Beijos Roubados E Sorrisos Marotos. escrita por Ketlen Evans


Capítulo 10
Na casa dos McKinnon


Notas iniciais do capítulo

Oi leitores! Esse capítulo provavelmente não é dos mais interessantes, mas é necessário para a história não ficar desconexa. Então os lindos personagens na J. K. não são mais primeiranistas. O quarto ano já se foi as férias estão na metade e no próximo 1º de setembro eles embarcam para o quinto ano, que é onde começa a nossa parte "beijos roubados" da história. Aproveitem o cap.



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   - Lílian querida! – Gritou a senhora Evans da sala de estar. – Tem uma coruja aqui!

   Lílian desceu correndo as escadas da casa dos Evans. Quatro anos já haviam se passado desde aquela monótona manhã em que Lílian resolverá ir ao parque com sua irmã e ela não era mais apenas uma garotinha. O tempo tinha lhe feito muito bem. Seus cabelos ruivos caiam lisos quase até sua cintura e seus olhos esmeraldinos destacavam-se em sua pele pálida. Ao chegar a sala deparou-se com uma pequena corujinha parda de olhos âmbar voando sem parar pelo cômodo. Bóreas, a coruja de Marlene estava carregando amarrado em sua perna um grosso rolo de pergaminho.

    - Olá Bóreas. – Lílian disse enquanto se aproximava da coruja que piou loucamente ao reconhecer a ruiva. Voou para perto da menina e estendeu a perna para que ela desamarrasse a carta. Com cuidado Lílian retirou o pergaminho e o desenrolou deparando-se com uma imensa carta. Bem a cara de Marlene McKinnon.

    - Vou subir para ler isso. – Disse para sua mãe apontando para a imensa carta. – É da Marlene, e também vou levar o Bóreas para fazer companhia a Solaris.

    Lílian voltou para seu quarto e colocou Bóreas ao lado de sua coruja caramelo que estava encarrapitada na janela comendo nozes, então sentou-se na cama e começou a ler.

        Querida Liliquinha.

     Lílian paralisou. Liliquinha? Começou a temer a carta.

        Espero que suas férias estejam sendo boas, porque as minhas estão péssimas. Semana passada James quebrou a janela do meu quarto enquanto voava de vassoura lá pelas 3 da madrugada. Vê se pode uma coisa dessas. Acordar no meio da madrugada e dar de cara com o Potter estatelado no chão do meu quarto segurando uma vassoura e embolado em cacos de vidros. Definitivamente não é minha idéia de visão do paraíso.

       A gata persa da minha mãe também fez um belo estrago com as minhas coisas esses dias. Você acredita que ela resolveu ter filhotes dentro do meu malão? Ai eu venho pro meu quarto e escuto uma bela de uma miadeira embaixo da minha cama e quando eu abro meu malão me deparo com cinco gatinhos que mais pareciam ratos. Não preciso nem falar que foi um pandemônio né? Por um segundo pensei que fosse obra do Potter, mas então lembrei que ele tinha ido ao St. Mungus para poder concertar o braço depois de adentrar espetacularmente minha janela.

      Tenho me correspondido bastante com a Alice e não sei se ela já te contou, mas se ainda não sabia vai ficar sabendo. Acredita que a Lice ta namorando o Frank? Sim também fiquei chocada, afinal quem imaginaria? Mas depois de pensar nisso por umas boas cinco horas cheguei a conclusão de que eles formam um casal fofo e que combinam bastante.

      Falando em romances, eu poderia apostar minha vassoura como a Dorcas está apaixonada. As cartas dela andam todas melosas e dramáticas, agora só preciso saber quem foi o sortudo que fisgou o inocente coração da nossa Dorquinhas.

