Posena escrita por Filha de Apolo


Capítulo 32
XXXII - Happy Valentine's day


Notas iniciais do capítulo

Então, capítulo "bônus" pra vocês, que estão nesse clima do dia dos namorados
ou no forever alonismo
e eu sei que é isso que vocês querem.
É só pra dar gostinho.



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Há tempos que ela não sonhava com eles dois. Ah, como ela odiava e amava os sonhos ao mesmo tempo. Eram como as alucinações que ela tivera antes, das brigas, dele se separando de Anfitrite, de tudo, do amor. Ela, eventualmente, quando eles se encontravam e brigavam, ou quando ele dava o ar de sua graça e aparecia em sua biblioteca, só para deixá-la louca de raiva e com a cabeça cheia de "minhocas".

Ela sentia falta disso. Depois das últimas brigas que eles tiveram, era de se esperar que o sonho viesse, mas não daquele jeito. Fora tão... bom.

Bom, pelos padrões melosos de Afrodite. Já que seria dia dos namorados em 2 semanas, Atena acabou indo dormir mais cedo (para não ter de escutar todos os casais do Olimpo "festejando" antecipadamente, como sempre), e acabou quase se arrependendo. Quase.

~Sonho On~

Suas mãos acariciavam os cabelos loiros, desde a raiz até os cachinhos delicados das pontas. Ela suspirava levemente em seus braços, adormecida depois de tanto esforço.

Haviam passado a noite inteira em claro, brincando.

Depois do dia que eles tiveram, com jantar à luz de velas, presentes, surpresas e declarações, só podia ter acabado daquele jeito. Não que isso desagradasse Poseidon. Oh, não.

O fato de ela ter resistido tanto era o que o intrigava. Ela parecia incerta, não acreditara que ele realmente pudesse amá-la tão loucamente como ele descrevera. Ele realmente estava perdido de amores por ela, mas era difícil, para um homem de seu tipo, convencer uma mulher de que ela o havia "domado".

Mas no final, pelo menos, tudo deu certo. Fora bom para os dois. Atena não pareceu se incomodar com o final que eles tiveram. Doeu, pelo que ele pode ver, e ele sentiu remorso de machucá-la daquele jeito, mas ela logo se acostumou, deixando que o resto fosse "com a maré".

Agora, ambos se encontravam nus na cama do quarto que Poseidon mantinha no Olimpo. Ela estava com sua cabeça encostada no peito dele, e ele a abraçava e a acariciava. Não havia conseguido adormecer, se negava a acabar o dia. Estava tudo muito perfeito para que ele simplesmente dormisse. Tinha quase certeza de que ela acabaria fugindo dele pela manhã, então aproveitaria o momento ao máximo, nem que se resumisse a apenas observá-la, o que era bem agradável, já que ela era perfeita para ele.

Seus lábios avermelhados, seu narizinho arrebitado. Os cachos perfeitos que se formavam. Seu quadril, a proporção de seu corpo. Sua atitude, suas manias. Tudo nela agradava Poseidon, menos o fato dela não poder ser dele.

Como doía.

Atena, por outro lado, dormia tranquila. Ela não iria, ao contrário do que ele pensava, fugir. Não. Havia se entregado, nada mais podia fazer. Não poderia mais viver sem ele, de qualquer modo. Entregara-se, então, para poder dormir em paz, finalmente, depois de tantas noites de sono perdido pensando nele. Todos os livros que ela deixara de ler porque a simples curva de uma letra já a lembrava dele. Havia se tornado tão possessivo.

Ela não conseguia mais esquecer aqueles olhos. O modo como ele a prensara na parede, forçando-a a encará-lo, depois de tantos anos, eles dois, sozinhos em uma sala. Não daria boa coisa.

Ela estava lendo, ou tentando ler, quando ele chegara para acertar as coisas. Não sossegou até que Atena tivesse se irritado e jogado o livro nele. Ele adorava vê-la brava. Ele então andara até ela, que sabia o que ele pretendia fazer mas não fugiu. Ela queria aquilo, precisava dele. Ela só não podia aguentar o fardo de ter se oferecido. Oh não, precisava ser conquistada, merecida. Só então poderia fazer valer o esforço que ele tivera.

Ele deveria, na verdade, sofrer o que ela sofreu. Ficar sem ela mais tempo possível para, só então, dar verdadeiro valor à deusa.

Havia sido um dia maravilhoso.

Mas ele ainda era um cabeça-de-alga, acéfalo repugnante e ela uma sabe-tudo irritante, senhorita perfeição.

A Corujinha dele. O Pescador dela.

~sonho off~ 

Poseidon acordou com um susto. Se sentou e abriu os olhos, não acreditando no que havia recém acontecido. Anfitrite murmurara algo como "pra quê esse exagero?" e virara para o outro lado. Poseidon levantou e foi para o banheiro, ainda sem crer.

Há um tempo que ele estava tendo aqueles sonhos com ela. Pequenos momentos onde ele podia ver o ponto de vista dos dois. Era estranho, como se tecesse uma história.

O único problema é que eles estavam juntos nessa história, de um jeito que ele não imaginava que realmente poderia acontecer.

Claro que havia tido todos aqueles sonhos estranhos enquanto ela estava dormindo, em "coma". Toda aquela briga com Anfitrite e o suposto "namoro" deles.

Mas havia se tornado menos frequente, então por que esse sonho agora, tão distante dos outros?

E ainda no dia dos namorados. Como se eles realmente fossem íntimos.

Ele lavava o rosto com água fria enquanto tentava entender. Havia brigado feio com ela os últimos dias, não fazia sentido sonhar com ela daquele jeito. Se bem que seria bem bom se aquilo fosse verdade. Apenas de um modo físico, claro.

"Duas semanas para o Dia dos Namorados" Ele pensou, sentando-se e apoiando a cabeça nas mãos. "Vou me manter o mais longe dela possível". Anotou mentalmente enquanto saía do banheiro, de volta para a cama com sua esposa. Não conseguira dormir o resto da noite, porém, com medo de sonhar novamente.

Medo não por ser uma coisa ruim, mas por talvez não poder se controlar no final.


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Notas finais do capítulo

Ah, eu sei que vocês me amam.
E não, eu não inverti nada, está tudo certinho, Atena no começo e Poseidon no final, exatamente desse jeito.
Espero que gostem
e REVIEWS, please.
Se eu me inspirar bem, escrevo o nascimento do Percy e da Annabeth no próximo capítulo.
Tava com saudade de escrever pra vocês.