O dentuço fez apenas um movimento curto com a cabeça. Negativo. Titi não estava gostado nada da situação, Cascão estava muito estranho.

Cascão- Tem certeza que não viu a Denise?

Titi – Claro... Nem lembro a ultima vez que vi a Denise... Eu convidei ela pra festa... Mas ontem tinha tanta gente, sei lá se ela foi...

Cascão – A ultima vez que ela foi vista foi quando ela tava saindo pra sua festa cara... É importante saber se ela teve lá ou não...

Titi – Eu sei... Mas por que esse interesse todo nela? Alguma razão especial?

Cascão- Encontrar ela né o mané?!

Titi (Aconselhando)- Eu sei que vocês ficaram mexidos com o sumiço dela, eu também to, mas isso é coisa pra policia resolver... Sem maldade cara... Você e o Cebola não têm experiência que nem eles... A gente pode ajudar apoiando a família dela... Mas op resto não é com gente..

Cascão – Ficar parado também não dá né... Bom era só isso mesmo... – Despedindo-se. – Até mais, se cuida...

Titi – Pode deixar...  Até mais...

O dentuço ficou observando o sujinho se afastar. Que alívio. Podia estar sendo egoísta, mas não podia negar que o sumiço de Denise tinha lhe beneficiado. Esperou Cascão virar a esquina e voltou para o salão de bilhar.

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Denise abriu os olhos devagar. Estava com dor de cabeça e com a roupa toda suja. O lugar onde se encontrava pouco mais que um cubículo escuro e quente sem janela, não não dava pra saber se era dia ou noite. Estava com fome e sede. Também quase 24 horas sem colocar nada na boca... Sente se meio fraca. Engatinha devagar. Encontra uns caixotes cheios de tangerinas. Odeia tangerina, mas situação que se encontrava até jiló com chá de boldo viraria pizza com coca-cola. Descascou a fruta e comeu... Com a fome que estava toparia um desafio contra Magali que tinha certeza que ia ganhar. Não passaria nem fome nem sede. O tanto de tangerina que tinha naqueles caixotes daria para aqueles dias. Engatinhando mais encontrou o que procurava. Sua bolsa. Abriu, pegou o celular, descarregado. Devia ter mais de mil ligações da mãe. Coloca a mão dentro da bolsa, retirou o espalhou do pouco que conseguia enxergar viu que estava descabelada, a maquiagem toda borrada e os olhos inchados, tinha chorado. Também depois da cena que viu em frente a casa de Diego, o homem sombra. Bom... Mas agora aquilo não tinha importância, o que importava era sair dali, o que logo aconteceria. Animada com a idéia de sair do cubículo limpou o rosto, pegou um pente e fez um rabo de cavalo no cabelo. Tinha perdido uma das chuquinhas na confusão.

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Cebola acabava de voltar da casa de Xaveco para ver se ele sabia de alguma e pra saber também de Xabéu. A irmã do lorinho já tinha partido para o Rio, para sua tristeza. Sobre Denise repetiu a mesma história que contou pra Magali. Já não estavam juntos há um tempo e nem a viu na festa. Esperava que Cascão tivesse algum resultado melhor com as investigações. Entrou no banho e ficou embaixo do chuveiro, pensando num próximo passo a tomar. Mas qual? Será que Mônica tinha razão, que não era possível encontrar Denise sem pistas. E o naco de conversa que Dorinha ouviu?! Estava perdido nesse quebra cabeça que ainda faltava muitas peças para chegar no fim. Desligou o chuveiro, enrolou-se na toalha e seguiu para seu quarto. Entrou no MSN pra conversar com o Cascão. O sujinho estava offline. Aproveitou que estava navegando pra dar uma olhada em seu blog. Blog que a Mônica insistia em chamar de diário. Tinha uma página na internet no qual abordava assuntos de seu interesse e não um diário babaca como muitas meninas tinham... Uma luz se acendeu na cabeça de Cebola... Diário... Aí estava o fio da meada. Trocou-se, passou na cozinha onde Dona Cebola terminava o jantar e disse que passaria na casa de Denise.

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    Os pais de Marina estavam na sala quando ela desceu as escadarias do sobrado toda arrumada pra sair, acompanhada de Mônica, como se nunca tivesse sido proibida pelos pais. Dona Helena olhou para seu Nestor. Ele tinha liberado do castigo sem avisá-la? Nestor levantou do sofá embasbacado.

Nestor- Você ta de brincadeira comigo Marina? Não é só porque sua amiguinha esta aqui que vou te liberar do castigo... Você sabe bem minha condição...

Marina (Inatingível) – Sei sim... Eu só estou liberada pra sair de casa depois que falar onde passei a noite... Pois eu falo... Passei com meu namorado...