      Mas vamos ao verdadeiro motivo de eu te escrever. Meus pais querem passar uns dias com uns amigos que moram mais no norte e eu que parece eu não sou confiável o bastante para ficar sozinha em casa. Francamente, o que eles acham que eu poderia fazer? Tacar fogo na casa dos Potter? Minha mãe queria me levar junto, mas os amigos deles são uns chatos e não tem nenhum cara bonito por lá, então meu pai sugeriu que eu convidasse algumas amigas, ai eu pensei: Mas eu não tenho amigas! Brincadeira Lily. Logo que ele sugeriu isso peguei Bóreas e escrevi três cartas quilométricas e enviei para você, para Dorcas e para Lice. Então estou te convidando para passar duas semanas aqui em casa comigo. Se ninguém vier vou ter que ir para o norte e culparei vocês eternamente, por isso é bom você vir ruiva estressada. (ignore o “ruiva” sei que você odeia).

       Beijos e abraços

      M. McKinnon.

    PS: Não precisa se preocupar com o James, ele e o Sirius vão passar o resto das férias na casa do Remo.

     Lílian ainda estava sorrindo quando terminou de ler a carta. Adoraria passar uns dias na casa de Marlene, ainda mais se o Potter não estaria por perto, mas então ao pensar no menino começou a rir descontroladamente. Daria tudo para ver Potter caindo da sua vassoura, devia ser uma cena impagável e ale ainda tinha ido parar no hospital.

   Desceu para a cozinha ainda com um sorriso no rosto e foi ao encontro da mãe.

   - Marlene me convidou para passar uns dias na casa dela. – Disse animada.

   Roberta pareceu apreensiva. Desde que Lílian fora para Hogwarts tinha bem pouco tempo com a filha.

   - Não sei Lily. Você passa tão pouco tempo conosco.

   - São só por duas semanas mãe. Depois eu volto. Ainda falta um mês para começar o ano letivo.

     - Então tudo bem. – Respondeu a mãe sorrindo. – Os pais dela estarão em casa?

     - Não. – Respondeu Lílian apreensiva. – É por isso que ela nos convidou, Dorcas, Alice e eu, porque os senhores McKinnon vão viajar e não querem deixar ela em casa sozinha.

     Os olhos da Senhora Evans se estreitaram e Lílian sabia a pergunta que viria a seguir.

    - Não vai ter meninos?

    - Claro que não mãe! – Disse Lílian parecendo ofendida.

    - Marlene não é vizinha daquele tal de Potter, que você tanto reclama? – Perguntou Roberta desconfiada.

    - É sim mãe. – Respondeu Lílian amaldiçoando Merlin por sua mãe ter tão boa memória. – Mas Lene disse que ele não está em casa esse verão. Foi passar as férias na casa de um amigo.

    - Então suba e mande uma carta para Marlene perguntando quando pode ir.

    Lílian ficou tão animada que pulou em sua mãe para um abraço e depois voltou ao seu quarto correndo. Pegou uma pena, tinta e pergaminho e começou a pensar o que escrever. Demorou uns quinze minutos, mas finalmente conseguiu.

      Linda Lenezita.

     Minhas férias também estão sendo nada boas. Petúnia como sempre é uma péssima e desagradável companhia. Ao que parece o amor realmente está no ar, uma vez que até minha odiavel irmã arrumou um namorado. Pelo menos agora ela quase nunca está em casa e só nos vemos de vez em quando, mas ainda assim não é nada bom.

     Eu já sabia sobre Alice e Frank e também tenho pensado que Dorcas está apaixonada e tenho um bom palpite de quem seja esse sortudo, mas vamos deixar para discutir isso na presença da Dorquinhas.

    Enfim, seu convite realmente caiu do céu para salvar minhas férias. Minha mãe me deixou ir, agora quando você quer que eu vá e como eu vou ir? Sabe que minha casa não tem conexão com a rede de flu, e eu não posso aparatar, e nem sei onde é sua casa, então se vira pra me levar ai.

     Beijos, Lily.

    PS: Nunca mais me chame de Liliquinha e de ruiva. Já me chega o Potter com esses apelidos idiotas.

   PS2: Adorei saber que o Potter não vai estar ai. Realmente vai fazer minhas férias valerem a pena.    

     Resolveu usar Solaris para mandar a resposta uma vez que Bóreas parecia bastante cansado. Prendeu a carta na perna da coruja e deixou que ela saísse voando pela sua janela.

