Beijos Roubados E Sorrisos Marotos. escrita por Ketlen Evans


Capítulo 6
Expresso de Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Espero que não estejam enjoando dos meus cap sem graça. Logo logo as coisas se animam.



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O sábado passou rápido. Lílian acordou tarde e ainda estava deitada na cama dos seus pais. Todos já haviam tomado café da manhã e logo seria hora do almoço, então Lily apenas tomou um copo de suco e saiu para o quintal onde passou o resto da manhã.

     A tarde foi com sua mãe visitar algumas amigas e explicava cuidadosamente que partiria para uma escola interna mais ao norte. A principio todos pareciam espantados com a notícia, mas então Roberta dizia que Lílian estava tendo problemas com a pele devido ao sol muito forte e por isso iria estudar no norte onde as temperaturas eram mais amenas. Mesmo sendo uma desculpa muito esfarrapada todos acreditavam.

    Às seis horas Lílian foi para casa e começou a arrumar suas coisas no malão que seu pai havia comprado. Uniforme, livros, balança, telescópio, meias, cremes de cabelo, alguns livros trouxas e roupas normais também – sem nada preto. A única coisa que deixou para fora foi sua varinha e as roupas que vestiria pala manhã.

     O jantar estava delicioso, mas também meio triste. Lílian conseguia sentir a nostalgia no ar. Seu ultimo jantar que teria com a família durante muito tempo. Sentiria falta da comida de sua mãe e das caretas silenciosas de Petúnia.

     Teve um sono inquieto, devido à ansiedade e às cinco horas da manhã acordou e não conseguiu dormir novamente. Faltava tão pouco agora.

     Pegou seu livro de histórias bruxas infantis para passar o tempo e se assustou imensamente com o conto “O coração peludo do mago”.

     As pessoas não deviam ter medo do amor como o mago teve. O conto era bem claro sobre isso. Viver sem amor leva a morte.

    Às sete horas sua mãe acordou com o barulho do despertador e Lílian, vendo que já era tarde suficiente foi ao banheiro tomar um banho. Demorou o máximo que pode e teve que sair com sua mãe batendo na porta dizendo que se ela não se apressasse iriam se atrasar.

    Lílian vestiu uma saia longa azul-marinho, meias-calças escuras, uma blusa que mangas compridas branca e sapatos pretos que pareciam de boneca.

     A comida como sempre estava bem apetitosa, mas a garota comeu pouco. Subiu novamente para seu quarto e ficou observando. As paredes azuis claro fariam falta com certeza e sua cama de cabeceira branca também. Mas o que mais a preocupava era: como iria dormir sem seu ursinho Fufi e sem sua coberta com desenhos de cachorros? Resolveu deixar esses pensamentos pra lá antes que resolvesse enfia-los em sua mala.

    Lílian vestiu seu casaco, porque havia começado a chuviscar. Pegou sua varinha que estava sob sua mesa de tarefas e colocou-a no bolso interno do casaco. A sensação de segurar sua varinha era uma das melhores do mundo. Ela podia sentir toda a sua magia fluindo dos seus dedos para o pequeno pedaço de madeira que era mágico devido ao núcleo.

     Seu malão estava pesado e Lílian teve dificuldades para levá-lo para baixo. Seu pai colocou-o na mala do carro e em seguida eles saíram. Petúnia estava indo junto o que a deixava feliz e triste ao mesmo tempo.

     A vigem de carro até King’s Cross foi silenciosa. Chegaram à estação as dez e meia e August foi pegar um carrinho para transportar a mala.

    - Vamos Lily, anime-se, finalmente você está indo. – Disse a senhora Evans, mas dava para perceber que ela mesma estava meio triste com a partida da filha.

    Entraram na estação e começaram a procurar o lugar certo.

    - Plataforma 7 – dizia o senhor Evans enquanto empurrava o carrinho. – Plataforma 8, plataforma 9 – disse parando – e ali em frente está a Plataforma 10. – A família andou um pouco até o local onde havia uma parede separando as plataformas. – Esse deve ser o local Lily. – August olhou para os lados para ver se alguém observava e levou a mão até a parede como se fosse dar um soco nela, mas não houve impacto, sua mão atravessou-a como se ela não fosse sólida.

    - Vamos Lily. – Disse Roberta segurando o braço da filha. – Vamos nós duas primeiro e depois August vai com Túnia e leva a bagagem.

