Dedication escrita por Mandii_B


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

E aí moçada? Mais um capítulo, espero reviews lindo e maravilhosos pra me deixar mais empolgada.



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As ondas eram assustadoras, mas eu não ia deixá-lo ver o medo em meu rosto. O vento soprava em meus cabelos molhados e eu encolhi os ombros discretamente.

Edward alongava antes de entrar no mar com aquela merda daquele sorriso pretensioso. Nada atingia ele, era como Patrick Swayze em Caçadores de Emoção, carregava a mesma beleza, o mesmo charme.

Ele então soltou um suspiro e pegou a prancha correndo até o mar. Qualquer coisa era melhor do que ouví-lo me provocar, porém eu não vivia sem aquelas competições entre nós, era uma forma de ficar perto dele.

Era tarde demais pra voltar atrás e lá estava eu procurando encrenca, nadando contra as ondas violentas, engolindo água, demonstrando minhas fraquezas pra ele. Foi tudo tão rápido, nem pude me defender das forças da natureza, a onda gigante me atingiu e não vi nada além da escuridão.

Acordei com aqueles olhos verdes surpreendemente preocupados comigo, observando cada movimento.

- Bella? Por favor acorde.

Segurei em sua mão com força desejando estar no céu com ele, desejando que fossemos iguais.

Tossi o restante da água sentindo minha garganta queimar.

- Eu te odeio Masen.

- Não é bem uma novidade.

- Mas você é “odiavelmente” adorável.

Despertei embarcada de suor. Eu nunca esqueci aquele dia e sonhava com ele constantemente, porque Edward me salvou, Edward se preocupou comigo. Era raro de se ver.

Levantei da cama procurando o celular, eram seis horas da manhã, eu precisava estar no escritório do meu pai ás sete e meia. Meu estômago dava voltas só de saber que veria Edward. Ótimo estava me tornando refém das minhas emoções.

Eu era comprometida, tinha Henri e era nele que eu deveria estar pensando, deveria estar ansiosa para vê-lo, mandando mensagens melosas ou lembrando do quanto era bom acordar ao seu lado.

Traí meus pensamentos e resolvi mandar uma mensagem antes que ele lembrasse da namorada fria que eu sempre fui.

Olhei para a nossa foto no visor do celular, pensando no quanto ele era lindo demais pra mim. Um modelo geralmente era o símbolo máximo da beleza, afinal ele era escolhido pra representar marcas as quais as pessoas associariam ao seu rosto. E no mundo da moda tudo ia e vinha tão facilmente, ele era assediado, adorado, cobiçado e a mim restava a insegurança, mesmo Henri repetindo mil vezes o quanto era louco por mim. Eu sempre iria me perguntar: o que ele viu em Isabella Swan?

Nós dois éramos tomados por nossas profissões, tempo era algo praticamente inexistente. Mas eu realmente desejava que desse certo.

Fiz o café na cozinha de Jasper enquanto olhava a descrição de alguns apartamentos pra alugar. Comi um pedaço de bacon e algumas torradas, me preparando para o meu primeiro dia de trabalho.

Saí antes que Jasper acordasse e viesse com algum discurso sobre minha estranha relação com Edward.

Cheguei a clinica vinte minutos depois, tentando respirar fundo e conter a ansiedade que me prendia ao chão. A conclusão que eu precisava de um carro era meio óbvia, já que ir de táxi todos os dias ia ficar muito dispendioso.

-          Seja bem vinda senhorita Swan. – O porteiro me cumprimentou, devolvi com um sorriso.

Carlisle me esperava na porta de braços abertos e olhos brilhando por sua única filha seguir seus passos.

- Bem vinda filha.

- Tenho impressão de vou ouvir muito isso hoje.

- Estou feliz em tê-la aqui trabalhando conosco. Temos apresentação ao corpo médico daqui a meia hora. Tenho que checar um paciente.

Concordei esquecendo de perguntar aonde seria a reunião, revirei os olhos tomando consciência de que estava perdida no primeiro dia de trabalho.