    Deitou-se na cama e ficou olhando para o teto. Era incrível como nesses quatro anos, tantas coisas haviam mudado, enquanto algumas permaneciam exatamente as mesmas. Lílian não tentava mais ser amiga de Petúnia. A irmã havia deixado bem claro que a odiava então Lílian não via motivos para forçar uma boa convivência. Lily não se sentia mais um peixe fora da água, quando o assunto era bruxaria. Muitos a consideravam uma bruxa brilhante e Hogwarts era definitivamente como uma casa. Lílian não tinha mais nenhuma amiga no mundo Trouxa. Nas primeiras férias que tinha tido de Hogwarts ela havia visitado suas antigas companheiras e feito alguns passeios, mas com o passar dos anos não sentia mais necessidade de vê-las. Ficava em casa sentindo falta da escola e de suas verdadeiras amigas. Alice, tão fiel, companheira e forte. Dorcas, tão doce, inteligente e compreensiva. Marlene, tão espevitada, louca e sincera. Sentia tanta falta delas.

      Havia apenas duas coisas de que Lílian não sentia falta nenhuma em Hogwarts e ambas tinham nome e sobrenome: James Potter e Sirius Black. Os dois haviam gastado todo seu tempo disponível nesses últimos quatro anos atormentando qualquer um que cruzasse o caminho deles, muitas vezes eram acompanhados por Remo e Pedro, que não eram mais os meninos reservados do primeiro ano. Juntos, os quatro eram conhecidos como os marotos. Ridículo, na opinião de Lílian. Eram todos pirralhos de quinze anos, porem com mentalidade de cinco que desperdiçavam tempo fazendo a vida das outras pessoas um inferno. Lílian e Severo ao que pareciam eram suas vitimas favoritas.

      Já fazia uns quinze minutos que Solaris havia saído então dentro de uma hora ela já estaria de volta com a resposta de Marlene. Lílian não gostava da ansiedade que vinha junto com a espera, então pegou uma manta e um livro trouxa de poesias e foi para o quintal. Estendeu a coberta no chão e deitou de bruços cruzando os tornozelos no ar enquanto folhava o livro, procurando seus poemas favoritos.

    Era um tipo de leitura muito agradável, mas que acabava dando sono e em menos de meia hora ela já estava cochilando no jardim. Acordou com bicadas persistentes nos braços e abriu os olhos para ver sua coruja com um pergaminho bem menor que a primeira carta amarrado em sua perna. Lílian desamarrou e leu.

     Que bom que você virá. Alice e Dorcas também estão vindo, elas chegam hoje pela lareira. Sobre você, eu vou com meu pai busca-la amanhã DE CARRO! Dá pra acreditar? Meu pai emprestou de um amigo dele um carro que dirige sozinho.

    Espero que alguma de vocês saiba cozinhar, do contrário ou morremos de fome ou teremos que pedir ajuda para Dorea.

    Esteja pronta as dez da manhã.

   M. McKinnon

   PS: MANDE BÓREAS PARA CASA AGORA!!

   Mal Lílian terminou de ler, subiu correndo para o quarto arrumar a mala. Seriam duas semanas incríveis.

                                                       ****

    Às dez horas e cinco minutos da manhã do dia seguinte um antigo carro verde encostou em frente a calçada dos Evans. Petúnia observou as duas pessoas que saíram do carro e depois se virou para a sua irmã.

    - Espero que tenha péssimas férias, anormal. – E então ela subiu correndo as escadas e Lílian ouviu ao longe uma porta bater ao mesmo tempo em que a campainha era tocada. Os Evans foram até a porta e a abriram com um sorriso amigável.

    Parados na soleira estavam um senhor de aproximadamente uns 40 anos que tinha seus cabelos escuros começando a ficar grisalhos acompanhado por uma linda jovem de cabelos negros e olhos cinzentos da mesma cor que os do homem.

     Lílian pulou e abraçou Marlene antes mesmo de dizer uma palavra. Os adultos observaram a cena e sorriram.

    - Bom dia. – Disse o pai de Marlene. – Sou Arturo McKinnon. – Ele apertou a mão dos pais de Lílian. – Creio que já conhecem minha filha Marlene.