    As duas pararam em frente a parede. Roberta parecia meio verde e Lílian vendo o desconforto da mãe e agarrou pelo pulso e se jogou contra a parede levando-a consigo. Preparou-se para um impacto que não venho e quando abriu os olhos estava maravilhada.

    Estavam em uma plataforma que parecia exatamente com as da estação, porém o trem ali era uma grande locomotiva antiga vermelha que soltava grandes baforadas de fumaça. Em sua frente estavam os dizeres “Expresso de Hogwarts”. Lílian olhou para cima e viu uma placa que dizia claramente “Plataforma 9 ½”.

    Segundos depois August apareceu junto com Petúnia e ambos pareciam surpresos com a cena diante deles.

     - Isso é tão incrível quanto o Beco Diagonal! – Exclamou August.

     Os Evans começaram a andar pelo local admirando a confusão de pessoas. Havia jovens do tamanho de Lílian até alguns que aparentavam ter uns 16 ou 17 anos. Vários levavam animais e alguns seguravam grandes vassouras nos ombros. Pelo que Lílian podia ver a maioria estava acompanhada pela família.

     Faltavam 15 minutos para o trem sair e Lílian viu que não poderia mais adiar as despedidas, mas queria falar com Petúnia sozinha.

    Chamou-a para um canto distante dos pais e quando caminhava até lá viu Severo chegando acompanhado de uma mulher alta e magra com cara de quem comeu e não gostou. Ele acenou e ela retribuiu e então voltou a Petúnia.

    - Vou sentir sua falta lá Túnia. – Começou timidamente. – Gosto tanto de você e queria que você fosse comigo.

    Petúnia a olhou irada e começou a ficar com o rosto mais corado.

    - Você com certeza não sentirá falta de mim – disse Petúnia em um sibilo raivoso. – Se gostasse de mim, não estaria indo para uma escola tão distante e me deixando sozinha.

    Lílian sentiu os olhos queimarem.

     -... Me desculpe, Túnia, me desculpe! Ouça talvez assim que eu estiver lá... – Ela pegou a mão da irmã segurando firme e Petúnia começou a puxar. - não, ouça, Túnia! Talvez assim que eu estiver lá, eu possa falar com o Professor Dumbledore e persuadi-lo a mudar de idéia!

     - Eu não. Quero. Ir. – Disse Petúnia tentando se desvencilhar da mão da irmã. - Você acha que eu quero ir para um castelo estúpido aprender a ser uma – uma... – Petúnia olhou para a plataforma como que em busca de inspiração. - você acha que eu quero ser uma – uma aberração?

    Os olhos de Lílian começaram a queimar novamente e ela sentiu as lágrimas se acumulando quando Petúnia conseguiu puxar sua mão da dela. Era isso que ela achava? Que Lílian era uma aberração?

       - Eu não sou uma aberração, - disse Lílian. - Isso é uma coisa horrível de se dizer.

      - É esse o lugar para onde você está indo, - disse Petúnia com satisfação. – Uma escola especial para aberrações. Você e o garoto Snape... esquisitos, é o que vocês dois são. É bom que você seja separada de pessoas normais. É para nossa segurança.

      Lílian olhou para os pais que observavam maravilhados a bagunça da estação. Eles haviam dito que Lílian não era uma aberração e que a amavam. Petúnia estava com inveja e Lily estava tão ferida que só conseguia pensar em ferir também.

      - Você não achava que era uma escola para aberrações quando escreveu para o diretor e implorou que ele te aceitasse.

      Petúnia ficou escarlate.

    - Implorar? Eu não implorei!

    - Eu vi a resposta dele. Foi muito bondosa.

    - Você não deveria ter lido... - sussurrou Petúnia, - era particular, como você pôde?

    Lílian desviou o olhar meio que olhando para a direção de Snape ali perto.

    Petúnia ofegou.

    - Aquele garoto encontrou a carta! Você e ele estiveram xeretando no meu quarto!

    - Não – não xeretando –  Agora Lílian estava na defensiva. –Contei para Severo que você havia recebido uma carta por coruja, e ele não acreditava que uma Trouxa pudesse contatar Hogwarts, isso é tudo! Ele disse que devem existir bruxos trabalhando secretamente nos correios que cuidam da...

     - Aparentemente bruxos metem o nariz em todos os lugares! - disse Petúnia, agora tão pálida como tinha ficado ruborizada. - Aberração! - ela xingou sua irmã, e saiu para onde estavam seus pais.