Acabei defrontando com uma cena de internação, tomada pela fascinação produzida pelo clima da área me aproximei. Era um rapaz jovem deitado na maca desacordado. O médico conversava com o que parecia ser a mãe que chorava copiosamente.

- Você! Venha cá! – o médico loiro e visivelmente arrogante me chamou, minhas sobrancelhas se ergueram ao ver seus olhos entre mim e o paciente. Como era a vida de alguém que estava em risco não hesitei em me aproximar.

- Esse paciente já é um velho conhecido nosso, várias tentativas de suicídio fazem parte do seu quadro. Ele não quer acordar pois passou por uma superdosagem de sedativo hipnótico, o que você sugere?

Olhei para o crachá dele, seu nome era Caius. Com certeza ele achava que eu era alguma residente. Não podia culpá-lo, minha aparência de novata sem experiência confundia as pessoas.

- Flumazenil começando com 0,2 miligramas injetando de forma lenta por 30 segundos.

- E se...

- Nenhuma resposta for obtida na dose total, deverá ser considerado estado de estupor ou coma.  – Sorri por dentro, ele engoliu seco mantendo a postura séria.

- Esperta pra uma novata. Cuide do paciente, tenho uma reunião agora.

- Será a apresentação da nova incorporava á psiquiatria?

Ele se virou e franziu o cenho.

- Sim, como sabe?

- Porque sou eu. Isabella Swan Cullen, apesar de odiar usar o sobrenome do meu pai. – respondi sorrindo timidamente. Ele manteve sua postura profissional.

- Pois bem, enfermeira aplique flumazenil 0,2 miligramas no paciente. – Assisti a enfermeira correndo temerosa e aplicar a dose da substância no paciente. – Senhorita Cullen não seria bom se atrasar no primeiro dia.

- Prefiro ser chamada de senhorita Swan. E o senhor me designou a tarefa de cuidar do paciente, então ficarei aqui até ele acordar. Eu fiz um juramento.

Ele relaxou os ombros e sorriu friamente.

- Só pode ser filha de Carlisle mesmo.

- Se isso é um elogio, agradeço.

Quando ele caminhou para ir embora, percebi que a enfermeira me olhava atônita.

- Eu sou Isabella Swan. – Sorri pra ela, não era muito velha, tinha mais ou menos uns quarenta anos.

- A filha do doutor Cullen, todos aqui falavam da sua vinda. A senhorita teve o azar de conhecer o doutor Caius, o psiquiatra mais arrogante que eu já vi.

- Havard?

- Princeton. Eu sou Sue. Muito prazer e bem vinda.

- Obrigada, quando ele acordar me chame ok? É melhor ir para a reunião.

- Sim doutora.

Chegar atrasada na primeira reunião corporativa não era  lá o melhor plano, mas médicos eram imprevisíveis.

Me acomodei numa cadeira á mesa retangular dando um discreto bom dia  para todos. Estava com as mãos suadas de nervosismo. Principalmente em frente a unanimidade masculina.

- Bom dia senhores esta é Isabella Swan Cullen. Ela pertencerá ao corpo médico.

- Esqueceu do Marie, mas não é importante. – Disse querendo descontrair.

Todos riram não sei se por eu ser a filha do chefe ou por eu ser realmente engraçada.

- Ela cuidará dos grupos terapêuticos e cuidará das novas internações aos poucos, para ir pegando nosso ritmo.

Caius não parava de me olhar deixando-me constrangida.

- Se apresente doutora.

- Vocês devem estar se perguntando, ela é tão jovem o que sabe de psiquiatria? Trabalhei em dois hospitais na França, sendo um deles psiquiátrico. Já passei por várias situações lá e estou pronta para o que vier. Sei que é uma responsabilidade grande e aceito o desafio. Sei que vocês também acham que sou a filha do papai, talvez até seja,  é um prazer trabalhar com meu pai, mas aqui eu sou a doutora Swan, então quero que me reconheçam pela minha formação.

