As Maiores Decepções De Renesmee Cullen escrita por Tilly


Capítulo 3
Papai Noel não existe?




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Depois da dolorosa lembrança de como minha ex- futura profissão de mágica foi de maneira bruta retirada da minha listinha eu deixei o caderno e a caneta de lado, tomei um gole do meu chocolate e refleti se abria ou não o meu saco de marshmallow.

Respirei fundo antes de continuar com meu trabalho. A minha decepção da vez seria quando minha amada mãe, Isabella Marie Swan-Cullen, disse na maior naturalidade que o Papai Noel não existe.

O Natal é nada mais que uma data comemorativa pelo nascimento do menino Jesus, a questão é que eu li em uma revista que nem é certeza que Jesus tenha realmente nascido no dia 25 de Dezembro.

Na minha família temos -a não tão nova- Ceia de Natal á meia-noite e o amigo oculto. E quando eu falo família é tipo assim, a família inteira, tanto por parte de mãe como por parte de pai. Não que minha família por parte de mãe seja grande – apenas minha mãe, minha avó Renee e meu avô Charlie, mas a minha família por parte de pai é um pouquinho grande. Quer dizer meu pai tem dois meio irmãos, o tio Emmett filho do meu avô Carlisle com outra mulher, a tia Constance e o tio Jasper filho da minha avó Esme com outro homem, o tio Henry e claro o tio Jacob irmãos de criação que foi adotado depois que os pais deles morreram, na realidade do tio Jacob é primo por parte de pai do meu pai então tecnicamente ele é meu primo e não meu tio. E todos são casados, quer dizer menos tio Jacob. E diga-se de passagem só o tio Emmett tem cinco filho com a tia Rosalie por que ou eles gostam de criança ou gostam de praticar mas esquecem de se proteger. E tio Jasper tem dois filhos com a tia Alice que novamente esta grávida e parece que é de gêmeos. Vejam só como a família é imensa.

Hoje em dia eu considero o Natal apenas uma forma de reencontrar a família que não pode dá a desculpar de estar trabalhando 25 horas por dia e por isso não tem tempo para ligar ou para dar um “oi” no meio da rua. E claro, ganhar presentes e comer peru. É eu AMO peru.

Ah, por favor, não pensem que eu sou uma menina revoltada que considera o Natal apenas um Feriado Pagão. Não é isso, é só que antes eu ficava toda alegre em saber que um homenzinho bom saia lá de onde morava – no Polo Norte- apenas para atender os milhares ou bilhões de cartinhas que ele recebia de crianças de todo o mundo pedindo brinquedos. E eu era uma dessas crianças. EU VIA MINHA MÃE COLOCANDO A CARTINHA NO CORREIO! Por isso quando na entrega de presentes eu encontrava aquela Barbie ou os patins eu ficava tipo, ele atendeu o meu pedido.

Nunca me passou pela cabeça que minha mãe endereçava a carta para a nossa casa mesmo, ai ela lia e comprava o presente menos absurdo – uma vez lembro de pedir um Unicórnio e um país com meu nome, por que o país onde eu nasci era muito mal com os animais aí se eu tivesse um país com meu nome eu governaria ele e trataria bem os animais. Isso por que eu vi a carrocinha recolher os vira latas abandonados.

Mas voltando, a descoberta de que este homenzinho pequeno, gordinho, com cheiro de caramelo e uma enorme barba não existia foi tão dolorosa. Pior do que saber que Rudolph – sabe aquela rena de nariz vermelho- consequentemente também não existia. Ah, mamãe. Por que heim?

Beleza mãe eu iria descobrir isso de qualquer maneira e detalhe SOZINHA. Por favor, que criança com 11 anos ainda acredita no Papai Noel? NENHUMA! E isso a maioria das vezes sem a ajuda dos pais. Só que eu descobri que o Papai Noel não existia com 07 anos e por pura malvadeza da minha mãe.

Na realidade ela diz que fez muito bem por que malvadeza é deixar essas pobres crianças alienadas por tanto tempo longe da realidade que o mundo é hoje.