     Lílian se sentia péssima por ter usado aquilo contra a irmã e estava triste por ter que se despedir dos pais. Andou lentamente até eles querendo retardar o momento, mas não havia como adiar faltavam apenas mais 7 min.

     - Acho que devo embarcar agora. – disse baixinho sem querer olhar para os pais.

     Os dois a abraçaram.

    - Vamos sentir muito sua falta querida. – Disse o senhor Evans.

    - Use sua coruja e nos mande cartas sempre que puder. – Acrescentou Roberta.

    Eles ajudaram a filha a colocar o malão no trem e então Roberta chamou Lily para um canto.

    - Filha, escrevi isto para você – disse entregando um pequeno envelope rosa. – Sempre que se sentir sozinha você pode ler e lembrar que nós sempre vamos te amar. – Elas se abraçaram novamente e Roberta sussurrou um sentirei saudades enquanto Lílian entrava e desaparecia no trem arrastando seu malão.

    Encontrar uma cabine vazia não foi fácil. Havia várias com lugares sobrando, mas Lily queria ficar sozinha. Antes de o trem começar a se mover ela finalmente encontrou um compartimento vazio e entrou guardando seu malão no lugar destinado a bagagem.

    Com pequenos solavancos o trem começou a se locomover e Lílian observava Londres passando pela sua janela. Ela pegou o bilhete que sua mãe havia lhe dado e leu: "Não importa onde você esteja, nós te amamos muito e estaremos sempre te esperando." Depois de uns cinco minutos dois meninos sorridentes entraram no compartimento vazio.

    - Podemos nos sentar aqui? – Perguntou um dos garotos.

    - Sim. –Lílian respondeu e voltou a olhar pela janela.

    Os meninos pareciam ter a mesma idade que Lily e estavam conversando animados sobre a escola. Deviam ter acabado de se conhecer, pois em alguns momentos perguntavam coisas referentes a família. Nos pedaços que Lílian ouviu da conversa descobriu que um se chamava Sirius e o outro James.

    Sirius era bem bonito. Tinha cabelos escuros e ondulados que estavam compridos e espatifados de um jeito casual e seus olhos eram azuis, enquanto James tinha olhos amendoados e cabelos lisos que eram bastante rebeldes e usava óculos. James também era bonito, mas não tanto quanto Sirius.

    Os garotos começaram a falar de diferentes tipos de vassouras e Lílian perdeu o pouco de interesse que tinha pela conversa e passou a observar os campos verdes pelos quais o trem passava. Olhar esses lugares tão bonitos a deixava triste por ter brigado com Petúnia. Logo ela estava chorando piedosamente, mas ninguém percebeu pelo fato de ela estar olhando pela janela.

    A porta do compartimento se abriu novamente e Snape entrou vestindo as vestes negras da escola. Ninguém prestou atenção nele enquanto se encaminhava até o assento diante de Lílian.

    - Não quero falar com você. – Disse Lílian contendo a voz para que não saísse alta demais.

   - Por que não? – Snape perguntou parecendo surpreso.

   - Túnia me o-odeia. Porque a gente viu a carta do Dumbledore. – Disse Lílian se esquecendo do fato de que Severo não tinha visto a carta, apenas sabia sobre ela.

   - E daí?

   Lílian olhou-o com desgosto. Acreditava que ele a entendesse.

   - Daí que ela é minha irmã!

   - Ela é apenas uma... – Snape parou no meio da frase e Lílian não se importou em descobrir o que ele iria dizer. Olhou para a janela e secou o restante das lágrimas que ainda estavam em seu rosto.

    - Mas nós estamos indo! – A excitação na voz de Snape era palpável. – É isso! Nós estamos indo para Hogwarts!

      Lílian quase não conseguiu conter o sorriso que se formava e apenas assentiu. Mesmo abalada pela briga ela estava muito feliz por finalmente estar indo.

     - É melhor você ficar na Sonserina.

       Snape havia contado para Lílian sobre as casas de Hogwarts e ela havia se interessado bastante por Corvinal, mas não teve tempo de respondê-lo, pois nesse momento James pareceu se interessar pela conversa.

      - Sonserina? Quem quer ficar na Sonserina? – Disse ele com um tom de voz meio arrogante. – Eu acho que iria embora se isso acontecesse, você também? – Perguntou olhando para Sirius que parecia não estar achando graça.

     - Minha família inteira esteve na Sonserina. – Respondeu sério.