    Era verdade. Os Evans já conheciam Marlene uma vez que ela havia passado as ultimas férias de páscoa com eles.

    - Sim, nós conhecemos. – Respondeu o senhor Evans sorrindo. – Sou August e essa é Roberta minha esposa e é claro, minha filha, Lílian.

     Os McKinnon passaram alguns agradáveis minutos conversando com os Evans, e Marlene lançava olhares ansiosos em direção a Lílian que logo entendeu que a amiga estava louca para contar alguma coisa.

    - Espero que não se importem de que Lílian passe uns dias lá. – Disse Arturo quando já estavam se despedindo. – Marlene não conseguiria ficar sozinha em casa. Sabe como são os adolescentes. – Disse olhando para a filha. – Nada confiáveis.  

    - Sem problemas. – Disse Roberta. – Lily estava mesmo precisando sair um pouco.

    - Tchau, meu Lírio. – Disse August abraçando a filha. Em seguida Lílian deu um abraço na mãe e saiu carregando sua mala e a gaiola de Solaris. Colocaram as coisas na mala do carro, embarcaram e então saíram.

     O tempo na estrada foi bastante agradável. Lílian observou que o senhor McKinnon não fazia nada além de segurar o volante do carro, o resto acontecia sozinho. Ele perguntou a Lily sobre a escola, a família, sobre seus planos pro futuro e até mesmo quis saber para que time de quadribol e menina torcia e se surpreendeu ao descobrir que Lílian não gostava do esporte. Marlene, sentada no banco da frente ao lado do pai, vez ou outra lançava um olhar curioso para Lílian pelo retrovisor, fazendo com que Lily ficasse intrigada.

     A viagem durou apenas quarenta e cinco minutos. A casa de Marlene era em um vilarejo meio afastado da cidade. O lugar tinha uma bonita praça e ruas pavimentadas com pedras. Duas casas se destacavam no lugar por seu grande tamanho. Uma casa branca com um belo jardim e uma cerca de madeira polida, e outra azul com portões de ferro. Essa casa tinha um ar mais moderno e não possuía jardim, apenas um gramado bem cuidado.

     O senhor McKinnon estacionou em frente a casa branca e logo todos haviam descido. Arturo entrou em casa querendo deixar as meninas a sós e Marlene foi ajudar Lílian a tirar a bagagem do carro.

    - A casa do James. – Disse Marlene apontando com a cabeça a casa azul ao lado. – Nem se preocupe, ele e Sirius já foram ontem para a casa do Remo. Eles iam passar as férias aqui, mas eu consegui convencer James a ir para longe.

    - Como assim, você convenceu eles? – Perguntou Lílian apreensiva.

    Marlene sorriu de um jeito diabólico.

   - Ora, eu apenas ataquei o ponto fraco. Veja bem, essa vila é completamente Trouxa, exceto por nós e os Potter, então é claro não podemos ficar nos expondo. James estava voando de madrugada aquele dia porque ele queria treinar a captura do pomo, porque é claro que ele não pode fazer isso de dia. – Disse revirando os olhos. – Então depois que ele voltou do hospital eu fui até a casa dele e joguei uma isca. Remo mora em um vilarejo completamente bruxo, e eu disse para James que devia ser ótimo passar as férias lá uma vez que eles poderiam jogar quadribol a vontade. – Ela começou a rir. – Claro que ele ainda não sabia que você iria vir para cá, do contrario ele não teria ido. Nem quadribol a vontade teria feito ele desistir de perturbar a “ruiva” dele. Nem precisa me elogiar, sei que sou uma amiga perfeita.

- E uma ótima manipuladora. - Acrescentou Lily.

    Lílian definitivamente achou que o garoto era muito burro. Primeiro porque caiu feito um peixinho na armadilha de Marlene, segundo porque era capaz de deixar a família nas férias apenas para poder jogar quadribol.

