POV Rachel

Eu estava triste, mas não deixaria isso mudar a minha vida. Continuei fazendo as mesmas coisas, não sorria mais com tanta freqüência, Santana era como uma anestesia, ela sabia como fazer eu me sentir melhor, eu adoro a companhia dela. Vou descer, ela deve chegar a qualquer momento.

–Bom dia mãe – Minha mãe estava sentada na mesa lendo jornal.

–Bom dia Rachel, dormiu bem? – Sentei na mesa me juntando à minha mãe e me servindo um copo de iogurte.

–Dormi sim mãe, como foi no trabalho ontem? – Fingi estar interessada

–O de sempre, nada demais. E a apresentação do teatro, quando vai ser?

–O professor vai nos informar isso hoje, espero que seja logo. – Estava feliz pelo resultado, os ensaios estavam ficando muito bons.

–Ok, quando ele comunicar me avise. Santana chegou – Ela me avisou quando ouviu o barulho do carro de Santana.

–Pode deixar mãe, obrigado. Tchau.

–Bom dia minha linda – Falei quando entrei no carro de Santana

–Bom dia Hobbit – Ela me ofereceu um enorme sorriso.

–E aí? Quando vai resolver seu lance com o Finn? – Como ela era direta!

–Não tenho nada para resolver com ele Santana – Eu disse fria

–Ataa Hobbit! Acha que me engana? – Ela me olhou me desafiando.

–Ta bom, eu sei que não te engano. Mas no momento quero distância de Fuinn. – Ela me olhou não entendendo porque eu juntei o nome dos dois. – Bom, eles dois agora vivem tão juntos, que parecem uma pessoa só. – Falei dando de ombros.

–Eles chegam a ser nojentos, de tanta melação. – Comecei a rir do comentário da Santana, ela logo se juntou a mim e começamos a rir juntas.

Chegamos na escola. Comparecemos a nossas aulas, depois fomos para o auditório. Hoje o professor ia decidir os papéis. Fomos juntas, Santana ia me dar apoio, a peça era um musical, havia várias histórias, não havia personagem “principal”, todos teriam destaque. Ms. Shue começou a falar, falar, citar nomes e seus respectíveis papéis, enfim ele falou o meu. Era a que eu queria, era a única personagem que cantava 3 músicas. Fiquei radiante, pulei de alegria, eu estava mesmo muito animada. Agradeci ao Ms. Shue com um abraço e ele me entregou o script, fui lendo e percebi que tinha um par romântico, minha alegria sumiu quando descobri que meu par romântico era Finn.

Era conspiração do universo, o universo queria que eu sofresse. Mas por quê?

Eu não queria encarar Finn; a presença desse Finn não me agrada, me faz mal. Finn se aproximou de mim, ele estava indiferente, cego. Ms. Shue disse que teríamos que ensaiar bastante nossa química, teríamos que convencer como casal. Finn e eu não nos pronunciamos não nos olhamos e nem nos falamos. Ms. Shue terminou de falar, concordei com a cabeça e fui em direção à Santana. O olhar dela era de pena.

–Hobbit, eu sinto muito. – Ela afagou meu ombro e sorriu.

–Está tudo bem, afinal, convivi com ele a vida toda. – Fingi não me importar.

Eu estava conformada, teria que me acostumar com a presença desse novo Finn. Merda, ele está vindo em minha direção. Santana logo deu um jeito de sair dali.

–Oi Rachel – Ele falou indiferente.

–Oi Finn – Disse fria.

–Temos que ensaiar nossas falas, pode ser na minha casa depois da escola?

–Tem certeza que não tem nada melhor para fazer? – Eu estava com raiva e nem sabia por quê.

–O sucesso do teatro é importante. – Ah, era só isso? Eu não existo mais né?!

–Ah, então ok, mais tarde eu passo na sua casa. – Concordei à contra gosto. – Tchau.

Ele não respondeu.

Santana me deixou em casa, eu estava saindo do carro e ela me chamou.

–Hobbit! – Olhei para ela – Se o Finn te machucar, me fala que eu machuco ele. Só que fisicamente, e vai doer muito. Só me avisar.

Dei uma gargalhada, Santana realmente era inacreditável. Revirei os olhos e entrei dentro de casa. Subi, tomei banho, me arrumei e fui para casa de Finn. No caminho estava pensando, tudo bem que eu não queria ser parceira do Finn, mas talvez esse tempo com ele faça bem para a nossa amizade. Estava chegando lá, e estava ansiosa para ver ele, eu realmente esperava que essa tarde fosse especial. Bati na porta.

–Ah.. é você – Quinn atendeu praticamente me desprezando. Confesso que fiquei assustada.

–O Finn está?

–Está sim, está esperando por você. – Ela saiu da frente me deixando entrar, quando dei meu primeiro passo ela se colocou na minha frente novamente – Fique sabendo que o Finn me pertence agora, ele não mais tempo para brincar de casinha com você. Então tire os olhos do meu homem, você nunca vai merecer ele.

Eram as primeiras palavras da Quinn dirigidas à minha pessoa, e ela já fez eu me sentir um lixo. Segurei o impulso de sair correndo, não ia dar esse gostinho a ela. Entrei e fui direto à cozinha, onde provavelmente Finn estaria. Bingo, ele estava lá; não pude evitar de sorrir quando vi ele, ele sorriu de volta. Finalmente me senti bem dentro daquela tão familiar casa.

O tempo passou devagar, muito devagar. Tudo que eu e Finn fazíamos, Quinn tentava estragar, e não tirava os olhos dele. Não desgrudou nem um segundo, eu estava saturada já. No fim da tarde, reparei que estava tarde e que também não progredimos em nada. Não conseguia me concentrar com aquele urubu me encarando. Falei para Finn que estava cansada e fui embora para casa.

É isso, não é mais a mesma coisa, tudo mudou. Agora eu só tenho que deixar de ser besta e de correr atrás dele.

Agora é só aceitar.