     - Nossa, - disse James sarcástico – e eu achei que você parecia legal.

     Sirius deu um sorriso discreto.

    - Talvez eu quebre a tradição. Onde você quer ficar, caso possa escolher?

    James fez um gesto empunhando uma espada invisível.

     - “Grifinória onde estão os bravos de coração” – disse orgulhoso – como meu pai.

     Snape deu um risinho depreciativo que Lílian achou não ser nada educado.

     - Algum problema com isso? – Perguntou James parecendo irritado.

     - Não, se você prefere força ou invés de inteligência. – Respondeu o garoto embora ainda sorrisse debochado.

    - E para onde você espera ir, uma vez que perece não ter nenhum dos dois? – Interrompeu Sirius com seu tom imperturbável.

     James começou a gargalhar e Lílian levantou-se. Sentia-se furiosa e seu rosto estava quente.

     - Vamos, Severo, vamos procurar outro compartimento. – Disse lançando um olhar reprovador aos meninos que ainda riam.

     - Ooooooo. – Exclamaram os garotos zoando Lílian. James ainda tentou passar uma rasteira em Snape quando este passou.

     - Vejo você por ai Seboso. – Lílian ouviu uma voz dizer na cabine assim que a porta se fechou.

     - Que idiotas! – Lílian disse com o rosto tão vermelho quanto seu cabelo.

     Ficaram andando em silêncio por um tempo até que Lílian achou que pareciam idiotas andando sem rumo.

      - Em que lugar do trem você estava Sev?

     - Estava com um pessoal mais velho da Sonserina. – Disse empolgado. – Se quiser podemos voltar lá.

     - Prefiro encontrar uma cabine com calouros. – Respondeu tímida. Não queria arriscar assim de cara com alunos mais velhos, preferia tentar conversar com alunos novos que provavelmente estavam se sentindo tão perdidos quanto ela.

     Andaram um pouco mais e encontraram uma cabine onde estavam sentadas duas meninas com aparência jovem acompanhadas por um garoto que Lílian reconheceu como o menino que estava comprando a varinha no mesmo dia que ela.

     - Podemos nos sentar? – perguntou Lílian ao abrir a porta. Houve um pequeno murmúrio de sim’s pelo compartimento e ela entrou com Severo logo atrás parecendo meio emburrado. – Estávamos em uma cabine com dois meninos idiotas então resolvemos procurar pessoas mais interessantes. – Disse animada. – Sou Lílian Evans e esse é Severo Snape. – Falou apontando para o amigo.

     - Muito prazer – disse uma das meninas, que tinha cabelos negros e olhos cinzentos. – Eu sou Marlene McKinnon. – Disse levantando-se para apertar a mão de ambos.

    - E eu sou Dorcas Meadowes. – Falou a outra garota que tinha seus cabelos loiros presos em um coque e usava óculos retangulares com armação roxa.

    - Remo Lupin. – Se apresentou o garoto sem levantar os olhos do livro que estava em suas mãos.

    - Me lembro de você – Lílian disse enquanto se sentava. – Te vi na loja de varinhas.

    Ele levantou a cabeça e a olhou.

    - É verdade. – Disse em reconhecimento. – Você estava lá com a sua família. – Ele começou a sorrir. – Foi difícil encontrar a varinha?

    - Não. – Lílian respondeu feliz por ter encontrado alguém para conversar. – Fiquei lá só alguns minutos.

     Lupin deu uma bufada.

    - Eu fiquei lá por duas horas.

    A isso se seguiu uma longa conversa sobre as varinhas de cada pessoa ali. Apenas Snape parecia entediado e aborrecido, como se quisesse estar em qualquer lugar menos ali.

    Lá pelas uma da tarde, uma bruxa gorducha passou empurrando um carrinho repleto de doces que Lílian não conhecia. Sapos de chocolate, varinhas de alcaçuz, bolo de caldeirão, feijõezinhos de todos os sabores e tantos outros que Lílian era incapaz de lembrar. Comprou uma grande quantia e sentou-se com seus novos amigos para comer.

     A tarde se passou tranqüila. Lá pelas três uns rapazes mais velhos entraram na cabine e levaram Severo com eles. Lílian viu gravada no uniforme de cada um deles uma serpente prateada.

    - Sonserinos. – Disse Marlene logo que eles saíram. – Bom ficar longe deles Lílian, e esse seu amigo provavelmente será de lá.