     Elas entraram na casa e Lílian achou que o interior era tão bonito quanto a parte de fora. A sala era de um tom clarinho de bege, com decorações e sofás em cores quentes. Predominava o vermelho e Lílian lembrou-se que ambos os pais de Marlene haviam sido da Grifinória. Ao que parecia eles nunca tinham deixado de amar a casa dos leões. Em frente aos sofás tinha uma grande lareira onde brilhava um fogo azul, que Lílian sabia não ser quente. Também tinha uma grande estante cheia de livros variados e no canto a escada que levava ao andar superior.

      Uma porta em arco dava acesso a cozinha e de lá saiu uma linda mulher de aparente meia idade, com cabelos castanhos cacheados, rosto em forma de coração e olhos caramelos.

    - Olá Lílian. – Disse a mulher abraçando-a. – Sou Sara. Mãe da Marlene, mas você já deve ter adivinhado.

   - Muito prazer senhora.

   - Nem vem com essa de me chamar de senhora. – Disse Sara sorrindo. – Ainda sou jovem de mais para isso. Apenas Sara está bom.

   - Tudo bem. – Lílian sorriu também. – Adorei a decoração, me lembra Hogwarts.

   - Tudo foi feito pensando na sala comunal da Grifinória. – Falou Sara sorrindo de um jeito sonhador. – Não queríamos nunca esquecer os bons momentos que passamos com a nossa casa.

   - Acho melhor levar suas coisas para cima. – Disse Marlene. – Vamos lá, as meninas ainda devem estar dormindo. – E então elas começaram a subir as escadas com Marlene resmungando algo como “malditas dorminhocas”.

   - Por que elas ainda estão dormindo? – Perguntou Lílian surpresa. – Já são quase onze horas.

   - Foi uma longa noite de interrogatórios. Detalhes do namoro de Alice e chantagens emocionais para fazer Dorcas admitir que está apaixonada. Infelizmente eu e Alice não obtivemos sucesso, mas na próxima você estará conosco e arrancaremos a verdade dela. – Disse Marlene fazendo um movimento com a mão na parte do arrancar.

   As meninas saíram em um corredor imenso que tinha diversas portas. Marlene caminhou até uma das ultimas e parou virando-se para Lílian.

   - Nós resolvemos dormir todas no mesmo quarto porque é mais divertido, então não se assuste com a bagunça. – E então ela abriu a porta.

   Realmente estava uma enorme bagunça. O quarto de Marlene devia ser bastante bonito, mas no momento Lílian não conseguia dizer nada. Havia uma cama encostada em uma das paredes, uma escrivaninha, um guarda roupa e uma estante com livros. O chão não podia ser visto, uma vez que estava completamente coberto por colchões, travesseiros e cobertores. Alice e Dorcas estavam dormindo é claro. Alice completamente enrolada em uma coberta parecia um burrito, porém os pés estavam de fora do rolinho e também sua cabeça. Seus cabelos pareciam um grande monte de feno espetado. Dorcas deitada em um outro colchão estava deitada de bruços apenas com as pernas cobertas mostrando o top lilás com o qual ela havia dormido. Sua cabeça estava embaixo do travesseiro ao invés de em cima.

    Lílian não se conteve e começou a rir enquanto observava Marlene pular em cima das amigas e começar a sacudi-las.

   - O que ta acontecendo? – Disse Dorcas parecendo assustada.

   - Alguém morreu? – Perguntou Alice com a voz abafada pelo travesseiro.

   - Não, ninguém morreu, mas vocês correm sérios riscos de vida. – Disse Marlene usando sua voz de brava. – Levantem suas bundas daí suas preguiçosas. Lílian já está aqui e vai me ajudar a jogar baldes de água em vocês se não levantarem imediatamente.

    As duas garotas levantaram-se cambaleando e pareciam não enxergar muitas coisas enquanto corriam e jogavam-se ao mesmo tempo nos braços de Lílian.

    - Que saudades Lily! – Exclamou Dorcas. – Não foi tão legal sem você ontem. Não parecia completo.

    - Verdade. – Confirmou Alice. – Passamos metade da noite amaldiçoando você, por não estar conosco.

    As duas saíram do abraço e olharam de verdade para Lílian. No primeiro momento elas pareceram surpresas e depois meio curiosas. O mesmo tipo de olhar que Marlene estava dando para Lílian no carro.