É ta bom mãe, eu vou bem ali tá brincar com minha Barbie. QUE NÃO FOI O PAPAI NOEL QUE TROUXE!

Apenas um exemplo do que as crianças iriam preferir fazer: escutar sobre como o mundo capitalista é horroroso ou brincar com sua Barbie que ganhou do Papai Noel?

É não me restam duvidas. Mesmo. Pois bem, voltemos um pouco os anos.

Flasback – A triste descoberta de que o Papai Noel – o bom velhinho- não existia – 2ª Decepção

-Você já terminou de escrever a cartinha?

Minha mãe perguntou sentando no banco a minha frente no balcão de mármore. Eu estava a pouco mais de duas horas ali escrevendo minha cartinha para o Papai Noel. Coloquei minha mão na carta para impedir que minha mãe lê-se.

-Não mamãe. A senhora não pode ler. É para o Papai Noel.

Disse. Minha mãe começou a rir.

-Eu sei querida. Mas é que os Correios fecham daqui a...

Mamãe deu uma pausa para olhar em seu relógio de pulso.

-45 minutos aproximadamente. E se você tiver terminado dá tempo de deixar a cartinha hoje. Hm.

Fiz bico enquanto a encarava. Olhei para a minha cartinha.

-Eu posso lê? Só para dar uma checada?

Perguntei. Mamãe sorriu e desceu do banco.

-Assine e você lê no carro. Anda, vamos!

Peguei meu lápis e assinei “Renesmee Carlie Cullen ou apenas Nessie.” E desci do banco.

No carro eu dei uma olhadela em minha carta, só para ter certeza de que estava tudo certinho, não queria que o Papai Noel pensasse que eu era uma menina burrinha.

Então dando uma parada no flasback eu desci rapidamente do telhado e corri ate me quarto. Dentro do meu closet eu peguei uma caixa e tirei de lá uma carta.

É, desde que minha mãe contou que Papai Noel não existe eu pedi todas as cartas que já tinha escrito e guardei. Às vezes eu gosto de dar uma lida nelas.

Subi novamente ate o telhado. E aqui esta minha cartinha.

“Londres, Inglaterra, 18 de Dezembro de 1999.

Querido Papai Noel,

Oi eu sou Renesmee Carlie Cullen ou apenas Nessie, mas isso você já deve saber por que eu escrevo cartinha para você quer dizer isso depois que eu aprendi a escrever. Por que antes quem escrevia era minha mamãe. Meu papai nunca escreveu por que dizia que “eu não vou participar ativamente desta ação comum e malévola” e eu não sei o que ele quer dizer com isso. Nem sei o que significa malévola.

Mas e então Papai Noel eu juro que eu fui uma boa garota. Eu ajudei a mamãe a enganar o papai sempre rasgando a conta do cartão que eles usam como se fosse sem querer e sempre ajudei o papai quando ele dizia que ia ao parque comigo, mas ia era jogar futebol com os amigos enquanto eu comia sorvete e quando a mamãe ligava eu dizia que estávamos nos divertindo muito. Eu sou uma boa filha né? E na escola eu nunca mais coloquei as pontinhas da trança daquela minha má amiguinha Louise na minha tinta guache e também não finjo mais que estou dodói para não ir à escola. E eu não pinto mais os cabelos da minha Barbie e nem depilo meus ursos. Viu, estou me comportando.

Então eu pensei muito no que eu iria pedir. Por que eu já tenho uma bicicleta, um vídeo game, uma tv no meu quarto, patins e patinete. E ate um cavalo que fica lá na casa do campo dos meus avôs. Então eu não sei muito bem o que pedir. Mas ai eu estava conversando com minha boa amiguinha Bea e der repente assim do nada eu já sei o que pedir. Eu quero muito conhecer o senhor Papai Noel, o senhor parece ser tão bonzinho por que não é todo mundo que dá presente pra todas as crianças do mundo. E em uma noite só. O senhor deve ser tão rico. E muito bom. Espero o senhor.