    - Como você pode saber? – Lílian perguntou apreensiva.

    - Convivi com bruxos minha vida toda Lílian, reconheço sonserinos quando vejo um, do mesmo jeito que reconheço grifinórios. Logo irei roubar o emprego do Chapéu Seletor. – Ela riu e foi acompanhada por todos.

    - Se você reconhece tanto assim em que casa vamos ficar? – Perguntou Dorcas desafiadora.

   - Eu sei que serei da Grifinória. – começou – Assim como toda minha família tem sido. Mas vocês três eu tenho minhas duvidas. – Ela falou pensativa – Acho que serão Grifinória também, ou então Corvinal, vocês parecem inteligentes demais.

    Todos riram novamente e assim encerraram o assunto das casas.

    Lílian passou o resto da tarde vendo Marlene e Dorcas jogarem xadrez de bruxo onde as peças se mexiam sozinhas. Todos no compartimento tinham pais que eram bruxos e sabiam sobre Hogwarts desde pequenos. Remo era mais reservado que as meninas e estava sempre ou olhando para o livro ou para o céu, que estava começando a ficar escuro.

    As luzes do trem já estavam acesas quando uma garota de uns 16 anos abriu a porta do compartimento.

    - Primeiranistas – foi dizendo a loira – devem ir trocar suas roupas pelo uniforme agora, já vamos chegar a Hogwarts. – E saiu, mas não antes de Lílian notar o brasão da águia de bronze em seu peito e uma pequena insígnia com um M sobre as cores da Corvinal.

    - Monitora. – Afirmou Dorcas.

    Lílian foi até o banheiro e vestiu suas roupas negras que faziam um belo contraste com seus cabelos vermelhos. Quando voltou até a cabine o trem já estava desacelerando e todos estavam devidamente vestidos.

     Logo que o trem parou os corredores ficaram apinhados de jovens saindo com suas pesadas bagagens e levando seus animais barulhentos.

    Desembarcaram todos juntos, mas logo Marlene e Remo sumiram de vista em meio à multidão e Lílian estava quase agarrada a Dorcas como se a menina fosse uma espécie de porto seguro.

    - ALUNOS DO PRIMEIRO ANO. – chamou uma voz forte no meio da multidão. – Alunos do primeiro ano, não se acanhem, cheguem perto.

    Lílian seguiu um grupo de alunos que pela cara de assustados também deviam ser primeiranistas. Foram abrindo caminho pela multidão até que se depararam com um homem que fez o queixo de Lílian cair.

   Ele era grande como ela nunca tinha visto igual. Devia ter a altura de dois homens normais e a largura de três. Tinha barba e cabelos abundantemente armados. Lílian teria saído correndo aos gritos se ele não tivesse um sorriso tão bondoso estampado em seu rosto.

    - Estão todos aqui? – perguntou ainda sorrindo e sem esperar por resposta continuou. – Vamos indo então. Deixem suas bagagens, elas serão levadas para o castelo depois. Sigam-me. – E começou a andar para fora da estação.

    Tomou um caminho estreito que fazia uma descida íngreme. Os alunos precisavam quase correr para conseguir acompanhar suas grandes passadas. Ele seguia assoviando animado e fazendo perguntas para aqueles que estavam mais próximos.

     Ele disse alguma coisa que Lílian acabou não ouvindo devido às reclamações de Dorcas e então ao fazerem uma curva os calouros se viram a beira de um grandioso lago e tiveram sua primeira visão de Hogwarts.

      Era algo magnífico de se olhar. Ao longe encarrapitado no topo de um grande penhasco o grandioso castelo se destacava com suas incontáveis janelas brilhando contra a noite escura. Lílian sentiu seu coração se acelerar com essa imagem tão linda de um lugar que ela já adorava antes mesmo de conhecer.

     - Quatro em cada barco. – Falou o homem que os havia levado até lá e só então Lílian notou os pequenos botes encostados na margem. Ela subiu em um dos barcos acompanhada por Dorcas e mais dois meninos se juntaram a elas. Quando todos estavam acomodados os barcos começaram a cortar a superfície negra e imperturbável do lago.

     Minutos depois eles se encontravam em frente a grandes portas de madeira que davam entrada a escola.

     - Sejam bem-vindos a Hogwarts. – Disse o gigante abrindo a porta. 


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Notas finais do capítulo

No próximo cap, vamos ver o Jay e o Six entrando em ação. Muahahahah. Espero que tenham gostado.