    - Mas o que há com vocês hoje? – Perguntou Lílian estressada. – Por que está todo mundo me olhando estranho?

    - Eu já ia tocar nesse assunto. – Disse Marlene com uma pontada maliciosa na voz. – É, Lily tem certeza que faz só um mês que não nos víamos?

    - Que pergunta idiota é essa? – Falou Lílian.

    - Você ta diferente. – Disse Dorcas.

    - Diferente como? – Perguntou Lily.

    - Diretamente falando, você ta uma gata. – Disse Marlene dando uma piscadinha. – Sério nem parece a garota desajeitada de um mês atrás que andava pelos corredores de Hogwarts encurvada com o peso dos livros. E o seu cabelo ta tão mais comprido. O que você fez com ele?

   - Comprei uma poção de crescimento para cabelos no Beco Diagonal. Só isso. – Disse Lílian surpresa com o que as meninas tinham falado. Ela não havia notado diferença nenhuma em sua aparência além do cabelo.    

   - Vai ter que me emprestar essa poção. – Disse Alice se olhando no espelho. – Meu cabelo está parecendo um ninho de galinha.

    As meninas conversaram mais um pouco e então Alice e Dorcas se ocuparam tentando parecer apresentáveis enquanto Marlene e Lílian tentavam arrumar um pouco o quarto.

    As onze e meia as garotas desceram para a sala de estar. Sara estava na cozinha terminando o almoço e Arturo havia ido ao ministério para ultima reunião urgente antes de sair de férias. Marlene contou as amigas que cada vez eram mais freqüentes essas reuniões não programadas. Não precisou explicar o motivo, apenas uma palavra resumia tudo. Voldemort. Um bruxo poderoso que havia surgido com a idéia de purificação da raça. Ele tinha muitos seguidores e juntos caçavam e torturavam bruxos que não tinham sangue puro. Uma verdadeira abominação. Todos estavam começando a ficar assustados, o bruxo parecia impossível de parar e a cada dia ficava mais perigoso. Eram tempos difíceis no mundo mágico.

    Mas esses problemas não impediriam que quatro amigas de quinze anos aproveitassem suas férias de verão. Logo após o almoço os pais de Marlene partiram para sua viagem ao norte e as meninas depois de dar uma volta pela vila, sentaram-se no gramado em frente a casa.

    - Alguma de vocês sabe cozinhar? – Perguntou Marlene que estava deitada na grama olhando para o céu.

    - Eu não sei nada. – Respondeu Lílian sorrindo.

    - Nem eu. – Disse Dorcas.

    As três olharam para Alice com cara séria.

    - Ah, o que seria de vocês sem mim? – Perguntou Alice revirando os olhos. – Claro que eu sei cozinhar.

    - Que bom. – Respondeu Marlene. – Odiaria ter que pedir socorro para Dorea.

    - Quem é ela mesmo? – Perguntou Lílian. – Você falou dela na carta, mas não explicou quem era.

    - Dorea Potter. – Disse Marlene sorrindo. – Mãe do James. Minha mãe falou com ela para manter um olho na gente e então ela disse que se nós não pudéssemos nos virar com comida, podíamos comer lá. – Marlene parou um pouco e olhou para Lílian. – Já imaginou Lílian, a gente indo três vezes por dia na casa do nosso amado James? Podíamos aproveitar um momento de distração de Dorea e ir vasculhar o quarto dele.

      As meninas deram risada e Lílian agradeceu mentalmente ao fato de que Alice era muito mais responsável que ela e tinha aprendido a cozinhar.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que por enquanto os marotos não aparecem muito na história, mas é que ainda não chegou a hora.
Geralmente eu gosto de ter bastante capítulos já escritos e no momento eu tenho até o 13 pronto, mas eu ando sofrendo de um grande bloqueio criativo, então talvez eu demore só um pouquinho a mais para postar o próximo. Vocês podem me ajudar me dizendo se estão gostando que tal? Hora dos gasparzinhos começarem a aparecer. Beijos da Ket e até o próximo.