Um abraço,

Renesmee Carlie Cullen ou apenas Nessie.“

Mamãe endereçou a carta e depois a colocou na caixa de correios. Comecei a dar pulinhos de felicidade e bater palmas. Minha mãe sorriu.

E então aconteceu...

Eu descobri toda a verdade e sabe por que. Por que eu tinha pedido para conhecer o Papai Noel não foi? E o meu Papai Noel era minha mãe. Lembro como se fosse hoje. Eu estava na poltrona em frente da chaminé e do lado da enorme arvore de Natal que tinha lá em casa. Embaixo dela vários presentes. Um monte com meu nome. Mas eu sabia que aqueles foram meus pais, meus avôs, meus tios, meus padrinhos que me deram e não o Papai Noel.

-Oi.

Me virei rapidamente e encontrei minha mãe em pé no finalzinho da escada. Ela tinha um monte de envelopes na mão.

-O que você está fazendo aqui sozinha? Por que não esta quentinha lá na sua cama?

Mamãe sentou no chão a minha frente e colocou os envelopes a sua frente.

-Estou esperando o Papai Noel.

Mamãe olhou para baixo e depois para os lados e enfim para mim. Ela tá estranha.

-Querida eu tenho que confessar uma coisa.

-Tem o que?

Mamãe expirou.

-Contar uma coisa para você.

-Ah! O que?

E então ela ficou em silencio. Ela não tinha que me contar uma coisa? Telepaticamente é que não é.

-Nessie você já é uma mocinha não? Quer dizer já sabe tomar banho só, escovar os dentes, comer e escrever certo? E sem a minha ajuda ou a do Edward.

Sorri. Isso é tão bom sabe. Fazer as coisas sozinha.

-Então eu acho que você deveria saber que o Papai Noel não existe.

E ela disse isso assim. De forma natural. Como se tivesse falando que hoje não tem soverte depois do almoço.

-Como assim o Papai Noel não existe?

Meus olhinhos verdes começaram arder. Sinal claro que eu estava chorando.

-Ah meu bem. O Papai Noel sou eu. Eu que leio suas cartas e compro o presente.

Ela me entregou um envelope e ele era meu, quer dizer do Papai Noel ou pelo menos era. Só que não era endereçado para o Polo Norte e sim para Londres, Distrito de Barnet que é onde eu moro. E o numero da casa era 333, o numero da minha casa.

Ergui meu rosto com os olhos esbugalhados.

-O Papai Noel não existe? O Papai Noel é você?

Perguntei com a voz fraquinha. Outro sinal claro de que eu estava chorando.

Mamãe acenou que sim. E então como toda criança desiludida, mas bem esperta e levantei da poltrona. Limpei meu rosto com as mangas da minha blusa, assoei o nariz e coloquei “ barriga pra dentro e peito pra fora” e falei. Simples, direta e determinada.

-Mamãe eu não precisava ficar sabendo disso. Pelo menos não agora.

E então sai. Fui para meu quarto.

O Natal nunca mais foi o mesmo. Nem para mim e nem para meus amiguinhos da escola por que eu obviamente contei para eles. Não queria ser a única decepcionada por ali.

Natal de 2011

24 de Dezembro de 2011 – Casa dos meus avôs paternos.

Minha prima Margareth ou Margie de 07 anos filha do tio Emmett e da tia Rose acaba de falar na mesa que pediu para o Papai Noel uma boneca do tamanho dela que anda e fala.

Eu estava de me servindo pela quinta vez de peru quando levantei a cabeça olhei para minha mãe que tinha os lábios presos evitando um sorriso.

-É Margie eu tenho certeza de que o Papai Noel vai te dar essa boneca. E sabe por quê? Por que ele é um bom velhinho que não decepciona as crianças.

E voltei a comer. Só por que minha mãe contou que Papai Noel não existe, não vai ser eu que vou contar a minha prima. Que tio Emmett e tia Rose se encarreguem disso. Ou que ela descubra só, que sempre é a melhor opção.


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