Helena (Nervosa) – Marina...

Marina (Pra mãe)- Qual é manhê?!!! Vocês dois sabem muito bem que eu já transei!!!

Nestor (Enfurecido)- Quantas vezes eu vou ter que repetir que não quero ver você com aquele tal de Franja nunca mais!!! Agora que você não saí de casa, até esquecer esse  muleque!!!!  

Marina (Cínica) – Quem falou em Franja?

Nestor – Não foi você que disse que passou a noite com seu namorado?

Marina – Sim com meu namorado.  Que já deve estar chegando. – Tocam a campainha.– Viu? Atende a porta pra mim Mônica. - Seu Nestor se apressa em abrir a porta. É Jeremias.

Nestor – Oi Jeremias! Tudo bem? E seus pais como estão? – Seu Nestor sempre foi amigo dos pais de Jeremias, também gostava do menino.

Marina se apressa, dá um beijo no rosto de Jeremias, faz um carinho.

Marina- Oi bebê, tudo bem? – Seu Nestor e dona Helena se entreolham sem entender nada, Mônica por fora séria, por dentro morrendo de rir. Que ótima atriz estava se saindo Marina. Dona Helena parecia ter virado estátua. O pai da garota olhava a cena apatetado.

Jeremias (Sem graça)- Tudo amor... Já ta pronta?

Marina – Sim...- Aos pais.- Agora que vocês sabem com quem eu tava ontem a noite eu posso sair ou não?

Helena – Marina... Por que você não falou nada pra gente que você e o Jeremias estão juntos, nunca trouxe ele aqui pra casa e...

Marina – Coisa mais cafona mãe... Ainda mais que isso de namorar em casa já caiu em desuso...

Jeremias – Amor... Vamos nos atrasar...

Marina – É verdade... Tchauzinho pra vocês...

Marina toma a atitude de dar a mão a Jeremias que se despediu dos “sogros”. Mônica dá um tchau inaudível e acompanha o “casal de namorados”. Dona Helena ainda estava espantada. Seu Nestor também, mas com um sorriso no rosto. Finalmente Marina ouvia seu conselho e se envolveria com um rapaz que era possível ter uma relação de verdade. Tinha esquecido aquele moleque metido a inventor. 

Na rua Marina, Mônica e Jeremias se explodiam numa sonora gargalhada. Dentro do carro do pai de Carminha Magali observava os três e também sorria. O plano de Mônica deu certo.

Mônica- kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!! The Oscar go to Marina...!!!! –Disse imitando os apresentadores da maior festa do cinema.- Melhor atriz que já vi... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!
Jeremias- kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk... É verdade... Eu mesmo quase acreditei que era seu namorado... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!!

Marina- kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!! Praticamente uma Glória Pires não é gente?!kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...

Mônica- Mas você não tem pena não?

Marina (Séria)- Pena e só... Eles que gostam de se enganar... E me obrigam a fazer esse papelão... –Jeremias aciona o controle de mão abrindo as portas do carro. Mônica ocupa o lugar do banco de trás junto de Magali. Antes de ir pro co-piloto Marina vai até Jeremias, dá um beijo no rosto. - Jê... Brigada... Você é um fofo...  

Ouvem alguém aplaudindo, do outro lado da rua.

-Muito bonito hein senhor Jeremias!

Os dois voltam olhar para a outra calçada. Carminha com livros na mão.

Jeremias – Oi Carmem!

Carmem (Enfurecida) – Em primeiro lugar é senhorita Frufru pra você que é empregado. Em segundo o carro é pra usar quando estiver trabalhando ou levar no lava rápido, não pra ficar aos beijos com essa aí!!!

Marina- Hey Carmem!!! As coisas não são assim!!!

Carmem (Pra Marina, agressiva) – Você devia tomar mais cuidado, afinal seu namoradinho chegou de São Paulo não?!

Jeremias – Não sei se você sabe, mas eu avisei pro seu pai. Meu patrão que ia ocupar o carro e ele disse não ter problema nenhum. Em segundo se eu tiver aos beijos com a Marina, com a Mônica ou a Luana Piovani é de interesse único meu já que eu estou no meu horário de folga... Entendeu?

Marina fecha a porta do carro. Jeremias também não entra. Mônica e Magali descem.

Mônica- Vem gente... Eu peço o carro do meu pai... – Mônica e a comilona vão pra dentro da casa da dentuça a procura de seu Souza.

Marina – Brigada pela ajuda Carminha!- Saí atrás das duas.

Jeremias – Quando eu voltar eu levo o carro pra sua casa! Boa Noite.

Deixa a garota sozinha do outro lado da rua e acompanha Marina. Carminha olha para desenhista com ódio.

-Você me paga Marina!!!