- Só podia ser filha do Carlisle, fala igual a ele. Bem vinda Bella. - O homem grisalho me cumprimentou sorridente.- Desculpe, mas seu pai fala tanto de você que me sinto como se fossemos conhecidos. Sou o sócio dele, Garret. Com certeza será bem recebida aqui.

- Creio que você esteja familiarizada com a política da nossa clínica que é propiciar aos nossos pacientes um ambiente acolhedor, livre de hostilidade, que eles tenham uma identidade e que busquem acima de tudo a autonomia.  – Caius disse, seus olhos penetravam nos meus como se quisessem me intimidar.

- Eu garanto que estou ciente deste protocolo. Quando devo começar as minhas funções?

- Vou passar as fichas dos pacientes que aderiram ao grupo. Todos eles tiveram melhoras significativas e querem retomar suas vidas em breve.

- Então devo propor atividades que possibilitem reflexão.

- Exatamente! – os olhos do meu pai brilharam.

Eu precisava ter um ponto de partida para iniciar um grupo, criar um projeto com início meio e fim. Também assumiria qualquer paciente novo que chegasse e “taparia os buracos” quando preciso, o principal buraco que havia agora era o plantão. No meu primeiro plantão da semana, aproveitei para investir na leitura dos históricos dos pacientes do grupo e planejar ações. Logo fui interrompida quando a enfermeira me indicou que havia um problema com o paciente do quarto 9, ou seja, Edward, engasguei com o café que bebia.

Geralmente pacientes dependentes de cocaína eram rápidos de se recuperar, mas a tentação de escapar do vício era tão forte quanto a de voltar a ele. Ficaria de olho em Edward, apesar de ele ser paciente do meu pai o sentimento de vê-lo bem e longe daqui sucumbia qualquer outro.

My Mistakes Were Made For You - The Last Shadow Puppets

Caminhei até o quarto 9 que seria meu algoz a partir de agora. Respirando fundo abri a porta, a visão de Edward deitado tremendo, sendo que a temperatura estava controlada. Ele piscou os olhos várias vezes e finalmente olhou pra mim.

- Merda. – disse entre dentes deixando macbook prateado em cima da mesa ao lado da cama. Ele afundou na cama para tentar se acalmar.

- Posso me aproximar?

- Como se eu tivesse escolha.

- Então me diga o que está sentindo. – me aproximei dele, meus dedos envolveram seu pulso para sentir a pulsação. Um leve arrepio subiu pela minha coluna. Ele virou o rosto para o outro lado, evitando olhar pra mim.

- Taquicardia, agonia, uma vontade imensa de cheirar, ansiedade.

- É comum ter crises assim, seu organismo quer a droga.

- Não estou certo que seja apenas meu organismo.

- O que você quer dizer com isso?

- É como se eu precisasse dela pra escrever. – ele finalmente olhou pra mim como em um pedido de súplica.

Tirei o estetoscópio do pescoço para examiná-lo com mais afinco. Realmente seu coração estava acelerado.

- Você não precisa, no colegial as palavras fluíam de sua boca tão bem, você discursava bem. Apenas tente lembrar-se de um tempo bom da sua vida, ajuda. – Ele suspirou tentando se acalmar, até mesmo deixar sua mente fluir para outra coisa que não fosse o vício.

- Os outros pacientes têm tanta atenção assim? – Edward soltou sem perder a oportunidade de me atingir.

- Eu só quero ajudar, mas se você não quer minha ajuda. Já vou. Antes vou prescrever clonazepam de 200 miligramas.

- Ajude a si mesma ficando longe de mim, eu posso te encrencar muito Bella.

Suas palavras deveriam me afetar, mas ao invés disso eu só queira me aproximar mais e mais, perigosamente. 


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Notas finais do capítulo

E então? Encontros e conflitos Beward irão acontecer muito aqui. O que acharam?
Até o próximo.