de Denise atropelou tudo, mas precisava falar com a garota. Não aquela hora, mas não demoraria muito. Caminha distraído e esbarra numa garota.

- Aíiíiííííií!!!

Cascão- Ah tinha que ser... Não olha por onde anda não...

Magali (Resmungando) – Eu olho, agora não tenho culpa se aparece um cabeça de pudim contando estrela na frente...- Tenta passar ele não deixa.

Cascão (Irritado)– Isso é só raiva porque eu te beijei ou porque eu devia ter beijado mais hein?!

Magali- Dá licença Cascão!!! Eu tenho mais o que fazer!! – Tenta passar ele detém seus passos não saindo da frente. – Aí me erra garoto!! – Vai dar um soco no peito dele que segura seu braço. Cola seu corpo no dela.  

Cascão- Não saio sem minha resposta. – Ele segura um dos braços dela e com sua outra mão livre a abraça pela cintura. Vai beija-la, ela finge se render a ele , mas em um movimento rápido da uma joelhada certeira entre as pernas do garoto acertando em cheio a genitália do sujinho que a solta e se curva de dor...

Cascão (Urrando)- Filha duma...- Antes de terminar a frase Magali já esta longe. Ainda com dor continua caminhando. Que ódio. Queria tanto sentir raiva de Magali, mas cada não que ela lhe dava era mais uma motivação para correr atrás dela. Droga!!! Chegou no bilhar, Titi estava numa das mesas, jogando. Ao ver cascão na porta foi logo recepcioná-lo.

Titi (Escandaloso, como sempre) – Salve, Salve senhor Cascão!!! E aí velho o que manda...

Cascão- Queria falar um bagulho com você... Pode ser agora? É coisa séria...

Titi – Nossa o que é de tão sério assim?- Brincando.- Alguma gatinha?

Cascão- Sim, uma gatinah que a gente conhece. Desde ontem a noite, quando saiu pra sua festa Denise sumiu. ela tava na festa ontem?

O rosto de Titi se fecha. Parece tenso 

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Jeremias vinha a pé com a sacolas do supermercado nas mãos. Não estava muito a fim de sair, pretendia descansar em sua noite de folga, mas estava com a despensa vazia. Titi nunca ligava nesses assuntos, com certeza jantaria fora e ele ficaria a ver navios. Comer da despensa dos pais de Carmem também não lhe agradava, o jeito era ir ás compras. Quando chegou no portão de trás da mansão de Carmem avistou Magali próxima.

Jeremias – Oi Maga! E aí! Veio falar com a Carmem?

Magali- Não... É com você mesmo que eu queria falar... A empregada disse que não tinha ninguém aí resolvi esperar aqui fora...

Jeremias abre o portão.

-Falar comigo?! –Dá passagem pra garota entrar, Magali encosta a porta e o acompanha.

Magali- É... Precisávamos de um favor seu... Muito importante... – Entram na cozinha Jeremias despeja as sacolas no chão.  

Jeremias- Precisávamos? Você e quem? – Ele se joga na cadeira.

Magali- Eu, a Mônica e a Marina...  

Jeremias – Senta aí e me conta essa história... Quer comer alguma coisa?

Magali (Pidona) – Aquilo dentro dá sacola... É bolacha?

Jeremias (Soltando um riso) – De chocolate...- Joga o pacote nas mãos de Magali. Ela abre, começa a comer. “Isso aí não tem fundo”, pensa Jeremias olhando a garota devorar o pacote esquecendo o que foi fazer ali por um momento. –Conta aí o que aconteceu...

Magali – Ah... É... Então precisava da sua ajuda... Eu não sei se você já sabe da Denise...

Jeremias- Não... Me fala...- Magali conta sobre o sumiço e a visita de dona Deyse. Ainda relata a idéia de Mônica de procurar saber se Denise foi vista na danceteria, só que Marina que teria que entrar no lugar dela já que ainda não tinha 18 anos completos.- Entendi... Mas como eu entro nessa história...

Magali- É que o pai da Marina não deixa ela sair de casa se ela não falar onde passou a noite...- Magali fica sem graça.- E ela não pode falar que tava no Franja... Como o pai dela só vai liberar dela sair se ela falar onde ela tava a Mônica teve a déia de falar a verdade...

Jeremias –Ué... Mas se ela falar que tava com o Franja aí que ele vai prender ela mesmo...

Magali – Mas ele só vai acreditar na Marina quando ela disser que passou a noite com o namorado... E como ele não sabe que a Marina e o Franja estão juntos, a gente pensou que você poderia se passar por namorado da Marina... Aí ele deixava ela sair...

Jeremias (Espantado)- Eu?!

Magali (Implorando) - Por favor Jeremias... Só uma mentirazinha de nada...- Jeremias odiava se meter em rolos. Podia se oferecer dele mesmo entrar na boate e interrogar os funcionários sobre Denise, mas por outro lado sentia pena de Marina, presa dentro de casa. Não era nada demais, apenas uma mentirazinha pra soltarem a garota.

Jeremias – Tá bom Magali... Eu “aceito namorar a Marina”... O que eu tenho que fazer?

Magali- Buscar a Marina na casa dela pra sair, como se vocês fossem mesmo namorados... Depois você pode fazer o que quiser... Só não aparecer em frente ao pai da Marina e nós três vamos pra danceteria...

Jeremias- Tudo bem... Fala com ela e com a Mônica... Eu levo vocês de carro, só conversar com o pai da Carminha...

Magali – Aí Jê brigada!!! – Se levanta para ir pra casa se arrumar e avisar as meninas.- Posso levar o pacote?

Jeremias Concorda, Magali sai toda serelepe enquanto o garoto vai atrás do patrão pedir permissão para usar o carro fora do horário de trabalho.

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